
Vinte e duas pessoas, entre elas cinco agentes da Polícia Militar da Bahia, foram presas nesta quarta-feira (9) na segunda fase da Operação Falsas Promessas, deflagrada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DRACO-LD). A ação ocorreu na Região Metropolitana de Salvador, interior da Bahia e também em São Paulo. Segundo o Departamento da Polícia Civil Baiana, o grupo criminoso é suspeito de movimentar cerca de R$ 680 milhões por meio de rifas ilegais promovidas nas redes sociais. Os sorteios eram manipulados para favorecer membros da própria organização, e os recursos obtidos eram lavados através de empresas de fachada e laranjas.
Entre os presos está o influenciador digital Ramhon Dias, que possui mais de 420 mil seguidores. Ele havia sido detido na primeira fase da Operação, em setembro, mas foi liberado posteriormente mediante uso de tornozeleira eletrônica. Outro nome conhecido é o do humorista Franklin Reis, criador dos personagens Neka e Abias, com mais de 690 mil seguidores. O casal José Roberto Santos, o “Nanan Premiações”, e Gabriela Silva, também foi preso. Eles somam juntos mais de 250 mil seguidores e são apontados como líderes do esquema, sendo localizados em um condomínio de luxo na Estrada do Coco. O influenciador Josemário Lins, com mais de 650 mil seguidores, foi capturado em Juazeiro. Ele costumava exibir nas redes sociais uma vida de ostentação com viagens internacionais e divulgação de rifas. Um dos policiais presos é Lázaro Andrade, conhecido como Alexandre Tchaca, com 169 mil seguidores.
Em março, ele publicou um vídeo alegando que havia uma tentativa de armação contra ele e que estaria sendo investigado desde novembro. A estrutura da quadrilha envolvia militares da ativa e ex-integrantes da corporação, que atuavam na proteção do esquema, fornecendo informações privilegiadas e operando diretamente nas rifas. Além das prisões, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão. A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ envolvido, totalizando R$ 680 milhões em bens e valores sequestrados. Carros de luxo, relógios, dinheiro em espécie e equipamentos eletrônicos foram apreendidos.