* Por Herberson Sonkha
Sumariando a reunião que ocorreu neste sábado (14) do Partido dos Trabalhadores de Anagé no gabinete do Vereador Alan (PT) para acolher propostas de nomes para pré-candidaturas à Prefeitura Municipal da cidade, pode-se considerar que o estatuto do partido vem sendo respeitado. Atividades como essa além de ser absolutamente legal, garante o avanço do debate interno no sentido de preservar o livre exercício da democracia interna. >>>>>
As prévias é um recurso usado somente no caso em que não houver consenso na escolha de uma candidatura apresentada por todas as tendências e coletivos. De outra forma, visa aprofundar a discussão de um projeto programático acompanhando de um perfil compatível e a indispensável densidade eleitoral. É um mecanismo consultivo para construir coletivamente candidaturas, respeitando critérios ideopolíticos de classe, perpassado pela pauta das populações em situação de risco – gênero, etnia e orientação sexual. Essa tradição política de quase quatro décadas faz parte do amadurecimento política da cultura organizacional de um partido de esquerda com a capilaridade do partido nos sindicais e nos movimentos sociais.
Após uma série de discussões polemicas que antecede a reunião de sábado, as forças internas digladiavam na linha de confronto com o grupo da ex-prefeita, causando estranhamento sobre possíveis nomes que escampam o espectro ideológico partidário. Esse campo tende a encerrar as especulações com a oficialização do nome do vereador Jadiel Portugal como pré-candidato a prefeito. É legitima a candidatura e a indicação desse parlamentar, mas não significa que isso (por si só) defina o processo interno de escolha só porque foi a ex-prefeita quem o indicou para impedir que se explore outras possibilidades.
Portanto, a tentativa de associar seu candidato a exitosa política reparatória étnico racial, pode ser um tiro no pé, pois essa transferência não ocorre por osmose como se a política bem sucedida de seu governo, criada pelo Governo Lula e Dilma, pudesse conceder a gestora a condição mágica de um amuleto usado para atrair votos, ignorando algumas variáveis objetivas e subjetivas que contam nos processos eleitorais dos municípios.
Igualmente equivocada foram algumas tentativas do presidente do partido para impedir a pré-candidatura de Binho de Kiu, atendendo a orientação dada pela ex-prefeita. Esperamos que isso seja superado na medida em que o debate avance para unidade interna.
Peço vênia a você meu caro(a) leitor(a) para considerar a possibilidade de qualquer uma dessas candidaturas (Iranildo Freire, Binho de Kiu, Jadiel Portugal e Ricardo Vandré) possa ser o nome do partido. Aliás, isso passa também pelo não defenestramento político do jovem microempresário graduando em administração (FAINOR) de ser candidato. Lembrando que ele se tornou bastante conhecido na cidade após ter sido candidato a vereador bem posicionado eleitoralmente em 2012.
Imagina-se que a resistência da ex-prefeita a essa candidatura possa ter dois possíveis motivos: o primeiro porque ele está no mandato dos deputados Waldenor Pereira e José Raimundos que se tornaram desafetos políticos da ex-prefeita; o segundo se deve ao fato dessa pré-candidatura ter sido muito bem articulada pelo professor Iranildo Freire que um militante do partido estimado na cidade, foi um vereador com mandato respeitado que sacrificou sua consolidada liderança política do PT na cidade para construir a promissora candidatura da ex-prefeita eleita em 2012.
Não obstante observar o aspecto estatuário, essa legitima reivindicação está sustentada por várias lideranças do campo e da cidade, sendo esse último na juventude por ser um dos organizadores de campeonatos esportivo da cidade.
A presença do ex-secretário de Finanças Ricardo Vandré, que apresentou legitimamente seu nome também para concorrer nas prévias. Salientamos que é bom lembrar que Ricardo Vandré também é um bom nome e foi um dos homens de confiança da ex-prefeita que sempre gozou de bom relacionamento com a ex-prefeita. Não é de conhecimento público que tenha havido qualquer animosidade entre o ex-secretário Vandré e a ex-prefeita que pudesse comprometer uma possível indicação por parte da mesma.
Contudo, queria considerar a possibilidade de superação da advertência da ex-prefeita em tom hostil que cogita abandonar o processo (caso haja prévias internas) retirando seu apoio mesmo que sua indicação (Jadiel Portugal) vença as previas.
No mais afirmar que a reunião transcorreu na maior parte dentro da normalidade, até certo ponto, pois os ares de tranquilidade se romperam quando se tentou encerar quaisquer falas para evitar outras possibilidades fora do script. Uma atitude que presta um desserviço a tradição do PT.
Talvez essa indisposição tenha alguma relação com os últimos resultados ainda não superados, pois o discurso saudosista demonstrar a insistência em manter arbitrariamente a majestade. Isso pode evidenciar a dificuldade em não se admitir as críticas internas ou negar a conjuntura nacional que incidiram negativamente sobre as últimas disputas eleitorais do PT em todos os municípios brasileiros. Essa fatura terá que se dividida entre a militância e a ex-prefeita na construção da narrativa que visa explicar à população acerca do porquê se perdeu uma reeleição praticamente garantida.
Possivelmente deve ter sido uma das razões, talvez a principal delas se deve ao fato de ter cometido inúmeros equívocos primários, manutenção da cultura políticas herdada da tradicional oligarquia local e a infelicidade de abordar com asco no tratamento dispensado aos servidores temporários criado pela negação dos atrasos salarias.
O nível de tensão aumentou quando uma das mais respeitadas lideranças campesinas, o dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Diacísio apresentou o nome do Professor Iranildo Freire. Considerando as dificuldades normais encontrada pela ex-prefeita e uma grande parte da militância para argumentar contra essa forte candidatura, que é perfeitamente compreensível, dado a conivência dessas dentro do partido com a desventura de defenestrar o Professor Iranildo Feire.
O silêncio ensurdecedor da ex-prefeita seria substituído pela lacônica intervenção do presidente, que desrespeitosamente vai sumariar a imprescindível atuação e importância do Professor Freire ao longe de mais de três décadas a um egóico comentário que sugere que o professor de maneira imoral engoliria seu “adversário” com a sua inexorável retorica de militante implacável.
O historiador, ex-servidor público municipal (Anagé) e servidor públicos estadual da UESB, Adriano Calixto que milita na tendência interna do PT, Movimento Coletivo Ética Socialista (MCOESO) com representação delegada pela tendência para essa reunião, ratificou o nome do professor Iranildo Freire, seguindo a proposta do dirigente do MPA.
Argumentou em defesa ao direito pétreo de qualquer pessoa filiada ao Partido dos Trabalhadores e quite com as suas obrigações partidária votar e ser votada. Essa defesa contraria peremptoriamente a tentativa despótica da ex-prefeita de barrar qualquer movimento de candidatura que não fosse indicada por ela para disputar as eleições municipais de Anagé em 2020.
A defesa da candidatura do professor Iranildo Freire atende as várias situações que dialogam com o desejo histórico da militância do PT (e da cidade) que ainda não foi esclarecida acerca de sua atitude altruísta de declinar de seu nome para promover uma pessoa oriunda das hostes oligárquicas, portanto estranha a ideologia do partido e pesado para ser candidata.
O páreo interno tende a distencionar se considerarmos que o pré-candidato Binho de Kiu pode vir a apoiar o professor Iranildo Freire e contará com o indispensável apoio de José Raimundo Fontes na Assembleia Legislativa da Bahia e Waldenor Pereira na Câmara de Deputados Federal que tem apreço ao professor. Ressaltando que a pré-candidatura de Binho de Kiu foi uma aposta exitosa do Professor Iranildo Freire lá em 2018 fortalecendo o vínculo e a relação política mutua de respeito entre eles. Por isso, tornou-se um leal neófito com gratidão, respeito e apreço ao companheiro que se dispôs a projetá-lo, prospectando positivamente seu nome como pré-candidato.
Aqui a experiente ex-prefeita pode compartilhar com a postura altruísta de Binho de Kiu, uma vez que ele se comporta de maneira proativa, reagindo favorável a possibilidade de pré-candidatura de seu principal articulador, pois vê no Professor Iranildo Freire um mestre que o inicia no mundo do conhecimento das ciências políticas, pois reconhece que os ensinamentos oferecidos de maneira desprendida o fez um respeitável pré-candidato para muito(as) companheiros(as) de partido e pela comunidade anageense.
Isso aponta para a possibilidade quase natural de que seu indicado decline de disputar as prévias e isso convença as demais pré-candidaturas (todas elas são importantes) a construir unidade interna em torno do nome Professor Iranildo Freire pelo respeito à força política; por ser uma grande articulador de lideranças; pela irrepreensível história dentro do PT; pelas condições (objetivas e subjetivas) de quem ajudou a construir o esse partido desde que iniciou a sua militância ainda jovem lá nos anos 80.
É inegável que o professor Iranildo Freire foi vereador combativo de esquerda e com mandato popular comprometido com as pautas do campo e da cidade e contribuiu decisivamente para construir a estratégia vitoriosa que conduziu o partido a prefeitura em 2012.