Direto da Praça

Comentários desagradáveis

O primeiro encontra Caroline Giuliani, filha do ex-prefeito de Nova Iorque [Rudolph] flagrada em uma loja da cidade subtraindo uma maquiagem [roubar é um termo muito forte] no valor aproximado de 100 dólares. Que pena! Moça elegante, estudada, de repente tomada por um espírito cleptomaníaco. Feio, muito feio passar a mão nas coisas dos outros. Por que isso? Só Deus sabe explicar. Rica, dizem que também bonita, estudante em Harvard e ladra. Meu Deus! Onde iremos parar? Ou será que não? Deplorável…

Academia do Papo

Uma crônica mal humorada

Paulo Pires

Encontrei-me com Carlos Cansadinho e [inicialmente] quase morri de rir das maluquices desse grande amigo. Achei-o corado, bem vestido e com os sapatos limpos [tipo do sujeito que está se dando bem na vida]. O cabelo brilhando, cheio de gel [o cara tá folgado] e um jeito que deixa transparecer que as coisas vão bem. Perguntei-lhe pelos terrenos e ele abriu um sorriso largo. Depois franziu a testa e deixou escapar um muxoxo, cuja sonoridade chegou até a mim. Perguntei-lhe qual o problema. Aí Cansado pegou pressão e começou a falar mal de um monte de coisas e pessoas. Prá começar, claro, do governo. Disse que o Brasil ainda é muito injusto com os pequenos empreendedores [isso é verdade].  Retruquei-o dizendo que aos poucos as coisas estão melhorando. Ele disse: nem tanto, nem tanto, meu caro. Nisso começou a destilar todo o veneno contra os grandes empreendedores, para os quais, segundo ele, nunca faltam financiamentos [isso também é verdade]. Aos poucos começou a revelar e criticar aspectos de um Sistema [o capitalista] que eu há muito também censuro. A seguir transcrevo quase fielmente o que ele disse e confesso concordar com as suas opiniões. Vamos a elas:

Direto da Praça

Tempos difíceis  

Paulo Pires

Sem querer plagiar Dickens, diria que estamos de mal a pior nesses dezenove dias do mês de julho de 2010. A Copa do Mundo acabou e quem levou o caneco foi a Espanha [merecidamente].  Saímos do Torneio em sexto lugar. Após o término da Copa o senador Cristóvão Buarque disse que deveríamos ficar alegres com isso. Ocorre que não. Ao contrário, estamos tristes com nossa colocação. Reiterou o senador – que parece pouco entender da paixão do brasileiro pelo futebol – que deveríamos ficar triste mesmo é com a nossa classificação no Ranking Mundial da Educação: Octogésimo quinto lugar. Isso mesmo. Estamos numa posição educacional inferior a 84 países do mundo. É mole ou queres mais? Deus há de tomar conta do Povo brasileiro.

Direto da Praça

Roubarié, Sacanié e Liberté

Paulo Pires

Paris, 14 de julho de 1789. Aconteceu aquilo que os historiadores de então pareciam não prever: A queda da Bastilha. Há exatos 221 anos os cidadãos da capital francesa saíram às ruas da cidade, num gesto meio inesperado e desorganizado, porque tinham como referência apenas um alarido feito por um jornalista briguento [Camille Desmoullins] para tomar na raça ou na marra o que houvesse na grande fortaleza [Bastilha]. Nessa construção, edificada por Carlos V [salvo o engano] o Rei Luiz XVI guardava munições (balas de canhões, mosquetões, etc.) mantimentos, prisioneiros dissidentes e aqueles contumazes contribuintes inadimplentes que se negavam atender à carga tributária da Corte. 

Direto da Praça

Algumas coisas da Copa

Paulo Pires

Joachin Low, técnico da seleção alemã, demonstrou ser um cara competente e nojento ao mesmo tempo. Competente  porque conseguiu dar ao seu time uma mobilidade que os alemães nunca tiveram. Nojento porque foi flagrado pelas câmeras tirando meleca do nariz (coisa que todo mundo faz). Mas pior que tirar meleca é comê-la.  O homem fez isso para o mundo inteiro assistir. Não invento nada, vocês viram. Pior de tudo foi a cena. O treinador, além de ser flagrado tirando catota (pronuncia-se com “O” fechado) do nariz, avaliou com satisfação o tamanho da bolota, fez cara de guloso, fechou os olhos e meteu-a na boca como se fosse um chiclete. Aquela foi boa… Para ele, claro. Para o resto do mundo, a começar pela apresentadora Fátima Bernardes [TV Globo] foi trágico.  Os habitantes do Planeta ficaram chocados com a porqueirice do treinador. Repugnante, grotesco!

Direto da Praça

Sistema: palavra que ressurge

Paulo Pires

No período que se estende de 1950 a 1970 uma das palavras mais pronunciadas pelas vanguardas contestadoras no mundo ocidental era Sistema. Tudo era o sistema, culpa do sistema, por causa do sistema. O sistema era quem determinava o quê e como alguma coisa deveria acontecer. Era a mão invisível, a força oculta, o elemento chave para explicar o que rolava pelo Mundo. Depois essa palavra se gastou, se banalizou e sumiu. Mas agora, para nossa surpresa, parece estar voltando para explicar alguns fenômenos que estão na Ordem do Dia no Planeta Terra.         

Direto da Praça

1 Dunga, 11 Sonecas e 190 milhões de Zangados  

Paulo Pires

 Conforme a grande cantora brasileira Tetê Spínola em e-mail para nosso amigo Carlos Moreno, a Copa acabou para os brasileiros tendo como atores a turma citada acima. Sexta feira, 2 de julho, data da Independência da Bahia, todo mundo “preparado” para o show de bola que iríamos dar na Holanda. Abrem-se as cortinas e começa mais uma vez o espetáculo (era assim que dizia Fiori Gliglioti). Começa o jogo e o Brasil e os brasileiros cheios de confiança.

Direto da Praça

Sobre falar merda

Paulo Pires

Romário, um dos nossos grandes centroavantes, disse recentemente estar fugindo de entrevistas “porque vinha falando muita merda”. Sinceramente, gostei da autocrítica do “baixinho”. Raras são as pessoas que confessam e reconhecem que suas opiniões na maioria das vezes não devam ser levadas em conta. O que se observa é justamente o contrário. Muitas pessoas apostam e permanecem convencidas de que suas afirmações são importantes, sentenciosas, justas, reais e verdadeiras. Coitados!  Tenho compaixão [e em alguns casos admiração] por essas pobres criaturas. As que se consideram detentoras da verdade possuem duas características curiosas: Ou são plenamente ignorantes ou são ignorantes plenas.

Direto da Praça

Paulo Pires

Complexo de Vira Lata

Nosso amigo Francisco Silva, conquistense e curitibano ao mesmo tempo, enviou uma bela reflexão do Frei Leonardo Boff sobre o episódio envolvendo nossa diplomacia e a turca, em busca de uma solução para o enriquecimento de Urano feito pelo governo do senhor Mahmoud Ahmadinejad (Irã). Na reflexão o Frei, criador da Teologia da Libertação, coerente com a sua pregação faz um sobrevôo interessantíssimo sobre as editorias de nossa grande imprensa (por ele denominada de      “imprensa comercial”). Realmente, nossa grande imprensa – também denominada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, como Imprensa Golpista – merece tomar uns puxões de orelha. Como é que uma imprensa de um País pode defender que a sua Pátria deva viver infinitamente sob o complexo de ser e viver como uma Nação de segunda categoria? Isso é coisa que se recomende? Nossa imprensa, a comercial, propaga com o maior cinismo que o Brasil “deve saber qual é o seu lugar”. É razoável uma coisa dessas? Já não basta as grandes potências por séculos e séculos nos colocarem na condição de figurantes? Isso é pouco? Mas  eis que nossa “Grande Imprensa” [não se sabe por conta de quem] exige do Governo Brasileiro que “se enxergue”. Isso mesmo: Se enxergue, porque senão dona Hilary ou o senhor Obama e outros poderosos de plantão “podem não gostar”. Como dizia o admirado Nelson Rodrigues: “O Brasil precisa acabar com esse complexo de Vira Lata”. Diríamos ao Nelson que se nos dobrarmos à nossa Grande Imprensa continuaremos pelo resto da vida sendo Vira Lata, daqueles de rua, sujos, sem dono, triste e esfomeado para sempre.  Recomendo aos leitores buscarem no Google o artigo do Frei [A saudade do servo na velha diplomacia brasileira]. Tenho certeza que após lerem, os leitores, mesmo aqueles politicamente acríticos, verão onde nos imergiram e onde querem que continuemos atolados. Essa Grande Imprensa brasileira é uma tristeza…

Direto da Praça

Créo Evangélico

A semana passada ouvi parte de um debate curioso sobre música popular e música gospel em uma de nossas emissoras de rádio. O programa, realizado de segunda à sexta no horário das 11 às 12 horas, pela Rádio Melodia é conduzido pelo pastor Gilaelson [creio que se escreve assim o nome do mediador]. As discussões giraram sobre a utilização ou não de músicas profanas em templos religiosos. O encontro transcorreu de forma inteligente e a maioria dos debatedores considerou o uso de músicas profanas como uma apelação vergonhosa. Como a Democracia assegura a todos o direito de opinião, um dos participantes disse ser favorável ao uso de músicas populares e confidenciou que alguns templos já estão usando até o Créo Evangélico. Sinceramente, fiquei curioso… Será? Será como esses evangélicos que ele mencionou cantam e dançam o Créo?

Direto da Praça

 

Paulo Pires

O Jornal Le Monde e a Revista Der Spiegel 

O Le Monde de 24 de maio e a revista alemão Der Spiegel de 31 do mesmo mês, deitaram elogios ao Sr. Lula da Silva. Certamente o presidente ficou inflado de vaidades. Não vamos repetir o que disse essas duas importantes publicações européias (vide Google). Diríamos que qualquer cidadão, principalmente do mundo político, sentir-se-ia no topo da montanha. 

Israel caiu na isca

A flotilha humanitária que estava em mares internacionais, atacada pelo exército israelense, mostrou definitivamente ao mundo como é que Israel se comporta no Oriente Médio.  Um observador mediano percebe hoje que os conterrâneos de Ben Gurion, depois de terem vivido séculos e séculos como nosso irmão pequeno (aquele que sempre leva cascudos dos maiores) passou agora a ser o maior distribuidor de  bordoadas da região. Mas que ficou feio na fita, isso ficou…

Direto da Praça

Futuro para a juventude ou juventude para o Futuro

Acho que foi o presidente Roosevelt quem disse: “… já que estamos em dificuldade para construir um bom futuro para nossa juventude é hora então de construirmos nossa juventude para o futuro”.  No caso brasileiro penso não ser impertinente perguntar: Será que estamos fazendo isto? Será que estamos preparando nossa juventude para uma vida melhor? Creio que não.

Uma das razões?  Falta de institutos [gerais] para redução da violência ou quem sabe formulações de políticas [ou a falta delas] nesta direção. A ausência dessas políticas abre brecha para o elevado número de ocorrências a ela vinculadas.  Neste sentido, não se pode deixar de afirmar: A violência como fenômeno social ainda está distante do tratamento que merece. Nossas ações para reduzi-la são feitas de forma incipientes, amadoras, ingênuas, totalmente deslocadas da realidade. Já dissemos anteriormente e continuaremos a repetir: as famosas, sublimes e humanas “passeatas pela paz” não passam de procissões de fiéis que crêem ser atendidos pelos delinqüentes a partir da lacrimosidade de suas súplicas. Esquecem-se esses “bons fiéis” que os “sujeitos” a quem eles recorrem [suplicam] desconhecem dentre outros juízos [infelizmente] a existência de Deus.  Nossos honrosos e indispensáveis fiéis [eles são indispensáveis] crêem insistentemente que as patéticas “passeatas” tem o condão de “debelar” a violência. Lamentamos dizer, mas discordamos frontalmente – mais uma vez – dessa interpretação.

Direto da Praça

Paulo Pires

Raízes do Mal

 Diante da violência desenfreada em Vitória da Conquista, penso que as forças tarefas de nossa inteligência deveriam se debruçar em pesquisas, estudos sobre o que efetivamente está nos conduzindo para esse estado de coisas. Com o dever  posterior de apresentar para nossa comunidade  o que deve ser feito para que tenhamos uma sociedade vivendo e convivendo no campo da normalidade civilizatória. É inconcebível a aceitação desse feixe de  violência  afetando nosso quotidiano no nível em que se encontra. Recentemente saiu um livro sobre o assunto [Cadernos sobre o Mal] e o seu autor, Joel Birman, faz no campo da psicanálise e psicologia social um belo trabalho em relação ao tema. Uma sinopse da obra declara o seguinte: “As formas de violência e de agressividade representam um cenário de horror que apavora a todos. Provocam debates que têm eco em diversos campos da disciplina. Nestes cadernos, Birman propõe uma discussão a partir da Psicanálise”. A essa altura do campeonato, posso dizer que  não há dúvida que a violência no Brasil  hoje é, juntamente com o desemprego e o problema da moradia, o maior desafio com os quais nossa sociedade e o Estado se defrontam.

Direto da Praça

Uma breve reflexão sobre a modernidade

 Paulo Pires

Meu amigo Paulo Mascena, promoter, homem do show business  e das artes, diretor do Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, enviou-me com a gentileza de sempre dois vídeos com a presença da soprano Ana Maria Martinez, do maestro Dudamel interpretando a música de Villa Lobos. Acho que isso bastaria para dispensar elogios e admiração.

Paulo é baiano, Villa Lobos, carioca (dois brasileiros), Ana Maria Martinez porto-riquenha e o maestro Gustavo Dudamel, venezuelano. A Filarmônica é de Berlim (será que é fraca?) e o ambiente onde foi feita a apresentação e gravação do DVD é simplesmente espetacular. Se somarmos a esses ingredientes uma platéia de altíssimo nível, concluiremos que o resultado é Obra de Arte em sua expressão mais elevada.

Direto da Praça

Paulo Pires

Vitória da Conquista:  Primeiro dia de 2010

Ao entrar no último ano da primeira década do século XXI, informo aos senhores interessados que o prefeito da cidade é o Sr. Guilherme Menezes de Andrade, o Arcebispo é o reverendíssimo Dom Luis Gonzaga Pepeu, o Comandante do Batalhão é o Tenente Coronel Inácio Lira e o Diretor do Fórum é doutor Léo Cerveira. Temos como emissora de TV com programação local a Sudoeste, a TV Uesb e a Record News e cinco emissoras de rádio reconhecidas legalmente e outras tantas denominadas de piratas. Temos ainda como jornais impressos o Diário do Sudoeste, A Semana e o Conquista News.

Direto da Praça

                                                                                             Paulo Pires

Cansadinho e o Ano Novo

           Disse o extraordinário Chesterton: “O objetivo de um ano novo não é que nós deveríamos ter um ano novo. É que nós deveríamos ter uma alma nova”. Concordo com o mestre em gênero e grau.

            Outro  mestre, este o famoso Carlos Cansadinho, puxador de samba dos botecos e grande apreciador da carne assada da Churrascaria de Osvaldo, disse prá mim ontem, por telefeone, que deseja a todas as pessoas um mundo melhor. E, garante ele, apesar de tudo a coisa tende a melhorar, pelo menos no capítulo das consciências. As pessoas aos poucos estão se convencendo pela própria realidade que é preciso mudar. E a mudança mais urgente se relaciona com o encontro homem-natureza. Ou muda esta relação ou a vaca vai para o brejo. As mudanças climáticas estão aí dizendo: Ou vocês mudam o tratamento com a natureza  ou então serão mudados  à força bruta. São chuvas violentas, degelo, calor insuportável, secas desérticas e o escambau. Portanto, diz o filósofo Cansadinho: Ou a gente muda, ou seremos mudados na base da porrada.

Direto da Praça

                                                                                Paulo  Pires

O Metrô do Professor Ubirajara Brito

                Nosso pensador-mór Ubirajara Brito estará nesta terça feira na Resenha Geral expondo sua proposta para construção de um metrô na cidade de Vitória da Conquista. Algumas pessoas estranharam a postulação do professor e isso me remete ao que disse o filósofo americano William James, em 1907, em sua obra Pragmatismo: “Primeiro a nova teoria é atacada por ser absurda; depois admite-se que é verdadeira, mas óbvia e insignificante; por fim ela é considerada tão importante que seus adversários afirmam que foram eles que a descobriram”.

Direto da Praça

Paulo Pires 

Trem Vermelho e Trem Azul

Eu mesmo não acreditava, mas cheguei a conclusão que o senhor Lula da Silva vai fazer sua sucessora. E digo mais: Não é com satisfação que anuncio isto aqui. Não sei por que, mas não topo a senhora Dilma Roussef. A favorita do Sapo tem uns trejeitos que não me deixam nada feliz. Dizem nas rodas de Brasília, que a queridinha de Lula é de um autoritarismo constrangedor. E eu detesto gente assim: Arrogante, que dá pancada em mesa e que sempre faz prevalecer idéias com ameaças subliminares de rebaixamento funcional de quem lhe ouse contrapor. Detesto essa gente.

Academia do Papo

                                                            Paulo Pires

O jogo das tampinhas e dois malandros conquistenses

Os jornais de 07/11/09 noticiaram que no centro de São Paulo – região da Santa Ifigênia – a polícia prendeu 12 malandros que estavam passando o velho golpe das tampinhas. Confesso me interessar pelo tema. Fico impressionado quando vejo pessoas dizendo que foram vitimas desses “caras” na rua. Em que consiste o golpe das tampinhas? A coisa é simples. Os malandros pegam três forminhas de empadas (ou menores que estas), colocam uma bolinha embaixo de uma delas, misturam as tampinhas e pedem para “um bestão” dizer embaixo de qual está a bolinha. O sujeito vai mexer e é logo advertido que só o fará se apostar uma determinada quantia. Sentindo-se desafiado e ciente que vai ganhar aposta 10, 20 e até 50 reais. O malandro volta a misturar as tampinhas e o pobre do transeunte acaba perdendo os seus mirréis. É uma pena, mas acho bem feito prá tomar vergonha na cara.

Direto da Praça

Paulo Pires

Político Ladrão

         Na cena política brasileira, como ocorre no resto do mundo, existe todo tipo de político. Temos inclusive um quase em extinção: O político honesto. Acreditem, existe sim.  A agenda nacional – como não poderia deixar de ser – está sempre dando destaque para os  que fazem a alegria ou tristeza nossa de cada dia: O político ladrão. Lamentavelmente esse é o tipo que está sempre na ordem do dia. Se o amigo ou a amiga quiser aceitar de coração uma classificação rápida dessa categoria podemos dizer que hoje nossa taxionomia obedece apenas a uma gradação. Ou seja, os ratos são classificados pelo tamanho do que roubam ou pelas suas formas de agir.  Temos o ladrão pequeno (ou pequeno ladrão) e temos o ladrão grande (ou grande ladrão). O primeiro é o ladrão modus operandi mensalão; O outro é o ladrão milenão. O primeiro é ladrão pé de chinelo. Aquele que vai “pegar” a grana no local do crime, conversa com o corruptor ou corrompido, e faz muitas considerações de natureza moral – ultimamente estão até orando – antes de receber a bufunfa. O segundo é requintado. Nunca aparece. Geralmente é um cara muito sério, dono de um montão de coisas, todas em nomes de laranjas, tangerinas, jacas e outras frutas.