William Lima Martins: Todo mundo na Universidade!

Foto: Divulgação
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William Lima Martins | universitário | [email protected]

Em tempos de crises, torna-se urgente a necessidade de defender a educação pública (a mais atacada pelos governos) e a democratização das universidades. Desde a aplicação das cotas, REUNI, PROUNI e FIES, as universidades passaram a ter uma nova cara, uma nova cor, um novo perfil do espaço geográfico e também um novo local. Essa cara é de trabalhadores/as, essa cor é negra e esse perfil geográfico é da periferia e do campo e o novo local são as diversas cidades do interior. >>>>>

A necessidade de lutarmos em defesa dessas políticas é a garantia de que mais pessoas, com essas características, possam entrar nas Universidades, lugar por muito tempo pertenceu estritamente à elite brasileira. Além disso, essas pessoas que ingressam, precisam permanecer, fazendo com que a luta na universidade seja cotidiana para garantia de políticas de permanência para esse público. Porém, as universidades públicas vêm sofrendo um sucateamento, com todas as restrições aplicadas tanto pelo Ministério da Educação quanto pelo governo do estado, dificultando o acesso e a permanência desses/as estudantes.

Eu, enquanto estudante de economia, um curso noturno, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Vitória da Conquista, entendo que os cortes que nossa universidade sofreu, fazem com que, pessoas como eu, filhos/as de trabalhador e trabalhadora nordestinos, que sempre estudaram em escola pública, tenham que ter, muitas vezes, uma dupla jornada, a de estudar e trabalhar, quando deveria está usufruindo do tripé necessário para a formação, o ensino, a pesquisa e a extensão, garantida por um programa de assistência e permanência estudantil eficaz. Ou pior, há casos de estudantes não conseguirem permanecer em seus cursos, por causa da jornada de trabalho, e terem que desistir da Universidade, um sonho de muitos jovens.

Precisamos democratizar o acesso à universidade, como também a permanência, ampliando as bolsas de assistência estudantil, a qualidade do restaurante universitário, mais vagas para filhas/os de estudantes na creche, maior acessibilidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais, combate nas fraudes de vagas quilombolas e indígenas, ampliação do quadro de professores, principalmente para os novos cursos, como psicologia e ciências sociais, 7% da RLI (Receita Liquida de Impostos) para as universidades e 1% da RLI para a permanência estudantil.

Nesse momento, é fundamental intensificar nossas lutas pelas Universidades, e na UESB não será diferente. Precisamos denunciar o sucateamento para a toda a população, por meio da agitação das bandeiras de luta, abaixo-assinado, panfletagem, ocupações, palestras para a comunidade acadêmica e demais membros da sociedade civil. Tarefa da juventude é utilizar de forma inovadora, as músicas, peças de teatros, danças e murais, em defesa da nossa universidade e isso só se dará com a construção coletiva, porque só a luta muda a vida, para que Todo Mundo possa tá na Universidade.

William Martins é estudante de Economia da UESB, militante do Levante Popular da Juventude, representante do Centro Acadêmico de Economia Celso Furtado (CAECO) e concorre como Coordenador Geral para o DCE da UESB na Chapa 2 – Todo Mundo no DCE.


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