Posto Aline: ‘O pioneiro na modernidade em Conquista’

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Por Luís Fernandes
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Situado na confrontação de três movimentadíssimas ruas de Conquista (Vivaldo Mendes, Mário Batista e Siqueira Campos), o “Posto Aline”, o mais moderno que Conquista teve até hoje, foi inaugurado em 1987 por Josino Soares Pereira (o Nena). O nome foi uma homenagem à sua filha, a hoje odontóloga Aline. Nena revolucionou ao inaugurar um posto inovador (modelo padrão da Atlantic), de luxo (era todo em granito) e moderno (suas bombas eram computadorizadas). Foi o terceiro posto do país com este padrão que a bandeira Atlantic tinha investido (os outros dois tinham sido um em São Paulo e outro em Teresópolis no Rio de Janeiro). E revolucionou também no atendimento. Na inauguração os clientes eram atendidos por modelos e manequins da cidade, que trabalhavam naqueles primeiros dias como frentistas.  

José Maria Arêas: O discípulo que superou o mestre

José Maria como técnico do Conquista em 1970
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Por Luís Fernandes

Em 1965 José Maria Arêas tornou-se técnico do Humaitá e sagrou-se campeão municipal daquele ano, numa decisão com seu ex-clube, o Comerciário. Já no ano seguinte (1966) o Comerciário arrancou Zé Maria do Humaitá. Por ironia do destino Humaitá e Comerciário chegaram à final do campeonato municipal e, mais uma vez, a estrela de Zé Maria brilhou, sagrando-se bi-campeão de futebol amador, desta feita pelo Comerciário. A competição de 66 começou no Estádio Edvaldo Flores e terminou no Lomanto Júnior, recentemente inaugurado.
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Zé Maria em momentos antes de comandar sua equipe contra o time de  seu mestre Raul Bittencourt,
 no jogoentre Conquista X Galícia 
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Em 1967, no I Campeonato Estadual da Bahia, Zé Maria começou dirigindo tecnicamente o Conquista, formado basicamente por jogadores do futebol amador da cidade, a exemplo de Piolho, Naldo, Jaimilton, Diva, Geraldo da Granja, Dilson, Firmininho, Juracy e outros. Naquele tempo ele era ainda inexperiente para o futebol profissional e por isso não ficou muito tempo como técnico; então chamaram Fontoura para substituí-lo, e ele ficou como fisicultor. Mas Fontoura não emplacou e foi substituído pelo uruguaio Raul Bittencourt, que preferiu Arêas (Zé Maria) como seu auxiliar. Bittencourt despertou interesse dos clubes da capital e o levaram (primeiro foi para o Galícia e depois para o Vitória).
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O Conquista como time profissional em 1967. Em pé, da esquerda para a direita: o técnico Zé Maria, Danilo, Fontoura, Santos, Diva,Tolica e Jaimilton. Agachados: Piolho, Dão, Durvalino, Bastinho, Jorginho e o roupeiro Dão. Ao fundo, a parte coberta do “Lomantão” ainda em construção
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Com a saída de Bittencourt Zé Maria assumiu o comando técnico do Conquista e foi um bom discípulo de Raul, que o ensinou vários esquemas de jogo e os segredos do futebol. Ele manteve o time praticamente com aquele mesmo padrão deixado pelo mestre, e os dois se encontraram em duas oportunidades. O discípulo superou o mestre nas duas partidas (Conquista 1 X 0 Galícia, no Lomanto Júnior, com gol de Jurandir; e Vitória 0 X 1 Conquista, na Fonte Nova, com gol de Naldo, em 1970). Nesse mesmo ano (1970) conseguiu um 3º lugar na competição baiana e foi eleito pela imprensa da capital o técnico revelação do Campeonato Baiano daquele ano.

Guilherme e seu “Maracanã” de votos

Por Luís Fernandes

As eleições de 1996 marcaram o fim da “Era Pedral” em Conquista e começou a “Era Guilherme”. Naquela disputa concorriam o ex-prefeito Murilo Mármore (na época desafeto de Pedral), o ex-deputado federal Yvonilton Gonçalves (Vonca – candidato de Pedral) e o então deputado estadual do PT Guilherme Menezes. Menezes venceu com um número de votos superior aos outros dois candidatos juntos. Na linguagem que Hérzem Gusmão utilizaria nas eleições gerais de 2002 o candidato do PT teve, também nas eleições municipais de 1996, “um Maracanã” de votos (a foto da época, feita por J.C.D’almeida, na apuração no Country Club Primavera, é uma prova disto).

Coriolano Sales

Campanha para deputado estadual em 23 de setembro de 1982 no CSU. No destaque, discursando, Coriolano Sales, ladeado pelo então vice-prefeito Gildásio Cairo.  Aos fundos: José Pedral Sampaio (ex-prefeito), Raul Ferraz (prefeito), o radialista Edmundo Macedo, dentre outras lideranças políticas

 O deputado mais atuante da história de Conquista

Por Luís Fernandes

Coriolano Souza Sales nasceu no dia 8 de agosto de 1943, no município de Santa Terezinha (BA), na localidade chamada “Lagoa das Traíras”, hoje pertencente ao município de Iaçu (BA). Ingressou na escola aos dez anos de idade em Amargosa (BA), onde ficou até terminar o antigo 1º grau (hoje ensino fundamental). O 2º grau (atual ensino médio) fez em Salvador no Colégio Duque de Caxias, onde concluiu o curso de Contabilidade. Em 1969, após o Ato Institucional n.º 5, de 13 de dezembro de 1968, da ditadura militar, seria alcançado pelo Decreto Lei nº 477, de 26 de fevereiro, que cassou milhares de líderes dos Movimentos Estudantis de todo o pais, que lutavam pela melhoria do ensino nas Universidades Públicas do Brasil. Teve a sua matrícula cassada na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia. Impedido de estudar na Faculdade de Direito na UFBA matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, onde estudou o 4º ano de Direito. Retornou à Faculdade de Direito da UFBA no ano seguinte, por ter ganho recurso perante a Congregação daquela Faculdade, graduando-se, Bacharel em Direito, em 8 de dezembro de 1970.

O estudante Coriolano Sales em visita à cidade de São Francisco (California – EUA) em junho de 1968
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Ainda estudante da Faculdade de Direito da UFBA, decorridos apenas 12 anos que saíra da zona rural, do interior do Município de Santa Teresinha, visitou os Estados Unidos da América, por um período de 35 dias, tendo participado de vários debates e seminários em algumas universidades daquele pais (Rutgers – New Jersey, Berkley – San Francisco, New York – New York, dentre outras). Concluído o curso universitário, ingressou no Banco do Nordeste do Brasil, em janeiro de 1965, ainda no Ceará. Estagiou no Departamento Jurídico do Banco do Nordeste do Brasil, em Fortaleza (CE); depois, integrou o Núcleo Jurídico do BNB em Aracaju (SE) até ser designado para dirigir o Serviço Jurídico do referido Banco na Região Sudoeste da Bahia, com sede em Vitória da Conquista, instalado no dia 11 de outubro de 1973 onde, também, mais tarde, comandaria os interesses jurídicos do extinto Banco do Estado da Bahia (BANEB) e estabeleceria, aqui, a sua banca particular de advocacia.

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Coriolano Sales recebe a graduação de Bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, em 8 de dezembro de 1970
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Foi Coriolano Sales, juntamente com outros advogados, que trouxe para esta cidade uma sub-seção da OAB (Ordem dos Advogados da Bahia), entidade que dirigiu durante quatro anos em dois mandatos sucessivos. Presentes à solenidade o representante da OAB – Seção da Bahia, Dr. Saul Quadros Filho, Raul Ferraz, então Prefeito do Município, Juízes Crésio Dantas Alves (Justiça do Trabalho), José Bispo (Justiça Criminal), Irany Santos (Segunda Vara Cívil), o Promotor Humberto Araújo e os advogados Orlando Leite, Djalma Nobre, dentre outros, além de Humberto Flores, chefe de gabinete do prefeito.

Coriolano Sales toma posse no cargo de Presidente da OAB – Subseção de Vitória da Conquista
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Como Presidente da OAB – Regional, lutou pela junção dos Cartórios Judiciais e realização  de audiências no prédio antigo da “Escola Barão de Macaúbas”, que abrigou as instalações provisórias do “Fórum João Mangabeira”. Para atingir esse objetivo foi decisivo o apoio do Governador Roberto Santos (que estava encerrando o governo) e de seus Secretários Edvaldo Brito (Interior e Justiça), Carlos Santana (Educação) e Jorge Medauar (Interior e Justiça); no plano local também resultou importante para atendimento das reivindicações o apoio do então vereador Gésner Chagas e do advogado e político Orlando Leite. Todo mobiliado, “o fórum provisório” foi inaugurado no finalzinho do Governo Roberto Santos.Visto, assim, à distância, os advogados de hoje não imaginam como se revelou importante aquele trabalho de reunir os Cartórios Judiciais e as salas de audiências num mesmo local. Mais tarde, no Governo de João Durval, a dupla Pedral-Cori iria obter o apoio para a construção do Fórum atual em memorável audiência na governadoria do Estado.

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Coriolano, então deputado estadual, se encontra Irmã Dulce
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Ingressando na política local filiou-se ao PMDB, candidatando-se ao cargo de deputado estadual nas eleições de 15 de novembro de 1982. Fez campanha ao lado do candidato a prefeito José Pedral. Ambos foram eleitos. Cori para cumprimento de mandato até janeiro de 1987. Em 15 de novembro de 1986 reelegeu-se deputado estadual para a legislatura de 1987/1991. Nesse mandato se elegeu Presidente da Assembléia Legislativa da Bahia (período de 1987/1989) e Presidente da Assembléia Constituinte da Bahia (1988/1989).

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Na qualidade de presidente da Assembléia Legislativa da Bahia o deputado Coriolano Sales recebe a visita do Cardeal Arcebispo Primaz do Brasil, D. Lucas Moreira Neves, em 12 de janeiro de 1988
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Em 15 de novembro de 1994 elegeu-se deputado federal, pela legenda do PDT, para mandato de 1995/1999, conseguindo reeleger-se em 1998. Na Câmara dos Deputados integrou as Comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Tributação, dentre outras. Nesta passou a integrar o sub-grupo de Cooperativismo de Crédito. E nesse sentido instalou todas as cooperativas de crédito de Conquista, o Banco do Povo e o Banco da Mulher, além de várias obras e equipamentos hoje instalados em Conquista, a exemplo do Anel Viário. Pode-se, pois, afirmar, que Coriolano Sales foi o deputado (tanto estadual quanto federal) que mais atuou em Vitória da Conquista, com indicações de projetos e realizações de obras para a cidade. 

Humberto Flores

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Uma das maiores fontes da História de Conquista
  
Por Luís Fernandes

Humberto Murilo Flores Santos nasceu em 25 de março de 1932, na casa onde hoje mora Leandro Fonseca (na época pertencia a Otávio Santos, pai de Humberto), na Praça Joaquim Correia, em frente a Prefeitura Municipal. Cursou o primário com a professora Helena Cristália Ferreira, o ginasial no “Ginásio de Conquista” (do Pe Palmeira) e o científico no “Colégio Maristas” em Salvador (entre 1949 e 1951).
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Humberto e sua irmã Ieda Maria, quando
ele tinha 2 anos e ela 4 anos de idade
Foto-Arte: Neca Correia, o 1º fotógrafo de Conquista
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Em 1958 foi para o Rio de Janeiro, só retornando a Conquista em 1969, onde criou uma pequena empresa de construção civil, que funcionou até 1976, quando se tornou, pela primeira vez, vereador, repetindo o feito por mais duas legislaturas (1982 e 1988). Na política foi ainda secretário municipal nas gestões de Raul Ferraz, Pedral Sampaio e Murilo Mármore.
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Formatura ginasial de Humberto Flores
no “Ginásio de Conquista” em 1948
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Atuou também na esfera estadual e federal, exercendo os cargos de oficial de gabinete do Governador Régis Pacheco (1953/1955) e do Ministro da Educação Paulo de Tarso. Foi também secretário particular do Ministro Júlio Sambaqui, no Governo João Goulart. Humberto Flores é, hoje, uma memória viva da história de Conquista. Seu pai foi um dos maiores conhecedores dessa história, que a repassou para o próprio filho, para Aníbal Lopes Viana e para Ruy Medeiros, todos grandes historiadores dessa cidade.
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Tradicional família Flores Santos. Em pé, da esquerda para a direita:
D. Lícia Flores Santos, Fernando Flores Santos, Ieda Flores Brito (esposa
de Luís), Humberto Flores Santos, Luís Brito (marido de Ieda) e José
Otávio Santos. Sentados, da direita para a esquerda: O pai Otávio Santos
(ex-prefeito) e sua esposa D. Silvia Silveira Flores. Foto de 1957. 

A “Velha Guarda” da Rádio Clube

Hérzem Gusmão (D), Daniel Nogueira (C) e Alcime Barros (E)

Radialistas no ar nas décadas de 70 e 80
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Por Luís Fernandes
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Em 1968 surgiu Hérzem Gusmão, que comanda sua “Resenha Geral” por longos 40 anos. Em seguida veio Edmundo Macedo (começou no Rádio em 1969) com seu programa musical, Samuel Oliveira com o programa “De tudo para todos”, Wilson Marcílio, na Rádio Regional, com notícias policiais transmitidas diretamente da Delegacia de Polícia, e Camponês, que comandava dois programas sertanejos (um na Clube AM e outro na Clube FM).
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Samuel Oliveira
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Zé Gandula, que entrou na Rádio Clube como sonoplasta, acabou tendo seu próprio programa: o “Rolando a Bola”, que tratava do esporte amador da cidade. Enyl Lemos também passou a ter um programa semelhante. Da velha guarda da Clube destaque ainda para Daniel Nogueira, Alcime Barros e José Filho.
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Camponês
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Outros que marcaram época no Rádio foram: Tempero, que comandava um programa de samba e que morreu num acidente automobilístico na Avenida Frei Benjamin; Luiz Cláudio, comunicador e empresário artístico, que também faleceu tragicamente por afogamento; e Oliveira Neto, que tinha um programa sertanejo na Clube e escrevia para o jornal de Aníbal Viana. Sua morte foi a mais trágica de todas: ele foi sequestrado em Conquista e torturado às margens do rio Catulé (próximo a Itapetinga) até a morte (seu corpo foi deixado na Praça Caixeiros Viajantes, em Conquista, para identificação).
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Wilson Marcílio

Bar do Badu

Grandes decisões políticas de Conquista saíram do Bar do Badu, como, por exemplo, a indicação de Jadiel para ser prefeito da cidade

Por Luis Fernandes

Frequentado por intelectuais, o “Bar do Badu” era a perfeita tradução do boteco bem-apessoado. Surgido em 1965, na Praça Vitor Brito (onde hoje é a revenda de veículos Jocar), a clientela fiel costumava bater ponto por ali para conversar de tudo. O bar era reduto da velha-guarda da boemia conquistense, bem como dos “cabeças pensantes” da cidade, tanto de direita quanto de esquerda. Mais de esquerda, pois a camaradagem se encontrava lá depois de discutir Marx, Lênin, a “Ditadura do Proletariado”, a “Ditadura Militar” e a política local. Aliás, o próprio dono do bar era simpatizante das idéias comunistas. Baduzinho (Atenor Rodrigues Lima, nascido no dia 7 de outubro de 1937 em Itambé-Ba), foi preso em 1964 pelo capitão Bendoqui por pichar os muros de Conquista com frases do tipo “Fora a Ditadura”. A pichação, segundo o próprio bodegueiro (hoje com 73 anos) era com “piche” (de asfalto). No depoimento para Bendoqui ele disse que só levava o balde… Ponto de encontro da elite intelectual, o Bar do Badu (uma homenagem ao pai de Atenor, “Seu” Balduíno Rodrigues Lima) era frequentado por Camillo de Jesus Lima, Dr. Cana Brasil, Dr. Hugo de Castro Lima, entre outros simpatizantes do Comunismo. Mas também, ainda na década de 60, outros habitués, que não de esquerda, freqüentavam o bar, gente formadora de opinião.  

Grandes Professores do Passado

O Sociólogo Durval Lemos Menezes

Por Luís Fernandes

Durval Lemos Menezes nasceu no distrito de Iguá (antigo Angicos), no dia 18 de dezembro de 1941. Filho de Dante Menezes, sobrinho de Erathósthenes Menezes e neto do professor Abdias Menezes, cursou o ensino fundamental em Vitória da Conquista e o ensino médio na cidade do Rio de Janeiro. Em 1964 foi aprovado para o curso de Jornalismo da Universidade Federal do Brasil, mas só cursou o 1º ano, pois a ditadura militar acabou com o curso, alegando apologia ao comunismo.  Mas Durval acabou graduando-se em Ciências Sociais pela Universidade do Norte Mineiro e especializou-se em Sociologia. Tem extensão universitária ainda em Geografia.

O menino Durval, ao lado de seu pai Dante Menezes (o da extrema esquerda), depois de uma caçada na “Fazenda Graciosa” (Zona da Mata) em 1953. Os demais são: Pompeu (junto do menino), o motorista de Dante, Moraes (no centro), chefe dos Correios em Conquista, Nenem Bracinho (o 3º da direita para a esquerda), irmão do jornalista Aníbal Viana, José, o cozinheiro, e Elísio (o da extrema direita), apontado como o responsável pela explosão da “Rural” de Ismênio na Praça da República nos anos 60.

Depois retornou a Conquista e foi professor em quase todas as grandes escolas antigas da cidade: Sacramentinas, Batista Conquistense, Diocesano, São Tarcísio e Juvêncio Terra, além  do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito (CIENB), do qual foi um dos seus melhores diretores. Exerceu o magistério por 35 anos e, durante esse período, foi ainda Secretário de Educação do Município na gestão do prefeito Nilton Gonçalves.  Como secretário foi um dos responsáveis pela criação da “Casa do Estudante de Vitória da Conquista” em Salvador e elaborou, juntamente com Jesiel Norberto, a proposta para a criação da Faculdade de Formação de Professores de Vitória da Conquista, embrião da Uesb. Antes de aposentar, exerceu o cargo de gerente da Direc-20 (20ª Diretoria Regional de Educação de Vitória da Conquista), durante 10 meses entres os anos de 1995 e 1996, onde “revolucionou” o método de gerir um órgão de governo.

Durval em Copacabana (Rio de Janeiro) no ano de 1964. Ao lado de uma DKV, o jovem estudante cursava nesta época o 1º ano de Jornalismo na Universidade Federal do Brasil. Era seu colega o escritor Carlos Heitor Cony. Seria a 1ª turma daquela faculdade se os militares não a tivessem fechado.

O Frigorífico do Japonês foi inaugurado em 1974

"Frigorífico do Japonês" situado na Praça da Bandeira


Por Luís Fernandes

A história do “Frigorífico do Japonês” começa com a chegada de “Seu” Honda em Conquista no ano de 1974. Jorge Honda nasceu no dia 19 de abril de 1935, em Marília (SP). Seus pais vieram do Japão na década de 20. Montou sua primeira peixaria em Londrina (PR), a “Peixaria Honda”, antes de vir para Itabuna (BA). Depois de algum tempo na região sul da Bahia, encheu um caminhão de peixe e começou a sondar no Sudoeste Baiano uma localidade para montar seu próprio frigorífico, até aportar em Vitória da Conquista, uma cidade em franco crescimento. Abriu aqui, em 1974, o “Frigorífico do Japonês” na Praça da Bandeira.
Jorge Honda (na extrema direita), seu irmão (ao seu lado) e seu filho Ricardo Honda (no centro) conduziram o "Frigorífico do Japonês" por mais de 30 anos nesta cidade
Casado com D. Yayeko e pai de três filhos (Ricardo, Helena e Ângela), Jorge Honda morava na Urbis I, na praça que hoje leva o seu nome. Seu frigorífico era uma empresa familiar, que chegou a abrir uma filial na rua Jorge Stolz, próximo ao Ceasa (Central de Abastecimento de Alimentos). Depois fechou a da Praça da Bandeira e ficou só com a antiga filial. Quando “Seu” Jorge Honda faleceu em 3 de março de 1996 o Frigorífico ficou com seu irmão até fechar definitivamente uns três anos depois (por volta de 1999 a 2000).

Sobrado do Professor Hoffman está sendo demolido

Por Luís Fernandes

Quem passa pela Rua João Pessoa, na altura da Praça João Gonçalves, depara-se com uma cena lamentável: a demolição do sobrado do Professor Hoffman, um casarão construído em meados do século passado, com uma arquitetura arrojada e uma beleza singular. Residiu neste sobradão um dos maiores educadores da história de Conquista: o prof. Alfonso Hoffman, germânico de alma sertaneja, que ensinou por muitos anos no antigo “Ginásio de Conquista”. Ele e sua esposa, a professora do “Ginásio do Padre” Beatriz L.R. Hoffman, não tiveram filhos e, depois de falecidos, o sobrado ficou com a Santa Casa de Misericórdia (com usos e frutos do professor Claudelino Rocha). Durante algum tempo funcionou nele o “Arquivo Municipal”, mas, com a morte do professor Claudelino, o sobrado foi se deteriorando e, como a Santa Casa era a proprietária do prédio, acabou perdendo-o por dívida judicial. Recentemente o sobrado foi arrematado em leilão e está sendo demolido. Ou seja, mais um exemplar da memória arquitetônica de Conquista está indo chão abaixo, assim como fora o “sobrado de Paulino”, o “Cine Conquista”, a “Casa do Elefantinho” e tantos outros casarões seculares.

Lojas do passado

Magazine Aracy (hoje Spaço Xis) vendia,
entre outras coisas, bicicletas Monark
e Caloi, geladarias Cônsul e Prosdócimo
e televisores Colorado e Telefunken
  
Magazine Aracy foi inaugurado em 1941 
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Por Luís Fernandes
 
A História do Magazine Aracy começa com a chegada de Eurípedes Cairo dos Santos em Conquista no dia 3 de agosto de 1938. Ele foi o primeiro Cairo a chegar nesta cidade de uma série de irmãos (a maioria comerciante). Nasceu no dia 8 de maio de 1922 na “Fazenda Patagônia”, município de Ituberá (BA). Em 1936 trabalhou na firma de Epifânio José Filgueiras em Taperoá (BA). Dois anos depois esta firma transferiu-se para Conquista e instalou-se na Rua da Moranga (hoje Siqueira Campos) com a denominação de “Casa Nova”. Oito meses depois mudou-se para o antigo “Beco da Tesoura” (hoje Travessa Lima Guerra), para o prédio onde funcionou a oficina gráfica do “O Jornal de Conquista”, de Aníbal Lopes Viana (hoje “Casa do Livro”). Em 1º de junho de 1941 tornou-se sócio do próprio Filgueiras, com a abertura de uma filial com o nome de “Casa Aracy”, na antiga “Travessa do Comércio” (hoje Alameda Ramiro Santos). Um ano depois comprou a parte do sócio e tornou-se sócio de seu irmão Lourival Cairo de 1941 a 1947. Em 1942 vieram os irmãos Argemiro e João Cairo e em 1944 Gildásio e Osmário. Aí compraram o “Salão Azul” de Agenor Freitas na “Praça da Piedade” (hoje 9 de Novembro). No decorrer dos anos a antiga “Casa Aracy” foi mudando de nome, passando a “Magazine Aracy” (de 1944 a 1966) e “Magazine e Armarinhos Aracy Ltda.” a partir de 1966 até ser vendido para o pessoal do “Spaço Xis”. Em 1955 tornou-se sócio de Eurípedes o seu concunhado Altamirando Aurino Novais Silva.
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Loja de Epiphanio José Filgueiras (hoje “Casa do Livro”):
daqui saiu o “Magazine Aracy”

Notas de Jornais antigos

"Machadinho", um dos primeiros advogados de Conquista

Emanuel Machado Lopes foi candidato a deputado estadual em 1958

Por Luís Fernandes

Na edição nº 98, de 30 de novembro de 1957, à página 7, o jornal “O Conquistense” estampava a seguinte notícia política no alto da página: “Ao Dr. Emanoel Machado Lopes”. No centro, em quadro, dizia: “Sou candidato pobre, dos pobres e para os pobres, a deputado estadual nas próximas eleições de 1958” – assinado Emanoel Machado Lopes – homenagem de seus amigos de Vitória da Conquista. “Machadinho” (como era conhecido Emanoel Machado Lopes) foi um dos primeiros advogados de Vitória da Conquista, da turma de 1934 da Faculdade de Direito de Salvador. Não chegou a ganhar aquela eleição, mas marcou época na política conquistense com um discurso diferenciado dos tradicionais políticos. “Machadinho” é pai de Paulo Rocha, um dos grandes conhecedores da história de Conquista.

História de feiras-livres de Vitória da Conquista

Início da construção da Ceasa na área da antiga “Mamoneiras”
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Ceasa foi inaugurada em 1986
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Por Luís Fernandes
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A Ceasa (Central de Abastecimento de Alimentos) de Vitória da Conquista foi construída numa área antes denominada “Mamoneiras” (próximo à “Baixa da Égua” – uma ladeira que dava acesso à Praça Hercílio Lima, bairro São Vicente).
 
Ceasa em construção, com os pavilhões já cobertos
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A Ceasa foi construída na gestão Pedral Sampaio/Hélio Ribeiro (1983/1989) e foi inaugurada no grande comício de “Waldir Pires” para Governador do Estado nas eleições de 1986. Todos os cinco pavilhões ficaram lotados para ver a cúpula do PMDB baiano, que acabou saindo vencedora naquele pleito. Além dos pavilhões foi construído ainda um prédio administrativo e asfaltada toda a área que circunda a central.

História do Jornalismo em Vitória da Conquista

Ernesto Dantas é bisavô dos jornalistas
Bob Fernandes e Casemiro Neto

Ernesto Dantas foi o primeiro jornalista de Vitória da Conquista
 
Por Lúis Fernandes
 
Ernesto Dantas Barbosa, considerado “o maior talento dentre os homens leigos do sertão”, nasceu em Caetité (BA) entre 1855 e 1856. Filho do professor Manoel Dantas Barbosa, destacou-se como colaborador de vários jornais, como “A Conquista”, “O Conquistense”, “A Palavra” e como redator-chefe de “A Notícia”. Na fazenda “Jequitibá”, onde residiu, fundou uma escola e uma filarmônica. Era muito culto, chegando a traduzir para o vernáculo textos em francês, inglês, italiano, espanhol e latim. Deixou uma produção poética enfeixada no livro “Traços Crassos” publicado em 1924 por seu filho Antônio Barbosa Dantas. Faleceu no dia 26 de maio de 1921, na fazenda “Jequitibá”. Pode-se, pois, considerá-lo como o primeiro jornalista de Vitória da Conquista porque, segundo a tradição, antes de ser publicado o 1º jornal da cidade, “A Conquista”, em 14 de maio de 1911, Ernesto já fazia circular, entre seus alunos, um jornal manuscrito na cidade, e ele próprio participou das primeiras edições do “A Conquista”.
Bob Fernandes
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Roberto Fernandes de Souza (o famoso jornalista Bob Fernandes) é o autor de mais de 150 artigos de capa em revistas tais como CartaCapital, ISTOÉ e Veja, além de ter sido repórter dos jornais “Folha de São Paulo” e “Jornal do Brasil”. Apesar de ter nascido em Barretos (SP), em 1953, considera-se um “baiano naturalizado”.
Casemiro Neto
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Casemiro Gomes Cardoso Neto (Casemiro Neto) nasceu em Vitória da Conquista no dia 10 de junho de 1959. É jornalista que atua na TV Aratu. Durante muito tempo foi um dos principais jornalistas da TV Bahia de Salvador. Em 2008 foi contratado pela TV Aratu, também de Salvador, para apresentar o programa “Que Venha o Povo”.

Grandes empreendedores do passado

Renato Vaz Rebouças, uma das maiores fortunas da história de Vitória da Conquista

Por Luís Fernandes

Renato Vaz Rebouças nasceu em Santa Terezinha (BA) em 23 de agosto de 1921. Veio residir em Conquista em 1949. Perguntado, numa entrevista que concedeu ao jornal “O Sertanejo” (edição de 12 de novembro de 1966), por que escolheu Vitória da Conquista, ele respondeu o seguinte: “verifiquei que Vitória da Conquista, por sua situação geográfica, seria, no traçado, o tronco do sistema rodoviário de ligação norte e sul do país” (disse isso, olhando no mapa, quando a Rio-Bahia ainda era somente um projeto). Aqui fundou a “Transmine – Transporte de Minérios”, que chegou a ser responsável por 80% de todo o minério extraído em solo baiano. O centro do sistema de transporte era Vitória da Conquista. Seus caminhões saíam de Boquira (BA), onde era extraído o chumbo (ele era assessor da diretoria e acionista da “Mineração Boquira”), e iam para Apiaí (SP), onde estava a única metalúrgica até então existente no Brasil. Como Renato tinha uma visão de empreendedor, percebeu que podia beneficiar o minério aqui mesmo na Bahia, e instalou uma metalúrgica para beneficiamento do chumbo em Santo Amaro da Purificação (BA). Foi assim que construiu uma das maiores riquezas da história de Conquista. Foi ainda dono da Suisa (Abatedouro de Suínos S.A), Discar (Distribuidora de Carros S.A), concessionária da Ford, Tratornorte (Tratores e Implementos S.A), Aspas (Assessoria, Planejamento, Administração e Serviços Ltda.) e da Rádio e TV Bandeirantes de Salvador e da Rádio Bandeirantes de Vitória da Conquista, além de fazendas de café na região de Barra do Choça. Inclusive, uma delas, a “Fazenda Saco Grande”, situada entre Barra do Choça e Parafuso, era mecanizada (atividade típica ainda da agricultura norte-americana!). Só não teve sucesso na política. Candidatou-se a prefeito nas eleições de 15 de novembro de 1966 pela legenda da Arena (Aliança Renovadora Nacional), não se elegendo. Foi presidente depois do PDS (Partido Social Democrático) de Vitória da Conquista, mas não mais se candidatou a cargo algum. Renato Rebouças foi ainda provedor da Santa Casa de Misericórdia na 36ª mesa administrativa de 1966 a 1970 e presidente da Associação Comercial e Industrial de Vitória da Conquista (ACIVIC) entre 1964 e 1966.   

Grandes empreendedores do passado

Ademar Dias Galvão, talvez o maior empreendedor da história de Vitória da Conquista

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Por Luís Fernandes
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Ademar Dias Galvão, um dos maiores empreendedores da história de Conquista, nasceu em Brejões (BA) no dia 30 de junho de 1922. Veio para Vitória da Conquista ainda jovem e aqui fundou a firma Veigal – Galvão Veículos, Máquinas S.A, na Praça Barão do Rio Branco (onde hoje é a Insinuante). Na época era representante da Willys Overland do Brasil. Em 1960 sua firma foi modificada para “Ademar Galvão S.A Comércio e Indústria”. Em outubro de 1962 tomou posse como presidente da Associação Comercial e Industrial de Vitória da Conquista, cargo que ocupou até 1964. Na sua gestão instituiu a “semana inglesa” nesta cidade, ou seja, o fechamento do comércio aos sábados, depois de meio dia. Ainda em 1962 tomou parte da diretoria da ex-Cia Telefônica de Vitória da Conquista como seu diretor comercial. Cultivou algodão em Anagé e aqui construiu um prédio apropriado para a instalação da “Usina Ouro Branco” no bairro Departamento. Com o necessário equipamento para benefiiamento do algodão, esta usina foi inaugurada no dia 15 de abril de 1963. Ademar construiu ainda, na Praça Barão do Rio Branco, um prédio que seria sede de suas atividades comerciais, tendo deixado em fase de acabamento. Trata-se do edifício “Ouro Branco”, onde está o Banco Mercantil do Brasil, adquirido por Pedro Cangussu.
Edifício Ouro Branco (onde hoje é o Banco
Mercantil do Brasil) foi construído por Ademar
Galvão e, dizem, o que o levou à falência
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Ademar foi também presidente do Clube Social Conquista, na época em que terminou a construção de sua atual sede, bem como participou da ata de fundação do CDL (Clube de Diretores Lojistas), hoje Câmara de Diretores Lojistas, em 1963.

Dona Yvone Rodrigues, 1ª
esposa de Ademar Galvão
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Em Vitória da Conquista se casou com D. Yvone Rodrigues (nascida em 30 de janeiro de 1933 e falecida em 28 de dezembro de 1955), filha do ex-prefeito Arlindo Rodrigues. Tiveram apenas um filho: Yvomar (in memorian). Viuvando-se, casou-se pela segunda vez com D. Márcia Gomes Lapa, natural de Itambé (BA), com quem também teve apenas um filho: Ademar Galvão (Ademarzinho). Ademar e Márcia casaram-se no dia 18 de setembro de 1959, conforme noticiou o jornal “O Conquistense” em sua edição de 26 de setembro de 1959.
D. Márcia Gomes Lapa, 2ª esposa
de Ademar Galvão
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Depois de alguns contratempos nos negócios e muitos prejuízos acumulados mudou-se para Salvador. Sua família (mulher e filho) passou a dedicar-se à pintura. Ademar faleceu no dia 22 de julho de 1984, já sem sua grande fortuna que havia construído em Conquista, mas deixou um legado de empreendedorismo que entrou para a história desta cidade.

História dos bancos de Vitória da Conquista

Antiga sede da agência do Banco Econômico, que foi
derrubada para a construção do atual prédio inaugurado
em 1984 (hoje Insinuante), na Praça Barão do Rio Branco
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Econômico foi a primeira agência bancária de Vitória da Conquista
 
Por Luís Fernandes
 
Antes da década de 1930 Vitória da Conquista não tinha agência bancária. Havia somente um correspondente do Banco do Brasil, que era o Coronel Paulino Fonseca. Quando havia necessidade de empréstimos avultados recorria-se aos grandes capitalistas locais, como o Coronel Zeferino Correia de Melo, que agiotava a juros de 2% ao mês. Foi justamente o Coronel Zeferino Correia, latifundiário, líder político influente e presidente do diretório local do Partido Republicano, correligionário do ex-governador Góes Calmon, então presidente do Banco Econômico, que solicitou deste a implantação de uma filial nesta cidade, onde não existia agência bancária. Atendida a solicitação, o Coronel ficou encarregado de contratar um gerente para o banco. Apresentou, então, seu genro, Joaquim Hortélio da Silva Filho, para ocupar o cargo no dia 10 de março de 1930, em sede provisória, situada ao lado da casa de sua residência, na antiga Praça 15 de Novembro (atual Praça Tancredo Neves), a segunda agência do Econômico na Bahia. O primeiro depósito foi feito por Zeferino Correia, na quantia de 300 mil réis. Depois, o banco foi transferido para a Alameda Lima Guerra, de onde saiu para a Praça Barão do Rio Branco, até ser vendido para o Excel, e este para o BBV (Banco Bilbao Viscaia) e, por fim, para o Bradesco. O Bradesco, quando adquiriu o BBV, fechou a agência e vendeu o prédio para as Lojas Insinuante.
Fachada do antigo prédio do Econômico
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Eleito deputado estadual em 1954, Joaquim Hortélio indicou como substituto seu irmão Jonas Hortélio, que construiu a sede do banco em Conquista. Depois de adquirida a sede do antigo Cinema Riviera, o Banco Econômico iniciava as obras para sua nova instalação, que seria inaugurada em 10 de julho de 1984, comemorando o sesquicentenário de fundação do Grupo Econômico S/A. Era gerente geral na época Edgar Moreira, mas talvez o mais conhecido gerente desta instituição em Conquista tenha sido Enésio Freitas Gonçalves. Um dos grandes clientes desta instituição em Conquista foi, certamente, Jeremias Gusmão Cunha.
“Nova” agência do Econômico inaugurada em 1984 (foto: José Silva)

História da TV em Vitória da Conquista

Assim era a sede da TV Sudoeste em 31 de março de 1990
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20 anos da primeira TV local de Conquista
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Por Luís Fernandes
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É verdade que a primeira televisão regional em Vitória da Conquista foi a sucursal da TV Cabrália de Itabuna, inaugurada aqui em 1988, mas a primeira TV local foi a Sudoeste, da Rede Bahia, afiliada à Globo, inaugurada no dia 31 de março de 1990 e que entrou no ar no dia 1º de abril, na época com a chegada do “Caminhão do Faustão”. O sorteado foi “Seu” Vanderly, pai de “Paulinho” (Paulo Vanderlei, hoje gerente de contas da CAIXA), que morava na Rua do Triunfo, Centro. Mas o primeiro BaTV só foi ao ar no dia 2 de abril (segunda-feira), apresentado por Luís Quadros.

Luís Quadros (apresentador) foi pioneiro na
comunicação televisiva local  ao lado de Adriana
Quadros (hoje apresentadora do programa
 “Record Nordeste”, da Rede Record). Adriana
começou na TV Cabrália de Conquista em 1988.
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A TV foi instalada na Rua dos Fonseca, 143, Centro (antiga residência de Renato Rebouças), e está lá até hoje. A Sudoeste, como todas as afiliadas da Globo na Bahia, pertence à família de ACM, a exemplo da TV Oeste de Barreiras, TV Norte (depois São Francisco) de Juazeiro, TV Subaé de Feira de Santana, TV Santa Cruz de Itabuna e TV Bahia de Salvador.
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Este era o logotipo antigo
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Cobrindo hoje 62 municípios a TV Sudoeste abriu a janela e mostrou a região para todo o Brasil, graças ao empenho de seus primeiros profissionais, verdadeiros desbravadores que se deslocaram até Itabuna para aprender a fazer televisão (A “Santa Cruz” já existia naquela cidade). A primeira equipe era formada por 30 profissionais.

Silvia Gabionetta foi a primeira
Chefe de Jornalismo
da TV Sudoeste…
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Nestes 20 anos de TV Sudoeste muitos profissionais passaram pela afiliada da Globo em Conquista. Desde a primeira repórter, Sara de Castro, até os atuais, muitos colocaram sua “cara” diante das câmeras de Passos, Ricardo e Edirley, para levar ao ar as reportagens do Sudoeste Baiano.

… e Aureni Almeida foi a última
mulher a comandar a equipe
de Jornalismo da Sudoeste
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Todos os profissionais que por lá passaram foram desbravadores que iniciaram a trajetória da TV Sudoeste. Gente que teve a coragem, inclusive, de aparecer, em rede nacional, para fazer o nome da região ser conhecido por todo o Brasil, como Aécio Ribeiro e Ricardo Ishmael.

Sara de Castro foi a primeira repórter

Dos repórteres vale o registro de uma dupla que marcou época: Ciro Brigham e Aécio Ribeiro. Ciro, nascido em Luanda em 1975, é filho de cabo-verdianos e ainda pequeno veio para o Brasil. Viveu em São Paulo, Vitória da Conquista (BA) – onde se formou em Administração e depois em Jornalismo, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – e Salvador. Como jornalista, em Conquista, trabalhou nas TVs Cabrália (1994 -1996) e Sudoeste (1996 – 1999), onde desempenhou as funções de produtor e repórter.
 

Ciro está em Angola desde agosto de
2008, a convite do Grupo Aldeia,
de propaganda e publicidade
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Aécio Ribeiro Filho nasceu no dia 01 de abril de 1973 em Itapetinga (Ba). Formou-se em Letras na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e trabalhou na TV Sudoeste por 6 anos. Em 2001 deixou a TV e em 2005 mudou-se para Guarulhos, na Grande São Paulo.
 

Aécio hoje é pastor da Igreja Assembléia de Deus em SP

Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima foi inaugurado em 1986

Construção do Centro de Cultura na gestão do Governador João Durval Carneiro (1983-1986)
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Por Luís Fernandes
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Em 1983 o Estado da Bahia incluiu em seu orçamento a construção de um centro cultural em Vitória da Conquista. A falta de local adequado para sediar a instituição (já que a prefeitura ofereceu um terreno onde hoje se localiza a URBIS VI) fez com que a Fundação Cultural do Estado da Bahia cogitasse na transferência do projeto para Jequié-BA, fato muito debatido pelos políticos e artistas da cidade, inconformados com a perspectiva da perda. O prefeito J. Pedral sugeriu a transferência do terreno da Casa da Cultura, que breve voltaria ao próprio município, quando vencia o comodato, com prazo de construção de 10 anos, vez que a Casa da Cultura não dispunha de recursos para, sequer, murar o terreno. A Casa da Cultura doou o terreno, com aprovação da Câmara de Vereadores, constando em escritura pública, registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis, cláusula destinando uma sala para a doadora e outra para a Academia Conquistense de Letras. Construído entre 1985 e 1986, no governo João Durval Carneiro, tendo como secretário da Educação e Cultura Edivaldo Boaventura, presidente da Fundação Cultural, Olívia Barradas, o centro de cultura passou a funcionar experimentalmente a 14 de setembro de 1986, quando foi nomeado diretor Massimo Ricardo Benedictis. Sua inauguração oficial ocorreu a 11 de março de 1987. A presidente da Fundação Cultural – Olívia Barradas – e o sub-secretário da Educação, Remy de Souza, inauguraram o Centro de Cultura Governador João Durval Carneiro. Em 1987, no governo Waldir Pires, sua denominação foi mudada para Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, homenageando o poeta que residiu por muitos anos em Vitória da Conquista. Era secretário da cultura José Carlos Capinan. Em 1994 uma placa foi afixada no local, dando conta da mudança de nome, na gestão do diretor Geraldo Moreira Brito (Geraldo Sol).

Grandes empresas de Vitória da Conquista

Loja 11 do Superlar (hoje Hiper Bompreço)
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Breve histórico do Superlar
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Por Luís Fernandes
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A partir de 1966 acontecem os primeiros momentos do Grupo Superlar, concretizando década a década seu posicionamento no varejo regional. A história começa a ser contada em dezembro de 1950 e dá-se com a vinda de Pedro Francisco de Moraes Filho a Vitória da Conquista com o propósito de abrir um negócio próprio, com estrutura forte e sólida, diferente dos comércios aqui instalados. Fundou um armazém de estivas sob o nome comercial de Morais & Cardoso, tornando-se na mesma época sócio-fundador da “Fábrica de Sabão Teiú”. Instalou a casa de ferragens, de material elétrico e de construções com o nome de CIFER, na Praça 9 de Novembro. Pedro Francisco de Moraes Filho nasceu em Guanambi no dia 23 de setembro de 1926. Dezesseis anos depois de sua vinda, com a experiência e recursos financeiros provenientes de seu trabalho no comércio, decide abrir um supermercado, com algo inovador, incomum na cidade. O nome fez referência direta ao objetivo planejado: ser um Super-Mercado, um Super-Lar. No dia 2 de setembro de 1966, na Rua Sete de Setembro, o Sr. Pedro Moraes inaugura o Superlar, que depois seria chamada de Loja 1, com grande variedade de produtos. O sucesso da primeira loja proporcionou a expansão do negócio, viabilizando a abertura de outras na cidade e região nas décadas de 70 e 80.
Dia da inauguração da Loja 11 do Superlar (no detalhe:
a Avenida Rosa Cruz ainda no “chão batido”, sem asfalto)
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Após 14 anos de experiência o Sr. Pedro Moraes, percebendo a crescente mudança e novas necessidades da população, promove a abertura do primeiro supermercado de grande porte da região, localizado próximo a “Escola Normal”. Era a Loja 11 do Superlar, inaugurada em 1980. Com enorme variedade de produtos, em loja ampla com estacionamento para os clientes, esse novo formato inaugurado em Conquista surgiu como novidade na região. O sistema de auto-serviço já havia sido adotado com a Loja 5 (situada na Avenida Crescêncio Silveira, próximo ao “Mercadão”), e a necessidade em atender a crescente demanda populacional torna-se foco, como modelo estratégico para evolução e aprimoramento do negócio.
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Pedro Moraes (ao centro) observa sua mãe
(à direita) e o prefeito Raul Ferraz (à esquerda)
decerrarem a fita de inauguração do Superlar
Loja 11
+
A expansão começa a partir daí, percebida claramente ao final da década de 1970, onde o grupo Superlar já contava com cerca de 30 lojas em sete cidades da região Sudoeste da Bahia (a rede cresceu e, nos anos 80, já existiam filiais em Itambé, Itapetinga, Barra do Choça, Planalto, Poções e Jequié), inclusive a maior da cidade de Jequié, situada na Avenida Rio Branco (hoje Biblioteca Municipal).  Na década de 1990 o momento conjuntural político desfavorável ao crescimento da economia nacional motivou mudanças estratégicas do grupo. E a rede Superlar Supermercados começou a se retrair até fechar suas lojas (umas foram vendidas para igrejas, outras continuam como supermercados e algumas alugadas).
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Bateria de caixas do Loja 11. No detalhe os
“jalecos verde e branco” dos funcionários
do Superlar. Existia ainda o jaleco azul
(que era dos chefes de seção)
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Com a reestruturação em vigência, a sede e antiga distribuição situada na Rua Juracy Magalhães tornou-se escritório da família para gerir outros negócios. O comando presidencial passara às mãos do filho mais velho, Pedro Francisco de Moraes Neto, o “Pedrinho”, que, após voltar dos Estados Unidos (onde passara uma boa temporada) assume os negócios da família e os administra até hoje no endereço da Juracy Magalhães, principalmente após o falecimento de seu pai.