O plenário do Senado Federal aprovou, no fim da tarde desta terça-feira (8), Gabriel Muricca Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) a partir do ano que vem. A votação registrou 66 votos a favor e cinco contrários, sem nenhuma abstenção. Galípolo assumirá o cargo em 1º de janeiro, sucedendo o atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro. Mais cedo, ele passou por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), que aprovou seu nome por unanimidade, com 26 votos favoráveis e nenhum contrário. A sessão de perguntas durou 4 horas e 30 minutos, e o economista foi amplamente elogiado pelos parlamentares. Galípolo superou seu primeiro teste político, respondendo a questionamentos sobre a autonomia da autoridade monetária e possíveis interferências do governo. O novo presidente do BC, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou sua independência e negou sofrer pressão por parte do petista. Desde a confirmação de sua indicação, Galípolo fez um extenso “beija-mão” com ao menos 50 senadores, tanto da base quanto da oposição, em busca de apoio para a sabatina, que ocorreu em clima tranquilo. Ele também respondeu questões sobre a condução da política monetária, o regime de metas da inflação e os desafios que enfrentará à frente da autarquia. Essa é a primeira troca de comando da autoridade monetária na era da autonomia operacional.
Gabriel Muricca Galípolo, de 42 anos, é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atuou como professor na universidade de 2006 a 2012 e lecionou no MBA de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP). Sua carreira na área pública começou há 17 anos, quando ocupou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos durante a gestão do então prefeito José Serra. Em seguida, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo. Há sete anos, Galípolo voltou à iniciativa privada, assumindo a presidência do Banco Fator, focado em parcerias público-privadas e programas de privatização. Ele foi também pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e atuou como conselheiro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Desde junho do ano passado, é diretor de Política Monetária do Banco Central e, anteriormente, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão do ministro Fernando Haddad. As informações são do Correio Brazilense.