Na manhã desta sexta-feira (4), dois servidores públicos municipais da Prefeitura de Caraíbas, no Centro-Sul Baiano, foram alvos de mandados de busca e apreensão em suas residências e no local de trabalho de um deles. As ações ocorreram a 81 quilômetros de Vitória da Conquista e são parte de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) pela Promotoria de Justiça da 161ª Zona Eleitoral, relacionada ao crime de compra de votos. Durante os cumprimentos, foram apreendidos smartphones e documentos, incluindo comprovantes de transferência via Pix.
A Justiça acatou o pedido do MP-BA e expediu os mandados, executados pela Polícia Federal devido à natureza eleitoral da matéria, dentro da Operação Compra de Votos. As investigações estão em andamento e, caso se comprove a participação de um candidato a prefeito, o MP entrará com representação eleitoral para responsabilizar os envolvidos, o que pode resultar em perda de mandato, caso eleito, e inelegibilidade, conforme a Lei das Eleições. Segundo o promotor de Justiça Marco Aurélio Rubick da Silva, os servidores teriam oferecido R$ 800, divididos em duas parcelas de R$ 400, a um eleitor da Zona Rural para que votasse em um candidato que eles indicaram.
Além do valor, prometeram um emprego na Prefeitura de Caraíbas e 12 litros de combustível para que o eleitor participasse da carreata do candidato. A negociação dos benefícios ilegais ocorreu no dia 22 de setembro deste ano. Áudios obtidos durante a investigação comprovam que parte do valor foi efetivamente pago, com a promessa de que o restante seria entregue após um comício. O Código Eleitoral prevê, em seu Artigo 299, pena de reclusão de até quatro anos e multa pelo crime conhecido como compra de votos.