Política Brasil – 2010

Por Paulo Pires

Coisa rara: Até na Argentina Dilma ganha

Uma enquete divulgada nesta sexta-feira em Buenos Aires dá conta de que 51,3% dos argentinos preferem que a candidata governista Dilma Roussef (PT) seja eleita no domingo a próxima presidente do Brasil. A pesquisa, da empresa de consultoria Ibarómetro, indicou que José Serra (PSDB) tem a simpatia de 6,4% dos argentinos, enquanto 42,3% disseram não ter opinião sobre o tema. Para a produção do levantamento foram consultadas mil pessoas com mais de 18 anos, procedentes de cidades de toda a Argentina. A margem de erro da pesquisa é de 3,1%. Dilma (PT), candidata da base governista  e o opositor Serra (PSDB) são os principais favoritos das eleições do próximo domingo, quando será escolhido o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no poder desde 1º de janeiro de 2003.

Vitória da Conquista:  Quem a cidade elege?

Eis aí uma pergunta que não quer calar. Temos bons candidatos. Uns mais jovens; Outros com idade mais avançada. Uns mais experientes; Outros nem tanto. Mas todos com uma vontade enorme de trabalhar pela nossa terra. Se o nosso eleitorado entender como funciona uma Democracia e o seu Sistema Representativo dará preferência aos candidatos  locais. Cidade e Região sem representação é um Território abandonado pelos deuses da Política. Votar em candidatos locais é querer mais pela terra onde se vive, é ter compreensão político-social de pertencimento, grandeza e progresso.  O indivíduo pertence à Cidade e a Cidade pertence ao indivíduo, que neste caso vira Cidadão.

Para o pessoal da corrente Quebra-Lula ou Quebra Nozes

Pequenas ações do Governo Lula:

Por Paulo Pires
 

1) Mudou de classe Social 36 milhões de pessoas  (algo equivalente a 4 Suécias),

2) Tirou 28 milhões de pessoas da linha da miséria (quase a população da Colômbia)

3) Implantou  115 Extensões Universitárias (uma delas – UFBA –  aqui em Conquista);

4) Aumentou  o Salário Mínimo do brasileiro para 284 dólares  (o maior desde que Getúlio deixou o Governo em 1954);

Visita ao Mestre

O Blog do Anderson fez na manhã deste domingo (26), uma visita de cortesia à casa do professor Paulo Pires, escritor e colunista de vários blogs e jornais do Sudoeste baiano. No encontro pudemos debater política, um dos assuntos prediletos do mestre em contabilidade. Na biblioteca Darci Ribeiro, descobrimos inúmeras obras capitais da literatura e política ocidental, fonte dos conceitos do professor.

Política Brasil 2010

Paulo Pires é um observador da política nacional

Por Paulo Pires

Quente                                                           

Pelo andar da carruagem, uma das eleições mais quentes está no Estado do Paraná. Beto Richa [PSDB] caiu na besteira de requentar uma acusação de compra de fazenda no estado do Pará pelo adversário Osmar Dias [PDT].  Esqueceu que o Ministério Público já havia se pronunciado sobre a licitude  da operação. Conseqüência: Levou seu mais forte correligionário no estado, o senador Álvaro Dias [irmão de Osmar] a ir para a televisão e dizer que, diante do acontecimento, tinha que defender seu irmão senão ficaria sem condições de defender qualquer paranaense que fosse injustamente atacado. O senador Álvaro disse mais: “Vou votar em meu irmão”.  Realmente o Paraná é o estado brasileiro hoje  onde a Política parece um vulcão em atividade.

Direto da Praça

Acabou o formador de opinião pública?

Por Paulo Pires

Em 1951 o filósofo alemão Ludwig Wittgenstein anunciou a morte da lógica. Em 1968 foi John Lennon quem declarou: O sonho acabou. Em 2010 no calor do comício do PT realizado em Campinas ontem [18/09/10], o senhor Lula da Silva com cara de latifundiária alegria fez saber a todos: “O formador de opinião pública acabou”. Todo mundo sabe que o presidente não é psicólogo, sociólogo, antropólogo ou coisa que o valha. Mas que o homem tem uma intuição incrível para fazer e dizer coisas aproximadas da realidade, isso ninguém discute. Se alguém observar com acurácia o momento atual do Brasil, inexoravelmente há de concordar com a fala do Presidente.

Direto da Praça

 O povo está pirando

Por Paulo Pires 

Se os programas eleitorais continuarem como estão, não tenho dúvida que ao chegarmos em 03 de outubro, todo mundo estará maluco. O sujeito chega em casa e depois do banho  e refeição  liga a televisão. Terminam os programas de jornalismo e lá vem o Programa Eleitoral. Pronto, agora começa o momento de piração.  Todos nós temos momentos de inspiração, de transpiração e de piração. Este último ocorre quando assistimos ao Programa Eleitoral. É um momento ímpar, cheio de contradições. Fatos imprevistos [também antevistos] e muitas vezes revistos. Os programas são feitos para deixar todo mundo louco, alienado, idiotizado, pirado.

Direto da Praça

Quebra de Sigilo e as Cartas de Bernardes

Por Paulo Pires

A quebra de sigilo fiscal da filha do candidato José Serra está dando o que falar. Algumas editorias transformaram a questão em assunto de Estado. O que, em tese, não deixa de ser. Isso não impede, todavia, de se reconhecer que o jeito de abordá-la está transformando o fato em oportunismo político. Todos interessados no horário eleitoral [tem gente por aí que tem horror] estão percebendo que  a  mídia está ultrapassando os limites da questão. Por causa desse excessivo tratamento ao caso, está parecendo ao grande público apenas uma questão eleitoreira. Sendo assim, o problema perde seu status e vira um inconseqüente bate boca partidário.  Quebra de sigilo fiscal é crime, portanto, quando ocorre deve ser responsavelmente noticiada e consequentemente levada a instâncias que cuidarão do assunto. Parece que nossa grande mídia não insiste apenas com os encaminhamentos legais. A mídia quer politizar a questão. Nitidamente com intenção de explorar o assunto para que Serra saia do buraco. Isso é que é terrível. Mídia partidarizada. Viver em um país onde a mídia toma partido [no sentido político do termo] é muito grave. Quer dizer, é extremamente grave.

Direto da Praça

Paulo Pires

Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate

Corre pelas praças, campos e construções que alguns médicos pensam que são deuses e, pior que isso, alguns jornalistas não pensam, tem certeza. Ora, sendo assim, declaro estar me dedicando ao saboroso exercício de pensar que não sou mais humano: Sou um deus olímpico. É brincadeira? Estou me divertindo. Vocês não sabem como é bom ser um deus olímpico.

Agora vivendo espasmodicamente como essa fabulosa entidade, acompanho o desenrolar das eleições 2010 no Brasil com o maior cinismo [no sentido clássico do termo]. Fico ao lado de outros deuses e assistimos com frieza ao grande espetáculo. Sentimo-nos [como deuses que somos] espectadores super privilegiados. Em nossas observações, e gozando de absoluta neutralidade, palpitamos, sorrimos, destacamos e deploramos virtudes e vicissitudes da política e dos políticos brasileiros. De vez em quando penso como um ser humano, mas imediatamente volto a pensar como um deus olímpico. Nesta condição reflito: Ah, como é bom não disputar nada. Como é bom ficar distante de objetivos que os seres humanos ambicionam. Ah, como é bom!…

Direto da Praça

Comentários desagradáveis

O primeiro encontra Caroline Giuliani, filha do ex-prefeito de Nova Iorque [Rudolph] flagrada em uma loja da cidade subtraindo uma maquiagem [roubar é um termo muito forte] no valor aproximado de 100 dólares. Que pena! Moça elegante, estudada, de repente tomada por um espírito cleptomaníaco. Feio, muito feio passar a mão nas coisas dos outros. Por que isso? Só Deus sabe explicar. Rica, dizem que também bonita, estudante em Harvard e ladra. Meu Deus! Onde iremos parar? Ou será que não? Deplorável…

Academia do Papo

Uma crônica mal humorada

Paulo Pires

Encontrei-me com Carlos Cansadinho e [inicialmente] quase morri de rir das maluquices desse grande amigo. Achei-o corado, bem vestido e com os sapatos limpos [tipo do sujeito que está se dando bem na vida]. O cabelo brilhando, cheio de gel [o cara tá folgado] e um jeito que deixa transparecer que as coisas vão bem. Perguntei-lhe pelos terrenos e ele abriu um sorriso largo. Depois franziu a testa e deixou escapar um muxoxo, cuja sonoridade chegou até a mim. Perguntei-lhe qual o problema. Aí Cansado pegou pressão e começou a falar mal de um monte de coisas e pessoas. Prá começar, claro, do governo. Disse que o Brasil ainda é muito injusto com os pequenos empreendedores [isso é verdade].  Retruquei-o dizendo que aos poucos as coisas estão melhorando. Ele disse: nem tanto, nem tanto, meu caro. Nisso começou a destilar todo o veneno contra os grandes empreendedores, para os quais, segundo ele, nunca faltam financiamentos [isso também é verdade]. Aos poucos começou a revelar e criticar aspectos de um Sistema [o capitalista] que eu há muito também censuro. A seguir transcrevo quase fielmente o que ele disse e confesso concordar com as suas opiniões. Vamos a elas:

Direto da Praça

Tempos difíceis  

Paulo Pires

Sem querer plagiar Dickens, diria que estamos de mal a pior nesses dezenove dias do mês de julho de 2010. A Copa do Mundo acabou e quem levou o caneco foi a Espanha [merecidamente].  Saímos do Torneio em sexto lugar. Após o término da Copa o senador Cristóvão Buarque disse que deveríamos ficar alegres com isso. Ocorre que não. Ao contrário, estamos tristes com nossa colocação. Reiterou o senador – que parece pouco entender da paixão do brasileiro pelo futebol – que deveríamos ficar triste mesmo é com a nossa classificação no Ranking Mundial da Educação: Octogésimo quinto lugar. Isso mesmo. Estamos numa posição educacional inferior a 84 países do mundo. É mole ou queres mais? Deus há de tomar conta do Povo brasileiro.

Direto da Praça

Roubarié, Sacanié e Liberté

Paulo Pires

Paris, 14 de julho de 1789. Aconteceu aquilo que os historiadores de então pareciam não prever: A queda da Bastilha. Há exatos 221 anos os cidadãos da capital francesa saíram às ruas da cidade, num gesto meio inesperado e desorganizado, porque tinham como referência apenas um alarido feito por um jornalista briguento [Camille Desmoullins] para tomar na raça ou na marra o que houvesse na grande fortaleza [Bastilha]. Nessa construção, edificada por Carlos V [salvo o engano] o Rei Luiz XVI guardava munições (balas de canhões, mosquetões, etc.) mantimentos, prisioneiros dissidentes e aqueles contumazes contribuintes inadimplentes que se negavam atender à carga tributária da Corte. 

Direto da Praça

Algumas coisas da Copa

Paulo Pires

Joachin Low, técnico da seleção alemã, demonstrou ser um cara competente e nojento ao mesmo tempo. Competente  porque conseguiu dar ao seu time uma mobilidade que os alemães nunca tiveram. Nojento porque foi flagrado pelas câmeras tirando meleca do nariz (coisa que todo mundo faz). Mas pior que tirar meleca é comê-la.  O homem fez isso para o mundo inteiro assistir. Não invento nada, vocês viram. Pior de tudo foi a cena. O treinador, além de ser flagrado tirando catota (pronuncia-se com “O” fechado) do nariz, avaliou com satisfação o tamanho da bolota, fez cara de guloso, fechou os olhos e meteu-a na boca como se fosse um chiclete. Aquela foi boa… Para ele, claro. Para o resto do mundo, a começar pela apresentadora Fátima Bernardes [TV Globo] foi trágico.  Os habitantes do Planeta ficaram chocados com a porqueirice do treinador. Repugnante, grotesco!

Direto da Praça

Sistema: palavra que ressurge

Paulo Pires

No período que se estende de 1950 a 1970 uma das palavras mais pronunciadas pelas vanguardas contestadoras no mundo ocidental era Sistema. Tudo era o sistema, culpa do sistema, por causa do sistema. O sistema era quem determinava o quê e como alguma coisa deveria acontecer. Era a mão invisível, a força oculta, o elemento chave para explicar o que rolava pelo Mundo. Depois essa palavra se gastou, se banalizou e sumiu. Mas agora, para nossa surpresa, parece estar voltando para explicar alguns fenômenos que estão na Ordem do Dia no Planeta Terra.         

Direto da Praça

1 Dunga, 11 Sonecas e 190 milhões de Zangados  

Paulo Pires

 Conforme a grande cantora brasileira Tetê Spínola em e-mail para nosso amigo Carlos Moreno, a Copa acabou para os brasileiros tendo como atores a turma citada acima. Sexta feira, 2 de julho, data da Independência da Bahia, todo mundo “preparado” para o show de bola que iríamos dar na Holanda. Abrem-se as cortinas e começa mais uma vez o espetáculo (era assim que dizia Fiori Gliglioti). Começa o jogo e o Brasil e os brasileiros cheios de confiança.

Direto da Praça

Sobre falar merda

Paulo Pires

Romário, um dos nossos grandes centroavantes, disse recentemente estar fugindo de entrevistas “porque vinha falando muita merda”. Sinceramente, gostei da autocrítica do “baixinho”. Raras são as pessoas que confessam e reconhecem que suas opiniões na maioria das vezes não devam ser levadas em conta. O que se observa é justamente o contrário. Muitas pessoas apostam e permanecem convencidas de que suas afirmações são importantes, sentenciosas, justas, reais e verdadeiras. Coitados!  Tenho compaixão [e em alguns casos admiração] por essas pobres criaturas. As que se consideram detentoras da verdade possuem duas características curiosas: Ou são plenamente ignorantes ou são ignorantes plenas.

Direto da Praça

Paulo Pires

Complexo de Vira Lata

Nosso amigo Francisco Silva, conquistense e curitibano ao mesmo tempo, enviou uma bela reflexão do Frei Leonardo Boff sobre o episódio envolvendo nossa diplomacia e a turca, em busca de uma solução para o enriquecimento de Urano feito pelo governo do senhor Mahmoud Ahmadinejad (Irã). Na reflexão o Frei, criador da Teologia da Libertação, coerente com a sua pregação faz um sobrevôo interessantíssimo sobre as editorias de nossa grande imprensa (por ele denominada de      “imprensa comercial”). Realmente, nossa grande imprensa – também denominada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, como Imprensa Golpista – merece tomar uns puxões de orelha. Como é que uma imprensa de um País pode defender que a sua Pátria deva viver infinitamente sob o complexo de ser e viver como uma Nação de segunda categoria? Isso é coisa que se recomende? Nossa imprensa, a comercial, propaga com o maior cinismo que o Brasil “deve saber qual é o seu lugar”. É razoável uma coisa dessas? Já não basta as grandes potências por séculos e séculos nos colocarem na condição de figurantes? Isso é pouco? Mas  eis que nossa “Grande Imprensa” [não se sabe por conta de quem] exige do Governo Brasileiro que “se enxergue”. Isso mesmo: Se enxergue, porque senão dona Hilary ou o senhor Obama e outros poderosos de plantão “podem não gostar”. Como dizia o admirado Nelson Rodrigues: “O Brasil precisa acabar com esse complexo de Vira Lata”. Diríamos ao Nelson que se nos dobrarmos à nossa Grande Imprensa continuaremos pelo resto da vida sendo Vira Lata, daqueles de rua, sujos, sem dono, triste e esfomeado para sempre.  Recomendo aos leitores buscarem no Google o artigo do Frei [A saudade do servo na velha diplomacia brasileira]. Tenho certeza que após lerem, os leitores, mesmo aqueles politicamente acríticos, verão onde nos imergiram e onde querem que continuemos atolados. Essa Grande Imprensa brasileira é uma tristeza…

Direto da Praça

Créo Evangélico

A semana passada ouvi parte de um debate curioso sobre música popular e música gospel em uma de nossas emissoras de rádio. O programa, realizado de segunda à sexta no horário das 11 às 12 horas, pela Rádio Melodia é conduzido pelo pastor Gilaelson [creio que se escreve assim o nome do mediador]. As discussões giraram sobre a utilização ou não de músicas profanas em templos religiosos. O encontro transcorreu de forma inteligente e a maioria dos debatedores considerou o uso de músicas profanas como uma apelação vergonhosa. Como a Democracia assegura a todos o direito de opinião, um dos participantes disse ser favorável ao uso de músicas populares e confidenciou que alguns templos já estão usando até o Créo Evangélico. Sinceramente, fiquei curioso… Será? Será como esses evangélicos que ele mencionou cantam e dançam o Créo?