Luís Fernandes | Taberna da História
Dona Olívia Ferreira Flores, nascida no dia 15 de setembro de 1894 em Aracatu (BA), casou-se muito jovem, aos 16 anos de idade, em 1910, com seu primo Cândido dos Santos Flores – tio (irmão do pai, Elpídio Flores) de Edvaldo de Oliveira Flores, que já foi Prefeito de Conquista e Vice-Governador da Bahia e é tio também (irmão da mãe, Sílvia Flores) de Humberto Flores, por muitas vezes vereador nesta cidade. O esposo de Olívia Flores havia herdado uma pequena propriedade rural na região de Itambé (BA), que passou a ser administrada por ela, pois o esposo estava em constante tratamento do coração, motivo pelo qual ela teve que assumir a direção dos negócios. Aos poucos ela conseguiu aumentar a propriedade, passando de pequena produtora rural a uma das mais importantes pecuaristas da região. Olívia Flores chegou a possuir cerca de duas mil cabeças de gado na fazenda localizada em Itambé. Depois do crescimento nessa região, surgiu a oportunidade de mudar suas atividades rurais para Itapetinga.
Vendeu a antiga propriedade e investiu todo o seu talento e incessante capacidade de trabalhar na nova fazenda, triplicando seu patrimônio. Dona Olívia chegou em Conquista em 1940 e foi morar na Rua Zeferino Correia. Ela e Cândido ficaram casados durante 52 anos, quando ele falecera em 1962. Da união do casal nasceram 18 filhos.Na época em que a atual prefeitura era a cadeia pública, Dona Olívia levava café da manhã para os presos todos os domingos. Dona Olívia era espírita. Não aparecia diretamente à frente da política local, mas era essencial sua participação nas reuniões dos bastidores. Militante da política local acompanhou, sem tergiversar, a facção liderada por seu grande amigo Régis Pacheco. Ajudou, inclusive, Pedral a se eleger em 1962.
Quando houve o Golpe Militar em 1964 Pedral teve seus direitos políticos cassados. Nessa época, ela e outras pessoas, organizaram um “Clube do Tricô”, que na verdade era um disfarce, pois, nos bastidores, o assunto tratado era política. Fazia-se respeitar e era admirada em todas as fortes campanhas políticas nas quais tomava parte. Procurava conquistar os adversários políticos, dentro da ética, não arranhando convicções. Era uma mulher de muita personalidade e de atitudes definidas. Dona Olívia Flores faleceu no dia 16 de março de 1976, conforme noticiado no “Jornal de Conquista” (edição de 20 de março de 1976).