Direto da Praça

Paulo Pires

Quem está certo?

Um crítico de literatura certa ocasião se aproximou de Gabriel Garcia Marques e confessou ficar impressionado com a plasticidade e a paleta criativa da obra do ciclópico colombiano. Enalteceu sua excepcional capacidade de criar exuberâncias estéticas destacando: “sua habilidade descomunal para inventar situações inusitadas, tudo beirando ao surrealismo”. Gabo – como era chamado pelos íntimos – respondeu com a tranqüilidade de sempre: “O senhor não conhece meu país. Tudo que coloco em minhas obras referente à Colômbia, realmente acontece. Nada é surrealista”.

Academia do Papo

Paulo Pires

Os meninos da Rua Paulo

Acabo de ler no Blog de Anderson que o Teatro Carlos Jeovah vai exibir a partir da semana que vem uma seqüência de filmes de faroeste, ou como dizíamos antigamente: “Um montão de filmes de coboy”. Não sei se terei tempo ou paciência, mas vou me esforçar para assistir a alguns.

O tempo passou e as diligências também. O Cine Conquista fechou o mesmo ocorrendo com o Glória, Madrigal, Eldorado e Trianon. O Ritz nem se fala. No início dos anos 70, Conquista possuía cinco ou seis cinemas. Por incrível que pareça, hoje só temos uma sala de exibição na UESB (Janela Indiscreta) e mais duas no Shopping Conquista Sul. Todos os nossos velhos cinemas foram para o espaço. Não podemos deixar de lembrar que cada um deles funcionava com linhas e produções temáticas diferentes. O Glória, por exemplo, exibia muitos caubóis açucarados, principalmente interpretados por um ator americano, de baixa estatura, cara de chorão que aparecia nos filmes cheio de roupas apertadas chamado Audie Murphy. O Glória também era “chegado” a exibição de filmes – ou películas, como dizem os mexicanos – da Pelmex. A maior sensação dos astecas para nós, meninos de Conquista, era um lutador mascarado chamado Santo e seu genial conterrâneo Mário Moreno, mais conhecido mundo a fora como Cantinflas.  Este simpático humorista juntamente com o lutador mascarado eram verdadeiramente falando, nossos grandes ídolos. Como dizia Lilico: Tempo bom! Lembro daqueles filmes e daquela época com uma nostalgia lírica quase poética.

Direto da Praça

O Roubo da História

Paulo Pires

Uma das coisas mais impressionantes nos Países Centrais e respectivas sociedades é a incrível vocação para olvidarem o que ocorre em outros lugares e suas dedicações exclusivas somente ao que ocorre em seu derredor.

Se não aconteceu em Nova Iorque pouco interessa. Tudo gira ao redor deles, com eles, para eles. Não ouvem ninguém, não vêem ninguém, os outros não interessam. O que lhes importa é a sua satisfação pessoal etnocêntrica e que tudo o mais vá pro inferno.

PARADA GAY: André Cairo dançou na avenida fantasiado de Bat Gay

O presidente do Movimento Contra a Morte prematura, André Cairo, participou da 1ª Parada do Orgulho de Ser LGBT que levou cerca de três mil pessoas às ruas de Vitória da Conquista na tarde deste sábado (17). Com passos ensaiados, o ativista que saiu de Batman com uma placa com a frase “Gay não, Batgay”, dançou e chamou a atenção de muita gente. ““Este evento foi importantíssimo, pois a pior doença é o preconceito e a discriminação, todos nós somos iguais, mas temos que respeitar as diferenças. Todo homem é livre de escolher o que ele quer ser”, disse Cairo.

Futilidades ou um deserto de idéias

Por Ezequiel Sena

A dimensão com que são divulgados certos fatos pelos telejornais hoje em dia se propaga com tanta velocidade, cuja dinâmica supera qualquer parâmetro da compreensão humana. O mundo mudou é verdade, como também as pessoas e os costumes, mas não dá para aceitar com naturalidade o que é ofertado pelos meios de comunicação como algo sublime ou modelo comportamental.  Sinceramente, acho isso uma idiossincrasia fútil e absurda. Ou será que vivemos em uma época onde se verbaliza a frase do ministro e diplomata Oswaldo Aranha, (1894-1960), dita há mais de cinco décadas que “o Brasil era um deserto de homens e ideias”. Certamente nos transformamos em pessoas pós-modernas, sem ao menos entender o que isso significa; tornamo-nos twitteiros, blogueiros, cibernéticos, contudo não passamos disso. E se não tivermos o equilíbrio necessário, entraremos na onda de ficarmos alienados, uma vez que tudo isso tanto atrai como fascina.

Direto da Praça

Dilma e Serra: semelhanças e dissemelhanças

Por Paulo Pires

O presidente Lula da Silva, alternando atitudes sectárias com momentos de discutível imparcialidade, afirma vez por outra que dada a qualidade dos candidatos, o Brasil contará com um bom presidente seja quem for o eleito [ele se refere evidentemente a Dilma e Serra].   Para esclarecer esta afirmação  – e aí ele não consegue esconder justificável jactância – diz: o futuro presidente ou a futura presidente, diferentemente do País que ele, Lula, pegou, encontrará uma Nação arrumada. Alguns certamente discordam ou discordarão do senhor Lula. Outros, como eu, em tese, concordamos com a afirmação do presidente. Em 2002, no dizer de doutor Delfim Neto e outros renomados economistas, o país estava literalmente quebrado [estava mesmo!]. Contas públicas estouradas, endividamento enorme, déficit fiscal gigantesco, salário mínimo de 78 dólares, reservas monetárias zero, política cambial na contramão, relações internacionais e comerciais voltadas em sua maior parte para os EUA, equívocos por cima de equívocos. Um dia, doutor Fernando Henrique perplexo com a situação não agüentou e fez uma declaração patética: “Este país é ingovernável!”.

Direto da Praça

Paulo Pires

Introdução mirim a dois assuntos palpitantes

1)    Complexo de inferioridade

Com o relançamento do livro O Cinematógrafo de Paulo Barreto – cronista João do Rio –  o povo brasileiro pode fazer um breve exame de como se comportavam nossos conterrâneos ao final do século 19, início do século 20. Diz o aclamado cronista que notava nos compatriotas verdadeiro desprezo pelo País. Alguns representantes das classes mais abastadas proclamavam escancaradamente que conhecer o Brasil era inútil, afirma com desilusão o escritor.

Direto da Praça

Paulo Pires

Por Paulo Pires

Dorme Sujo

Um leitor do blog de Herzem disse que não agüenta mais chegar em casa e sequer lavar o rosto. Ele mesmo se autodenominou de Dorme Sujo. Juro que há tempos não ouvia esta expressão e fiquei alegre em saber que pelo menos algumas pessoas de nossa velha Conquista não se esqueceu de utilizar termos que criamos para designar certos ocorrências e situações em que somos vitimas.  Dorme Sujo, essa é boa, não? O fato é que a falta de água que estamos vivenciando nesta primeira semana de abril de 2010, nos leva a concluir sobre a importância desse líquido. Água definitivamente é Vida. Não existe vida sem água. 

Os degraus da capacitação

Por Ítalo Brito

Quanto mais capacitado você for maiores serão suas possibilidades de vencer. Os desafios dos últimos tempos frente aos avanços da humanidade com suas imensuráveis conquistas nos remetem a necessidade de estarmos antenados com todos os progressos sociais, econômicos e profissionais. Somente percorrendo os caminhos da evolução do conhecimento, que de forma dinâmica desafia os indivíduos a uma busca continuada por ferramentas inteligentes, as quais os habilitam a impactar e encantar a todos, demonstrando assim a maestria do seu talento como um diferencial competitivo que torna possível ao competente trilhar um caminho ou uma carreira de sucesso.

Academia do Papo

Que alivio…!

Por Paulo Pires

Neste último final de semana, após ser acometido de um pequeno acidente doméstico [queda], fiquei praticamente imobilizado e como sou um sujeito meio inquieto, resolvi, sem quê nem por que, verificar se o Google faz alguma referência à minha pessoa. Qual não foi minha surpresa aconteceu aquilo que eu já esperava: O Google desconhece minha existência. Não posso dizer de minha frustração. Mas pior que isso foi o que o corretor ortográfico fez com o grande Ariano Suassuna. Em um texto do grande escritor onde aparecia Suassuna o corretor mandou substituir por Assassino. Foi ou não foi pior? É melhor ser anônimo do que ser assassino.

Direto da Praça

 Nós e Eles: O lado positivo de um Balaio de Gatos

Por Paulo Pires

O jornalista Herzem Gusmão usou em comentário recente, uma expressão político-partidária que deve ter deixado o pessoal do PT baiano chateado: PT- CARLISTA. Isso mesmo. Eu diria aos que ficaram chateados, que não fiquem assim.  Isso é perda de tempo. A expressão “trazida ou inventada” por Herzem é fiel aos fatos e por causa disso não merece reprimendas. O PT da Bahia albergou em seu alinhamento um conjunto de políticos criados, educados, doutrinados e destacados na política baiana e nacional dentro das concepções políticas do lendário corifeu udenista Antônio Carlos Magalhães. Qual é o mal de outrora eles terem integrado o Carlismo? Não vejo nada de anormal nisso.

Direto da Praça

Paulo Pires

Terrorismo. Que terrorismo?

Os acontecimentos da manhã desta segunda feira (29/03/10), em Moscou, exprimem o verdadeiro significado de como a grande imprensa internacional trata das questões relacionadas ao domínio e contradomínio de certos Povos contra determinados Povos. Apesar de o mundo já estar vivendo há 10 anos o século 21 da era cristã, ainda existem povos dominando outros e os dominadores acham-se no direito de fazê-lo, como se isso fosse uma determinação que Deus lhes concedeu.  O que aconteceu nesta segunda feira fez com que essa grande imprensa estampasse com letras de pavor que Moscou foi mais uma vez (?) vitima do Terrorismo. Ora, ora, terrorismo… Quem acompanha o noticiário político do planeta sabe com mediana clareza que a coisa não é bem assim.

Direto da Praça

Paulo Pires

Uns 10 Mandamentos

Ontem uma amiga enviou um e-mail criticando alguns textos que escrevo e asseverou que sua avaliação se sustenta em constatações de que a maioria das minhas abordagens não apresente ou aponte caminhos ou mesmo tons afirmativos para questões que gosto de trazer a tona.  Por uma questão de justiça, não deixo de lhe dar razão. Ocorre apenas um pequeno detalhe: Os meus comentários não se propõem de forma alguma a ser judiciosos e arrogantes. E diria ainda em relação a esse tipo de critica, que mesmo quando tenho certeza de alguma coisa, jamais a defendo com veemência. Esta lição me foi ensinada por um grande sábio: “Existe mais coisas entre o Céu e a Terra do que possa imaginar nossa vã Filosofia”. Só os sonhadores e ingênuos são judiciosos, sentenciosos, terminativos…

Direto da Praça

Além da serra do Peri Peri                                                       

Por Paulo Pires

Na coluna anterior, afirmei com base nas informações e em parte da pequena literatura ao meu alcance que a questão das drogas e as tentativas de solução ou redução para ela, não podem ser ou ter a abordagem ingênua que estão se lhe dando.

Algumas pessoas me contestaram esbravejando sobre o desserviço que estou prestando, fazendo-me duras críticas quanto ao tipo de análise que expus. Algumas chegaram a ridicularizar minhas informações chegando a considerá-las como megalomaníacas. Penso ser necessário esclarecer algumas coisas.

No dia da água o ambientalista André Cairo diz não ter nada a comemorar

Exatamente na semana em que a Organização Mundial de Saúde, as redes ambientais e as comunidades das águas comemoram o Dia Mundial da Água (22 de março) temos as piores manchetes relacionadas ao precioso líquido.

Em Vitória da Conquista o presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), André Cairo, vem há décadas cobrando das autoridades e passando educação ambiental em Vitória da Conquista. Confira a entrevista concedida ao Blog do Anderson.

Som de shows durante a madrugada incomoda moradores em Vitória da Conquista

Ambientalista exige o cumprimento da “Lei do Silêncio”

Moradores vizinhos ao Parque de Exposições Teopompo de Almeida estão revoltados com a poluição sonora produzida durante a madrugada, com a realização de shows ao vivo na área de eventos. O último show ao vivo no parque ocorreu na noite deste sábado (19), com a banda “Cacau com Leite”. Vizinhos ao estabelecimento dizem que o barulho se estendeu até depois das 4 horas da madrugada do domingo. Os moradores querem que a Prefeitura não autorize mais eventos desse tipo no local, infringindo a lei do silêncio após as 22 horas. Além dos inúmeros prédios de apartamentos e instituições de ensino existentes no entorno da área, a região conta com vários bairros residenciais.

O presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), André Barros Cairo, atesta que o barulho do último sábado, como tantos outros, vem perturbando o sossego público, prejudicando seriamente a saúde e o bem estar dos moradores circunvizinhos, entre outros mais afastados, com emissão de sinais acústicos elevadíssimos, obrigando pessoas de todas as idades a ficarem acordadas até o amanhecer, se deparando até com vibrações em suas residências, submetendo-se a problemas psicológicos entre outros, contrariando a legislação.

 “O MCMP e Comissão de Moradores estão encabeçando um abaixo assinado, para juntada a um vasto Dossiê, que será entregue a Coopmac, Ministério Público, Legislativo e Executivo Municipal para que eventos não ultrapassem às 22 horas, salvo seja construído um isolamento acústico obedecendo à resolução estadual 1.115, que disciplina a emissão de sons em zona predominantemente residencial. A Banda cantou, a galera dançou, enquanto as autoridades dormiam e os moradores em desespero, dançaram” , Alertou Cairo.

Direto da Praça

A geopolítica das drogas

Por Paulo Pires

Está chegando ao Brasil um livro do Sr. Alain Brousse, renomado estudioso francês em entorpecentes. Certamente vai interessar ao grande público. O trabalho é muito importante e trata de analisar a conjuntura de onde, como, quando, quem e por que as drogas tem se tornado um dos maiores problemas da Humanidade. Penso que a relevância desse do livro se impõe porque se realmente há um fenômeno que está deixando todas as pessoas, todas as sociedades no Ocidente vivendo clima de pavor, não há dúvida que este se associa a produção, circulação e consumo dessa coisa que ao meso tempo que entorpece milhões de pessoas deixa outros tantos milhões sem dormir. Se brincar esses números chegam à casa de bilhões de pessoas.

Junto com o lixo, o desemprego, a fome, as injustiças sociais e a habitação, as drogas parecem ser o carro chefe dos problemas neste início de século XXI. Parece que a questão se reduz apenas no Oriente ou Oriente Médio. Principalmente, em certas regiões e por causa de algumas religiões a coisa não é tão acentuada quanto a nossa em virtude de alguns governos [na verdade, Estados federais] terem resolvido – aparentemente – o fenômeno na base de leis extremas. Os mulçumanos, por exemplo, se forem pegos bebendo ou usando drogas de qualquer natureza podem ir até para a degola.

O mito e a realidade

Por Ezequiel Sena

Determinadas épocas notabilizam-se pelas atitudes revolucionárias dos seus jovens, são, portanto, períodos de mudanças que vem influenciando por décadas as novas gerações. Nunca é demais lembrar os anos 60, 70 e começo de 80 – mesmo contrapondo alguns estudiosos que garantem que a história humana nunca se escreveu em décadas e sim em séculos –, tenho cá minhas dúvidas, até porque foram anos de visíveis transformações e que merecem ser lembrados, não só pela quebra de conceitos e rebeldias, mas, principalmente, pela liberdade sexual das mulheres com o advento da pílula anticoncepcional, levando a romper paradigmas, modelar padrões e fazer o mundo enxergar valores jamais vistos. Sob o ponto de vista político foram eles ainda mais questionadores e inovadores em busca da liberdade de pensamento. Fatos incontestáveis. Tentar desmerecer isso é inadmissível; embora entenda que existe muito folclore a respeito, como um maldoso comentário feito dia desses na TV: – totalmente inconsistente e leviano –, notei mais desinformação do que conhecimento da história recente do nosso país, já que o mito e a realidade caminham juntos. Contudo, sem nenhum exagero, o que mais me impressiona é o ideal defendido por aquela geração perpetuando em nossas mentes até os dias de hoje.

Continuar avançando em novas conquistas

Por Eduardo Moraes

A primeira década desse novo século, e esse ano de 2010 em especial, será mais um marco na vida dos brasileiros, não só pela conquista do título do campeonato baiano para Vitória da Conquista, nem pela copa do mundo, mas sobre tudo em função das eleições para o executivo nacional e estadual, parlamentares e senadores. Os trabalhadores poderão continuar avançando se optarem pela eleição da primeira mulher a presidência do nosso país.

A humanidade em muito avançou em conquistas democráticas nos últimos cinco séculos. Vejam que até aqui foram necessários mais de 500 anos para que a classe trabalhadora em luta, freqüente e acirrada, contra os interesses da classe dominante conquistasse direitos trabalhistas, saúde, educação, trabalho digno, justiça, esta ainda frágil e titubeante ao assédio dos mais poderosos.