Mais de 400 estudantes de Salvador, Vitória da Conquista e outras 14 cidades da Bahia participaram da etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), realizada pelo SESI Bahia no sábado (31). O segundo maior evento de robótica realizado anualmente pretende contribuir para democratizar o acesso à tecnologia e estimular a criação de projetos. O gerente de Educação Científica e Tecnológica do SESI Bahia, Fernando Moutinho, ressalta que a importância da OBR é muito maior do que os prêmios. Na competição, estudantes que foram competidores viraram treinadores de equipes de garagem, muitos deles já visualizam a área como escolha profissional. “Quando a gente pensa em acessibilidade, de uma educação tecnológica, de inovação, a gente vê na OBR este acesso está na mão desses meninos e meninas. A robótica possibilita novas perspectivas, por isso a gente diz que é robô e muito mais, pois transforma vidas”, afirma.
A etapa estadual é a parte da Modalidade Prática da Olimpíada em que equipes formadas por estudantes dos ensinos fundamental e médio técnico competem nas categorias Robótica de Resgate e Robótica Artística. A melhor equipe de cada categoria, conquistou uma das 4 vagas para a etapa nacional, que vai acontecer em Goiânia, entre 11 e 17 de novembro. Os competidores são estudantes de 11 escolas públicas, 22 escolas particulares, 4 institutos federais e 11 equipes de garagem. Os grupos de garagem são equipes independentes, sem vínculo com escolas, formado por apaixonados pela robótica. Para o estudante Enzo Machado, 17, da equipe Robótica de Plantão, do Colégio Nossa Senhora de Fátima Sacramentinas, de Vitória da Conquista, que ficou em primeiro na categoria Robótica de Resgate Nível 1, e vai à competição nacional, a vitória teve um gosto especial. “É a segunda vez que ganhamos e agora vamos nos preparar muito para buscar algo maior na Olimpíada nacional”, disse.
O jovem Pedro Lucas da Silva, 19, aluno do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus Eunápolis, integrante da equipe Ifbotics, que ficou em 1º lugar na Modalidade Artística Nível 2, todo o esforço valeu a pena. “Foram 12 horas de viagem para estarmos aqui, mas tudo valeu: todas as tardes no laboratório, cada gota de suor que caiu”, comemorou. E mesmo para quem não segue para uma nova etapa em competições, novas portas se abrem. A equipe de garagem Includers, do projeto Include, que monta laboratórios de tecnologia em comunidades e tem um núcleo no Nordeste de Amaralina, participou pela primeira vez da OBR e levou o prêmio Design de Robô. “A gente não imaginava, estamos muito felizes. Trouxemos nosso laboratório com cinco integrantes e deu certo!”, celebrou Taila Oliveira Melo, 14. A Capital Baiana foi a cidade escolhida no Brasil para sediar a RoboCup, maior competição de Robótica do Mundo, no próximo ano. O anúncio oficial foi feito durante a realização da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). A “Copa do Mundo da Robótica” acontecerá de 15 a 21 de julho no próximo ano.
“Fomos escolhidos, pois temos experiência e uma das maiores comunidades Robocup no mundo, graças à OBR. No ano passado, foram mais de 15 mil participantes. Nenhum País tem tantos alunos em idade escolar participando de eventos nacionais. Essas etapas estaduais e parcerias com instituições como o SESI nos dão credibilidade, foram fatores preponderantes”, explicou o presidente da Robocup Brasil, Marcos Simões. O coordenador da Liga SESI Robótica, Fernando Didier, explica que a robótica de base, com estudantes dos ensinos Fundamental e Médio, vem sendo desenvolvida pelo SESI Bahia há 10 anos. Um investimento que gera resultados pedagógicos e em competições. Um exemplo disso é a equipe dos alunos da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, que foi a melhor na categoria F1 in Schools do torneio nacional de robótica educacional Festival SESI de Educação e irá representar o Brasil no Mundial de F1 Schools, em novembro. “A robótica desperta habilidades e oferece novas oportunidades para crianças e jovens”, acrescenta Didier.