No ano passado, a Bahia foi o segundo Estado Brasileiro com mais mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+, registrando 31 casos, o que representa 10,65% do total de mortes no Brasil. A Bahia, com destaque para Salvador, foi apontado como o mais perigoso para a comunidade LGBTQIAPN+, com 14 mortes. As vítimas eram principalmente gays e travestis, e os principais meios usados nos crimes foram armas brancas e de fogo. A Bahia, juntamente com São Paulo e Mato Grosso, ocupa uma posição de destaque no ranking dos Estados mais violentos. Confira a reportagem completa do g1.
Aumento das Mortes Violentas de Pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil
No ano passado, o Brasil registrou um aumento de 13,2% nas mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ em relação ao ano anterior, conforme dados do Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB). O levantamento, realizado pelo GGB, considera homicídios, latrocínios, suicídios e outras causas, com base em notícias da imprensa e informações recebidas pela ONG.
Dados do Levantamento
Total de mortes em 2024: 291 vítimas
Variação em relação a 2023: 34 mortes a mais (257 casos em 2023)
Perfil das Vítimas
Gays: 165 vítimas
Travestis e mulheres transgêneros: 96 vítimas
Lésbicas: 11 vítimas
Bissexuais: 7 vítimas
Homens trans: 6 vítimas
Outras vítimas heterossexuais: 6 vítimas (confundidas com pessoas LGBTQIAPN+ ou tentando defender vítimas)
Distribuição Geográfica das Mortes
Regiões mais afetadas: Nordeste (99 mortes) e Sudeste (99 mortes)
Ranking por Estados (mais casos)
São Paulo: 53 mortes
Bahia: 31 mortes
Mato Grosso: 24 mortes
Minas Gerais: 22 mortes
Pará: 16 mortes
Pernambuco: 15 mortes
Rio de Janeiro: 15 mortes
Ranking por Capitais (mais casos)
Salvador (BA): 14 mortes
São Paulo (SP): 13 mortes
Belo Horizonte (MG): 7 mortes
Características das Mortes
Meios mais usados nos crimes:
Arma branca: 65 casos
Arma de fogo: 63 casos
Espancamento: 32 casos
Perfil Demográfico das Vítimas
Raça:
Brancos: 115 vítimas
Não identificados: 97 vítimas
Negros e pardos: 79 vítimas
Faixa etária mais atingida:
26 a 35 anos: 66 vítimas
36 a 45 anos: 52 vítimas
19 a 25 anos: 43 vítimas
Profissões das Vítimas
Gays: Professores, cabeleireiros, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e instrutores de dança.
Travestis e mulheres trans: Profissionais do sexo, ativistas e cantoras.
Contexto da Bahia
A Bahia, segundo o levantamento, é responsável por mais de 10,65% das mortes de LGBTQIAPN+ no Brasil. Um caso emblemático foi o assassinato de Neuritânia Pacheco, uma mulher trans de 48 anos, encontrada morta em Sobradinho com sinais de apedrejamento. Um adolescente de 17 anos foi apreendido como suspeito, e a motivação do crime foi apontada como vingança.
Periculosidade nas Capitais
Salvador lidera em números absolutos de mortes, mas, ao considerar a população proporcionalmente, fica em quarto lugar, atrás apenas de Cuiabá, Palmas e Teresina.
Resposta das Autoridades
O levantamento questionou os governos estadual e federal sobre as estatísticas, mas não obteve resposta até o momento da publicação. O GGB apontou que as gestões não possuem dados específicos sobre as mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+.
Conclusão
O aumento de mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil é um reflexo da contínua violência e intolerância contra essa comunidade. O descaso das autoridades em não fornecer dados específicos ou tomar ações efetivas agrava ainda mais a situação de insegurança que essas pessoas enfrentam.