A Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (17), uma operação em seis estados do Brasil contra uma quadrilha envolvida em crimes violentos, roubo de cargas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O grupo atua principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Estão sendo cumpridos 19 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Criminal da Comarca de Campinas, direcionados a pessoas físicas e empresas em São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Pernambuco e Alagoas.
A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 380 milhões em bens e valores relacionados aos investigados. Os materiais apreendidos incluem dinheiro em espécie, cartões bancários, veículos, armas, munições, além de relógios, celulares e correntes de ouro, todos encaminhados à sede da Polícia Federal em Campinas. A investigação teve início há dois anos, quando a PF descobriu que o líder de uma organização criminosa especializada em roubo de cargas, suspeito de homicídios em Sergipe e Ribeirão Preto, residia em um condomínio de luxo em Campinas. Após diligências, a PF prendeu o líder da quadrilha, que tinha um mandado de prisão preventiva por roubo de carga de defensivos agrícolas em Presidente Venceslau, São Paulo. Ele utilizava identidades falsas e mudava de endereço constantemente para evitar a captura. Na ocasião, foram apreendidos um cartão de banco em nome falso, um jammer (bloqueador de sinal), notebook, smartphones, documentos e veículos.
A partir dessas apreensões, a PF identificou dois núcleos na quadrilha: um dedicado a crimes violentos, como homicídios e roubos, especialmente em Campinas, e outro focado no tráfico de drogas, receptação e lavagem de capitais. A organização movimentou, por meio de empresas de fachada e identidades falsas, “centenas de milhões de reais” para ocultar os lucros obtidos com atividades criminosas. A operação, denominada “Ladinos”, faz referência à habilidade dos investigados em desenvolver um sistema complexo para ocultar os rendimentos gerados por suas práticas. A ação é conduzida pelo grupo especializado da PF em Campinas e pelo GAECO.