
A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (3), 16 mandados de busca e apreensão e uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público na 3ª fase da Operação Overclean, que investiga um grupo suspeito de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Os mandados, que foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju. A TV Bahia apurou que dois dos alvos da 3ª fase da operação são o empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, suspeito de atuar como um dos chefes no esquema criminoso, e o secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral. Bruno Barral foi secretário de Educação de Salvador. Ele foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira, nas Capitais Baiana e Mineira.
O g1 e a TV Bahia tentam contato com as defesas de José Marcos Moura e Bruno Barral, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem. A organização criminosa suspeita de promover desvios milionários em recursos públicos “atua de forma sistemática e coordenada pelo menos desde 2021”, conforme descrito na decisão judicial que determinou as prisões preventivas de José Marcos Moura e outras 15 pessoas. Os investigados estão soltos. O grupo teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão.
Parte desse montante é proveniente de emendas parlamentares e contratos firmados com órgãos públicos apenas no ano passado. Inicialmente, o desvio ocorria por meio de contratos superfaturados firmados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro. Ainda em dezembro, uma semana antes da Operação Overclean, a Polícia Federal apreendeu R$ 1.538.700,00 com suspeitos de desvios milionários em recursos públicos. Para os investigadores, não havia dúvidas de que o dinheiro tinha origem ilícita e destinava-se ao pagamento de propinas em Brasília. Segundo a Receita Federal, a organização criminosa usava um esquema estruturado para direcionar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.