Dilma e Serra: semelhanças e dissemelhanças
Por Paulo Pires
O presidente Lula da Silva, alternando atitudes sectárias com momentos de discutível imparcialidade, afirma vez por outra que dada a qualidade dos candidatos, o Brasil contará com um bom presidente seja quem for o eleito [ele se refere evidentemente a Dilma e Serra]. Para esclarecer esta afirmação – e aí ele não consegue esconder justificável jactância – diz: o futuro presidente ou a futura presidente, diferentemente do País que ele, Lula, pegou, encontrará uma Nação arrumada. Alguns certamente discordam ou discordarão do senhor Lula. Outros, como eu, em tese, concordamos com a afirmação do presidente. Em 2002, no dizer de doutor Delfim Neto e outros renomados economistas, o país estava literalmente quebrado [estava mesmo!]. Contas públicas estouradas, endividamento enorme, déficit fiscal gigantesco, salário mínimo de 78 dólares, reservas monetárias zero, política cambial na contramão, relações internacionais e comerciais voltadas em sua maior parte para os EUA, equívocos por cima de equívocos. Um dia, doutor Fernando Henrique perplexo com a situação não agüentou e fez uma declaração patética: “Este país é ingovernável!”.