Tragédia na BR 116 | motoboy morreu com o pescoço cortado por linha com cerol aos 22 anos

Foto: Fernanda Aires | Sistema Verdes Mares

O motociclista que morreu após ter o pescoço atingido por uma linha com cerol no KM 003 da BR-116, no Bairro Tancredo Neves, em Fortaleza, nesta sexta-feira (12), foi identificado como Bruno Anderson Mesquita, de 22 anos. Ele estava trabalhando como motoboy no momento do acidente. “É revoltante, porque as leis são severas para algumas coisas e outras não. Ele estava trabalhando quando isso aconteceu”, disse Caetano Neto, amigo da vítima. Caetano soube da morte do amigo após receber um vídeo que mostrava o jovem caído no meio-fio da rodovia. “Quando vi o vídeo ainda fiquei na dúvida. Aí um amigo nosso ligou para ele, foi nesse momento que um policial rodoviário atendeu e informou que ele estava em óbito. Na mesma hora fui para lá”, relatou. O funeral aconteceu neste sábado (13), na Igreja São Sebastião, Paupina, na Capital Cearense. Ele deixa familiares, amigos e a namorada. “Era uma pessoa trabalhadora, sempre foi esforçado. Gostava de andar de moto, de ajudar aos outros e principalmente de ficar com a família dele”, falou Caetano.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), testemunhas relataram que após ser atingido pela linha com cerol o motociclista diminuiu a velocidade, parou a moto e sentou no meio-fio da rodovia, onde morreu. De acordo com o agente da PRF Allan Montenegro, a vítima sofreu um corte intenso na região do pescoço e teve alguns vasos sanguíneos afetados.  “O cerol é proibido por lei, mas mesmo assim as pessoas não têm consciência e acham que isso é brincadeira banal. O cerol mata”, comentou o policial.

A Polícia não conseguiu identificar os responsáveis pela linha com cerol, comumente usada por pessoas que soltam pipas. “Não foram identificados os responsáveis pela linha. A PRF alerta para o risco dessa prática, ressaltando que já registrou outros acidentes fatais pelo mesmo motivo”, disse o agente. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil investiga o caso e que realiza um trabalho, em todo o Ceará, para coibir o uso do cerol ou de qualquer outro tipo de material cortante em pipas, arraias, papagaios e semelhantes artefatos lúdicos. “O uso do cerol, da linha chilena ou de outros materiais cortantes nas linhas de pipas e outros artefatos é proibido no Ceará pela Lei Estadual Número 17.226, publicada no dia 12 de junho de 2020. A legislação proíbe a fabricação artesanal, a comercialização e o depósito de linhas cortantes para uso em atividades recreativas ou com finalidade publicitária. E prevê a apreensão dos materiais de quem descumprir a lei.”, complementou a pasta.


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