A Polícia Federal e a Receita Federal do Brasil deflagraram nesta terça-feira (11) a Operação Xepa para cumprir dez mandados de busca e apreensão no Sul e Centro-Sul da Bahia contra um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas distribuidoras de produtos hortifrutigranjeiros. A investigação identificou um grupo de empresários formado por pelo menos três empresas de distribuição, duas patrimoniais, usadas para ocultação dos bens. Segundo a Polícia Federal, as empresas operacionais eram constituídas por “laranjas”, sem capacidade econômica, que detinham ligação de parentesco com os reais beneficiários do grupo econômico e sem poderes de gestão nas entidades, que eram delegados por meio de procurações bancárias ou cartoriais.
A Receita Federal do Brasil apontou a existência de diversos fluxos bancários entre as empresas do grupo, bem como entre essas e as pessoas físicas, em uma “confusão empresarial”.
Em contrapartida, no braço patrimonial do grupo, empresas constituídas pelos filhos dos beneficiários efetivos não realizavam qualquer atividade operacional, mas acumulavam patrimônio expressivo, por meio de compras de imóveis realizadas com dinheiro estranho às entidades ou pagamentos direto das próprias empresas do braço operacional. A Receita identificou um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 100 milhões, podendo ainda ser bem maior quando considerar as operações mais recentes e abranger outras empresas do grupo. Os fatos resultaram na lavratura de Representação Fiscal para Fins Penais com a sonegação de R$ 10 milhões. Os mandados são cumpridos em Itabuna, Ilhéus, Poções e Porto Seguro.