Direto da Praça

Paulo Pires

Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate

Corre pelas praças, campos e construções que alguns médicos pensam que são deuses e, pior que isso, alguns jornalistas não pensam, tem certeza. Ora, sendo assim, declaro estar me dedicando ao saboroso exercício de pensar que não sou mais humano: Sou um deus olímpico. É brincadeira? Estou me divertindo. Vocês não sabem como é bom ser um deus olímpico.

Agora vivendo espasmodicamente como essa fabulosa entidade, acompanho o desenrolar das eleições 2010 no Brasil com o maior cinismo [no sentido clássico do termo]. Fico ao lado de outros deuses e assistimos com frieza ao grande espetáculo. Sentimo-nos [como deuses que somos] espectadores super privilegiados. Em nossas observações, e gozando de absoluta neutralidade, palpitamos, sorrimos, destacamos e deploramos virtudes e vicissitudes da política e dos políticos brasileiros. De vez em quando penso como um ser humano, mas imediatamente volto a pensar como um deus olímpico. Nesta condição reflito: Ah, como é bom não disputar nada. Como é bom ficar distante de objetivos que os seres humanos ambicionam. Ah, como é bom!…

A alma da revolta e do preconceito

Por Ezequiel Sena

Não é de hoje que o preconceito contra os nordestinos existe e tem raízes no racismo, especialmente porque negros, mulatos e descendentes de índios compõem grande parcela da população das regiões norte e nordeste. Mas agora, outro aliado perigoso vem ganhando força inimaginável: a propagação de comunidades na internet com mensagens de hostilidade e de discriminação contra os migrantes dessas regiões. Recentemente jovens entre 18 e 25 anos, universitários, resolveram se unir a partir de um manifesto virtual, intitulado “São Paulo para os paulistas”. A ideia inicial partiu de uma jovem de prenome Fabiana, indignada diante da proposta de inserção da cultura nordestina na grade curricular de escolas públicas da capital paulista, decidiu redigir o manifesto com visíveis intenções separatistas.

André Cairo cobra melhorias para a cidade na Câmara de Vitória da Conquista

O presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), André Cairo, está de volta à Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vitória da Conquista, onde estará na manhã desta sexta-feira (13), cobrando ações dos legislados quando a revitalização das zonas comerciais e de feiras livres, construção do shopping popular, além ainda de segurança nos bairros da cidade.

Direto da Praça

Comentários desagradáveis

O primeiro encontra Caroline Giuliani, filha do ex-prefeito de Nova Iorque [Rudolph] flagrada em uma loja da cidade subtraindo uma maquiagem [roubar é um termo muito forte] no valor aproximado de 100 dólares. Que pena! Moça elegante, estudada, de repente tomada por um espírito cleptomaníaco. Feio, muito feio passar a mão nas coisas dos outros. Por que isso? Só Deus sabe explicar. Rica, dizem que também bonita, estudante em Harvard e ladra. Meu Deus! Onde iremos parar? Ou será que não? Deplorável…

Não dá para ficar indiferente

Ezequiel Sena

Atualmente, a realidade brasileira tem se mostrado pródiga em selvageria e dado um combustível estarrecedor aos holofotes midiáticos. Evidente que são fatos isolados que estão presentes em nosso cotidiano. Mas o que deixa a população perplexa e inconformada é a dimensão repetitiva de casos de violência-extrema. E o que é pior, transformou-nos em uma platéia boquiaberta, estarrecida e passiva diante de tantos episódios brutais que são mostrados pela TV. Parece até que a desgraça alheia é a programação preferida da mídia em geral, capaz de abalar e ridicularizar a nossa dignidade. Apesar de tanta indiferença, o ser humano não é indiferente. Intimamente, não admite tamanha insensatez ou insensibilidade. Estaríamos contagiados pela inércia, no sentido mais profundo da expressão, se não demonstrássemos indignação a todo esse estado de coisas que vem acontecendo em nosso País.

Em Vitória da Conquista orelhões com defeito vão parar na Justiça

Em contato com o Blog do Anderson no final da tarde desta segunda-feira (26), o presidente Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), André Cairo, informou que já está em tramitação na justiça, um processo de sua entidade contra a companhia OI, concessora da rede de telefonia pública em Vitória da Conquista. Segundo o presidente cerca dos 1500 telefones públicos instalados na zona urbana e rural de Vitória da Conquista, 1400 apresentam defeito. O problema foi relatado e encaminhado a central da empresa em Recife, capital pernambucana (veja aqui). Cairo informa ainda que um abaixo assinado que está em circulação pela cidade, já ultrapassou quatro mil assinaturas.

Há 21 anos o Serrano recebia o Flamengo em Vitória da Conquista

O ativista André Barros Cairo, presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), compartilha com os leitores do Blog do Anderson, umas imagens que segundo ele foi um dos momentos históricos que aconteceu em Vitória da Conquista. Foi no dia 2 Julho de 1989, com o Estádio Municipal Lomanto Junior lotado durante uma partida de futebol entre o Flamengo e o Serrano. Presente no campo, o ativista erguia uma faixa anunciando uma Manifestação Contra a Violência no Trânsito para o dia 23 de julho de 1989. 

“Isto significa que o MCMP tem 21 anos de existência, ultrapassando 187 conquistas, e relevantes serviços prestados à comunidade de forma desprendida, palestras sobre 12 temas, além do Ambientalista do MCMP ter criado 35 personagens em defesa da vida, do meio ambiente, trânsito, da economia, da segurança etc., tendo participado do Programa do Jô, no Via Brasil, na Globo News com produção do Jornalismo da TV Sudoeste, já com novo personagem que sairá às ruas nos próximos dias, valendo ressaltar, que o Movimento tem respeitabilidade significativa, com expressivo apoio da Imprensa, inclusive circulando todo o planeta através da Globo, Record, SBT, Revista VEJA, Rádios, Jornais, Blogs, Internet etc., agradecendo o expressivo apoio, nesses 21 anos que se passaram, com propósito contínuo, ilimitado, nos fundamentos da consciência, lógica e razão”, disse Cairo em nota enviada ao Blog do Anderson.

Foto: JC d´Almeida

Academia do Papo

Uma crônica mal humorada

Paulo Pires

Encontrei-me com Carlos Cansadinho e [inicialmente] quase morri de rir das maluquices desse grande amigo. Achei-o corado, bem vestido e com os sapatos limpos [tipo do sujeito que está se dando bem na vida]. O cabelo brilhando, cheio de gel [o cara tá folgado] e um jeito que deixa transparecer que as coisas vão bem. Perguntei-lhe pelos terrenos e ele abriu um sorriso largo. Depois franziu a testa e deixou escapar um muxoxo, cuja sonoridade chegou até a mim. Perguntei-lhe qual o problema. Aí Cansado pegou pressão e começou a falar mal de um monte de coisas e pessoas. Prá começar, claro, do governo. Disse que o Brasil ainda é muito injusto com os pequenos empreendedores [isso é verdade].  Retruquei-o dizendo que aos poucos as coisas estão melhorando. Ele disse: nem tanto, nem tanto, meu caro. Nisso começou a destilar todo o veneno contra os grandes empreendedores, para os quais, segundo ele, nunca faltam financiamentos [isso também é verdade]. Aos poucos começou a revelar e criticar aspectos de um Sistema [o capitalista] que eu há muito também censuro. A seguir transcrevo quase fielmente o que ele disse e confesso concordar com as suas opiniões. Vamos a elas:

Direto da Praça

Tempos difíceis  

Paulo Pires

Sem querer plagiar Dickens, diria que estamos de mal a pior nesses dezenove dias do mês de julho de 2010. A Copa do Mundo acabou e quem levou o caneco foi a Espanha [merecidamente].  Saímos do Torneio em sexto lugar. Após o término da Copa o senador Cristóvão Buarque disse que deveríamos ficar alegres com isso. Ocorre que não. Ao contrário, estamos tristes com nossa colocação. Reiterou o senador – que parece pouco entender da paixão do brasileiro pelo futebol – que deveríamos ficar triste mesmo é com a nossa classificação no Ranking Mundial da Educação: Octogésimo quinto lugar. Isso mesmo. Estamos numa posição educacional inferior a 84 países do mundo. É mole ou queres mais? Deus há de tomar conta do Povo brasileiro.

Direto da Praça

Roubarié, Sacanié e Liberté

Paulo Pires

Paris, 14 de julho de 1789. Aconteceu aquilo que os historiadores de então pareciam não prever: A queda da Bastilha. Há exatos 221 anos os cidadãos da capital francesa saíram às ruas da cidade, num gesto meio inesperado e desorganizado, porque tinham como referência apenas um alarido feito por um jornalista briguento [Camille Desmoullins] para tomar na raça ou na marra o que houvesse na grande fortaleza [Bastilha]. Nessa construção, edificada por Carlos V [salvo o engano] o Rei Luiz XVI guardava munições (balas de canhões, mosquetões, etc.) mantimentos, prisioneiros dissidentes e aqueles contumazes contribuintes inadimplentes que se negavam atender à carga tributária da Corte. 

Direto da Praça

Algumas coisas da Copa

Paulo Pires

Joachin Low, técnico da seleção alemã, demonstrou ser um cara competente e nojento ao mesmo tempo. Competente  porque conseguiu dar ao seu time uma mobilidade que os alemães nunca tiveram. Nojento porque foi flagrado pelas câmeras tirando meleca do nariz (coisa que todo mundo faz). Mas pior que tirar meleca é comê-la.  O homem fez isso para o mundo inteiro assistir. Não invento nada, vocês viram. Pior de tudo foi a cena. O treinador, além de ser flagrado tirando catota (pronuncia-se com “O” fechado) do nariz, avaliou com satisfação o tamanho da bolota, fez cara de guloso, fechou os olhos e meteu-a na boca como se fosse um chiclete. Aquela foi boa… Para ele, claro. Para o resto do mundo, a começar pela apresentadora Fátima Bernardes [TV Globo] foi trágico.  Os habitantes do Planeta ficaram chocados com a porqueirice do treinador. Repugnante, grotesco!

Pela vida vale até o extremismo

Ezequiel Sena

A época é de Copa do Mundo. É inevitável que todos só pensem em futebol. Mas fugindo um pouco do esporte, já que a nossa Seleção foi desclassificada, a Rede Record, domingo último de junho, (27),  exibiu uma interessante reportagem, no Domingo Espetacular, sobre o drama vivido pelo engenheiro mecânico Adolfo Celso Guidi que, ao tomar conhecimento de que seu filho Vitor Giovanni Thomaz Guidi, à época com 9 anos, era portador da gangliosidose GN1 tipo 2 – doença degenerativa rara e incurável, manifestada quando o menino tinha ainda quatro anos –; largou tudo, mas tudo mesmo, abrindo mão inclusive da profissão, exercendo a função de gerente de uma empresa de Curitiba, para se dedicar exclusivamente ao tratamento do filho. A determinação do engenheiro na busca incessante de um medicamento capaz de prolongar a vida do garoto é algo comovente.

Direto da Praça

Sistema: palavra que ressurge

Paulo Pires

No período que se estende de 1950 a 1970 uma das palavras mais pronunciadas pelas vanguardas contestadoras no mundo ocidental era Sistema. Tudo era o sistema, culpa do sistema, por causa do sistema. O sistema era quem determinava o quê e como alguma coisa deveria acontecer. Era a mão invisível, a força oculta, o elemento chave para explicar o que rolava pelo Mundo. Depois essa palavra se gastou, se banalizou e sumiu. Mas agora, para nossa surpresa, parece estar voltando para explicar alguns fenômenos que estão na Ordem do Dia no Planeta Terra.         

Direto da Praça

1 Dunga, 11 Sonecas e 190 milhões de Zangados  

Paulo Pires

 Conforme a grande cantora brasileira Tetê Spínola em e-mail para nosso amigo Carlos Moreno, a Copa acabou para os brasileiros tendo como atores a turma citada acima. Sexta feira, 2 de julho, data da Independência da Bahia, todo mundo “preparado” para o show de bola que iríamos dar na Holanda. Abrem-se as cortinas e começa mais uma vez o espetáculo (era assim que dizia Fiori Gliglioti). Começa o jogo e o Brasil e os brasileiros cheios de confiança.

Direto da Praça

Sobre falar merda

Paulo Pires

Romário, um dos nossos grandes centroavantes, disse recentemente estar fugindo de entrevistas “porque vinha falando muita merda”. Sinceramente, gostei da autocrítica do “baixinho”. Raras são as pessoas que confessam e reconhecem que suas opiniões na maioria das vezes não devam ser levadas em conta. O que se observa é justamente o contrário. Muitas pessoas apostam e permanecem convencidas de que suas afirmações são importantes, sentenciosas, justas, reais e verdadeiras. Coitados!  Tenho compaixão [e em alguns casos admiração] por essas pobres criaturas. As que se consideram detentoras da verdade possuem duas características curiosas: Ou são plenamente ignorantes ou são ignorantes plenas.

PROTESTO: André Cairo diz que a honestidade se transformou em esperteza

Enquanto milhões de brasileiros inclinam suas atenções a Copa do Mundo, em Vitória da Conquista o ativista André Cairo, presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCMP), saiu às ruas da cidade personificado de Diógenes de Sínope, com uma lanterna acesa e uma placa com mensagens de advertência alusivas ao 1º Congresso Nacional da Honestidade, que o mesmo pretende apresentar em Brasília. “A desonestidade vem perseguindo a humanidade, nos últimos tempos, mais do que nunca, a honestidade nas mãos do Poder e de outros, se transformou em esperteza, desviando propósitos, descumprindo metas, enchendo a barriga de Reis e pessoas com Rei na barriga, apoderando-se de moedas e pertences alheios, contribuindo com a decadência moral, intelectual e cívica, afetando pobres, sem peso nem medida, no equilíbrio social”, desabafou o ativista.

Direto da Praça

Paulo Pires

Complexo de Vira Lata

Nosso amigo Francisco Silva, conquistense e curitibano ao mesmo tempo, enviou uma bela reflexão do Frei Leonardo Boff sobre o episódio envolvendo nossa diplomacia e a turca, em busca de uma solução para o enriquecimento de Urano feito pelo governo do senhor Mahmoud Ahmadinejad (Irã). Na reflexão o Frei, criador da Teologia da Libertação, coerente com a sua pregação faz um sobrevôo interessantíssimo sobre as editorias de nossa grande imprensa (por ele denominada de      “imprensa comercial”). Realmente, nossa grande imprensa – também denominada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, como Imprensa Golpista – merece tomar uns puxões de orelha. Como é que uma imprensa de um País pode defender que a sua Pátria deva viver infinitamente sob o complexo de ser e viver como uma Nação de segunda categoria? Isso é coisa que se recomende? Nossa imprensa, a comercial, propaga com o maior cinismo que o Brasil “deve saber qual é o seu lugar”. É razoável uma coisa dessas? Já não basta as grandes potências por séculos e séculos nos colocarem na condição de figurantes? Isso é pouco? Mas  eis que nossa “Grande Imprensa” [não se sabe por conta de quem] exige do Governo Brasileiro que “se enxergue”. Isso mesmo: Se enxergue, porque senão dona Hilary ou o senhor Obama e outros poderosos de plantão “podem não gostar”. Como dizia o admirado Nelson Rodrigues: “O Brasil precisa acabar com esse complexo de Vira Lata”. Diríamos ao Nelson que se nos dobrarmos à nossa Grande Imprensa continuaremos pelo resto da vida sendo Vira Lata, daqueles de rua, sujos, sem dono, triste e esfomeado para sempre.  Recomendo aos leitores buscarem no Google o artigo do Frei [A saudade do servo na velha diplomacia brasileira]. Tenho certeza que após lerem, os leitores, mesmo aqueles politicamente acríticos, verão onde nos imergiram e onde querem que continuemos atolados. Essa Grande Imprensa brasileira é uma tristeza…

Direto da Praça

Créo Evangélico

A semana passada ouvi parte de um debate curioso sobre música popular e música gospel em uma de nossas emissoras de rádio. O programa, realizado de segunda à sexta no horário das 11 às 12 horas, pela Rádio Melodia é conduzido pelo pastor Gilaelson [creio que se escreve assim o nome do mediador]. As discussões giraram sobre a utilização ou não de músicas profanas em templos religiosos. O encontro transcorreu de forma inteligente e a maioria dos debatedores considerou o uso de músicas profanas como uma apelação vergonhosa. Como a Democracia assegura a todos o direito de opinião, um dos participantes disse ser favorável ao uso de músicas populares e confidenciou que alguns templos já estão usando até o Créo Evangélico. Sinceramente, fiquei curioso… Será? Será como esses evangélicos que ele mencionou cantam e dançam o Créo?