Baseado num vídeo disponibilizado nas redes sociais pela jovem Carolina Bittencourt, Luís Ricardo Moreno percorreu ruas de Vitória da Conquista fazendo uma comparação entre os anos oitenta e o cenário atual da Capital do Sudoeste Baiano. Confira o vídeo a seguir que o BLOG DO ANDERSON disponibiliza na íntegra. Vale a pena assistir!
Fotos históricas
Taberna da História: A segunda FM de Conquista foi a Band
Luís Carlos Fernandes, Taberna da História
Em 20 de agosto de 1983, Renato Vaz Rebouças e outros associados instalaram a Bandeirantes FM em Vitória da Conquista, a segunda FM da cidade, na época com frequência YC-311, em 97,5 MHZ (hoje 99,1).
Seus principais locutores durante todos estes anos foram: Mac Donald, Dilton Rocha, Bramont, Zenon Barbosa (com seu “Asa Delta” e “Ban Relax”), Rubens do Prado (o madrugador), Kleber Gusmão, dentre outros, que ajudaram, inclusive, na AM Bandeirantes, inaugurada em 1989 por Ivan Lemos, naquela época chefe da Rede Bandeirantes de Rádio em Vitória da Conquista. A “nova” AM também pertence ao Grupo da Família Rebouças.
O trio da Band (Mac, Dilton e Bramont) comandava um programa de grande audiência: o “Conquista Hoje”, que tinha ainda os comentários de Janid Ramos.
Taberna da História: A primeira feira livre de Conquista
Luís Carlos Fernandes | Taberna da História
As feiras livres foram, no passado de Conquista, a maior fonte de riquezas para muitos comerciantes e negociantes. A primeira da cidade localizava-se na “Rua Grande” (atuais Praças Tancredo Neves e Barão do Rio Branco). Ali existia, desde a época da Imperial Vila da Vitória, um “Barracão” onde os feirantes se reuniam e os tropeiros vindos de outras localidades se encontravam.
Entre 1912 e 1915, durante a gestão do Intendente José Fernandes de Oliveira Gugé, o velho Barracão já se encontrava bastante arruinado e foi demolido. Porém, a feira continuou sendo realizada na praça, onde se encontrava a maioria das casas comerciais, mesmo sem o Barracão. As feiras livres foram, no passado de Conquista, a maior fonte de riquezas para muitos comerciantes e negociantes. A primeira da cidade localizava-se na “Rua Grande” (atuais Praças Tancredo Neves e Barão do Rio Branco).
Ali existia, desde a época da Imperial Vila da Vitória, um “Barracão” onde os feirantes se reuniam e os tropeiros vindos de outras localidades se encontravam. Entre 1912 e 1915, durante a gestão do Intendente José Fernandes de Oliveira Gugé, o velho Barracão já se encontrava bastante arruinado e foi demolido. Porém, a feira continuou sendo realizada na praça, onde se encontrava a maioria das casas comerciais, mesmo sem o Barracão.
Taberna da História: Taquara Drink Som, a maior casa noturna de Conquista dos anos 70
Luis Carlos Fernandes | Taberna da História
Anos 70. A noite dançante, um som extremamente alto de origem eletrônica, cadenciado inicialmente numa batida constante, luzes multicoloridas e muitos espelhos, anunciavam ao mundo a era Disco Music e muita gente sacudiu ao som de Tina Charles, Tavares e Donna Summer na night away. O novo estilo que surgia necessitava de espaços grandes que mais pareciam clubes, e casas para este propósito foram abertas. Na mesma época crescia nos clubes uma batida diferente, mais suingada, oriunda dos guetos negros americanos: era a Soul Music que iniciava a noite e quando esquentava entrava o Funk Sex Machine de James Brown ou outras de um tal grupo chamado Kool and the Gang. Esta era a época da mais famosa casa dançante de Conquista dos anos 70 e início dos 80 – o famoso “Taquara Drink Som”.
O “Taquara” foi uma casa de recreio inaugurada no dia 24 de junho de 1972, por Leonardo Martins Melo (hoje proprietário da “Balanças Texas”) na Avenida Juracy Magalhães, saída para Itambé, km 4. Nela existiam ocas temáticas feitas de taquaruçu, com os nomes dos países da América do Sul e seu correspondente em tupi-guarani, a exemplo da ita-oca, da ibi-oca etc. numa área arborizada de 14.000m², além de bar, restaurante, parque infantil e um mini-zoológico de 100m² por 3m de altura, com animais de várias espécies, inclusive uma onça pintada.
A boate funcionou até 1988. Neste período, grandes seresteiros e cantoras lá se apresentaram, a exemplo de Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo, Altemar Dutra, Ângela Maria, Núbia Lafayete, Carlos José, Jair Rodrigues, Waldick Soriano, Osvaldo Fahel, Miltinho, Jerry Adriano, Agnaldo Timóteo, Sérgio Reis e muitos outros. Luiz Caldas fez seu primeiro show em Conquista no “Taquara”, ainda menino. Até shows infantis foram realizados no “Taquara”, como o de Tia Arilma e Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
A boate cresceu e acabou servindo também de espaço de eventos. Conta Leonardo que um dia foi procurado por uma comissão composta pelos professores Antônio Nery (então diretor da Escola Normal), Rosevaldo Brito (na época diretor do Centro Integrado de Educação Navarro de Brito), Lucas e Napoleão, solicitando o espaço do “Taquara” para a realização dos bailes de formatura dos alunos daqueles estabelecimentos de educação. Não só o proprietário cedeu o espaço como construiu um anexo para a realização destes eventos, que se tornou uma marca registrada nas décadas de 70 e 80 em Conquista. Quase todas as grandes escolas da cidade lá fizeram suas festas de formatura.
O Trio da 96: Maciel Junior, Deusdete Dias e Jânio Freitas
Amante do rádio desde criança, contava os dias para chegar o dia de um dos melhores programas que já escutei: “Esperando a Micareta”. Sinceramente confesso que me emocionei ao ver essa foto com os três ícones da comunicação de Vitória da Conquista. Eis ai o “Trio da 96”: Maciel Junior, Deusdete Dias e Jânio Freitas. Assim como eu muita gente deve ter voltado ao tempo com essa fotografia histórica que o nobre Maciel intitulou de ‘Sessão Nostalgia’. Um abraço.
(Anderson Oliveira)
Conquista era assim antigamente
Taberna da História: Igreja Matriz de Condeúba
Luís Fernandes | Taberna da História
Tranquilino Leovegildo Torres, em sua obra Memória Descriptiva do Município de Condeúba, assinala: “… nos princípios do século XVIII, os habitantes da Serra Talhada construíram uma pequena capela, sob a denominação de Santo Antônio da Barra do Sítio de Condeúba, antiga e extensa fazenda existente à margem do Rio Gavião. Esta Capela foi benta pelo Pe. Visitador Geral, João de Vasconcellos Pereira, em 30 de junho de 1745…”.
Trata-se, pois, da atual Igreja Matriz de Condeúba que, na época, era filial da Freguesia Nossa Senhora do Rio Pardo (MG). A primeira Irmandade fundada no município foi a de Santo Antônio em 13 de junho de 1752, que durou até o ano de 1811.
Em 1845 foi fundada a Irmandade do Santíssimo Sacramento pelo Arcebispo da Bahia Dom Romualdo Antônio de Seixas, a qual permanece em atividade. O fundador do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, filho de Condeúba, fez esta afirmação baseada em fontes fidedignas, recolhidas do arquivo da Igreja Matriz.
Taberna da História: Origem de “Tremedal dos Ferraz”
Luís Fernandes | Taberna da História
Tremedal teve a sua origem no povoamento da fazenda “Brejo”, de propriedade de Joaquim Gonçalves, que em 1885 aí se estabeleceu com a família e agregados, vindos do município de Areia, hoje Ubaíra. A partir de 1895, outras famílias se juntaram às primeiras (em virtude da fertilidade da região), transformando o lugarejo num povoado. Devido ao espírito empreendedor da família Ferraz a localidade passou a ser conhecida por “Tremedal dos Ferraz”, que propiciou ao município sua emancipação político-administrativa, através da lei estadual nº 559, de 5 de novembro de 1953, sendo, no entanto, instalado em 7 de março de 1955, por indicação e dedicação do então deputado estadual Adelmário Pinheiro, um ilustre antigo morador.
Taberna da História: Chegada de Régis Pacheco a Conquista após vitória em 1950
Luís Fernandes | Taberna da História
Régis Pacheco foi prefeito de Conquista em 1938, nomeado pelo interventor Landulfo Alves de Almeida, terminando seu mandato em outubro de 1945, quando Getúlio Vargas foi deposto da presidência da República e o General Renato Pinto Aleixo o da interventoria federal da Bahia. Em 1946 foi eleito deputado federal e, em 1950, Governador do Estado. Após a vitória em 15 de novembro de 1950 voltou a Vitória da Conquista e foi recebido com festa, conforme atesta a foto desta postagem.
Taberna da História: Banda SS433
Luís Fernandes | Taberna da História
SS 433 era uma banda de Rock ‘n Blues de Vitória da Conquista nos anos 80. O nome foi um presente de um amigo dos componentes, Pepino, que se inspirou num sistema binário (constituído de uma estrela e de um objeto compacto – provavelmente um buraco negro) que chegaria à Terra no ano 2000 e destruiria apocalipticamente tudo, numa alusão ao profeta Nostradamus. Trata-se, pois, de um dos mais exóticos microquasares conhecidos, batizada pelos astrônomos Nicholas Sanduleak e Charles BruceStephenson (o SS). Foi a entrada de 433 em 1977 seu catálogo de estrelas com fortes linhas de emissão. A banda surgiu em 1982, com a seguinte formação: Kako Santana na guitarra, Arodir Assis no contrabaixo, Isaac Oliveira na bateria e Marco Aurélio (Mazinho Jardim) no vocal e gaita. Gravaram seu primeiro compacto de vinil (o single) em 1984, puxado pelo sucesso de “Jane Furacão” (Ela é Jane, ela é Jane/ Amante do rock in roll/ É a garota que um guru me disse/ Para não ter um caso de amor/ Ela é punk, ela é punk/ Amante do rock in roll/ É um motor de arranque/ que faz gerar pavor…). Eu, ainda adolescente, assisti a um show desta banda no auditório da Escola Normal no início dos anos 80… (Luís Fernandes).
Taberna da História: Izalto Ferraz de Araújo
Luís Fernandes | Taberna da História
Izalto Ferraz de Araújo, descendente da tradicional família Ferraz de Tremedal, nasceu no citado município no dia 19 de novembro de 1888. Na sua terra natal foi fazendeiro e conceituado comerciante. Transferiu residência para Vitória da Conquista, tornando-se, de logo, fundador do Clube Social Conquista e sócio benemérito da Santa Casa de Misericórdia. Politicamente, foi escolhido prefeito tampão por impedimento do titular em maio de 1946, exercendo o cargo até abril de 1947. Aos 87 anos de idade, estando em sua residência no dia 12 de março de 1975, foi vítima de um assalto cometido por quatro bandidos armados, que invadiram sua casa e o espancaram, juntamente com sua esposa, Dona Tereza Ferraz de Araújo (na época, com 67 anos de idade), depois de amarrados, sendo forçados a entregar a chave do cofre, onde continha dinheiro, joias e ações, tendo o roubo atingido mais de Cr$ 2 milhões (dois milhões de cruzeiros). Face aos graves ferimentos, foi conduzido ao Hospital São Vicente da Santa Casa de Misericórdia e no dia 15 de março veio a óbito.
Taberna da História: Rua do Cobertor
Taberna da História: Limpeza Pública de Conquista em 1938
Luís Fernandes | Tabernda da História
A Limpeza Pública de Conquista em 1938, durante a administração municipal do prefeito Régis Pacheco, adquiriu novos equipamentos para o que, na época, se chamava “Asseio e Higiene Públicos”. O município adquiriu duas nova carroças para o transporte do lixo ao custo de 2:456$000 (dois contos e quatrocentos e cinquenta e seis mil réis), tendo a Prefeitura gasto ainda com os reparos nas existentes a quantia de 1:175$000 (um conto e cento e setenta e cinco mil réis). Quanto ao asseio, nos exercícios de 1938 (de junho a dezembro) e 1939 foi feita a despesa de 10:553$000 (dez contos e quinhentos e cinquenta e três mil réis).
Taberna da História: Olívia Flores
Luís Fernandes | Taberna da História
Dona Olívia Ferreira Flores, nascida no dia 15 de setembro de 1894 em Aracatu (BA), casou-se muito jovem, aos 16 anos de idade, em 1910, com seu primo Cândido dos Santos Flores – tio (irmão do pai, Elpídio Flores) de Edvaldo de Oliveira Flores, que já foi Prefeito de Conquista e Vice-Governador da Bahia e é tio também (irmão da mãe, Sílvia Flores) de Humberto Flores, por muitas vezes vereador nesta cidade. O esposo de Olívia Flores havia herdado uma pequena propriedade rural na região de Itambé (BA), que passou a ser administrada por ela, pois o esposo estava em constante tratamento do coração, motivo pelo qual ela teve que assumir a direção dos negócios. Aos poucos ela conseguiu aumentar a propriedade, passando de pequena produtora rural a uma das mais importantes pecuaristas da região. Olívia Flores chegou a possuir cerca de duas mil cabeças de gado na fazenda localizada em Itambé. Depois do crescimento nessa região, surgiu a oportunidade de mudar suas atividades rurais para Itapetinga.
Vendeu a antiga propriedade e investiu todo o seu talento e incessante capacidade de trabalhar na nova fazenda, triplicando seu patrimônio. Dona Olívia chegou em Conquista em 1940 e foi morar na Rua Zeferino Correia. Ela e Cândido ficaram casados durante 52 anos, quando ele falecera em 1962. Da união do casal nasceram 18 filhos.Na época em que a atual prefeitura era a cadeia pública, Dona Olívia levava café da manhã para os presos todos os domingos. Dona Olívia era espírita. Não aparecia diretamente à frente da política local, mas era essencial sua participação nas reuniões dos bastidores. Militante da política local acompanhou, sem tergiversar, a facção liderada por seu grande amigo Régis Pacheco. Ajudou, inclusive, Pedral a se eleger em 1962.
Quando houve o Golpe Militar em 1964 Pedral teve seus direitos políticos cassados. Nessa época, ela e outras pessoas, organizaram um “Clube do Tricô”, que na verdade era um disfarce, pois, nos bastidores, o assunto tratado era política. Fazia-se respeitar e era admirada em todas as fortes campanhas políticas nas quais tomava parte. Procurava conquistar os adversários políticos, dentro da ética, não arranhando convicções. Era uma mulher de muita personalidade e de atitudes definidas. Dona Olívia Flores faleceu no dia 16 de março de 1976, conforme noticiado no “Jornal de Conquista” (edição de 20 de março de 1976).
Taberna da História: 1º comício do MDB em Conquista foi no dia 10 de Outubro de 1966
Régis Pacheco foi o primeiro presidente do MDB de Conquista e foi um dos oradores do primeiro comício do partido nesta cidade
Luis Fernandes | Taberna da História
Depois do Golpe Militar de 1º de Abril de 1964 só foi permitida a existência de dois partidos políticos: ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Neste bipartidarismo a ARENA era de situação e o MDB, oposição. Em Vitória da Conquista, o MDB instalou seu diretório no dia 1º de maio de 1966 e elegeu o então deputado federal Régis Pacheco como Presidente da Executiva Municipal. A ARENA reestruturou seu diretório no dia 15 de outubro de 1968, quando, na ocasião, elegeu o empresário Renato Vaz Rebouças para Presidente Municipal do partido. O primeiro comício do MDB foi realizado na noite de 10 de outubro de 1966 na Praça Barão do Rio Branco e do mesmo tomaram parte os deputados federais Régis Pacheco e Tarcilo Vieira de Melo, o senador Josafá Marinho, o economista Rômulo Almeida, Hermógenes Príncipe e Luiz Sampaio, saudados pelo candidato a vereador Antônio José Sá Nascimento. Os ilustres visitantes foram chamados pelo povo conquistense como “Caravaneiros da Democracia”. Ainda discursaram neste dia Gilberto Quadros e Fernando Dantas Alves.
Taberna da História: Maximiliano Fernandes foi intendente de Conquista entre 1908 e 1911
Luís Fernandes | Taberna da História
Depois da morte do coronel Francisco Santos, seu cunhado, o coronel Gugé, assume a liderança política local. Gugé chefiou a política desta cidade até 1918, quando morreu. O coronel José Maximiliano Fernandes de Oliveira (conhecido como Cazuza Fernandes), que governou o Município até dezembro de 1911, era sobrinho de Gugé e se tornou um dos maiores chefes da oligarquia agrária regional. Governou o município de 1º de janeiro de 1908 a 31 de dezembro de 1911 e, tal como o antecessor, sofreu oposição do Coronel Pompílio Nunes de Oliveira. Uma das principais obras da sua administração foi a construção da “Caixa d’Água”, localizada logo abaixo do “Poço Escuro”, que foi durante anos fonte de abastecimento de água para a cidade. Neste local está atualmente o “Viaduto Wellington Figueiredo”. Esta obra, segundo o jornal “A Palavra” (edição de 2 de novembro de 1917) foi financiada pelo próprio Maximiliano, pois o Município não tinha condições de executá-la. Ele era um rico fazendeiro, por isso bancou esta obra. Além desta, macadamisou ruas e reformou o prédio do “Paço Municipal”, dando-lhe uma bela fachada com as estátuas de mármore branco, símbolos da “Lavoura” e da “Justiça”.
Maximiliano, nascido no dia 29 de outubro de 1867, era filho de Manoel Fernandes de Oliveira e Umbelina Maria de Oliveira (portanto, bisneto do Coronel João Gonçalves da Costa, o fundador de Conquista). Cazuza Fernandes era casado com Ana Santos Silva, nascida no dia 23 de julho de 1869 e irmã de Francisco Santos. Portanto, Maximiliano e Francisco eram também cunhados. De boa cultura intelectual, que lhe fora ministrada por seu padrasto, o professor e jornalista Ernesto Dantas Barbosa, destacou-se pela nobreza de caráter. Antes de ser intendente foi juiz de paz do distrito da Vila em 1892. Em 1927, quando foi fundada a “Companhia Rodoviária Conquistense”, foi o Coronel Cazuza Fernandes escolhido seu diretor presidente, ficando à frente da construção da estrada de rodagem desta cidade até Boassu, no município de Jequié. Faleceu no dia 27 de março de 1940, conforme o jornal “O Combate”, nº 28, edição de 3 de abril de 1940.
Taberna da História: Visita de Getúlio Vargas a Vitória da Conquista e Feira de Santana em 1950
Luís Fernandes | Taberna da História
Em campanha de sua candidatura a Presidência da República, esteve em Vitória da Conquista o então ex-presidente Getúlio Vargas, no dia 31 de agosto de 1950. Foi recebido no aeroporto local às 10h00. Do aeroporto ao centro da cidade, foi conduzido em carro aberto, sob forte aclamação popular, hospedando-se no “Hotel Albatroz”. Mais tarde, às 20h00, discursou na histórica praça política de Vitória da Conquista, a Praça Barão do Rio Branco. Deixou a cidade no dia seguinte. Nesta mesma época, o ex-presidente voltou a visitar a cidade de Feira de Santana em 195, (já esteve nela por duas vezes, mas como presidente, em 1933 e 1935), sendo hóspede do coronel José Pinto, pai do ex-prefeito Chico Pinto, na casa rosada já demolida.
Um fato curioso aconteceu durante seu comício na Praça João Pedreira. Enquanto alguns servidores do DNER, incentivados por udenistas ensaiavam uma vaia, a multidão cantava a marchinha que já havia tomando conta do país: “Bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar, o sorriso do velhinho, faz a gente trabalhar…”. A água encanada de Feira de Santana foi uma obra iniciada por Getúlio. Ele a prometeu no comício de 1950. Logo depois da posse. os vereadores Chico Pinto, Wilson Falcão e Antônio Araújo foram ao Rio de Janeiro e, no Palácio do Catete, cobraram a promessa. Getúlio atendeu determinando que o ministro baiano Simões Filho tomasse as primeiras providencias, o que foi feito. No começo dos anos 50 Getúlio emprestou o nome à maior avenida da cidade de Ferira onde foi colocado o seu busto.
Taberna da História: A primeira feira livre de Conquista
Luís Fernandes | Tabernda da História
As feiras livres foram, no passado de Conquista, a maior fonte de riquezas para muitos comerciantes e negociantes. A primeira da cidade localizava-se na “Rua Grande” (atuais Praças Tancredo Neves e Barão do Rio Branco). Ali existia, desde a época da Imperial Vila da Vitória, um “Barracão” onde os feirantes se reuniam e os tropeiros vindos de outras localidades se encontravam. Entre 1912 e 1915, durante a gestão do Intendente José Fernandes de Oliveira Gugé, o velho Barracão já se encontrava bastante arruinado e foi demolido. Porém, a feira continuou sendo realizada na praça, onde se encontrava a maioria das casas comerciais, mesmo sem o Barracão.
Em 1908, a Comissão de Obras Públicas do Conselho (antiga Câmara de Vereadores) discutia uma melhor utilização do espaço coletivo. Estava em votação oProjeto 130, que autorizava ao Intendente Municipal, Coronel Gugé, a demolição do barracão da feira. Os conselheiros Manoel Caetano dos Santos (proprietário da fazenda “São Miguel” – distante 6km do local onde iniciou a vila da Barra – e pai do primeiro prefeito de Barra do Choça, Roduzindo Alves dos Santos) e Francisco Pilôto, ambos tinham casas comerciais próximas ao barracão, se pronunciaram contrários à demolição, alegando que “havia obras urgentes como cemitério, matadouro e calçamento” que ainda aguardavam solução.
Para conseguir convencer o Conselho a aprovar o projeto de lei que autorizaria a demolição do “Barracão”, o Coronel Gugé usou de malícia para tal intento: colocou no projeto a palavra “demolir” ao invés de “derrubar”, pois havia um comerciante da “Rua Grande” que não queria que o barracão fosse derrubado, pois ele achava que seu comércio seria prejudicado. O comerciante era o Coronel Francisco da Silva Costa (Chico Costa), que também era conselheiro, e, quando soube que o barracão havia sido demolido, se dirigiu até Gugé e disse: “Eu votei para demolir e não para derrubar“. Gugé deu aquela risadinha…E para não contrariar o sincero correligionário o Coronel Gugé adquiriu uma grande casa, com amplo quintal, ao lado da “Loja Estrela”, do Coronel Costa, que ficou muitos anos servindo de arrancharia de tropeiros e feirantes.