A área da saúde está em constante evolução, devido à pesquisa contínua e às mudanças nas necessidades da sociedade. Com isso, o campo da Fisioterapia também foi transformado, proporcionando avanços em diagnóstico, tratamento, monitoramento e educação. Com a crescente adoção da tecnologia, por exemplo, a ressonância magnética, a tomografia computadorizada e a ultrassonografia fornecem imagens detalhadas das estruturas internas do corpo, é o que destaca a fisioterapeuta Kelly Bomfim. “Um avanço que permite que profissionais observem e analisem com precisão lesões e condições”. Nesta sexta-feira (22) o BLGO DO ANDERSON exibe uma entrevista com a fisioterapeuta, que informou ainda que o empreendedorismo na área está ganhando cada vez mais destaque, oferecendo diversas oportunidades para os profissionais que desejam iniciar seus próprios negócios ou inovar em suas práticas clínicas. “É uma maneira gratificante de combinar paixão pela saúde e negócios, além de criar oportunidades inovadoras no campo”, ressaltou Kelly, que também é coordenadora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Excelência (Unex), em Vitória da Conquista. O caminho promissor da Fisioterapia, segundo a profissional, é bem amplo e com diversas oportunidades. Neste bate-papo, ela passa informações importantes para você que deseja saber mais sobre a área antes de ingressar na graduação.
BLOG DO ANDERSON: O que é a Fisioterapia e qual é o papel de um fisioterapeuta?
Kelly Bomfim: A Fisioterapia é uma área da saúde que se dedica ao tratamento e prevenção de problemas físicos, funcionais e de mobilidade do corpo humano. Ela utiliza técnicas manuais, exercícios terapêuticos, equipamentos e outras abordagens para promover a reabilitação, alívio da dor, melhoria da função física e qualidade de vida dos pacientes.
BLOG DO ANDERSON: Quais as principais áreas de atuação dentro da Fisioterapia?
Kelly Bomfim: Existem diversas áreas de atuação especializada, cada uma com foco em tipos específicos de condições e pacientes. Conforme o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, as especialidades reconhecidas são: Fisioterapia Acupuntura, Fisioterapia Aquática, Fisioterapia Cardiovascular, Fisioterapia Dermatofuncional, Fisioterapia Esportiva, Fisioterapia em Gerontologia, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Neurofuncional, Fisioterapia em Oncologia, Fisioterapia em Reumatologia, Fisioterapia Respiratória, Fisioterapia Traumato-Ortopédica, Fisioterapia em Osteopatia, Fisioterapia em Quiropraxia, Fisioterapia em Saúde da Mulher e Fisioterapia em Terapia Intensiva. Confira a entrevista na íntegra.
BLOG DO ANDERSON: Quais são as etapas e requisitos para se tornar um fisioterapeuta?
Kelly Bomfim: Bom, é uma trajetória acadêmica que o estudante percorrerá por 05 (cinco) anos. Neste período ele vai seguir algumas etapas educacionais e cumprir requisitos específicos. Cursar e estar aprovado em todas as disciplinas obrigatórias e optativas do curso. Terá que cumprir a carga horária equivalente às atividades complementares (cursos, congressos, monitorias, iniciação científica, extensão, dentre outros). Cumprir a carga horária do estágio curricular obrigatório, desenvolver e apresentar o seu trabalho de conclusão de curso.
BLOG DO ANDERSON: Qual é a importância da formação acadêmica e da prática clínica durante o curso?
Kelly Bomfim: Então, tanto a formação acadêmica quanto a prática clínica desempenham papéis cruciais no curso de Fisioterapia, contribuindo para o desenvolvimento de profissionais competentes e capacitados. A formação acadêmica proporciona aos alunos uma compreensão aprofundada da anatomia, fisiologia, biomecânica e outros princípios científicos subjacentes à prática da Fisioterapia. Os estudos estimulam o desenvolvimento do raciocínio crítico e da resolução de problemas, habilidades essenciais para avaliar complexidades clínicas e tomar decisões adequadas para o tratamento. A prática clínica oferece aos estudantes a oportunidade de aplicar o conhecimento teórico em cenários do mundo real. A combinação de formação acadêmica e prática clínica no curso de Fisioterapia é essencial para criar profissionais de excelência.
BLOG DO ANDERSON: Quais são as habilidades e qualidades pessoais que um estudante de Fisioterapia deve desenvolver para ter sucesso na profissão?
Kelly Bomfim: Um estudante de Fisioterapia que deseja ter sucesso na profissão deve combinar habilidades técnicas, conhecimentos teóricos e qualidades pessoais. Julgo como primordial a ética profissional, onde o agir de forma ética, mantendo a confidencialidade dos pacientes e seguindo as diretrizes profissionais é de suma importância. Um outro ponto é que cada paciente é único, portanto, é preciso ser capaz de adaptar abordagens de tratamento para diferentes condições e personalidades dos pacientes, assim como, lidar com a complexidade de casos clínicos, enfrentar desafios e manter a calma sob pressão são características valiosas. Não podemos esquecer que muitos pacientes têm progresso lento e podem enfrentar dificuldades, então a paciência é essencial para incentivar e motivar os pacientes. No mundo pós moderno, globalizado e tecnológico/digital, tudo é muito rápido, logo o estudante de Fisioterapia precisa estar aberto a aprender constantemente, buscar novas abordagens e ser curioso sobre novos desenvolvimentos na área. Não posso deixar de citar que, trabalhar na área de saúde requer trabalho interprofissional e multidisciplinar, o que requer do profissional a habilidade de colaborar efetivamente com outros profissionais de saúde. Do mesmo modo que, saber comunicar-se claramente com os pacientes e/ou tutores e/ou com seus familiares, explicar os procedimentos, ouvir preocupações e fornecer orientações sobre o tratamento.
BLOG DO ANDERSON: Como a tecnologia tem influenciado o campo da Fisioterapia?
Kelly Bomfim: Sem dúvida alguma esse é um ponto muito relevante. A tecnologia desempenhou um papel significativo na transformação do campo da Fisioterapia, proporcionando avanços em diagnóstico, tratamento, monitoramento e educação. Por exemplo, a ressonância magnética, a tomografia computadorizada e a ultrassonografia fornecem imagens detalhadas das estruturas internas do corpo, permitindo que os fisioterapeutas observem e analisem com precisão lesões e condições. Dispositivos como acelerômetros e giroscópios são usados para medir e analisar o movimento corporal. Isso ajuda na avaliação de padrões de movimento anormal e no desenvolvimento de planos de tratamento personalizados. A Realidade Virtual e Realidade Aumentada podem ser usadas para criar ambientes virtuais que auxiliam na reabilitação. Pacientes podem se envolver em atividades terapêuticas em ambientes simulados e a gamificação, ou seja, jogos interativos, que incentivam o movimento são usados como parte do tratamento. Isso pode melhorar a adesão do paciente e tornar a reabilitação mais envolvente. Existe também a Robótica Assistiva, dispositivos robóticos que ajudam os pacientes a realizar exercícios específicos e a recuperar a função perdida. Isso resultou em abordagens de tratamento mais eficazes e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
BLOG DO ANDERSON: Que fatores contribuem para que a área seja promissora?
Kelly Bomfim: Pergunta complexa, porque temos diferentes fatores que podem contribuir nesse processo, dentre eles, o envelhecimento da população, que à medida que a população mundial continua a envelhecer, a demanda por serviços de fisioterapia provavelmente aumentará. A pessoa idosa é mais propensa a problemas musculoesqueléticos, condições crônicas e reabilitação pós-cirúrgica, o que impulsiona a necessidade de profissionais de fisioterapia qualificados. Na outra ponta temos uma população mais informada, assim a crescente conscientização sobre a importância da prevenção e cuidados de saúde está levando as pessoas a procurarem serviços de Fisioterapia para evitar lesões, melhorar a qualidade de vida e manter um estilo de vida saudável.
BLOG DO ANDERSON: O campo da Fisioterapia permite que os profissionais sejam empreendedores? Como?
Kelly Bomfim: O campo oferece várias oportunidades para que os profissionais possam se tornar empreendedores e desenvolver seus próprios negócios. Aqui estão algumas maneiras pelas quais os fisioterapeutas podem se tornar empreendedores | Clínicas Privadas: Um fisioterapeuta pode abrir sua própria clínica, oferecendo uma variedade de serviços de reabilitação, condicionamento físico e promoção da saúde. Eles podem atender a uma ampla gama de pacientes, desde pessoas com lesões esportivas até aquelas que precisam de reabilitação pós-operatória. Isso permite que os fisioterapeutas tenham controle total sobre o atendimento ao paciente, horários e abordagens terapêuticas. Consultoria e Treinamento: Além de trabalhar com pacientes individuais, fisioterapeutas empreendedores podem oferecer serviços de consultoria e treinamento para academias, centros esportivos, empresas e até equipes esportivas. Fornecer orientações sobre prevenção de lesões, exercícios personalizados e programas de condicionamento físico, contribuindo para o desempenho e bem-estar dos indivíduos e grupos. Tecnologia e Inovação: Com o avanço da tecnologia, os fisioterapeutas podem explorar oportunidades em telefisioterapia, desenvolvimento de aplicativos de exercícios personalizados, dispositivos de assistência à mobilidade e outras soluções inovadoras para melhorar a eficácia dos tratamentos e a experiência do paciente. Educação e Treinamento: fisioterapeutas empreendedores podem oferecer cursos de educação continuada para outros profissionais de saúde, como workshops sobre técnicas de reabilitação avançadas, gerenciamento de casos clínicos complexos e atualizações sobre as últimas pesquisas e práticas na área. Produtos e Equipamentos: Desenvolver e vender produtos relacionados à fisioterapia, como dispositivos de mobilidade, equipamentos de exercícios terapêuticos e produtos de apoio, também é uma opção empreendedora. No entanto, é importante notar que o empreendedorismo na Fisioterapia também traz desafios, como gerenciamento de negócios, questões regulatórias e financeiras. Portanto, os profissionais que desejam se tornar empreendedores devem ter uma compreensão sólida não apenas das habilidades clínicas, mas também das práticas de negócios e gestão. Além disso, estar atualizado com as regulamentações locais e nacionais é fundamental para garantir a legalidade e a qualidade dos serviços prestados.
BLOG DO ANDERSON: Quais as tendências atuais e futuras da área?
Kelly Bomfim: Dispositivos wearable e sensores estão sendo cada vez mais integrados aos tratamentos fisioterapêuticos. Esses dispositivos podem monitorar o movimento da pessoa, fornecer feedback em tempo real e ajudar os fisioterapeutas a ajustar os planos de tratamento de acordo com os dados coletados. A Realidade Virtual e Realidade Aumentada estão sendo exploradas para criar ambientes de tratamento imersivos e motivadores. Isso pode ser particularmente útil para a reabilitação neuromuscular e para proporcionar experiências mais atraentes aos pacientes durante as sessões de fisioterapia. A prática baseada em evidências continua sendo uma tendência forte na área. Fisioterapeutas estão buscando tratamentos e intervenções que sejam respaldados por pesquisas sólidas, garantindo a eficácia dos métodos utilizados. Em vez de focar apenas na reabilitação após lesões, os profissionais estão cada vez mais se concentrando na prevenção de lesões e condições. Isso envolve educação para a saúde, treinamento funcional e aconselhamento sobre estilo de vida saudável. A Inteligência Artificial pode ser usada para analisar grandes conjuntos de dados de pacientes e desenvolver abordagens de tratamento personalizadas. Algoritmos de IA podem identificar padrões e tendências que ajudam os fisioterapeutas a otimizar os planos de tratamento, por exemplo. A biorrobótica envolve a fusão de tecnologia e biologia para criar soluções de reabilitação avançadas, como exoesqueletos robóticos que auxiliam no movimento e na recuperação de pacientes com deficiências físicas. A compreensão crescente da neuroplasticidade do cérebro abre caminho para abordagens mais eficazes na reabilitação neurológica. Técnicas que estimulam a plasticidade cerebral podem melhorar a recuperação após lesões cerebrais.
BLOG DO ANDERSON: Quais as oportunidades com maior empregabilidade?
Kelly Bomfim: A maior empregabilidade é na área hospitalar, nos centros/clínicas de reabilitação e Home Care. Contudo, como falei anteriormente, a população está em processo de envelhecimento, assim, a saúde da pessoa idosa está em alta.
BLOG DO ANDERSON: Na Unex, quais os diferenciais do curso?
Kelly Bomfim: A nossa instituição possui uma excelente infraestrutura, espaços amplos e arejados, laboratórios para as práticas tanto das disciplinas de formação básica quanto específica, e laboratórios de habilidades; o curso de Fisioterapia está inserido na Policlínica da instituição, onde a população é atendida, e os nossos estudantes têm a oportunidade de consolidar o seu aprendizado e habilidades; e o mais importante, tem professores capacitados, atualizados, comprometidos e engajados. Incentivamos e promovemos a pesquisa e a extensão, através da oferta de vagas para iniciação científica e monitoria, com bolsa e de forma voluntária, a cada semestre variadas e diversificadas atividades de extensão são planejadas e desenvolvidas.
BLOG DO ANDERSON: O que torna a matriz curricular da instituição distinta?
Kelly Bomfim: A metodologia ativa proposta para a significação da aprendizagem (autoaprendizagem), culminou na inovação de um currículo contemporâneo que, além da perspectiva do cuidado em todos os níveis de atenção e da integralidade da assistência, propicia ao dia a dia do curso, a responsabilidade social e o compromisso com a cidadania, enquanto promotor da saúde integral do ser humano. Na estrutura curricular do curso de Fisioterapia foi prevista a flexibilidade, a interdisciplinaridade, interprofissionalidade, a acessibilidade metodológica, evidenciando articulação da teoria com a prática e a oferta optativa da disciplina de LIBRAS. A nossa matriz proporciona um processo de ensino-aprendizagem centrado no estudante, incentivando sua busca pela autonomia e responsável pela sua aprendizagem. Os estudantes são apresentados precocemente aos princípios fundamentais do SUS, que fomentam a preocupação com a garantia aos Direitos Humanos à Saúde através de estratégias que facilitarão a inclusão da comunidade e dos discentes, o acesso e a permanência de deficientes e indivíduos das mais diversas realidades, valorizando a formação com foco na educação dos direitos humanos. Cabe ressaltar que o curso dará a devida importância às questões relacionadas à Saúde e a Educação Ambiental.