Sete pessoas foram presas nessa terça-feira (17), suspeitas de cárcere privado e maus-tratos a pacientes de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos, em Taiobeiras, Norte de Minas Gerais. Uma operação conjunta da Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Corpo de Bombeiros Militar e órgãos municipais foi deflagrada após denúncias de irregularidades. Segundo a Polícia, ao chegar no local, eles não conseguiram falar com os responsáveis, e foi preciso pular o muro e arrombar um cadeado. Ao entrar na clínica, eles encontraram 60 pessoas, entre dependentes químicos e deficientes físicos e mentais, vivendo em situação precária. Os policiais conversaram com os internos que contaram que eram agredidos, estavam no local contra a vontade e chegavam a passar fome.
Alguns deles também relataram que eram impedidos de fazer contato com a família, e que quando conseguiam falar com os familiares, eram proibidos de contarem o que acontecia no local. Durante a operação os policiais descobriram que na clínica havia outro setor onde funcionava uma ala feminina. As internas contaram que eram agredidas e dopadas com medicamentos. Conforme a Polícia Civil, “as famílias dos internos pagavam em torno de R$ 1,2 mil a R$ 1,4 mil para que permanecessem na clínica, e, caso houvesse quebra de contrato, ou seja, se a família resolvesse tirar o parente, a multa era de R$ 3 mil”. Consoante a Polícia, a clínica mantinha 60 internos. Eles foram liberados e entregues aos familiares. Entre os presos estão os proprietários do estabelecimento e funcionários, que foram levados para a delegacia. A clínica foi interditada.