Um assunto que está sendo muito repercutido nos últimos dias é a implementação do fair play financeiro no Brasil, que nada mais é que um conjunto de regras que buscam um controle maior de gastos dos clubes de futebol. Em países como Inglaterra e Espanha, que tem as principais ligas das Europa, estas regras já existem a um bom tempo, entretanto, você sabe qual é o impacto destas novas medidas, caso sejam adotadas no Brasil?
Fair Play financeiro serve para trazer mais equilíbrio aos times brasileiros
Desde que o modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) foi implantado no Brasil, cada vez mais investimentos estão vindo para o futebol brasileiro, com muitos clubes se beneficiando disso, já que alguns andavam em meio a dívidas ou até um pouco esquecidos. Geralmente as empresas de bets aquelas, que oferecem jogos de cassino online e apostas esportivas, estão entre as mais interessadas em fazer parcerias com os clubes.
Entretanto, os times do futebol brasileiro vem recebendo investimento de vários setores e até mesmo de empresários estrangeiros como John Textor, o dono do Botafogo, que é um dos times que vem gerando esta discussão atualmente. Somente nas duas últimas janelas de contratações, o time gastou R$ 307 milhões, sendo que todo faturamento de 2023 foi de R$ 300 milhões.
Mesmo tendo uma fortuna estimada pela Forbes entre R$ 5 bilhões e R$ 7,6 bilhões, o empresário americano ainda não é o “maior peixe” desse jogo. O City Football Group, dono do Bahia, tem um potencial de investimento muito maior, só para ter ideia eles são donos de 14 times, incluindo o Girona e o Manchester City. O Grupo City pertence ao Sheik Mansour bin Zayed, meio-irmão do atual presidente dos Emirados Árabes, o príncipe Mohammed bin Zayed.
Este alto investimento que alguns receberão no futuro pode desequilibrar o futebol brasileiro, que inclusive é muito conhecido por ter times bem pareados, diferente de alguns países europeus, que às vezes contam a hegemonia de 2 ou 4 times apenas em seus torneios. Por outro lado, a medida viria para impedir gastanças desgovernadas, igual ao que ocorre no Corinthians, que tem mais de R$ 1 bilhão em dívidas e ainda faz contratações caras como Memphis Depay.
Clubes se reuniram para conversar sobre o fair play financeiro no início do mês
O assunto promete render muito para os próximos meses, já que muitos times estão bem interessados nisso, na realidade tudo começou após a derrota do Flamengo para o Botafogo por 4 a 1, quando Rodolfo Landim, presidente do clube foi cobrado sobre a derrota por whatsapp. Ele argumentou sobre o alto investimento que o Botafogo recebeu este ano e ainda escreveu: “Sejam bem-vindos aos tempos de SAF sem fair play financeiro”.
Vale lembrar que o Flamengo é um dos times com mais alto investimento nos últimos anos, inclusive na maioria do tempo com investimento muito maior que outros que estão no Brasileirão Série A. Porém esta não é uma preocupação somente do clube carioca, no dia 2 de setembro houve a uma reunião importante da Comissão Nacional de Clubes que foi organizada para discutir o tema.
Um fato interessante é que este evento ocorreu sem a presença de John Textor, que não foi convidado, mostrando que o tema ainda pode gerar muita discussão. Por mais que hoje ele seja um dos grandes alvos dos clubes para viabilizar estas medidas, o próprio empresário americano já se mostrou preocupado com o quanto o Bahia pode receber de investimento para fazer grandes contratações. Nesta situação ele disse estar disputando contra um país e não contra um dono de clube.