Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]
É assim que a chamamos, desde sempre. Lia de Dona Dalva. Era nossa vizinha. Morava na Expedicionários e nós na Rua Leonídio Oliveira, antiga Rua Barra do Choça. Foi colega de infância de minhas irmãs e muitas vezes participamos em conjunto das brincadeiras da época. Naquele tempo era possível brincar na rua sem os temores de hoje. Sua mãe, Dona Dalva, era profundamente católica e ia a missa quase todos os dias. Seu pai, chamava-se Jesus. Para nós era “seu” Jesus. Dirigia um caminhão, em luta labuta diária para manter a família. Seus irmão: Antônio e Hélio foram companheiros no futebol jogado no meio da rua. >>>>
Lia de dona Dalva era assim; ao lado da mãe frequentava a igreja e ajudava nos serviços domésticos. Sempre disposta a ajudar, anunciando um futuro de socorro a diversos necessitados. Sua escolha na vida continua sendo ajudar, socorrer, em uma luta diária a favor da vida não mede esforços para servir, demonstrando fé, solidariedade e humanismo.
Talvez você saiba de quem estou falando: sim, dona Carminha, aquela da “Casa do Amor”. Quando alguém se refere a ela: dona Carminha, fico alguns instantes sem identifica-la, só depois é que o cérebro decodifica: Lia de dona Dalva.
Por muito tempo eu ignorava que dona Carminha era Lia de dona Dalva. Ao identifica-la, a amizade de infância reverenciou com mais afeto o trabalho de dona Carminha, a quem eu admirava sem saber que era a nossa Lia de dona Dalva.
O seu trabalho social é de tamanha importância e tomou certa dimensão que não permite que a cidade possa dispensa-lo. É como um daqueles acontecimentos sem o qual a cidade não vive, pois tornou-se indispensável. A generosidade colocada à disposição dos necessitados de toda a região que procuram um apoio e nela encontram a caridade franca e desinteressada.
Há cerca de cinco anos, ao reencontra-la e identifica-la como dona Carminha, relatou-me sobre o seu trabalho. Não pude esconder a minha admiração e emoção pela grandeza da sua obra. É um trabalho árduo, próprio dos grandes espíritos empreendedores das grandes obras, pois feito sem interesse outro que não seja o de servir.
Dona Dalva nos perdoe, mas Lia já não é só de dona Dalva. Ela pertence a nossa cidade e tornou-se uma unanimidade local, merecedora da nossa admiração e respeito. Não há como dela não gostar. Precisamos retribuir tanta dedicação e ternura para com aqueles a quem socorre oferecendo um mínimo de socorro em horas tão difíceis.
Dona Carminha, não é só Lia de dona Dalva, é Lia de Conquista. Senhora do seu destino de fazer a caridade desprendida de outras vinculações. Para a continuidade do seu trabalho vamos ajudar a “Casa do Amor”. VC290819.