Pequenas Notas

Uma questão para ser resolvida pela Lei e pela Serenidade

Por Paulo Pires

Há algum tempo perguntaram ao compositor Gilberto Gil como ele definiria  a personalidade do seu colega Paulinho da Viola. Gil, reconhecidamente uma pessoa dada a discursos longos, prolixos olhou para o jornalista e surpreendeu lacônica e poeticamente: Mister Serenidade. Isso mesmo. Na visão de Gil e da maioria dos brasileiros, Paulinho da Viola é uma pessoa que transmite muita serenidade. Gil ganhou pontos com a resposta porque o povo brasileiro sentiu sinceridade e fidelidade à verdade no que tange a personalidade do autor de Sinal Fechado. Paulinho, claro, adorou…Vejam como em poucas palavras podemos emitir  juízos de valor sobre questões que parecem complexas e que no fundo são simples. Mas a simplicidade, para muita gente, tem um lado muito chato: É simples demais, transparente demais! Por isso os que são contra a simplicidade, acham ser um sagrado dever abandoná-lo e partir para anuviar a coisa. Desse modo, pensam eles, teremos no lugar da simplicidade portadora constante da alegria uma esbórnia trepidante provocada pela algaravia. É isso que interessa para algumas pessoas.

Pequenas Notas

A História, como é bela a História

Por Paulo Pires

Não sei se há maldade no discurso da Oposição em Conquista ou se realmente um petista “aloprado” disse em algum lugar que a História desta cidade começou em 1997. Ora, ora, em qualquer das opções diria que isso é absolutamente ridículo. Ou seja, se alguém do Partido dos Trabalhadores disse uma besteira como essa, merece umas reprimendas. Mas, ao contrário, se a Oposição estiver mencionando esse tipo de coisa para desestabilizar as boas relações do Governo Petista com a Sociedade Conquistense, objetivando um apartheid histórico-social, isso também, convenhamos, é recriminável.  Em outras palavras, ambos estariam errados. Nossa História vem de longe. Muito longe. Para escrevê-la contou com homens e mulheres valorosos. Ninguém seria tolo de chegar aqui para dizer grotescamente: Esta cidade é o que é hoje, porque meu grupo político se empenhou para esse desiderato. Todos  contribuíram para esse fim.

Pequenas Notas

Privatização – Descentralização

Por Paulo Pires

A Câmara de Vereadores de Conquista vota esta semana uma proposta administrativa do Governo Municipal para o Hospital Esaú Matos.  Diante de algumas postulações equivocadas, há quem diga tratar-se de decisão complexa tendo em vista alguns insistirem que a “privatização” do hospital causaria danos irreparáveis à municipalidade.

José Carlos Aleluia

Foto: Blog do Anderson

O Senhor José Carlos Aleluia (DEM-BA), candidato derrotado para o senado nas eleições de 2010, esteve ontem em Conquista e realizou uma série de encontros com lideranças locais. Tudo se deu num clima amistoso e cordial como deve ser nas democracias, até porque o ex-parlamentar é conhecedor de um belo acervo cultural de nossa Política. Ocorre que o ex-parlamentar em meio ao calor de suas observações resolveu criticar o ex-presidente Lula e ao Governador do Estado por causa das visitas que fizeram. Até aí tudo bem também. Entretanto, o senhor Aleluia de forma distraída (penso eu) disse que o município de Cachoeira de São Félix, por exemplo, não tem nada em termos de infraestrutura e, em que pese sua História, vive até hoje problemas cruciais. Mais uma vez penso que ele se distraiu e se esqueceu que o grupo político a que pertence dirigiu, administrou a Bahia por quase 50 anos. Senhor Aleluia: É por esse tipo de crítica que seu Partido fica sempre em situação difícil para entusiasmar eleitores. Essas e outras fazem com que os democratas entrem em “saias justas” ou se tornem vítimas de “camisas de sete varas”. Eleitores atentos e independentes percebem isso com naturalidade. Somos o Estado com maior número de pobres do Brasil. Triste Bahia, disse dom Gregório de Matos!

(Paulo Pires)

Pequenas Notas

Elomar e Guimarães Rosa: Desindoidecer, desindoidar

Por Paulo Pires

João Guimarães Rosa, assim como o grande poeta-místico-pensador-compositor Elomar, era um sujeito autêntico. Ambos são brasileiros legítimos e se assemelham em muitos aspectos. A parecença deles começa pelo lado estético [Rosa e Elomar são inventores de linguagens inusitadas em seus campos de criação]. Outro aspecto revela zelo e meticulosidade quando se expressam. Um terceiro aspecto, quase conseqüência do anterior, decorre de uma razão simples: Sendo homens muito criativos, são detentores de uma autocrítica impiedosa sobre o que produzem.

Academia do Papo

A morte da elegância – conquistenses ilustres

Por Paulo Pires

Com o falecimento de Dalmar Gusmão, sexta feira 13 de maio/2011, pode-se afirmar com segurança [e tristeza] que o charme masculino conquistense dos anos 50, 60 e 70 está desaparecendo do nosso Planalto. Dalmar era filho de Ariovaldo Fernandes, que junto a Jeremias Gusmão [seu cunhado], Aureomar, Ziziu, Bebé, Wellington Mendes e Osvaldo Santos Mello, formavam aquele santuário de grandes pecuaristas. Ao lado de outros grandes amigos da região de Itambé e Itapetinga como Zé Caixeiro, Zeca Espinheira, Jovino Oliveira, Waldemar Holanda, Cori Moreira, Pequeno e Belizário Ferraz entre outros, esses senhores constituíram-se em verdadeiras lendas da criação bovina baiana.

Academia do Papo

Fechamento de Bares e Restaurantes (I)

Por Paulo Pires

O projeto de Lei que tramita na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista cuja finalidade é estabelecer tempo limite para funcionamento de Bares e Restaurantes, parece que está tomando conta de inúmeras manifestações em quase todos os segmentos sociais do nosso Município. Não é prá menos. Cada pessoa tem sua visão de mundo e, em conseqüência disso, uma solução individual para o que se lhe apresenta. O problema é que a decisão para a questão não pode se cingir a visões ou dimensões particulares. Quem já morou ou esteve em Londres, por exemplo, deve ter se surpreendido com o tratamento que os aludidos estabelecimentos recebem na City: Abrem as 18 e fecham às 24 horas.

O assunto, além de outras abordagens, merece ser considerado também como um problema de Ordem e Saúde Pública. No caso brasileiro, onde se busca a custo de muita patinação o Progresso, parece haver pouco apreço para a Ordem. As pessoas [muitas] tão envoltas com o hedonismo particular parecem pouco receptivas a ideia de que é preciso estabelecer novas regras de convivência social, incluindo-se aí limites para o tempo da boemia. Tudo tem seu tempo, vejam em Eclesiastes.

Praça Sá Barreto

Por Paulo Pires

Quando Castro Alves, um dos nossos gloriosos poetas versejou: “A praça é do povo como o céu é do condor”, não fez dessa dicção apenas uma construção lírica. O romântico poeta, reconhecido defensor da Liberdade proferiu os famosos versos em Espumas Flutuantes [O Poder ao Povo] e o fez movido por elevado espírito de sabedoria. Os poetas são seres sensitivos, portanto, possuidores de profunda percepção em relação ao que se passa no âmago dos acontecimentos. Não importa se o fenômeno é social ou pessoal. Um dos exemplos representativos dessa afirmação é Leon Tolstoi. A obra do russo é uma vastidão de abordagens  no que há de mais profundo em seus mergulhos sapienciais. É impressionante como ele conseguiu passar de um drama pessoal (Ana Karenina) para chegar a um universal (Guerra e Paz) sem perder a genialidade.

Academia do Papo

Por Paulo Pires

Hoje não escreverei nada de minha lavra. Reproduzo o e-mail que me foi passado pelo amigo, mestre e poeta Dirlêi Bonfim sobre uma campanha publicitária do Citibank em São Paulo:

Academia do Papo

Zsa Zsa Gabor

Por Paulo Pires

O jornal Folha de São Paulo hoje, 15 de janeiro de 2011, noticia que Zsa Zsa Gabor teve amputada sua perna direita e que está em bom estado de pressão arterial. Zsa Zsa Gabor, hein? Quem diria? Mas é isso aí. Quem espera viver uma vida só de alegria é bom se preparar para os reveses. Coisa ruim acontece também nas melhores famílias e com as melhores pessoas.

Academia do Papo

Nossos Castelos

Por Paulo Pires

Quem olha para essa cidade de Vitória da Conquista, há de constatar que não temos construções suntuosas como em outras cidades do mesmo porte. Mas aqui, acreditem, ainda por influência da nobreza que tivemos até novembro de 1889 e da qual nunca nos afastamos (convivemos com Rei do futebol, Príncipe não sei de quê, Rainha do carnaval, Rei Momo e outras entidades aristocráticas e monárquicas) temos, ou melhor, tivemos nossos Castelos. Conquista tinha Castelos? Tinha sim senhor. Convenhamos que não fossem esplendorosos como aqueles do sul da França, da Baviera ou da Escócia, mas tínhamos. Digamos que eram “castelos meio pebas”. Mesmo assim foram importantíssimas na formação de nossa boemia.

Academia do Papo

Tá chegando a hora

Por Paulo Pires

Finalmente está chegando a hora de o senhor Lula da Silva se mandar do Palácio do Planalto. Nesta segunda feira, no Programa de rádio Café com o Presidente ele disse que governar o Brasil foi “gostoso demais”. Para um sujeito que veio de onde veio, acho que falou a verdade. Aquele menino pobre, de Caetés, cafundós de Pernambuco vai deixar a presidência da República com uma aprovação jamais alcançada por outro presidente na História Republicana. Aliás, prá ser mais exato, nenhum governante brasileiro até hoje saiu tão bem na fita quanto o ex-metalúrgico do ABC.

Academia do Papo

Isaac Nunes Filho – um Poeta na praça

Por Paulo Pires 

 Está na praça – para alegria de todos – um livro intitulado Mochila de Cego. O autor? Bem, o autor?  Um velho [não no sentido da idade] e grande amigo de boa parte da sociedade brasileira cujo nome [privilegiado] é Isaac Nunes Filho. Isso mesmo: Isaac Nunes Filho, tio do outro Isaac (o Neto) também muito conhecido em nossa sociedade e pelos habitantes do sul do nosso Estado.  A ambos Conquista e parte do Brasil devem muito. Eu pessoalmente os admiro e penso que raros discordarão dessa opinião.

Academia do Papo

Latifúndio e Minifúndio Político

Por Paulo Pires

 Mal terminou a roçagem nos grandes latifúndios da política nacional [31 de outubro de 2010] já estamos tomando conhecimento de nomes para prefeito de Vitória da Conquista em 2012. Como diria Monteiro Lobato: Isso é bom, isso é mau.  Bom porque quem ambiciona a cadeira do Executivo Municipal já expõe seu nome e, portanto, começa a fixá-lo na mente do Povo (Lula fez isso com dona Dilma Rousseff). Ao perceber que sua ex-ministra era desconhecida das massas o que fez o Sapo? Um ano antes da campanha oficial botou a mulher debaixo do sovaco e até nas inaugurações de chafariz lá estava ela ao lado do presidente.  Mau porque antecipar o pleito tão rapidamente, pode promover uma sucessão de cizânias e ai pode acontecer de o mais esperto [politicamente] fazer com que muita gente se indisponha com muita gente. O que há de ruim nisso? O divisionismo. Em Política, mormente a brasileira, quanto mais se divide mais as possibilidades de vitória diminuem (mas no resto do mundo democrático não é assim?). É, mas com diferenças visíveis de que em outros países os partidos [embora sejam partidos] possuem unidades ideológicas. Aqui, nossos partidos parecem ter mais necessidades mercadológicas e/ou empregatícias do que Ideológicas.

Como dizia Camões

Por Paulo Pires

“Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças”. A palavra Fortuna contida no poema desse magistral poeta significa “sorte”. É oportuno assinalar que em tempos passados esse fator [sorte] foi questionado e secundarizado por todas as pessoas ligadas à ciência e a filosofia, principalmente.   Nos tempos atuais, com o adventício de novas crenças em torno do fator, parece que caminhamos para um consenso de que a sorte não pode mais ser considerada uma crendice, uma coisa mítica. Existe por aí considerável número de pessoas que crêem na existência de fatores extra-sensoriais ajudando ou prejudicando os seres humanos.   Mallarmé um dos principais nomes da poesia simbolista [senão o maior] dizia que tudo é um jogo de dados. Isso mesmo. Tudo funciona como um jogo de dados. Começo a aceitar a tese do grande poeta francês.

Política Brasil

Por Paulo Pires

O ganhador do prêmio Nobel de Literatura 2010, Mario Vargas Llosa [peruano] esteve em São Paulo. O homem deitou falação sobre um buquê temático que englobou diversos assuntos, principalmente política, diplomacia e literatura. Conforme o Estadão de São Paulo:

“Vargas Llosa falou de política e de literatura em São Paulo, num encontro com funcionários da Editora Abril, antes de viajar para Porto Alegre, onde era convidado do seminário Fronteiras do Pensamento. Na palestra de São Paulo, conduzida por Ricardo Setti, o escritor disse que o Brasil “é visto como um exemplo a ser seguido”.

Sobre a Pesquisa

Por Paulo Pires

Um trecho da análise de dados da pesquisa informa:

“Considerando-se todos os votos, Dilma tem 46,2%, ante 42,7% do oposicionista. Em ambos os cálculos, a diferença fica no limite da margem de erro, o que caracteriza empate técnico. Votariam em branco e nulo 4% dos entrevistados, enquanto 6,6% estão indecisos. Na pergunta espontânea, em que nenhum nome é apresentado, a petista tem 44,5%, ante 40,4% de Serra”.

 “A maioria dos entrevistados acredita que Dilma será a vitoriosa na disputa (59,6%). Ela permanece com menos restrição de votos em relação a Serra. Enquanto 35,4% dizem que não votariam na petista, 37,5% afirmam que não escolheriam o tucano”.

Direto da Praça

Implicância com o PSDB?

Por Paulo Pires

Algumas pessoas estão acusando este colunista [?] de ser tendencioso e viver disseminando idéias contrárias ao projeto peessedebista de governo. Não sou contra o PSDB. Sou contra o que este Partido deixou de fazer. Principalmente quando assumiu o governo do Brasil no período de janeiro/95 a dezembro/2002. Sim, infelizmente, aquela infausta gestão, num período relativamente longo [8 anos] me levou a assumir posição contrária ao projeto administrativo realizado pelos tucanos. Francamente, não estou arrependido em estar do lado oposto. O que acabo de afirmar não pode ser encarado como tendenciosidade, mas sim como uma manifesta declaração que não estou ao lado do senhor Serra ou do senhor Fernando Henrique. Isso é legítimo  republicano. Vergonhoso seria a desfaçatez.