Pílula da extrema unção – Número 59

Marco Antônio Jardim Melo

“Descarta os conceitos. Esquece o que você já viu, ouviu, cheirou e passou a língua – nada mais está selado”. Nem o banho que tomo todo eleito dia parece ter uma síntese. Nem o banho de J., meu gato persa branco. Nem a desinformação dos direitos do homem, quando, por omissão, escolhe seus votos. Escolho os preparados de beleza, a depender do dia ou noite. Distribuo ordenadamente sobre a bacia de louça. Experimento, no tato, a água quente do regador. Respiro o vapor. Ligo o rádio cipó. Toco o corpo, a mente, o entendimento. Deixo a forma molhar, da nuca ao dorso, das costas duradouras ao derrière, da parte interna das coxas à planta dos pés. De tudo escorre lágrima, sorriso, gozo e dança. Meu banho não é liturgia. Mas tem oração contida.

A Nova Universidade Necessária

Penildon Silva Filho

Nos últimos dez anos assistimos a profundas transformações na Educação Superior no Brasil. Após o período de tentativa de sucateamento da Educação Superior entre 1995 e 2002 e da proibição de criação de novas escolas técnicas pelo decreto de FHC, que estabelecia que apenas instituições privadas poderiam ampliar a oferta dessa modalidade de Educação, estamos em uma fase de expansão da Educação Federal. Essa Educação Federal é composta pelas universidades federais e pelos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia, os IF. Entre 2003 e 2012, o governo federal criou mais de 300 novos campi em todo o território nacional dos IF, e há a previsão da criação de mais 200 campi de IF até o final de 2014 pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (PRONATEC).

Viva os 91 anos do PCdoB

Jose Antônio de Souza Alcântara (Toni Alcântara)

A história do PC do B confunde com a luta do povo brasileiro,pois os militantes do partido sempre foram os principais protagonistas e estiveram na linha de frente dos movimentos reivindicatórios do país. Pode se ressaltar a batalha travada durante o período nefasto da ditadura militar que havia imposto um Estado de exceção, colocando no rol das ilegalidades o partido,pois este representava uma ameaça a hegemonia ao poderio dos militares.Contudo, os comunistas conseguiram organizar as ações que iriam corroer paulatinamente com o governo militar,destaca-se nesta seara a Guerrilha da Araguaia que infelizmente não está presente nas histórias dos livros didáticos.Insta sublinhar que o Estado brasileiro hodiernamente instalou a Comissão da Verdade com o objetivo de desnudar este período obscuro.

Um Papa que paga as próprias contas

Leonardo Boff

O que convence as pessoas não são as prédicas mas as práticas. As ideias podem iluminar. Mas são os exemplos que atraem e nos põem em marcha. Eles  são logo entendidos por todos. As muitas explicações mais confundem que esclarecem. As práticas falam por si. O que tem marcado o novo Papa Francisco, aquele “que vem do fim do mundo” quer dizer de fora dos quadros europeus tão carregados de tradições, palácios, espetáculos principescos e de disputas internas de poder, são gestos simples, populares, óbvios para quem dá valor ao bom senso comum da vida. Ele está quebrando os protocolos e mostrando que o poder é sempre uma máscara e um teatro bem puntualizado pelo sociólogo Peter Berger, mesmo em se tratando de um poder pretensamente de origem divina. O Papa Francisco simplesmente obedece ao mandato de Jesus que explicitamente disse que os grandes deste mundo mandam e dominam: ”convosco não deve ser assim; se alguém quiser ser grande, seja servidor; quem quiser ser o primeiro, seja servo de todos; pois o Filho do homem não veio para ser servido mas para servir”(Mc 10-43-45). Bem, se Jesus disse isso, como pode  o garante de sua mensagem, o Papa, agir diferentemente?

André Cairo protesta por sujeira em Praça Pública

Fotos e vídeo: Blog do Anderson

Inconformado com a sujeira da Praça Estevam Santos, no Centro de Vitória da Conquista, o ativista André Barros Cairo, presidente do Movimento Contra a Morte Prematura (MCM), realizou nesta sexta-feira (22) mais um dos seus protestos alertando a Prefeitura Municipal, para o problema, conforme o Blog do Anderson mostrou.

Segundo comerciantes e trabalhadores locais, várias ligações já foram passadas para a Prefeitura, mas até o momento nenhuma medida foi tomada e por conta disso a praça pública em frente ao Fórum João Mangabeira acumula lixo, animais mortos e fezes humanas e de animais. “Atenção Prefeitura, Praça Estevam Santos em frente ao Fórum, está sendo a nova lixeira, sanitário público e calçada provocando queda de pedestre. Entendeu?”, assina Andrés D’ibarba, o mais novo personagem de Cairo.

Cidade de sorte

Elve Cardoso

Sei que muitos já se pronunciaram acerca deste assunto e sei inclusive que parecerá bairrista, ufanista até, de minha parte, mas não posso me permitir o inaceitável de não registrar que tenho verdadeira alegria por saber que Vitória da Conquista é uma cidade de imensa sorte intelectual. Li, hoje, por exemplo, que o poeta Carlos Jeovah, autor em parceria com Esechias Araújo de uma de minhas obras prediletas – O Auto da Gamela – assumiu a direção da Casa da Cultura, instituição que merece de todos nós, conquistenses, os mais sinceros louvores pelo que representa para a cultura local, especialmente pelo seu importante papel político durante os anos de chumbos, promovendo sua arte libertária.

Por que não um balanço de oitenta dias?

Ricardo Marques

Vinte de março de 2013. Estamos completando oitenta dias da nova gestão do Prefeito Guilherme Menezes. Faltam vinte dias para completar os simbólicos primeiros cem. Não obstante ser um período de planejamento, ajuste de contas, início de execução orçamentária, misturado a carnaval, férias de verão e outros necessários processos de descanso, o Governo conseguiu manter o ritmo, a despeito das críticas infundadas e pouco sérias da oposição conquistense, que, aliás, acumulou algumas derrotas em seu discurso, logo nesses primeiros dias de Governo. E um governo de quinto mandato, por sinal.

O Papo do Papa

Jeremias Macário 

Sua aparição na sacada de seus aposentos na praça do Vaticano já foi motivo suficiente de regozijo para todos, principalmente os católicos. Seu primeiro papo em público de que seus colegas foram buscar um papa lá no fim do mundo, ao desejar uma boa noite e repouso para todos, foi o bastante para a mídia qualificá-lo de carismático, simples e humilde. Um sorriso leve e seus primeiros passos foram exaltados com louvor. Toda sua vida, como aconteceu nas eleições dos seus antecessores, foi levantada pelos veículos de comunicação desde os tempos de criança, mas pouco se aprofundou sobre transparência, dogmas, doutrinas e linhas disciplinares da Igreja diante das demandas dos novos tempos.

Festival da Juventude: diversidade, multiplicidade e democracia

Ricardo Marques

Não diminuindo a importância do debate sobre o retorno da Micareta, maio em Vitória da Conquista vai ser palco da segunda edição do Festival da Juventude. O evento tem um modelo inovador em sua concepção e tem sido construído coletivamente, com a participação de entidades estudantis e movimentos de juventude. Isso não é pouco. Alguns conceitos bem modernos como a construção colaborativa, a criatividade como elemento de gestão, a autogestão, se entrelaçam num modelo de festival que mistura arte, cultura de qualidade, música, debates, palestras, rodas de conversa, atividades esportivas, manifestações dos movimentos sociais e estudantis, tudo num único caldeirão, que em sua versão inicial conseguiu atrair caravanas de jovens de mais de cinquenta cidades baianas.

O modelo já se tornou referência e algumas outras cidades do estado já pensam em investir em propostas similares. No ano passado, o jornalista Alex Antunes comentou ter se sentido na Europa e o modelo encantou jovens que, além de diversão, estavam buscando seu lugar ao Sol. Não à toa a escolha do tema do evento: “Fazer parte em toda parte”, um verdadeiro chamado à juventude para que ela ocupe o seu lugar na sociedade, em todos os seus espaços e construções participativas.

Senhoras e senhores sejam bem-vindos!

Carla Andrade

No dia em que o mundo pára a fim de acompanhar a posse do Papa, tecemos algumas considerações acerca do Cerimonial. Como vimos no artigo anterior o cerimonial público é uma atividade regulamentada por meio do decreto nº 70.274/72 para compor as solenidades oficiais. Mas a palavra tornou-se coloquial, no entanto a sua origem é primitiva, e deriva dos ritos religiosos e antropológicos. Ao pesquisarmos em livros de história poderemos visualizar como eram executadas solenidades na Grécia, Roma, Egito, e na própria Bíblia temos exemplos de experiências, como a cerimônia de lavar os pés, originária do ato de cordialidade ao receber hóspedes em casa, traduzida para a igreja católica nas celebrações de páscoa.  Assim, é impossível falarmos de Cerimonial Público sem relacioná-lo aos adventos das novas tecnologias, pois todo bom profissional precisa envolver-se de forma satisfatória, para o cliente e para si próprio, com os recursos que possibilitem desenvolver um trabalho de qualidade. E como Cerimonial Público é regulamentado podemos dizer que ele muito se difere da organização de eventos sociais, já que não existem fórmulas mágicas para executá-lo, é quase imutável, no entanto se aprimora e precisa ser executado com responsabilidade, sensibilidade e maestria. O que vai diferenciar a sua execução é o cerimonialista responsável.

Ricardo Gordo irritado com arbitragem no empate entre o Vitória da Conquista e o Bahia

O desportista Ricardo Gordo estreia como colunista do Blog do Anderson comentando a polêmica da arbitragem que resultou no empate em 1 a 1 entre os times do Vitória da Conquista e o Bahia, no Estádio Municipal Lomanto Junior, neste domingo (17). De acordo com Ricardo Gordo, com o Lomantão lotado lhe proporcionou momentos do início da carreira do Alviverde, mas lamentou o desempenho da arbitragem que para ele favoreceu ao time da Capital Baiana. Confira o vídeo.

Pílula do balcão felino – Número 55

Marco Antonio Jardim

Reza a lenda que os gatos foram criados quando a Arca de Noé ficou infestada de ratos. Noé ordenou que os leões espirrassem. Do espirro dos leões se formou o gato. “Anjo da noite”, alguém disse que sou. Observador de balcão, impassível, algo livre, minucioso no olhar apertado, nas pesadas olheiras e fixo numa direção. Explicação alguma isso requer. Ao dia, sou felis silvestris catus. Doméstico, mas não domesticado. À noite, quando desejo, sigo o dono. E abro um sorriso bobo, parecido com sussurro. Gatos também são assim, sabem a hora de rir ou chorar, ao fim do ronronar do amor imaginado. Quando não, vou ao lado oeste em madrugada de sábado, ao lado leste da mãe felídea feiticeira, blindada pelo balcão, protegida sob pelos ondulados. Vandet. Ex-mulher de pescador de ilusões, nunca quis manter gatos em casa. Mesmo pobres, mesmo livres. Nunca houve, para ela, desastres expostos ao mar.

Marco Feliciano: um pouco de tortura vale a pena

Nadjara Régis

Em nome dos direitos humanos é que Estados-nação poderosos justificaram muitas de suas intervenções políticas, com ou sem uso da força militar, em outros países. Entanto, se de um lado a proteção aos direitos humanos justificou alguma declaração de guerra, é certo, também, que o sistema de tratados, convenções e leis internacionais que declararam direitos humanos foram fundamento para movimentos sociais pela democracia, o que contribuiu para a produção de leis nacionais naquele sentido. Fazem parte dessa história o Movimento Antimanicomial, o Movimento Tortura Nunca Mais, o Movimento contra a Homofobia, os movimentos pela igualdade e todos os movimentos sociais que reivindicam um direito sem o qual não há dignidade da pessoa humana. Esses movimentos sociais foram, no século XX, salvo raríssimas exceções, identificados com projetos políticos de esquerda.

Um prefeito dos sonhos

Foto: Blog do Anderson

Jorge Portugal

Dos sonhos da educação, pelo menos. Podem acreditar: ele existe! É prefeito de uma pequena cidade do sudoeste baiano, Licínio de Almeida, de 12 mil habitantes e está fazendo uma revolução com sua equipe, que o resto do país precisa urgentemente saber. Ou, no mínimo, o estado da Bahia. Esse que alguns leitores já estão pensando tratar-se de um ET, chama-se Alan Lacerda, do PV, e eu o conheci em carne, osso e sorriso. Seu feito: levou Licínio de Almeida ao primeiro lugar do IDEB baiano, com decisões simples e corajosas: nos seus primeiros quatro anos radicalizou o foco em educação, buscou parcerias e convênios com instituições com boa história na área, como o Instituto Ayrton Sena, estimulou seus professores de todas as formas e, para mostrar que não estava brincando, matriculou seus filhos na rede pública e determinou que seus secretários fizessem o mesmo. Quatro anos depois, reelegeu-se montado nesses resultados e, notícia das notícias: em Licínio de Almeida não existem mais escolas particulares, dada a excelência da rede pública fundamental!

Cerimonial Público, ame-o ou deixe-o

Carla Andrade

Foi na gestão de um militar, segmento que atribuo bastante destreza nos ritos cerimonialísticos, que tudo começou! Em 1972 o presidente Emílio Garrastazu Médici, sempre preocupado em passar uma imagem positiva do seu governo, aprovou as normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência, que hoje tem um grande significado para quem desenvolve trabalhos da área nos poderes executivo, legisltivo e judiciário, em atividades de cunho religioso, político e social. A palavra cerimonial vem do latim cerimonialis – relativo às cerimônias, as quais sempre seguiram formalidades, regras, etiquetas e protocolos. É fato que existem muitos impasses e dúvidas acerca da sua execução em instituições governamentais, mas se o classificarmos como “atividadade técnico-administrativa para as organizações poderemos ter destaque para a sua execução  “em todas as questões protocolares de ordem cívica e social, como o uso correto dos símbolos oficiais, a disposição de ordem de precedência em solenidades e cerimônias oficiais, a padronização no emprego de procedimentos protocolares, a normatização  da redação na correspondência oficial, e o cerimonial de audiências e visitas de autoridades e personalidades ao Município”.

E Cristo chorou sobre os palácios do Vaticano

Leonardo Boff

Andando pelas comunidades eclesiais de base constituídas de ribeirinhos da Amazônia, nos limites com o Acre, lá onde viceja uma Igreja pobre e libertadora, ouvi de um líder comunitário, bom conhecedor da leitura popular da Bíblia, a seguinte visão que ele pretende ter sido verdadeira. Estava um dia a caminho do centro comunitário, quando se viu transportado, não sabe se em sonho ou em espírito, aos jardins do Vaticano. Viu de repente um Papa, encurvado pela idade, todo de branco, cercado pelos seus principais cardeais conselheiros. Faziam o costumeiro passeio após o almoço, andando pelos jardins floridos do Vaticano.

Da nota ao Papa

Jeremias Macário

Quem importa! Como já dizia o poeta, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Infelizmente, poucos sabem fazer a hora antes do acontecer. Por aqui, seguimos o roteiro imposto pelo sistema como se nada estivesse acontecendo, como no caso do menino Maicon que há três meses desapareceu numa abordagem policial, em Vitória da Conquista. O assunto do momento é o papa que, pelo que tudo indica, será mais um conservador, longe da renovação e da transparência fiel da Igreja. Engraçado é que, com tudo isso, surgiu agora na mídia o termo conservador moderado, podendo, nesse caso, ser também de direita e de esquerda. Ou se é conservador, ou não é.

Uma cidade mais bonita

Marcelo Flores

Aprendi com meus pais Edmundo e Jaci, que se todos os moradores embelezassem as suas ruas, a cidade ficaria mais bonita. A Lei de Adoção de Praças e Jardins implantada recentemente pela Prefeitura de Vitória da Conquista facilita mais ainda colocar em prática este aprendizado.  Nossas empresas, a Arena Miraflores e a MF Eventos fizeram as primeiras adoções aqui em Conquista, o Marco Histórico Jaci Flores, o Monumento ao Príncipe Maximiliano, incluindo o Jardim Burle Marx, ambos nos canteiros centrais da Av Olivia Flores, e recentemente adotamos o Jardim e Quiosque que ficam na entrada da UESB. Tem sido muito gratificante para nós, contribuirmos para termos uma cidade mais bonita.

 

Brevemente recuperaremos juntamente com a Prefeitura o Monumento ao Príncipe, que sofreu agressões de vândalos e de um grave acidente de transito.  Isto pode ser feito em toda a cidade e distritos do município de Vitória da Conquista. “Se florirmos nossas casas, nossas ruas ficarão floridas e teremos florido a nossa cidade”.