Pequenas Notas

Homens que mudaram cidades

Por Paulo Pires 

Quase concluídos os festejos juninos, passo a reproduzir opiniões de diversas pessoas as quais me levaram a uma saudável conclusão: A Prefeitura acertou no modelo multiespacial para realização da festa. Tivemos forró na Praça Nove de Novembro, na Barão do Rio Branco e, de quebra, um mini Arraiá na Tancredo Neves. Sobre este último espaço já me pronunciei enaltecendo o belo e agradável trabalho da arquiteta Lara Gusmão. Lamentei apenas ser o espaço pequeno demais para que pudesse concentrar mais gente (embora as pessoas tenham adorado) e nem tenham notado certa desarmonia da parte baixa com a alta. Tudo bem…

Pequenas Notas

Caro xará:

Por Paulo Pires

Enganado [está o amigo] e enganando quem está é o Sr. Ricardo Fiúza.  Quem acredita nesse cidadão? Um jornalista que parece comprometido até a medula com o pessoal da PUC-RJ para dar moral ao antipaticíssimo Gustavo Franco.  Ele deveria dizer que a gestão do Sr. Gustavo Franco – conforme afirmou o ex-ministro Delfim Neto – à frente do Banco Central deu um prejuízo ao Brasil de “apenas” 140 bilhões de dólares por causa daquela política de câmbio fixo em que tanto insistiu. Hoje o Sr. Franco deveria responder processo por incúria (junto com seu amigo Armínio Fraga que – dizem – era o operador no Brasil do senhor George Soros). Não podemos deixar de dizer que foi naquele tempo que o megainvestidor americano mais ganhou dinheiro, à custa do nosso País. 

Academia do Papo

Maconha para todos

Por Paulo Pires

Na década de 1970, tive um professor de Direito que dizia: “Quando você ouvir alguém dizendo que tem um amigo que fez tal coisa – pode crer – o amigo a quem ele se refere é ele mesmo!”. Contrariando essa tese, peço a todos para não pensar igual ao meu velho mestre e considerem, pelo amor que tem aos seus filhinhos, que alguns trechos da narrativa a seguir não tem nada a ver comigo.  É o seguinte: Com a campanha pública, ostensivamente declarada e corajosamente defendida por grandes republicanos a favor da liberalização da maconha [Fernando Henrique entre eles] todos os maconheiros do Brasil estão exultantes: “Obá, até que enfim chegou nossa vez!”.

Pequenas Notas

  Dilma, Fernando Henrique e Lula

 Por Paulo Pires

Dilma Rousseff, presidenta do Brasil, nesta semana de calmaria e frio, movida pela paz de espírito, generosidade e reconhecimento que deveriam estar presentes á vida de todas as pessoas, remeteu uma carta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enviando congratulações pela passagem dos seus oitenta anos. Na missiva Dilma disse, entre outras coisas, que o simpático FHC era “O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”.

Pequenas Notas

 Tudo acaba bem quando começa bem

Por Paulo Pires 

O vídeo com pronunciamento da professora Amanda Gurgel do Rio Grande do Norte exibido pelo You Tube está dando o que falar. Não podia ser diferente. A sinceridade, a eloqüência, os dados reais, as imagens verdadeiras e as cenas descritas pela pedagoga provocam impressões fortíssimas em quem o assiste.  É pungente e verdadeiro. Não diria verdadeiro demais porque a verdade nunca excede. Somos uma Nação jovem com um povo jovem e um grande defeito: A maioria das nossas estruturas ainda não está preparada para atender a um mundo complexo que requer e exige dignidade, agilidade, compromisso e menos veleidades. Percebemos isso quando terminamos de assistir a fala da professora.  Chegamos a uma óbvia constatação: Nossos erros ainda estão muito presentes, nossas falhas são muito gritantes e os defeitos de nosso passado parecem nos perseguir como espectros da maldição de começar mal aquilo que deveria ter sido feito buscando o bem (tendo a perfeição como meta).

Academia do Papo

A derrota da máscara (2)

Por Paulo Pires

David Nasser, o fecundo jornalista da revista O Cruzeiro, foi contratado pelo endiabrado Assis Chateaubriand por intermédio de uma rapidíssima entrevista. Doutor Assis, como gostava de ser chamado, depois de fazer perguntas sobre jornalismo, pediu-lhe que mostrasse seu talento fazendo ali “na perna” uma crônica sobre Deus. Nasser, que também parecia ter pacto com outras entidades, olhou firme para o futuro patrão e perguntou: “A favor ou contra?”.  O dono das Associadas, surpreso pela audácia do moço, disse, bem ao seu estilo: “Tá contratado!”. Isso mesmo. Nasser nem precisou escrever o texto; sua resposta já dava a entender como ele se comportaria na função de jornalista. O homem escrevia sobre os mais variados assuntos e tão importante quanto isso, o fazia em belo estilo.  O Brasil que lia a revista ao abrir O Cruzeiro procurava a crônica de Nasser e se espantava com o inusitado de suas colocações. Ao longo da vida e apesar do bom estilo, Nasser colheu grandes amizades e também muitos desafetos. A vida é assim mesmo. Ninguém pode agradar a gregos e troianos. Ou, como disse o Padre Vieira: “Ninguém pode agradar a dois senhores ao mesmo tempo”.

Academia do Papo

Fechamento de Bares e Restaurantes (I)

Por Paulo Pires

O projeto de Lei que tramita na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista cuja finalidade é estabelecer tempo limite para funcionamento de Bares e Restaurantes, parece que está tomando conta de inúmeras manifestações em quase todos os segmentos sociais do nosso Município. Não é prá menos. Cada pessoa tem sua visão de mundo e, em conseqüência disso, uma solução individual para o que se lhe apresenta. O problema é que a decisão para a questão não pode se cingir a visões ou dimensões particulares. Quem já morou ou esteve em Londres, por exemplo, deve ter se surpreendido com o tratamento que os aludidos estabelecimentos recebem na City: Abrem as 18 e fecham às 24 horas.

O assunto, além de outras abordagens, merece ser considerado também como um problema de Ordem e Saúde Pública. No caso brasileiro, onde se busca a custo de muita patinação o Progresso, parece haver pouco apreço para a Ordem. As pessoas [muitas] tão envoltas com o hedonismo particular parecem pouco receptivas a ideia de que é preciso estabelecer novas regras de convivência social, incluindo-se aí limites para o tempo da boemia. Tudo tem seu tempo, vejam em Eclesiastes.

Praça Sá Barreto

Por Paulo Pires

Quando Castro Alves, um dos nossos gloriosos poetas versejou: “A praça é do povo como o céu é do condor”, não fez dessa dicção apenas uma construção lírica. O romântico poeta, reconhecido defensor da Liberdade proferiu os famosos versos em Espumas Flutuantes [O Poder ao Povo] e o fez movido por elevado espírito de sabedoria. Os poetas são seres sensitivos, portanto, possuidores de profunda percepção em relação ao que se passa no âmago dos acontecimentos. Não importa se o fenômeno é social ou pessoal. Um dos exemplos representativos dessa afirmação é Leon Tolstoi. A obra do russo é uma vastidão de abordagens  no que há de mais profundo em seus mergulhos sapienciais. É impressionante como ele conseguiu passar de um drama pessoal (Ana Karenina) para chegar a um universal (Guerra e Paz) sem perder a genialidade.

Academia do Papo

Por Paulo Pires

Hoje não escreverei nada de minha lavra. Reproduzo o e-mail que me foi passado pelo amigo, mestre e poeta Dirlêi Bonfim sobre uma campanha publicitária do Citibank em São Paulo:

Academia do Papo

Zsa Zsa Gabor

Por Paulo Pires

O jornal Folha de São Paulo hoje, 15 de janeiro de 2011, noticia que Zsa Zsa Gabor teve amputada sua perna direita e que está em bom estado de pressão arterial. Zsa Zsa Gabor, hein? Quem diria? Mas é isso aí. Quem espera viver uma vida só de alegria é bom se preparar para os reveses. Coisa ruim acontece também nas melhores famílias e com as melhores pessoas.

Academia do Papo

Nossos Castelos

Por Paulo Pires

Quem olha para essa cidade de Vitória da Conquista, há de constatar que não temos construções suntuosas como em outras cidades do mesmo porte. Mas aqui, acreditem, ainda por influência da nobreza que tivemos até novembro de 1889 e da qual nunca nos afastamos (convivemos com Rei do futebol, Príncipe não sei de quê, Rainha do carnaval, Rei Momo e outras entidades aristocráticas e monárquicas) temos, ou melhor, tivemos nossos Castelos. Conquista tinha Castelos? Tinha sim senhor. Convenhamos que não fossem esplendorosos como aqueles do sul da França, da Baviera ou da Escócia, mas tínhamos. Digamos que eram “castelos meio pebas”. Mesmo assim foram importantíssimas na formação de nossa boemia.

Academia do Papo

Tá chegando a hora

Por Paulo Pires

Finalmente está chegando a hora de o senhor Lula da Silva se mandar do Palácio do Planalto. Nesta segunda feira, no Programa de rádio Café com o Presidente ele disse que governar o Brasil foi “gostoso demais”. Para um sujeito que veio de onde veio, acho que falou a verdade. Aquele menino pobre, de Caetés, cafundós de Pernambuco vai deixar a presidência da República com uma aprovação jamais alcançada por outro presidente na História Republicana. Aliás, prá ser mais exato, nenhum governante brasileiro até hoje saiu tão bem na fita quanto o ex-metalúrgico do ABC.

Academia do Papo: “Universidade para feios: Uma crítica ginasiana a beleza e a moda”

Paulo Pires

O site Núcleo de Notícias de Vitória da Conquista ontem, 06 de maio de 2010, reproduz uma matéria da BBC Brasil, cujo teor é o seguinte: “As Universidades de Granada e Jaén (ambas no sul da Espanha) estão convocando mulheres feias para um projeto experimental científico. O objetivo é testar um tratamento psicológico que cure os transtornos provocados pela obsessão com o ideal de beleza inalcançável”.

É oportuno perguntar: Por que só mulheres? Avalio a opção exclusiva às mulheres como algo discriminatório e daqui envio o meu protesto. Na realidade estou me sentindo excluído e penso que o problema não é só meu. Mas, tudo bem. Vamos ao que interessa. Há alguns anos a Rádio Bandeirante de Vitória da Conquista realizou um Concurso em parceria com a Loja Nacional para eleger os três homens mais feios de nossa cidade. Adivinhem quem ganhou? Se você marcou Galego Pega Frete acertou na mosca. O segundo lugar ficou para outro amigo, o horroroso e mal humorado Argeu. Para quem não se lembra, este cidadão é aquele que se candidatou a vereador nos idos de 1990 e tomou uma das maiores bombas do nosso eleitorado. Sim, aquele mesmo do lema: “Quem comeu, comeu, agora é a vez de Argeu”. Na competição ele não conseguiu o primeiro lugar. Frustrado, iniciou uma série de contatos com advogados de forte presença curial para acionar a Rádio e a Loja. A intenção era solicitar ressarcimento por danos morais. Nosso “formoso” personagem considerava sua vitória líquida e certa. Por não ter sido vitorioso o que vimos ao final da história foi um sujeito alquebrado, desiludido e triste. Prá ser sincero, creio que depois de sua malograda candidatura ao posto de “o Cara mais feio da cidade” Argeu nunca mais foi o mesmo. De vez em quando nos encontramos e percebo em seu semblante traços de indisfarçável decepção. Acalento-o dizendo que no Reino de Deus “Os últimos serão os primeiros”. Ele ouve e fica calado…

Direto da Praça: Baba do Pó

Paulo Pires

O Brasil de 2010 tá demais. Todo dia ocorrem fatos que deixam nossa sociedade arrepiada. São acontecimentos reais, irreais e surreais que ultrapassam ao mais imaginativo dos cérebros humanos. Tem de tudo para nosso [des] gosto. Os fatos reais se transformam em surreais. Em alguns casos os irreais e surreais passam por metamorfoses tão acentuadas que acabam “ficando normais”.  Ninguém sabe determinar a fronteira entre a verdade, a mentira e a ilusão. Anteontem uma adolescente de 16 anos passou em uma maternidade, viu uma senhora com um bebê nos braços, pediu à vovó inocente para dar “uma voltinha” com o recém-nascido. Sem que ninguém percebesse a mocinha se evadiu do local. A família quando deu conta do sumiço, a jovem e a criança já estavam longe. Foi um pega prá capar dos diabos. Felizmente a mocinha seqüestradora não era uma maluca qualquer. Estava apenas frustrada por um aborto que sofrera dias antes. Mas era tão amadora em seu projeto de substituição de bebê,  que ao chegar em casa sua família logo “sacou” que algo estava errado.  Apertou-a sobre a origem da criança que trazia nos braços e imediatamente chegou-se a conclusão que a mocinha a havia subtraída de alguém. As convicções se confirmaram quando viram o alarido feito por outra família na televisão. A família a fez devolver a criança.  Neste caso, o que parecia inacreditável acabou em final feliz.

Direto da Praça

Devaneios sobre educação

 Por Paulo Pires

Após ouvir o professor José Marcelino de Rezende Pinto, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP, caí na tentação de fantasiar sobre aspectos da educação brasileira. Por que continuamos tão atrasados?  Por que continuamos patinando [e nos arrepiando] quando verificamos os resultados apresentados pelos nossos jovens? E o que dizer do perfil psicossocioprofissional dos nossos docentes? Nossa educação é ruim porque ficou assim agora? Ou é ruim porque sempre foi assim?  Dizem os historiadores que quando Dom Pedro II conheceu Domingos Sarmiento, um dos melhores presidentes da Argentina em todos os tempos, ficou impressionado quando o argentino lhe falou sobre a política educacional do seu País.

Direto da Praça

Paulo Pires

Quem está certo?

Um crítico de literatura certa ocasião se aproximou de Gabriel Garcia Marques e confessou ficar impressionado com a plasticidade e a paleta criativa da obra do ciclópico colombiano. Enalteceu sua excepcional capacidade de criar exuberâncias estéticas destacando: “sua habilidade descomunal para inventar situações inusitadas, tudo beirando ao surrealismo”. Gabo – como era chamado pelos íntimos – respondeu com a tranqüilidade de sempre: “O senhor não conhece meu país. Tudo que coloco em minhas obras referente à Colômbia, realmente acontece. Nada é surrealista”.

Academia do Papo

Paulo Pires

Os meninos da Rua Paulo

Acabo de ler no Blog de Anderson que o Teatro Carlos Jeovah vai exibir a partir da semana que vem uma seqüência de filmes de faroeste, ou como dizíamos antigamente: “Um montão de filmes de coboy”. Não sei se terei tempo ou paciência, mas vou me esforçar para assistir a alguns.

O tempo passou e as diligências também. O Cine Conquista fechou o mesmo ocorrendo com o Glória, Madrigal, Eldorado e Trianon. O Ritz nem se fala. No início dos anos 70, Conquista possuía cinco ou seis cinemas. Por incrível que pareça, hoje só temos uma sala de exibição na UESB (Janela Indiscreta) e mais duas no Shopping Conquista Sul. Todos os nossos velhos cinemas foram para o espaço. Não podemos deixar de lembrar que cada um deles funcionava com linhas e produções temáticas diferentes. O Glória, por exemplo, exibia muitos caubóis açucarados, principalmente interpretados por um ator americano, de baixa estatura, cara de chorão que aparecia nos filmes cheio de roupas apertadas chamado Audie Murphy. O Glória também era “chegado” a exibição de filmes – ou películas, como dizem os mexicanos – da Pelmex. A maior sensação dos astecas para nós, meninos de Conquista, era um lutador mascarado chamado Santo e seu genial conterrâneo Mário Moreno, mais conhecido mundo a fora como Cantinflas.  Este simpático humorista juntamente com o lutador mascarado eram verdadeiramente falando, nossos grandes ídolos. Como dizia Lilico: Tempo bom! Lembro daqueles filmes e daquela época com uma nostalgia lírica quase poética.

Direto da Praça

O Roubo da História

Paulo Pires

Uma das coisas mais impressionantes nos Países Centrais e respectivas sociedades é a incrível vocação para olvidarem o que ocorre em outros lugares e suas dedicações exclusivas somente ao que ocorre em seu derredor.

Se não aconteceu em Nova Iorque pouco interessa. Tudo gira ao redor deles, com eles, para eles. Não ouvem ninguém, não vêem ninguém, os outros não interessam. O que lhes importa é a sua satisfação pessoal etnocêntrica e que tudo o mais vá pro inferno.