Avoador | John Ferraz e Tamyres Lenes
Com quase 80 anos, a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora das Vitórias, em Vitória da Conquista, é um templo que, apesar de recente, abriga parte da história conquistense. Além de remeter ao passado e às heranças portuguesas deixadas na cidade, seus elementos sacros possibilitam aos visitantes o contato com a arte e a memória local.
A catedral dedicada à Nossa Senhora da Vitórias, uma Santa Portuguesa, foi construída entre os anos de 1930 e 1943, após a demolição da primeira capela, que foi construída em 1808. A pedra fundamental do novo templo, primeiro bloco colocado acima da fundação da igreja, foi laçada pelo Padre Exupério Gomes. Só que foi o Frei Egídio de Elcito quem esteve à frente do projeto e trouxe de Salvador o construtor João Miguel Lourenço para dar início à obra.
Desde sua construção, algumas mudanças ocorreram na estrutura, cor e definição do espaço do templo. O que ainda prevalece daquela época são os elementos nos estilos neogótico e neoclássico, a área externa e a pintura do forro. Restaurações recentes revelaram um tom verde azulado que, possivelmente, foi a cor da pintura original.
Nos primeiros anos, o templo foi nomeado: Igreja Matriz de Vitória da Conquista, e só, em 1958, tornou-se uma catedral, paróquia onde reside o Bispo. A igreja recebeu o título de Catedral Metropolitana da Arquidiocese de Vitória da Conquista em 2002, quando passou a integrar as dioceses de Livramento de Nossa Senhora, Bom Jesus da Lapa, Caetité e Jequié.
O forro da catedral chama a atenção de quem adentra o espaço e é obra do pintor José Lima. Ao olhar para cima, os fiéis se deparam com um quadro que representa a “Assunção de Maria aos Céus”. A santa, segundo lendas locais, tem o rosto da mulher amada pelo artista.
O segundo quadro do forro representa “Anjos Adorando a Jesus Eucarístico”. É repleto de detalhes e contém uma moldura rebuscada que é formada por imagens de santos da igreja.
Na parte central da capela, composta pelo presbitério, altar e retábulo, fica a imagem em madeira da padroeira conquistense que foi trazida de Portugal. Além do valor sacro, a obra tem importância histórica e é um das peças mais antigos presentes no templo.
O retábulo, em pedra, além de conter a imagem de “Nossa Senhora das Vitórias”, no centro, é composto pelas imagens do “Sagrado Coração de Jesus” à direita e a imagem de “São José Operário” à esquerda. No topo, uma grande imagem de “Cristo Crucificado” ocupa a parte central do templo.
Uma imagem do “Senhor Morto” compõe um conjunto de imagens usado para rituais da Semana Santa, fica ao fundo da capela, em um dos três nichos presentes no templo.
Antes de cada missa o sino tradicional é tocado e, nos demais dias, um sino virtual toca a cada hora por meio de um relógio digital e um equipamento que emite sons de badaladas.
A catedral é um edifício de caráter religiosos que recebe a visita de fiéis e peregrinos de Conquista e outras regiões da Bahia e Brasil.
A catedral é também um registro histórico da colonização portuguesa em Conquista e uma obra de arte religiosa que representa a cultura de uma época. É o passado possível de ser reverenciado no presente.
*O Avoador faz parte da disciplina Jornalismo Digital e do Projeto de Pesquisa / Extensão Jornalismo Importa