Direto da Praça

Dilma e Serra: semelhanças e dissemelhanças

Por Paulo Pires

O presidente Lula da Silva, alternando atitudes sectárias com momentos de discutível imparcialidade, afirma vez por outra que dada a qualidade dos candidatos, o Brasil contará com um bom presidente seja quem for o eleito [ele se refere evidentemente a Dilma e Serra].   Para esclarecer esta afirmação  – e aí ele não consegue esconder justificável jactância – diz: o futuro presidente ou a futura presidente, diferentemente do País que ele, Lula, pegou, encontrará uma Nação arrumada. Alguns certamente discordam ou discordarão do senhor Lula. Outros, como eu, em tese, concordamos com a afirmação do presidente. Em 2002, no dizer de doutor Delfim Neto e outros renomados economistas, o país estava literalmente quebrado [estava mesmo!]. Contas públicas estouradas, endividamento enorme, déficit fiscal gigantesco, salário mínimo de 78 dólares, reservas monetárias zero, política cambial na contramão, relações internacionais e comerciais voltadas em sua maior parte para os EUA, equívocos por cima de equívocos. Um dia, doutor Fernando Henrique perplexo com a situação não agüentou e fez uma declaração patética: “Este país é ingovernável!”.

Direto da Praça

Paulo Pires

Introdução mirim a dois assuntos palpitantes

1)    Complexo de inferioridade

Com o relançamento do livro O Cinematógrafo de Paulo Barreto – cronista João do Rio –  o povo brasileiro pode fazer um breve exame de como se comportavam nossos conterrâneos ao final do século 19, início do século 20. Diz o aclamado cronista que notava nos compatriotas verdadeiro desprezo pelo País. Alguns representantes das classes mais abastadas proclamavam escancaradamente que conhecer o Brasil era inútil, afirma com desilusão o escritor.

Direto da Praça

Paulo Pires

Por Paulo Pires

Dorme Sujo

Um leitor do blog de Herzem disse que não agüenta mais chegar em casa e sequer lavar o rosto. Ele mesmo se autodenominou de Dorme Sujo. Juro que há tempos não ouvia esta expressão e fiquei alegre em saber que pelo menos algumas pessoas de nossa velha Conquista não se esqueceu de utilizar termos que criamos para designar certos ocorrências e situações em que somos vitimas.  Dorme Sujo, essa é boa, não? O fato é que a falta de água que estamos vivenciando nesta primeira semana de abril de 2010, nos leva a concluir sobre a importância desse líquido. Água definitivamente é Vida. Não existe vida sem água. 

Academia do Papo

Que alivio…!

Por Paulo Pires

Neste último final de semana, após ser acometido de um pequeno acidente doméstico [queda], fiquei praticamente imobilizado e como sou um sujeito meio inquieto, resolvi, sem quê nem por que, verificar se o Google faz alguma referência à minha pessoa. Qual não foi minha surpresa aconteceu aquilo que eu já esperava: O Google desconhece minha existência. Não posso dizer de minha frustração. Mas pior que isso foi o que o corretor ortográfico fez com o grande Ariano Suassuna. Em um texto do grande escritor onde aparecia Suassuna o corretor mandou substituir por Assassino. Foi ou não foi pior? É melhor ser anônimo do que ser assassino.

Direto da Praça

 Nós e Eles: O lado positivo de um Balaio de Gatos

Por Paulo Pires

O jornalista Herzem Gusmão usou em comentário recente, uma expressão político-partidária que deve ter deixado o pessoal do PT baiano chateado: PT- CARLISTA. Isso mesmo. Eu diria aos que ficaram chateados, que não fiquem assim.  Isso é perda de tempo. A expressão “trazida ou inventada” por Herzem é fiel aos fatos e por causa disso não merece reprimendas. O PT da Bahia albergou em seu alinhamento um conjunto de políticos criados, educados, doutrinados e destacados na política baiana e nacional dentro das concepções políticas do lendário corifeu udenista Antônio Carlos Magalhães. Qual é o mal de outrora eles terem integrado o Carlismo? Não vejo nada de anormal nisso.

Direto da Praça

Paulo Pires

Terrorismo. Que terrorismo?

Os acontecimentos da manhã desta segunda feira (29/03/10), em Moscou, exprimem o verdadeiro significado de como a grande imprensa internacional trata das questões relacionadas ao domínio e contradomínio de certos Povos contra determinados Povos. Apesar de o mundo já estar vivendo há 10 anos o século 21 da era cristã, ainda existem povos dominando outros e os dominadores acham-se no direito de fazê-lo, como se isso fosse uma determinação que Deus lhes concedeu.  O que aconteceu nesta segunda feira fez com que essa grande imprensa estampasse com letras de pavor que Moscou foi mais uma vez (?) vitima do Terrorismo. Ora, ora, terrorismo… Quem acompanha o noticiário político do planeta sabe com mediana clareza que a coisa não é bem assim.

Direto da Praça

Paulo Pires

Uns 10 Mandamentos

Ontem uma amiga enviou um e-mail criticando alguns textos que escrevo e asseverou que sua avaliação se sustenta em constatações de que a maioria das minhas abordagens não apresente ou aponte caminhos ou mesmo tons afirmativos para questões que gosto de trazer a tona.  Por uma questão de justiça, não deixo de lhe dar razão. Ocorre apenas um pequeno detalhe: Os meus comentários não se propõem de forma alguma a ser judiciosos e arrogantes. E diria ainda em relação a esse tipo de critica, que mesmo quando tenho certeza de alguma coisa, jamais a defendo com veemência. Esta lição me foi ensinada por um grande sábio: “Existe mais coisas entre o Céu e a Terra do que possa imaginar nossa vã Filosofia”. Só os sonhadores e ingênuos são judiciosos, sentenciosos, terminativos…

Direto da Praça

Além da serra do Peri Peri                                                       

Por Paulo Pires

Na coluna anterior, afirmei com base nas informações e em parte da pequena literatura ao meu alcance que a questão das drogas e as tentativas de solução ou redução para ela, não podem ser ou ter a abordagem ingênua que estão se lhe dando.

Algumas pessoas me contestaram esbravejando sobre o desserviço que estou prestando, fazendo-me duras críticas quanto ao tipo de análise que expus. Algumas chegaram a ridicularizar minhas informações chegando a considerá-las como megalomaníacas. Penso ser necessário esclarecer algumas coisas.

Direto da Praça

A geopolítica das drogas

Por Paulo Pires

Está chegando ao Brasil um livro do Sr. Alain Brousse, renomado estudioso francês em entorpecentes. Certamente vai interessar ao grande público. O trabalho é muito importante e trata de analisar a conjuntura de onde, como, quando, quem e por que as drogas tem se tornado um dos maiores problemas da Humanidade. Penso que a relevância desse do livro se impõe porque se realmente há um fenômeno que está deixando todas as pessoas, todas as sociedades no Ocidente vivendo clima de pavor, não há dúvida que este se associa a produção, circulação e consumo dessa coisa que ao meso tempo que entorpece milhões de pessoas deixa outros tantos milhões sem dormir. Se brincar esses números chegam à casa de bilhões de pessoas.

Junto com o lixo, o desemprego, a fome, as injustiças sociais e a habitação, as drogas parecem ser o carro chefe dos problemas neste início de século XXI. Parece que a questão se reduz apenas no Oriente ou Oriente Médio. Principalmente, em certas regiões e por causa de algumas religiões a coisa não é tão acentuada quanto a nossa em virtude de alguns governos [na verdade, Estados federais] terem resolvido – aparentemente – o fenômeno na base de leis extremas. Os mulçumanos, por exemplo, se forem pegos bebendo ou usando drogas de qualquer natureza podem ir até para a degola.

Academia do Papo

O couro tá comendo e a cobra vai fumar

Por Paulo Pires

Se o povo brasileiro tivesse mais acesso ao que está acontecendo nas Editorias da nossa grande imprensa ficaria encabulado com os fatos. A maré não está prá peixe. É pau prá todo lado. Nossos grandes jornais e revistas estão vivendo momentos difíceis. Pior é que não se planejaram, pensando que iam ficar recebendo dinheiro dos governos pelo resto da vida, meteram os pés pelas mãos sem nenhuma política de investimentos correta, resultado: Estão atolados em dívidas que não podem saldar nem no curto nem no médio prazo e, mais grave ainda, quando vislumbram a possibilidade de o PT ficar mais quatro anos na Presidência da República, sentem calafrios e dores por todo o corpo. Bem feito, quem mandou não avaliar corretamente os cenários. Não desejo mal a ninguém, mas neste caso, vou fazer uma exceção.

Direto da Praça

Winston Churchill para o grande Público

Por Paulo Pires

Churchill, um dos grandes homens do Século XX, era uma figura emblemática. Possuía um estilo aristocrático que lhe conferia e revelava generosidade, humanidade, ironia, senso prático, diálogo inteligente, percepção imediata, destemor, fair-play, dignidade e outros atributos mais.  Era sem dúvida uma personalidade fascinante. Quem teve o privilégio de sua companhia não se cansava de enaltecer-lhe as qualidades. Em virtude de muitos jovens desconhecerem a grandeza desse monumental personagem, transcrevo abaixo, uns caroços (como diria Elomar) da verve e do doce veneno do grande britânico. Até os socialistas [amigos dele] ficavam intrigados com suas opiniões, mas jamais se atreveram à réplica, porque sabiam acima de tudo com quem tratavam. Vamos a Ele:

Direto da Praça

Por Paulo Pires

Direitos Humanos, Obrigações Humanas

Há alguns anos, um ensaísta americano cujo nome me foge à memória escreveu sobre a sociedade reivindicativa que se instalou nos EUA. No bom ensaio, o autor se declarava intrigado com o paradoxo de se viver em uma sociedade que incorporou em sua mentalidade um modelo de exigência social que a todo instante reivindica para si “todos os direitos”. Possíveis e impossíveis. Isso mesmo. Naquele momento ficou revelado para o resto do Planeta que a América constituía-se em um Estado onde  todas as pessoas, indistintamente, reivindicavam para si o máximo  de direitos  pessoais. Em outras palavras, pode-se dizer que no início dos anos de 1970, os americanos de forma implacável adotaram um famoso lema, o mais propalado na Paris de 1968: “Seja realista, exija o impossível!”.

Como diria Monteiro Lobato: Isso é bom e ao mesmo tempo é mau. Bom porque todos podem levantar sua bandeira de descontentamento e expressar-se indignado com fatos, objetos e acontecimentos que estejam em desacordo com o que está vivenciando. Mau porque nem tudo que nos descontenta, pode ser resolvido conforme os nossos desejos. E aí, é onde reina o perigo. Quantas e quantas coisas não estão conforme nossos desejos, mas que infelizmente somos obrigados a engoli-las.  Pois é isso aí. Existem dezenas, centenas de coisas que não nos satisfazem e nos contrariam e que infelizmente não podemos modificá-las porque isto exigiria ações que estão a centenas de milhas do nosso alcance.

Direto da Praça

Segurança Pública, Segurança Social

Por Paulo Pires

Vou repetir o óbvio: Não haverá eficácia ou eficiência nas ações dos órgãos de Segurança Pública, enquanto não houver Segurança Social. Não adianta querer fechar o buraco da Barragem se o chiclete ou a quantidade de barro utilizado forem insuficientes para esse fim [ao que parece, sempre serão]. É certo que todo esforço para tentar esclarecer o que houve em Vitória da Conquista nos últimos dias merece louvor [isso sob o ponto de vista do Controle Social]. Todavia, quando pensamos que o fratricídio vai continuar, chega-se a clara conclusão que a questão é muito mais complexa, portanto, requer tratamento totalmente diferente. Não adianta tentar curar um câncer aplicando Doril ou Anador. O paciente está vivendo profundas lesões biológicas.

O que ocorre é que as pessoas pensam que terão Segurança Pública à medida que o Estado ofereça mais policial e mais viaturas para fazerem rondas nas ruas da Cidade. A isso, outrora, chamávamos de ledo engano. A questão da Segurança Pública não se atém apenas aos aspectos do controle judiciário e às ações da Policia Militar ou Polícia Civil. A coisa é muito mais grave. Ou profunda, como queiram. Enquanto não tivermos políticas sociais, educacionais, econômicas, estruturais, culturais, etc.etc. não teremos uma sociedade vivendo tempos de paz.  Aquelas passeatas pela Paz [são lindas e comoventes], mas totalmente inócuas sob o ponto de vista do equacionamento do Problema.

Férias com índio

Um encontro marcou as férias do professor Paulo Pires, colunista de nosso Blog, no inicio de fevereiro em Porto Seguro no extremo sul da Bahia. Durante suas aventuras, Paulo conheceu um indígena e aproveitou para discutir assuntos relativos à sua cultura.

O doutor em contabilidade que nasceu na cidade pernambucana Afogados da Ingazeira, ficou muito feliz em ter contato com os descendentes dos primeiros habitantes do Brasil.

Agora vamos aguardar o que Pires irá nos contar dessas aventuras através de suas crônicas.

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Direto da Praça

Paulo Pires

Virado nos Seiscentos

O Governo e o Presidente Lula estão virados nos seiscentos. Nunca um governo brasileiro alcançou e mantém – e isso é o mais importante – um índice de aprovação tão elevado em nossa História. O governo de Sarney, durante mais ou menos um mês manteve um índice de popularidade espantoso, mas isso só durou uma chuvinha de verão. Com o Lula a coisa mudou. O “cara” desde o seu segundo ano de mandato conseguiu botar moral na sua administração e o resultado é este: Entre regular, bom e ótimo, está simplesmente com 95% de aprovação perante a Nação e o Povo brasileiro. Nunca na História deste País [expressão que tomo emprestada do Sapo] tivemos um governante tão bem avaliado, durante tanto tempo. Ou o homem é bom ou é um grande ilusionista ou todo mundo no Brasil é otário.

Até na manutenção do prestígio o Sapo é fera. Mas não é todo mundo que é assim. A maioria das pessoas que a gente conhece só é boa por um tempinho. Lembro-me de um antigo jogador do Fluminense chamado Cafuringa. Este folclórico jogado era um atleta que alternava sua vida profissional entre atuações geniais e desempenhos bisonhos. Tinha dia que “Cafú” jogava igual a Pelé, em outros, entretanto, atuava como um verdadeiro cabeça de bagre (como se diz no Rio de Janeiro).

Direto da Praça

Paulo Pires

Lula:   Estadista Global

Desde o início do ano passado tenho dito que o senhor Lula da Silva ganhará o prêmio Nobel. Algumas pessoas adversárias ao Lula, contrapondo-se a mim, consideram improvável essa hipótese e ainda por cima desancam o Sapo Barbudo, chamando-o de ignorante, analfabeto, etc. etc. Uma coisa é certa: O homem vai ganhar o Nobel da Paz. Isso, naturalmente, provocará enorme perturbação nesses poucos que não vêem grandeza em nosso Presidente. Eu sou justamente o contrário. Vejo Lula sem paixão política (até porque não sou nem nunca serei do PT) e pela frieza de minha intuição antevejo o Sapo daqui a uns tempos recebendo o prêmio. Nosso primeiro prêmio Nobel. Vai ser uma glória! Primeiro para ele, depois para nós, brasileiros.

Academia do Papo

Bares e artistas

Paulo Pires

Finalizamos o ano de 2009 com a cidade de Vitória da Conquista cheia de bares e restaurantes. O circuito noturno da cidade está do jeito que o diabo gosta e a juventude adora. É bar prá todo lado e todos os gostos. No circuito Olivia Flores e adjacências encontram-se restaurantes, pizzarias, bares e churrascarias que fazem a festa da cidade. A rapaziada manda ver. Aliás, instalaram também duas tamakerias que rapidamente se transformaram numa verdadeira febre para os meninos e meninas. Trata-se de ambientes para jovens e, portanto, nem precisa dizer, a beleza impera. Encontrei-me rapidamente em uma delas com o deputado federal Paulo Magalhães e como sempre ele se mostrou foi muito efusivo nos cumprimentos. Estavam com ele o ex-vereador Sandro Pezão, o vereador Hermínio Oliveira, Léo Correia, filho da grande artista e intelectual conquistense Mariza Fernandes e outros que não me recordo agora. Eu já havia bebido uma meia dúzia de uísques e isso me obrigou a perturbar o mínimo possível o cavalheirismo do deputado. Qualquer pessoa que entrasse no ambiente ficaria surpresa com a beleza dos nossos jovens. De feio mesmo só estavam lá eu e um amigo horroroso que felizmente não me viu e parece que estava mais chumbado que eu. Inda bem…

Academia do Papo

                                                                                                                                                                                  Paulo Pires

Prá quem gosta de furdúncio de Elite

Prá quem gosta de lambança [e o povo parece que adora] a minissérie que começa hoje, 04 de janeiro de 2010, na TV Globo é um prato cheio. O registro televisivo da Vênus Platinada traz à tona a vida, as venturas, desventuras e infortúnios de ninguém mais ninguém menos que Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Vou repetir: Se vocês realmente adoram vidas bagunçadas acompanhem a desses dois maravilhosos artistas brasileiros.