
Pelo menos quatro mulheres foram mortas na Bahia no último fim de semana, em crimes classificados como feminicídios. Os homicídios ocorreram em diferentes municípios e, na maioria, na presença dos filhos das vítimas. Esses casos destacam a gravidade da violência doméstica e a urgência de ações mais efetivas para prevenção e proteção das mulheres. Em Salvador, uma jovem de 27 anos foi assassinada com facadas enquanto dormia em casa com os filhos. O principal suspeito é o ex-companheiro, que possuía uma medida protetiva e usava tornozeleira eletrônica. No entanto, o dispositivo foi violado e ele invadiu a residência, cometendo o ato criminoso. A Polícia foi acionada e segue em busca do suspeito. Em Santana, uma mulher de 26 anos foi golpeada com tijolos. O responsável pelo crime seria o companheiro da vítima, que fugiu após o homicídio e está sendo procurado. O crime aconteceu diante do filho do casal, uma criança de apenas quatro anos. Outro assassinato ocorreu em Ipirá, próximo a Feira de Santana, onde uma jovem de 20 anos foi morta a tiros dentro de um bar. Dois homens chegaram em uma motocicleta e um deles disparou contra a vítima.
A Polícia ainda investiga as motivações e a autoria do crime. Na região de Feira de Santana, em Conceição do Jacuípe, uma técnica de enfermagem foi assassinada a tiros enquanto dormia. O suspeito, parceiro da vítima, cometeu suicídio após o crime. Uma criança de 11 anos, filha da mulher, presenciou a cena trágica. De acordo com dados da Polícia Civil da Bahia, entre 1º de janeiro e 10 de abril deste ano, foram registrados 24 feminicídios no estado, sendo quatro em Salvador. Esse número representa uma leve queda em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 26 casos, sendo dois deles na Capital Baiana. Em nota, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia informou que a violação da tornozeleira eletrônica foi registrada, e que os protocolos do Conselho Nacional de Justiça foram seguidos, com tentativas de contato e acionamento da polícia. A Polícia Civil também confirmou que diligências continuam sendo realizadas para localizar os suspeitos envolvidos nos casos. As ocorrências geraram indignação e reacenderam o debate sobre a efetividade das medidas protetivas, a responsabilização dos agressores e a responsabilidade do Estado na proteção das mulheres.