Luís Fernandes | Tabernda da História
As feiras livres foram, no passado de Conquista, a maior fonte de riquezas para muitos comerciantes e negociantes. A primeira da cidade localizava-se na “Rua Grande” (atuais Praças Tancredo Neves e Barão do Rio Branco). Ali existia, desde a época da Imperial Vila da Vitória, um “Barracão” onde os feirantes se reuniam e os tropeiros vindos de outras localidades se encontravam. Entre 1912 e 1915, durante a gestão do Intendente José Fernandes de Oliveira Gugé, o velho Barracão já se encontrava bastante arruinado e foi demolido. Porém, a feira continuou sendo realizada na praça, onde se encontrava a maioria das casas comerciais, mesmo sem o Barracão.
Em 1908, a Comissão de Obras Públicas do Conselho (antiga Câmara de Vereadores) discutia uma melhor utilização do espaço coletivo. Estava em votação oProjeto 130, que autorizava ao Intendente Municipal, Coronel Gugé, a demolição do barracão da feira. Os conselheiros Manoel Caetano dos Santos (proprietário da fazenda “São Miguel” – distante 6km do local onde iniciou a vila da Barra – e pai do primeiro prefeito de Barra do Choça, Roduzindo Alves dos Santos) e Francisco Pilôto, ambos tinham casas comerciais próximas ao barracão, se pronunciaram contrários à demolição, alegando que “havia obras urgentes como cemitério, matadouro e calçamento” que ainda aguardavam solução.
Para conseguir convencer o Conselho a aprovar o projeto de lei que autorizaria a demolição do “Barracão”, o Coronel Gugé usou de malícia para tal intento: colocou no projeto a palavra “demolir” ao invés de “derrubar”, pois havia um comerciante da “Rua Grande” que não queria que o barracão fosse derrubado, pois ele achava que seu comércio seria prejudicado. O comerciante era o Coronel Francisco da Silva Costa (Chico Costa), que também era conselheiro, e, quando soube que o barracão havia sido demolido, se dirigiu até Gugé e disse: “Eu votei para demolir e não para derrubar“. Gugé deu aquela risadinha…E para não contrariar o sincero correligionário o Coronel Gugé adquiriu uma grande casa, com amplo quintal, ao lado da “Loja Estrela”, do Coronel Costa, que ficou muitos anos servindo de arrancharia de tropeiros e feirantes.