Conquista cidade aberta

 Por Paulo Pires 

Fato evidente [e louvável] no cotidiano de Vitória da Conquista é o empenho de quase todos os seus segmentos discutindo questões relacionadas ao município. As hipóteses que se constroem como respostas às nossas demandas e propostas, mesmo que não sejam brilhantes, são dignas de louvor. Apela-se, em muitos casos, para o bom senso. Este, conforme observa Descartes na página inicial do seu Discurso sobre o Método: “… é a coisa melhor dividida no mundo, pois cada um se julga tão bem dotado dele que ainda os mais difíceis de serem satisfeitos em outras coisas não costumam querê-lo mais do que tem”.  Na realidade quase todo mundo dá pitacos sobre a cidade. Consideramos esse fator como algo positivo. Discute-se sobre o que está bom, sobre o que nos falta, quais são nossos erros, nossos acertos. O que deveríamos ter feito e o que precisamos fazer. Quais são os problemas mais urgentes?   Como e o quê  exigir para que o gestor municipal tome decisões acertadas e urgentes em relação ao bem estar do povo?

“Não estão nem aí…”

Por Jeremias Macário

– A saúde está zerada, no descaso total. Não aguento mais. Estou no limite máximo. Estou sobrecarregada e eles (diretores, governantes e políticos) não estão nem aí para a situação. Os médicos não querem mais trabalhar na saúde pública.

É o desabafo de uma médica (Dra. Renata) num dos hospitais no Rio de Janeiro, dedo em riste e aos gritos frente às câmaras de uma rede nacional de televisão, mas não teve repercussão além disso. O eco da sua voz ficou ali naquele recinto sujo, misturado aos lamentos dos pacientes que apoiaram o protesto. A dor do próximo não importa mais.

    Devem estar dizendo: mais uma vez! É isso, novamente volto a falar do quadro caótico da saúde no país, onde o Congresso Nacional é o mais caro do mundo; um boi de Alagoas tem o preço mais alto; e uma casa, em Goiás, tem uma negociata mais enrolada, de difícil entendimento.

MCMP destaca Meio Ambiente em protesto

Na semana Mundial do Meio Ambiente, o presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), André Cairo, saiu às ruas de Vitória da Conquista em protesto. “A manifestação é um alerta aos Governantes da Terra, para os avisos da natureza, reagindo com fúria quando afetada, destruindo tudo com facilidade, e que sentem para decidir, como no seu Planeta, em perfeito equilíbrio, onde decisões chegam prontas nas mesas, sendo votadas, sem adiamento, presença de ego, nem blá, blá, blá”, disparou o ativista. O MCMP destacou o Cacique Seatle, da Tribo Duvamish, que escreveu uma carta a Franklin Pierce, Presidente dos EEUU, em 05 de junho de 1854, fazendo exigências ecológicas e espirituais, caso vendessem suas terras, sendo instituído o Dia Mundial do Meio Ambiente. “Não é possível Governantes da Terra permitirem que o Planeta chegasse nesta situação comprometedora e alarmante, onde saneamento, arborização, água, higiene, limpeza, despoluição, qualidade de vida, alimento, proteção aos animais, etc. São indispensáveis, permitindo o poder econômico e a corrupção interferirem em seu equilíbrio. A gazela desperta ao nascer do sol, pedras com dinamite”, concluiu Cairo que fixou os protestos no Monumento em Homenagem ao Índio com as colaborações de Leonardo Carqueija e Vera Soeiro.

Fotos: Blog do Anderson

Bahia: Mais do Mesmo a Pior

Por Tiago Fonseca Nunes

Sabemos da notoriedade que Salvador desfruta da opinião pública (leia-se turistas) no que diz respeito aos seus “cantos, encantos e axé”. Vislumbra pelo sincretismo religioso, pela batida dos atabaques, pelas baianas de acarajé, pelo carnaval (ah, “o baiano é carnavaaaal!”), pelo gingado e pelo berimbau. E só! Entretanto, quem de fato identifica as deficiências que a cidade – primeira capital do país – carrega, é o povo soteropolitano. Esse sim é ciente de que o período que estamos passando é de total descrença no que se vê e se escuta. Mas até quando? Enumerar os dissabores, mais gritantes, pelos quais vivenciamos cotidianamente é tarefa fácil, chegando a ser trágico ver o quanto a Bahia padece.

Pequenas Notas

Bola pelas costas

Por Paulo Pires

O futebol sempre foi um excelente fornecedor de expressões lingüísticas para o brasileiro entender um pouco do que se passa em nossa política. Dito isso, pode-se dizer que a expressão “bola pelas costas” ajuda ao povão, ou seja, contribui enormemente para que as grandes massas entendam o momento atual de nossa política como um todo. Ajuda também  na compreensão  particular da política nesta cidade de Vitória da Conquista. Política é um cenário disforme, controverso, mutante.  Exige dos seus agentes muita perspicácia, muita acuidade visual senão perde-se a perspectiva do que se passa diante de nossas vistas. Os instantâneos políticos já foram comparados a estrutura das nuvens. Política e nuvens mudam a cada segundo. A gente as olha e estão de um jeito. Um segundo depois ei-las totalmente diferentes. Cabe perguntar: Política é ciência ou ilusão? Ora, se levarmos em conta suas mudanças, diríamos que é mais sugestivo pensá-la como ilusão, algo transitório. Mas há discordâncias. Contrariando a maioria vale lembrar que existem muitos cursos de Ciências Políticas em nossas Universidades. Ciência, claro, também não é algo definitivo, mas pelo menos sustenta hipóteses durante algum tempo. O que hoje é científico pode não ser futuramente. Mas devemos assinalar que a transitoriedade da ciência não é tão acentuada quanto à da política. Muitos postulados científicos sobrevivem séculos. Em política, enunciados ou conceitos são insustentáveis. A maioria deles não resiste a uma hora quando submetidos à realidade dos fatos.

Butecando

Bar do Liu: Fígado e Sardinhas

Por Leonardo Tavares

Fígado. Em Conquista, nos botecos, é fácil encontrar essa iguaria e mais fácil ainda de encontrar quem retorça a cara ao falar “Disso eu não gosto”. Acho que porque nunca comeram esse, um dos melhores Fígados da cidade, em minha opinião. O endereço? Quase em Frente ao estádio Edvaldo Flores, subindo a Av. Bruno Bacelar, no comecinho do Alto Maron. Lá, amigos se reúnem para papear e, seja com Cerveja (no estilo Boteco) ou uma pinga temperada, para comer o carro chefe da casa.  Estreia hoje, na Coluna do Butecando, o Bar do Liu, que tem Liu como proprietário (sério?! Não brinca), pessoa de personalidade tímida, mas cordial e resenhista, se você puder fazer parte de seu ciclo de amizades. Os mais chegados têm lugar cativo no mural de fotos que fica exposto no bar, eternizando momentos de descontração e visitas ilustres. Flamenguista de coração e dono de um tempero sem igual, ele está sempre apto a servir seus clientes. Do Balcão para as mesas é um pulo, mas há quem fique por lá mesmo… Às vezes, se senta perto do freezer e às vezes na calçada – nada disso importa. Na TV pode estar passando DVDs ou mesmo novela – ninguém presta atenção. A ordem é papear e quem sabe – se der sorte – você pode encontrar, na estufa, a famigerada sardinha frita à milanesa que, com limão, é ótima pra acompanhar a cerveja. O bar funciona de Terça a Sábado de dez da manhã às dez da noite, mas isso depende do humor do dono que costuma por pra fora a galera do “Fica mais Tarde”. Lê-se: os Mais chegados e cativos no Mural.

As eleições de 2012, o parlamento e a ética na política

Por Waldenor Pereira

A relativa proximidade das eleições municipais gerais de outubro estimula a reflexão sobre o funcionamento do Estado democrático de direito que estamos construindo no Brasil, sobre seus méritos e suas insuficiências, particularmente no que diz respeito à lisura da representação política e ao correto funcionamento da máquina pública. A consolidação do Estado democrático sempre esteve no centro das preocupações do PT e é, rigorosamente falando, uma das principais razões de existirmos como partido. Meus correligionários e eu nunca devemos esquecer disso. O primeiro desafio que enfrentamos é o de encontrar o meio termo que nos permita valorizar o que já alcançamos em termos de avanço institucional sem que isso nos leve a subestimar o muito que ainda nos resta fazer. O certo, contudo, é que, apesar de todos os avanços, pouco a pouco volta a se disseminar pela sociedade o sentimento de que a esfera política não funciona à altura do que nossos concidadãos anseiam e merecem. Certamente uma parcela desse sentimento advém de setores sociais que perderam privilégios com o aprofundamento da democracia e o fortalecimento das demandas populares. Mas seria um sério erro descaracterizar, por conta disso, a preocupação ética legítima que se espalha pelo país.

Quando o medo de perder a eleição ultrapassa a razão

Por Diêgo Gomes

Diversos articulistas que apóiam o governo municipal, por medo ou receio de discutir os problemas de Vitória da Conquista, vem atacando constantemente a oposição na cidade. O motivo é bem simples: o medo real de perder as eleições de 2012 justamente para a oposição. Silenciar sobre a pior educação e uma das piores saúdes públicas do Brasil, levando-se em conta as maiores cidades do país, é tentar tapar o sol com a peneira. Sem falar de outras questões. Esses temas virão à tona na campanha eleitoral e esses mesmos articulistas/governistas vão tentar mudar o foco e dizer que o governo só tem, só tem, isso mesmo, só tem 15 anos ininterruptos no poder e que não puderam resolver os problemas dos outros 157 anos (sem contar o período de Arraial da Conquista) de existência da cidade por culpa da oposição.  Para eles a cidade as mil maravilhas nasceu em 1997. O que não se encaixa nesse conceito, faz parte do “passado”. Ao falar do SUS, poderiam explicar a população conquistense porque o CEMAE e CEMERF foram construídos numa região onde as pessoas pouco precisam realmente do SUS. Por que não tê-lo construído na zona Oeste da cidade ou em local onde a população carente que utiliza os serviços é maioria?

O fracasso da Oposição Conquistense

 

Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive para a
Política ou se vive da Política. Nessa oposição não há
nada de exclusivo. Max Weber

Por Carlos Costa

Uma das razões por que o Partido dos Trabalhadores administra Vitória da Conquista há mais de quinze anos é a fragilidade da oposição. A mesma passa três anos em total estado de latência e quando se aproxima as eleições se agrupa tal quais os habitantes da Arca de Noé. É uma oposição demagoga e sem nenhuma criatividade. Há quatro anos, o radialista Ficha Suja não conhecia sequer o interior do nosso município, então, próximo ao período eleitoral, começou a percorrer a zona rural levando uns “pernas de paus” para realizarem peladas por onde passavam.  Sexagenário, o desalentado radialista se aventurava jogar mesmo não possuindo nenhuma intimidade com a bola. Há muito tempo que a oposição à administração do prefeito Guilherme Menezes está perdida, sem rumo e sem um discurso capaz de empolgar o eleitorado. Prova disto são os encontros que o radialista Ficha Suja está promovendo para ao menos unir os dinossauros da política conquistense que lutam com todas as forças para continuarem ao menos em evidência.

Butecando

Bar de Kerry: buchada, cerveja e resenhas…

Por Leonardo Tavares

Em Vitória da Conquista se faz presente essa agradável e tradicional cultura de bar. Existem aqueles em que somos obrigados a desfilar nossas melhores roupas, podemos fazer uma boa refeição e pagamos um pouco mais caro pela qualidade – também pelo status. Sapatos lustrosos e bochechas rosa com aquele ar de importância. E, claro, temos que sair antes de a bebida começar a fazer efeito. Seja a próxima parada ou o primeiro destino, todos são bem-vindos quando chegam às portas dos queridos botecos. Há quem se recuse a entrar. Há quem chame de nojento. Há também quem queria outro petisco se não a tripa de porco (com farofa). Mas não há quem não reconheça a atmosfera aconchegante que brota dali. Os freqüentadores, na maioria das vezes, não apenas freqüentam. Eles já são amigos dos garçons, trocam piadas com o dono, sentam-se na mesa como se estivessem na casa de sua mãe. Essa coluna é para lembrar desses queridos lugares e tem como intuito indicar para vocês iguarias, particularidades e amenidades encontradas por lá. E, no meio de tanto boteco bom, decidir fazer minha estreia no Diário do Oprimido com o Bar de Kerry. Se é para falar de iguarias que chamam minha atenção, não tinha como começar de outro jeito.

Academia do Papo

 A morte e o desaparecimento do gato Simba 

Por Paulo Pires 

Em uma daquelas casas compridas da Rua dos Fonsecas, final de uma dessas tardes calorentas de outono, pude acompanhar de perto, com a discrição que a ocasião exigia, uma reunião extraordinária realizada por um grupo de pardais. O objetivo daquela reunião, segundo o único ponto da pauta, seria estabelecer um plano ou planejamento estratégico para “acabar de vez” com o gato Simba. O grupo constituía-se de uns vinte membros. Minha presença àquele conclave foi obra do acaso, mera coincidência. Encostei o carro embaixo da mangueira da casa e, sem querer, comecei a ouvir pipilos estranhos, chilreios renitentes e uma algazarra prá lá de cabeluda.  O som que vinha dos passarinhos reunidos embaixo do pé de acerola não era o mesmo dos dias normais. Curioso com o barulho anormal me aproximei na ponta dos pés e pude ver o que estava acontecendo.  Lá estava aquela renca [ou seria penca?] de pardais reunidos em uma congregação frenética.

André Cairo na Parada Gay

Foto: Blog do Anderson

O ativista André Cairo, presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP) confirmou presença na III Parada do Orgulho de ser LGBT, que acontece nesse sábado (19) em Vitória da Conquista. Depois de levar o BatGay e o Gaysão, André Cairo vai com o seu mais novo personagem: Sergay Napara Donna, o criador do Forró Gay.

André Cairo incorpora Ânten Naddo Cósmico

O ativista André Cairo, presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP) levou mais um dos seus personagens às ruas de Vitória da Conquista na manhã dessa terça-feira (15). Ânten Naddo Cósmico fez um alerta maiêutico aos Governantes da Terra, contra agressões à natureza e atitudes decisivas. Confira as imagens registradas pelo Blog do Anderson.

Fotos: Blog do Anderson

O pedestre e as calçadas de Vitória da Conquista

                                                                                                                                    “No meio do caminho há uma pedra.

    Há uma pedra no meio do caminho!”

 Carlos Drummond de Andrade

 Por Carlos Costa

Vitória da Conquista tem sido destaque a nível nacional como uma das cidades do Brasil com maior quilometragem de ciclovias e ciclofaixas. A introdução desses dispositivos de acessibilidade urbana melhorou consideravelmente o trânsito dos ciclistas em nossa cidade e reduziu o número de acidentes envolvendo usuários de bicicletas. Se ainda ocorrem acidentes envolvendo ciclistas, os mesmos acontecem em logradouros que ainda não possuem ciclovias, por exemplo: as avenidas Brumado, Pará e Alagoas. Se por um lado a nossa cidade trata bem os nossos ciclistas, o mesmo não acontece em relação aos nossos pedestres! Segundo a definição dos dicionários da Língua Portuguesa, CALÇADA é um caminho pavimentado para pedestres, numa rua, geralmente limitado por meio-fio. Não faz muito tempo, a calçada tinha o bucólico nome de PASSEIO. Infelizmente, hoje os nossos passeios além de feios, cheios de buracos e de osbstáculos servem para tudo, menos para a circulação dos pedestres.

Seca, lixo, fogo, energia e destruição no Sudoeste

Por Jeremias Macário

Em “O Sertão Chora”, canta meu companheiro e amigo Wilson Aragão, lá das terras da minha querida Piritiba. Na canção, ele diz que as mulheres morrem de parto na mão de uma parteira. Vem a chuva e nada melhora. As escolas desmoronam… As criancinhas engrossam o exército da ignorância…Lembrei da sua canção de lamento e protesto quando viajava semana passada para Guanambi, numa visita ao meu amigo jornalista catingueiro João Martins, da revista “Integração”, que logo completará 20 anos de circulação. Denuncia o cantor e compositor, que o povo é escravizado no açoite do couro cru.  No sofrimento, os sertanejos nutrem a esperança de um milagre de Jesus. A seca que abate a gente e tira a comida da mesa… O sertanejo resiste como pau Pereira. Na seca politicagem, os homens são tratados como se fossem boiada, e a vida nada vale – brada a voz de Aragão.

Porque Guilherme se elege no primeiro turno?

Por Justo Leal/Paulo Pires

Clóvis Flores,  ex -provedor da Santa Casa, ex-vice prefeito e ex-deputado estadual depois de observar o cenário político de Vitória da Conquista, face as eleições que ocorrerão em outubro de 2012, não tem mais dúvida: Guilherme Menezes será eleito no primeiro turno. Creio que todos os eleitores desta cidade,  aqueles que veem Politica  sem paixão ou ódio, concordam em número, gênero e grau com as observações de doutor Clovis: Guilherme ganha a eleição no primeiro turno e é oportuno que isso ocorra. Não podemos gastar tempo nem dinheiro com o que é óbvio.

André Cairo quer melhorias para Conquista

Foto: Ascom /Câmara 

Na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vitória da Conquista (HGVC), na sessão desta quarta-feira (25), o presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), André Cairo, apresentou o que chamou de plano emergencial para resolver o problema do abastecimento de água em Vitória da Conquista. Segundo Cairo, a solução emergencial  seria transpor  água do Rio Catulé para o rio Água Fria, trabalho de um mês,  e  a construção de mais açudes na zona rural. O ativista também falou sobre as deficiências na área de saúde pública, especialmente os problemas enfrentados pelo Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC). “Queremos um atendimento digno no Hospital de Base”, disse. Acessibilidade em locais públicos, poluição sonora e visual, falta de infraestrutura adequada nas ruas da cidade, construção do novo aeroporto, reforma da Central de Abastecimento, revitalização do monumento em homenagem a Glauber Rocha  e criação de um porto seco foram assuntos abordados pelo presidente do MCMP.