Academia do Papo

Fechamento de Bares e Restaurantes (I)

Por Paulo Pires

O projeto de Lei que tramita na Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista cuja finalidade é estabelecer tempo limite para funcionamento de Bares e Restaurantes, parece que está tomando conta de inúmeras manifestações em quase todos os segmentos sociais do nosso Município. Não é prá menos. Cada pessoa tem sua visão de mundo e, em conseqüência disso, uma solução individual para o que se lhe apresenta. O problema é que a decisão para a questão não pode se cingir a visões ou dimensões particulares. Quem já morou ou esteve em Londres, por exemplo, deve ter se surpreendido com o tratamento que os aludidos estabelecimentos recebem na City: Abrem as 18 e fecham às 24 horas.

O assunto, além de outras abordagens, merece ser considerado também como um problema de Ordem e Saúde Pública. No caso brasileiro, onde se busca a custo de muita patinação o Progresso, parece haver pouco apreço para a Ordem. As pessoas [muitas] tão envoltas com o hedonismo particular parecem pouco receptivas a ideia de que é preciso estabelecer novas regras de convivência social, incluindo-se aí limites para o tempo da boemia. Tudo tem seu tempo, vejam em Eclesiastes.

Praça Sá Barreto

Por Paulo Pires

Quando Castro Alves, um dos nossos gloriosos poetas versejou: “A praça é do povo como o céu é do condor”, não fez dessa dicção apenas uma construção lírica. O romântico poeta, reconhecido defensor da Liberdade proferiu os famosos versos em Espumas Flutuantes [O Poder ao Povo] e o fez movido por elevado espírito de sabedoria. Os poetas são seres sensitivos, portanto, possuidores de profunda percepção em relação ao que se passa no âmago dos acontecimentos. Não importa se o fenômeno é social ou pessoal. Um dos exemplos representativos dessa afirmação é Leon Tolstoi. A obra do russo é uma vastidão de abordagens  no que há de mais profundo em seus mergulhos sapienciais. É impressionante como ele conseguiu passar de um drama pessoal (Ana Karenina) para chegar a um universal (Guerra e Paz) sem perder a genialidade.

Academia do Papo

Por Paulo Pires

Hoje não escreverei nada de minha lavra. Reproduzo o e-mail que me foi passado pelo amigo, mestre e poeta Dirlêi Bonfim sobre uma campanha publicitária do Citibank em São Paulo:

Academia do Papo

Zsa Zsa Gabor

Por Paulo Pires

O jornal Folha de São Paulo hoje, 15 de janeiro de 2011, noticia que Zsa Zsa Gabor teve amputada sua perna direita e que está em bom estado de pressão arterial. Zsa Zsa Gabor, hein? Quem diria? Mas é isso aí. Quem espera viver uma vida só de alegria é bom se preparar para os reveses. Coisa ruim acontece também nas melhores famílias e com as melhores pessoas.

Academia do Papo

Nossos Castelos

Por Paulo Pires

Quem olha para essa cidade de Vitória da Conquista, há de constatar que não temos construções suntuosas como em outras cidades do mesmo porte. Mas aqui, acreditem, ainda por influência da nobreza que tivemos até novembro de 1889 e da qual nunca nos afastamos (convivemos com Rei do futebol, Príncipe não sei de quê, Rainha do carnaval, Rei Momo e outras entidades aristocráticas e monárquicas) temos, ou melhor, tivemos nossos Castelos. Conquista tinha Castelos? Tinha sim senhor. Convenhamos que não fossem esplendorosos como aqueles do sul da França, da Baviera ou da Escócia, mas tínhamos. Digamos que eram “castelos meio pebas”. Mesmo assim foram importantíssimas na formação de nossa boemia.

Academia do Papo

Tá chegando a hora

Por Paulo Pires

Finalmente está chegando a hora de o senhor Lula da Silva se mandar do Palácio do Planalto. Nesta segunda feira, no Programa de rádio Café com o Presidente ele disse que governar o Brasil foi “gostoso demais”. Para um sujeito que veio de onde veio, acho que falou a verdade. Aquele menino pobre, de Caetés, cafundós de Pernambuco vai deixar a presidência da República com uma aprovação jamais alcançada por outro presidente na História Republicana. Aliás, prá ser mais exato, nenhum governante brasileiro até hoje saiu tão bem na fita quanto o ex-metalúrgico do ABC.

Academia do Papo

Isaac Nunes Filho – um Poeta na praça

Por Paulo Pires 

 Está na praça – para alegria de todos – um livro intitulado Mochila de Cego. O autor? Bem, o autor?  Um velho [não no sentido da idade] e grande amigo de boa parte da sociedade brasileira cujo nome [privilegiado] é Isaac Nunes Filho. Isso mesmo: Isaac Nunes Filho, tio do outro Isaac (o Neto) também muito conhecido em nossa sociedade e pelos habitantes do sul do nosso Estado.  A ambos Conquista e parte do Brasil devem muito. Eu pessoalmente os admiro e penso que raros discordarão dessa opinião.

Academia do Papo

Latifúndio e Minifúndio Político

Por Paulo Pires

 Mal terminou a roçagem nos grandes latifúndios da política nacional [31 de outubro de 2010] já estamos tomando conhecimento de nomes para prefeito de Vitória da Conquista em 2012. Como diria Monteiro Lobato: Isso é bom, isso é mau.  Bom porque quem ambiciona a cadeira do Executivo Municipal já expõe seu nome e, portanto, começa a fixá-lo na mente do Povo (Lula fez isso com dona Dilma Rousseff). Ao perceber que sua ex-ministra era desconhecida das massas o que fez o Sapo? Um ano antes da campanha oficial botou a mulher debaixo do sovaco e até nas inaugurações de chafariz lá estava ela ao lado do presidente.  Mau porque antecipar o pleito tão rapidamente, pode promover uma sucessão de cizânias e ai pode acontecer de o mais esperto [politicamente] fazer com que muita gente se indisponha com muita gente. O que há de ruim nisso? O divisionismo. Em Política, mormente a brasileira, quanto mais se divide mais as possibilidades de vitória diminuem (mas no resto do mundo democrático não é assim?). É, mas com diferenças visíveis de que em outros países os partidos [embora sejam partidos] possuem unidades ideológicas. Aqui, nossos partidos parecem ter mais necessidades mercadológicas e/ou empregatícias do que Ideológicas.

Como dizia Camões

Por Paulo Pires

“Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa a que a Fortuna castigasse as minhas mal fundadas esperanças”. A palavra Fortuna contida no poema desse magistral poeta significa “sorte”. É oportuno assinalar que em tempos passados esse fator [sorte] foi questionado e secundarizado por todas as pessoas ligadas à ciência e a filosofia, principalmente.   Nos tempos atuais, com o adventício de novas crenças em torno do fator, parece que caminhamos para um consenso de que a sorte não pode mais ser considerada uma crendice, uma coisa mítica. Existe por aí considerável número de pessoas que crêem na existência de fatores extra-sensoriais ajudando ou prejudicando os seres humanos.   Mallarmé um dos principais nomes da poesia simbolista [senão o maior] dizia que tudo é um jogo de dados. Isso mesmo. Tudo funciona como um jogo de dados. Começo a aceitar a tese do grande poeta francês.

Política Brasil

Por Paulo Pires

O ganhador do prêmio Nobel de Literatura 2010, Mario Vargas Llosa [peruano] esteve em São Paulo. O homem deitou falação sobre um buquê temático que englobou diversos assuntos, principalmente política, diplomacia e literatura. Conforme o Estadão de São Paulo:

“Vargas Llosa falou de política e de literatura em São Paulo, num encontro com funcionários da Editora Abril, antes de viajar para Porto Alegre, onde era convidado do seminário Fronteiras do Pensamento. Na palestra de São Paulo, conduzida por Ricardo Setti, o escritor disse que o Brasil “é visto como um exemplo a ser seguido”.

Sobre a Pesquisa

Por Paulo Pires

Um trecho da análise de dados da pesquisa informa:

“Considerando-se todos os votos, Dilma tem 46,2%, ante 42,7% do oposicionista. Em ambos os cálculos, a diferença fica no limite da margem de erro, o que caracteriza empate técnico. Votariam em branco e nulo 4% dos entrevistados, enquanto 6,6% estão indecisos. Na pergunta espontânea, em que nenhum nome é apresentado, a petista tem 44,5%, ante 40,4% de Serra”.

 “A maioria dos entrevistados acredita que Dilma será a vitoriosa na disputa (59,6%). Ela permanece com menos restrição de votos em relação a Serra. Enquanto 35,4% dizem que não votariam na petista, 37,5% afirmam que não escolheriam o tucano”.

Direto da Praça

Implicância com o PSDB?

Por Paulo Pires

Algumas pessoas estão acusando este colunista [?] de ser tendencioso e viver disseminando idéias contrárias ao projeto peessedebista de governo. Não sou contra o PSDB. Sou contra o que este Partido deixou de fazer. Principalmente quando assumiu o governo do Brasil no período de janeiro/95 a dezembro/2002. Sim, infelizmente, aquela infausta gestão, num período relativamente longo [8 anos] me levou a assumir posição contrária ao projeto administrativo realizado pelos tucanos. Francamente, não estou arrependido em estar do lado oposto. O que acabo de afirmar não pode ser encarado como tendenciosidade, mas sim como uma manifesta declaração que não estou ao lado do senhor Serra ou do senhor Fernando Henrique. Isso é legítimo  republicano. Vergonhoso seria a desfaçatez.

Política Brasil – 2010

Por Paulo Pires

Coisa rara: Até na Argentina Dilma ganha

Uma enquete divulgada nesta sexta-feira em Buenos Aires dá conta de que 51,3% dos argentinos preferem que a candidata governista Dilma Roussef (PT) seja eleita no domingo a próxima presidente do Brasil. A pesquisa, da empresa de consultoria Ibarómetro, indicou que José Serra (PSDB) tem a simpatia de 6,4% dos argentinos, enquanto 42,3% disseram não ter opinião sobre o tema. Para a produção do levantamento foram consultadas mil pessoas com mais de 18 anos, procedentes de cidades de toda a Argentina. A margem de erro da pesquisa é de 3,1%. Dilma (PT), candidata da base governista  e o opositor Serra (PSDB) são os principais favoritos das eleições do próximo domingo, quando será escolhido o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no poder desde 1º de janeiro de 2003.

Vitória da Conquista:  Quem a cidade elege?

Eis aí uma pergunta que não quer calar. Temos bons candidatos. Uns mais jovens; Outros com idade mais avançada. Uns mais experientes; Outros nem tanto. Mas todos com uma vontade enorme de trabalhar pela nossa terra. Se o nosso eleitorado entender como funciona uma Democracia e o seu Sistema Representativo dará preferência aos candidatos  locais. Cidade e Região sem representação é um Território abandonado pelos deuses da Política. Votar em candidatos locais é querer mais pela terra onde se vive, é ter compreensão político-social de pertencimento, grandeza e progresso.  O indivíduo pertence à Cidade e a Cidade pertence ao indivíduo, que neste caso vira Cidadão.

Para o pessoal da corrente Quebra-Lula ou Quebra Nozes

Pequenas ações do Governo Lula:

Por Paulo Pires
 

1) Mudou de classe Social 36 milhões de pessoas  (algo equivalente a 4 Suécias),

2) Tirou 28 milhões de pessoas da linha da miséria (quase a população da Colômbia)

3) Implantou  115 Extensões Universitárias (uma delas – UFBA –  aqui em Conquista);

4) Aumentou  o Salário Mínimo do brasileiro para 284 dólares  (o maior desde que Getúlio deixou o Governo em 1954);

Visita ao Mestre

O Blog do Anderson fez na manhã deste domingo (26), uma visita de cortesia à casa do professor Paulo Pires, escritor e colunista de vários blogs e jornais do Sudoeste baiano. No encontro pudemos debater política, um dos assuntos prediletos do mestre em contabilidade. Na biblioteca Darci Ribeiro, descobrimos inúmeras obras capitais da literatura e política ocidental, fonte dos conceitos do professor.

Política Brasil 2010

Paulo Pires é um observador da política nacional

Por Paulo Pires

Quente                                                           

Pelo andar da carruagem, uma das eleições mais quentes está no Estado do Paraná. Beto Richa [PSDB] caiu na besteira de requentar uma acusação de compra de fazenda no estado do Pará pelo adversário Osmar Dias [PDT].  Esqueceu que o Ministério Público já havia se pronunciado sobre a licitude  da operação. Conseqüência: Levou seu mais forte correligionário no estado, o senador Álvaro Dias [irmão de Osmar] a ir para a televisão e dizer que, diante do acontecimento, tinha que defender seu irmão senão ficaria sem condições de defender qualquer paranaense que fosse injustamente atacado. O senador Álvaro disse mais: “Vou votar em meu irmão”.  Realmente o Paraná é o estado brasileiro hoje  onde a Política parece um vulcão em atividade.

Direto da Praça

Acabou o formador de opinião pública?

Por Paulo Pires

Em 1951 o filósofo alemão Ludwig Wittgenstein anunciou a morte da lógica. Em 1968 foi John Lennon quem declarou: O sonho acabou. Em 2010 no calor do comício do PT realizado em Campinas ontem [18/09/10], o senhor Lula da Silva com cara de latifundiária alegria fez saber a todos: “O formador de opinião pública acabou”. Todo mundo sabe que o presidente não é psicólogo, sociólogo, antropólogo ou coisa que o valha. Mas que o homem tem uma intuição incrível para fazer e dizer coisas aproximadas da realidade, isso ninguém discute. Se alguém observar com acurácia o momento atual do Brasil, inexoravelmente há de concordar com a fala do Presidente.

Direto da Praça

 O povo está pirando

Por Paulo Pires 

Se os programas eleitorais continuarem como estão, não tenho dúvida que ao chegarmos em 03 de outubro, todo mundo estará maluco. O sujeito chega em casa e depois do banho  e refeição  liga a televisão. Terminam os programas de jornalismo e lá vem o Programa Eleitoral. Pronto, agora começa o momento de piração.  Todos nós temos momentos de inspiração, de transpiração e de piração. Este último ocorre quando assistimos ao Programa Eleitoral. É um momento ímpar, cheio de contradições. Fatos imprevistos [também antevistos] e muitas vezes revistos. Os programas são feitos para deixar todo mundo louco, alienado, idiotizado, pirado.

Direto da Praça

Quebra de Sigilo e as Cartas de Bernardes

Por Paulo Pires

A quebra de sigilo fiscal da filha do candidato José Serra está dando o que falar. Algumas editorias transformaram a questão em assunto de Estado. O que, em tese, não deixa de ser. Isso não impede, todavia, de se reconhecer que o jeito de abordá-la está transformando o fato em oportunismo político. Todos interessados no horário eleitoral [tem gente por aí que tem horror] estão percebendo que  a  mídia está ultrapassando os limites da questão. Por causa desse excessivo tratamento ao caso, está parecendo ao grande público apenas uma questão eleitoreira. Sendo assim, o problema perde seu status e vira um inconseqüente bate boca partidário.  Quebra de sigilo fiscal é crime, portanto, quando ocorre deve ser responsavelmente noticiada e consequentemente levada a instâncias que cuidarão do assunto. Parece que nossa grande mídia não insiste apenas com os encaminhamentos legais. A mídia quer politizar a questão. Nitidamente com intenção de explorar o assunto para que Serra saia do buraco. Isso é que é terrível. Mídia partidarizada. Viver em um país onde a mídia toma partido [no sentido político do termo] é muito grave. Quer dizer, é extremamente grave.

Direto da Praça

Paulo Pires

Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate

Corre pelas praças, campos e construções que alguns médicos pensam que são deuses e, pior que isso, alguns jornalistas não pensam, tem certeza. Ora, sendo assim, declaro estar me dedicando ao saboroso exercício de pensar que não sou mais humano: Sou um deus olímpico. É brincadeira? Estou me divertindo. Vocês não sabem como é bom ser um deus olímpico.

Agora vivendo espasmodicamente como essa fabulosa entidade, acompanho o desenrolar das eleições 2010 no Brasil com o maior cinismo [no sentido clássico do termo]. Fico ao lado de outros deuses e assistimos com frieza ao grande espetáculo. Sentimo-nos [como deuses que somos] espectadores super privilegiados. Em nossas observações, e gozando de absoluta neutralidade, palpitamos, sorrimos, destacamos e deploramos virtudes e vicissitudes da política e dos políticos brasileiros. De vez em quando penso como um ser humano, mas imediatamente volto a pensar como um deus olímpico. Nesta condição reflito: Ah, como é bom não disputar nada. Como é bom ficar distante de objetivos que os seres humanos ambicionam. Ah, como é bom!…