Povo de Santo | 3º Encontro dos Povos de Axé celebra o Dia Nacional das Tradições em Vitória da Conquista

Fotos: SECOM | PMVC

A Coordenação de Promoção da Igualdade Racial, promoveu o 3º Encontro dos Povos de Axé, nesta sexta-feira (21), data em que se celebra o Dia Nacional das Tradições de Raízes Africanas e Nações do Candomblé em Vitória da Conquista. O evento aconteceu na Casa Memorial Régis Pacheco e contou com as presenças de representantes do Governo Municipal, de povos de terreiro, da Ordem dos Advogados do Brasil e da comunidade. Segundo o coordenador de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves de Oliveira, o principal objetivo do 3º Encontro dos Povos de Axé é dar visibilidade às religiões afro-brasileiras, visando o combate ao racismo religioso e o fortalecimento de políticas públicas voltadas aos povos de terreiro. “Esse é um momento de afirmação, de luta contra a intolerância religiosa, de respeito ao povo de santo e reconhecimento da contribuição que essa população tem na construção diária em Vitória da Conquista. Com isso, o Governo Municipal reafirma o compromisso contra qualquer tipo de intolerância religiosa, em qualquer que seja a instância e reconhece a importância histórica que essa população tem na construção diária da sociedade”, destacou o coordenador. A programação do evento contou com apresentações de dança das mulheres do Povo do Axé e com a realização de duas mesas de debate. Na primeira mesa, foi abordado o tema “As religiões de matrizes africanas e o neoconstitucionalismo: as garantias de direitos fundamentais para o povo de Axé”, com a participação de representantes das comissões de Igualdade Racial e Intolerância Religiosa da OAB/Subseção Vitória da Conquista.

Na segunda, veio o tema “As religiões de matrizes africanas em Vitória da Conquista: Resistir para existir”, reunirá lideranças religiosas das nações Ketu, Angola e Umbanda para discutir os desafios e a resistência da cultura afro-brasileira. Para o presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa OAB, Antônio Leandro Sarno, espaços de discussão como esses são fundamentais para fomentar a discussão sobre o direito à liberdade religiosa na comunidade.

“O Município de Vitória da Conquista está de parabéns pela iniciativa de fazer esse 3º Encontro. O povo de santo ao longo da história foi muito perseguido pelo colonizador e é preciso que o Estado, Município e o Governo Federal, reconheçam isso e promovam políticas públicas inclusivas para que essas pessoas avancem na plenitude dos seus direitos”, afirmou Antônio Sarno. Representando o Terreiro de Umbanda no evento, Mãe Ana, da Casa de Caridade Nhá Chica, falou aos presentes sobre a importância da união das diversas religiões para fortalecer o combate à intolerância religiosa. “Independente de ser Umbanda ou Candomblé, tudo que se refere a uma tradição de matriz africana, a gente sofre. Nós somos muito perseguidos. E um movimento como esse ajuda muito. A gente precisa disso, mais pessoas envolvidas, mais terreiros, mais irmãos, para que a gente avance com essas questões e consiga começar essa mudança no olhar que as pessoas têm relacionadas a nós, para que passem a nos ver como uma religião também”, pontuou Mãe Ana. O Pai de Santo Táta João também participou do evento e ressaltou a importância de espaços de discussão sobre o preconceito e a intolerância religiosa para que a comunidade possa ter mais conhecimento sobre as religiões afro-brasileiras. “O preconceito nasce a partir da ignorância. Então o conhecimento é importante. E a gente busca trazer esse conhecimento para a sociedade em geral, para minar essa ignorância e findar normalmente por toda a intolerância e o racismo religioso”, disse Táta João.

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