Por Murillo de Aragão
Ao criar o PSD, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, traçou a seguinte estratégia: atrair parlamentares de outros partidos no Congresso e “engordar” a bancada de sua legenda (objetivo que foi alcançado), além de utilizar as eleições municipais para fortalecer o PSD nacionalmente a ponto de torná-lo um player importante para 2014. O objetivo de Kassab de transformar o PSD num partido de grande estrutura, a exemplo de PT, PSDB e PMDB, pode ter ficado comprometido depois de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ter dado parecer contrário, na semana passada, ao pedido do PSD de receber já a partir deste ano uma maior fatia dos recursos públicos destinados aos partidos políticos. Criado no ano passado, o PSD quer ter direito a verbas do Fundo Partidário proporcionais aos votos recebidos nas eleições de 2010 pelos políticos de sua atual bancada. De acordo com o parecer de Gurgel enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os votos obtidos por seus filiados devem ser computados nos partidos dos quais eles faziam parte em 2010, quando foram eleitos. O documento representa a posição do Ministério Público sobre o tema, que ainda será julgado pelo TSE, o que não tem data para acontecer. O Tribunal, no entanto, pode decidir a questão de forma diferente.