Ton Ton Flores

Por Luís Fernandes

Antônio dos Santos Flores, conhecido musicalmente como Ton Ton Flores e nascido no ano de 1954, é, além de cantor, engenheiro agrônomo. Após os barzinhos, surgiu para a música a partir de um show em Ipiaú (BA), onde encerrou a festa do padroeiro local. Daí, sempre em parceria com Jatobá e Macambira, amigos e parceiros desde o inesquecível “Barton” (Bar do Ton), fez shows Brasil afora. Quem não se lembra da música “Água e Sal”, canção título do primeiro LP lançado em 1989? Boêmio nato, não dispensa uma boa cantoria e um bom whisky. Com um humor peculiar, e com tanta arte em seu sangue, seria pedir demais que “essa figura” ainda se dedicasse e levasse a sério o esporte boliche. Jogar boliche para ele é diversão. A primeira vez que jogou foi em Conquista, no Clube Social, na mesma época que apareceu boliche em Salvador. Na época ele tinha 15 anos mais ou menos. Para Ton Ton o boliche é direção. “Sempre fui bom de mira, era bom de badoque. Uma vez em um campeonato em Brasília, onde fiquei entre os primeiros, sendo uma zebra, me perguntaram como eu jogava sempre bem se eu não treinava, não levava bolas. Eu respondi que, quando menino, era bom de badoque e bolinha de gude, disse. Em Salvador fui pioneiro junto com alguns amigos nossos do boliche, no boliche do Brotas Center, depois na Pituba, onde Fábio Ribeiro abriu um e depois no Aeroclube”.

Raquel Fernandes Flores

A “Miss Conquista 1968”, Raquel Fernandes, o locutor Moacir Filgueiras e o radialista J. Menezes
Por Luís Fernandes
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Raquel Fernandes Flores, nascida no dia 21 de junho de 1947, foi a primeira “Miss Conquista”, eleita em 1968, num concorridíssimo concurso realizado no “Clube Social Conquista”. Na época ser miss era o sonho de muitas mulheres, devido ao sucesso de Marta Rocha nos anos 50; era como ser modelo hoje em dia, numa comparação somente no aspecto do glamour e mundo fashion. Raquel teve quatro filhas (Luciana, Tatiana, Juliana e Poliana), todas ainda meninas nos anos 80, quando moravam na “Rua Expedicionários” (em frente ao “Livramento Palace Hotel”, que na época não existia, era somente um terreno murado). Raquel faleceu no dia 5 de setembro de 2010.  

Professor Moura

 



Por Luís Fernandes

Antônio de Moura Pereira, mais conhecido como “Professor Moura”, nasceu em Livramento de Nossa Senhora (BA) no dia 5 de abril de 1920, filho do “Velho Pedro Mandu”. Fez o Curso Normal em Caetité (BA). Era um vocacionado para o magistério. Sabia ensinar como ninguém. Era mestre de matemática e língua portuguesa, além de excelente latinista e conhecedor do grego. Falava fluentemente três línguas estrangeiras: inglês, francês e espanhol. Sua casa foi uma escola; depois sua escola foi sua casa (ficava em frente à Escola Sacramentinas e foi demolida a poucos meses, a exemplo do sobrado dos professores Euclydes Dantas e Alfonso Hoffman Maia – também recentemente demolido na Rua João Pessoa). O professor Moura faleceu no dia 21 de novembro de 1998.

Coronel Esmeraldino


Único tenente coronel da PM que foi candidato a prefeito de Vitória da Conquista
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Por Luís Fernandes
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Nos anos 1930, no governo do Interventor Federal Juracy Magalhães, foi criada uma Companhia da Polícia Militar em Vitória da Conquista, que pertencia ao 2º Batalhão, com sede em Ilhéus. O primeiro comandante militar de carreira nesta cidade foi o primeiro tenente João Antônio de Souza, o primeiro PM (morador) de Conquista a obter a patente de coronel, que também exerceu a função de Delegado de Polícia. A sede do Quartel de Polícia era no prédio onde está instalada atualmente a Prefeitura Municipal. Na administração de Gerson Sales, em 1962, foi construída a “Vila Militar”, localizada na Avenida Brumado, para onde se transferiu a Companhia Militar.Em 2 de julho de 1971 foi criado e instalado o 9º Batalhão da Polícia Militar em Vitória da Conquista. A solenidade foi realizada no novo Quartel, no bairro Ibirapuera, na época do prefeito Nilton Gonçalves. No mesmo ato tomou posse como primeiro Comandante do Batalhão o Major Diógenes Pedreira Moreira, em cujo cargo permaneceu até 29 de dezembro de 1971. Dos vários comandantes da PM em Conquista, destaque para o Tenente-Coronel Esmeraldino Correia Santos, que comandou o 9º BPM de 17 de fevereiro de 2004 a 26 de janeiro de 2007. Esmeraldino é membro da Academia Conquistense de Letras, da qual foi presidente. Filho de D. Cândida de Oliveira Correia Santos (nascida em 26 de março de 1932), Esmeraldino nasceu em 9 de fevereiro de 1953.

Margarida Oliveira: A primeira deputada de Conquista

Margarida foi a primeira mulher candidata a prefeita de Conquista

Por Luís Fernandes

Margarida Maria Lisbôa de Oliveira nasceu no dia 9 de setembro de 1940, em Salvador, onde, no dia 7 de outubro de 1958, ingressou no ex-IAPC. Chegou a Vitória da Conquista em julho de 1965, como Agente da Previdência Social, permanecendo no cargo até agosto de 1982, quando se afastou para se candidatar ao cargo de prefeita deste Município, pela legenda do Partido Democrático Social (PDS). Margarida é advogada, tendo concluído o curso de Direito em 1978. Em 1991 foi eleita deputada estadual pelo Partido da Frente Liberal (PFL) e em 1992 vice-prefeita de Vitória da Conquista.

Jeremias Macário

Jeremias Macário trabalhou 38 anos como jornalista (15 destes em Conquista). Foto de 1991, quando aqui chegou
O “cão de guarda” da história do Jornalismo conquistense

Por Luís Fernandes

Jeremias Macário de Oliveira, natural de Piritiba (BA), nasceu no dia 11 de fevereiro de 1947; se diplomou em Comunicação com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1973 e, depois de militar por muitos anos em Salvador, assumiu a Sucursal de Vitória da Conquista do jornal A Tarde em 1991, onde trabalhou até se aposentar em 2005, após 38 anos de Jornalismo. Foi “cão de guarda” a vida toda, pois fazia Jornalismo Realista, sem ideologia, sem partidarismo. Ético acima de tudo, defende o jornal-empresa, aquele que não fica refém de prefeituras.

Vivaldo Mendes: Um dos grandes edis do passado

                       
Por Luís Fernandes
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Vivaldo Mendes Ferraz nasceu no ano de 1917. Foi um dos fundadores do Diretório Municipal da extinta União Democrática Nacional, sob cuja legenda se elegeu vereador por duas legislaturas. Foi presidente da Câmara Municipal, militando nas hostes juracisistas. Protestante, faleceu no dia 2 de outubro de 1973, sendo enterrado na fazenda “Quatis”, de propriedade da família. Era pai de Vivi Mendes.  

Bruno Bacelar

O jornalista dos anos 20 que foi o primeiro a contar a História de Vitória da Conquista
Por Luís Fernandes
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Bruno Bacelar de Oliveira, Bruno Bacelar, nasceu em Vitória da Conquista (BA) no dia 21 de dezembro de 1899. Autodidata, fez apenas o curso primário com a professora Honorina Ezilda do Paraíso. Colaborou com quase todos os jornais conquistenses do passado, como “A Notícia”, “A Semana”, “O Combate”, “O Sertanejo” e “O Jornal de Conquista”, além de fundador e redator do jornal “Avante”. Em colaboração com o escritor Laudionor Brasil escreveu o livro “De Lenço Vermelho” em 1930, coleção de artigos contra o regime ditatorial de Getúlio Vargas. Foi acusado de propaganda da “Revolução Constitucionalista” de 9 de julho de 1932, tendo sido preso e levado para Salvador. Retornou e reiniciou a publicação do “Avante”, incendiado na noite do dia 3 de novembro de 1933, pela oligarquia local. Escreveu mais de 300 crônicas e artigos sobre Conquista. Foi o primeiro historiador da cidade. Bruno morreu em 26 de abril de 1988. 

Vicente Cassimiro

Um dos melhores advogados de Conquista de todos os tempos
Por  Luís Fernandes.
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Vicente Cassemiro, paraibano de nascimento (natural de Itaporanga), depois de estudar Contabilidade em João Pessoa (1958/1960) e no Rio de Janeiro (1960/1963), ingressa na Faculdade de Direito Cândido Mendes em 1967, concluindo ali o curso de Bacharelado em Ciências Jurídicas em 17 de dezembro de 1971, vindo para Vitória da Conquista em janeiro de 1972 para exercer a profissão de advogado. Além de causídico, Cassemiro é ainda cronista, poeta e orador, sendo um dos fundadores da Academia Conquistense de Letras. Vicente tem um dos melhores textos jurídicos da Bahia, com petições bem formatas e formuladas, com profundo conhecimento redacional, jurídico e intelectual.  

O primeiro zonofone de Vitória da Conquista

Rotondano trouxe o primeiro aparelho para Conquista em 1912
Por Luís Fernandes
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O italiano de nome João Rotondano, comerciante, residente na “Rua dos Fonsecas”, trouxe de Salvador (naquele tempo chamada “Bahia”) para esta cidade o primeiro “Zonofone” ou “Fonógrafo” visto em Conquista. Foi a maio novidade do ano de 1912. O fonógrafo repete, com precisão, as peças que nele forem recolhidas, reproduzindo corretamente as palavras com o timbre de voz natural, bem como o som de qualquer instrumento. Esse instrumento causou grande espanto na cidade e foi o precursor do toca cd. Os meninos tinham medo; quando a “caixa-falante” funcionava corriam; as velhas diziam que “aquilo era coisa do capeta”. Rotondano cobrava dois tostões de cada pessoa para fazer funcionar o “zonofone”.

Naldo, o Maitre

Um dos melhores meio-campistas da história do futebol baiano

Por Luís Fernandes

Marinaldo Dias Bacelar, o “Naldo”, um dos melhores jogadores de futebol de Vitória da Conquista de todos os tempos, nasceu no dia 1º de fevereiro de 1949, na “Rua da Boiada” (atual “Rua João Pessoa”). Começou sua carreira no “União” do professor “Sana”, por volta de 1965; depois foi para o “Humaitá” de “Zé Maria” ser o nº 8, o famoso “garçom”, pois servia muito bem aos seus colegas para fazer o gol. Aliás, mais que “garçom”, ele era um verdadeiro maitre (o mestre), que organizava todo o meio-de-campo do time.

Em 1968 foi para o “Conquista” e aí ele se despontou de vez como um grande craque. Num jogo contra o Galícia em 1969 ele foi chamado de craque por nada mais nada menos Nilton Santos (a “Enciclopédia do Futebol”), pois o melhor lateral direito do mundo, na época, era técnico do Galícia. Nesse jogo o Conquista ganhou do Galícia por 4X1 (2 gols de Naldo e 2 de Piolho). Detalhe: um dos gols de Naldo foi um “golaço”. Depois Naldo jogou ainda no Cruzeiro de Belo Horizonte em 1971, no América do Rio em 1972, no Botafogo de Salvador em 1973 e no Atlético de Alagoinhas em 1974. Encerrou cedo sua carreira, ainda nos anos 70, deixando uma grande lacuna no futebol baiano.

Rodovia Conquista-Itambé: Inaugurada nos anos 1930

Inauguração da estrada estadual Vitória da Conquista/Ilhéus, em frente ao busto do presidente Vargas, na Serra do Marçal, no ano de 1940

Por Luís Fernandes

Com a ligação desta cidade a de Jequié, pela estrada de rodagem, o fazendeiro Gentil Flores, com o apoio de outros companheiros como Henrique Brito, Flaviano Ferraz, Rogério Gusmão, Osório Ferraz e José Galdino da Luz, tomou a deliberação de ligar esta cidade a de Itambé por uma rodovia, passando pela ladeira do Marçal. Sem auxílio de engenheiros foram feitas sondagens do terreno por Flaviano Ferraz e em seguida iniciada a construção. Na ladeira da California foi construída uma ponte com mais de 20 metros de comprimento sobre o córrego Periquito. No mês de junho de 1931 os automóveis fonfonavam pelas ruas de Itambé, procedentes de Vitória da Conquista. Em 1940 seria inaugurada a rodovia Conquista/Ilhéus.

Sinhozinho do “Salão Bahia”

Sinhozinho, com 24 anos, quando abriu o
“Salão Conquista” em 1954
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Por Luís Fernandes
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Um dos mais antigos cabeleireiros de Conquista
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Odilon José da Silva, mais conhecido como “Sinhozinho”, nascido no dia 8 de junho de 1930, foi o primeiro de três irmãos a tornar-se barbeiro e cabeleireiro (os outros dois foram Clarindo e Antônio).  Sinhozinho começou sua profissão em 1954 no Lindoya, juntamente com João Andrade, quando fundaram o “Salão Conquista”. Lá ficaram mais ou menos um ano até mudar-se para a Rua Zeferino Correia (onde hoje é o prédio do “Real Palace Hotel”). Nesta época trabalhavam no Salão Antônio Pernambucano, Gildásio Almeida (Dadá), Zacarias e Valmick.
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“Sinhozinho” em 1970, um ano após a abertura
do “Salão Bahia”
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Em 1969 Sinhozinho mudou para o outro lado da rua (onde hoje é a Esplanada) e fundou o “Salão Bahia”, junto com Antônio. Zacarias, no entanto, continuou com o “Salão Conquista”. No final dos anos 80 mudou, definitivamente, para a “Rua Valdemar Sá Porto” (no conhecido “Beco da Tesoura”). Hoje ele divide seu espaço com dois filhos (Messias e João), um cunhado (“Tonhezinho”) e mais dois amigos (“Dema” e Urandi).  Sinhozinho é, com certeza, um dos mais antigos barbeiros e cabeleireiros de Conquista.   

Dilson Ribeiro

Dilson Ribeiro em 1954. Foto: cortesia de
Lafayette Spínola (irmão de Fernando Spínola)

Dilson Ribeiro: Quem inaugurou a aviação comercial e a telefonia de Conquista
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Por Luís Fernandes
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Dilson Ribeiro de Oliveira nasceu na cidade de Jequié (BA), em 21 de junho de 1924. Filho de Ralph Fernandes de Oliveira, descendente direto do Coronel de Milícias João Gonçalves da Costa (5ª geração), fundador de Vitória da Conquista. Seu pai é filho do Coronel José Fernandes de Oliveira Gugé, filho de Tereza de Oliveira Freitas e do Capitão Luiz Fernandes de Oliveira. Tereza, filha de Faustina Gonçalves da Costa, era casada com Manoel de Oliveira Freitas e filha de João Gonçalves da Costa.
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Foto da inauguração da “Real” em Jequié em 1954
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Ralph, pai de Dilson, pelo lado materno, descende de Joana Angélica Santos (Janoca), filha de Manoel José Santos Silva (Tenente Santos). Este, casado com Ana Angélica de Lima (Sinhazinha Santos), filha do primeiro vigário da Conquista, Padre Antônio José de Andrade. O Padre Andrade e o Tenente Santos vieram de Nazaré das Farinhas (BA) logo após o ano de 1830 (as famílias Andrade e Santos têm sua origem nestas duas personalidades).
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Lomanto Júnior recebe Dilson em Jequié, na inauguração
da linha aérea da “Real” naquela cidade, em 1954
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Dilson, pelo lado materno, é filho de Amélia Ribeiro de Oliveira, filha de Ana de Melo Ribeiro, casada com Leonel Ribeiro, natural de Rio de Contas. Ana é filha de Vital Correia de Melo, este, filho do português Antônio Correia de Melo, que residiu quando se aportou no Brasil, na cidade paulista de Taubaté. Veio para esta região entre 1830 e 1832, casando-se com Joaquina Salgado, filha de Manoel Salgado, cidadão citado entre os primeiros moradores da Imperial Vila da Vitória (Ana, avó de Dilson, é irmã de grandes nomes da vida política, social e econômica de Conquista, como: Joaquim, Zeferino, Rufino, João e Manoel Correia de Melo, entre outros, e tia da lendária figura do prefeito Dino Correia). Neta de João de Oliveira Freitas, o único filho varão de Faustina Gonçalves da Costa, e tetraneta do fundador do Arraial da Conquista, João Gonçalves da Costa.
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                                Dilson Ribeiro (o 7º da direita para a esquerda) pagando um
                           prêmio de capitalização no valor de 25 mil réis à Rivadávia Ferraz
                                  (o 6º da direita para a esquerda) no “Bar do Cine Conquista”
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Trabalhando na “Kosmos Capitalização S.A” chega a Vitória da Conquista, berço de suas origens e origem do seu próprio berço, onde foi vereador eleito em 1950 pelo PSD (Partido Social Democrático), sempre ao lado de seu amigo Régis Pacheco, agente da linha aérea “Transcontinental” e posteriormente da “Real” (1949) (portanto, pioneiro da aviação comercial desta cidade), presidente da Associação Comercial de Vitória da Conquista no biênio 1959/1960, fundador e presidente (1963 a 1974) da Cia. Telefônica de Vitória da Conquista (também pioneiro da telefonia desta cidade) e chefe de gabinete da administração de Pedral Sampaio em 1983.
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                                                           Casamento de Dilson e Maria em 1950
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Casou-se em 1950 com sua prima Maria Correia dos Santos, não tendo nascido desta união filhos. Aos 86 anos de idade, Dilson Ribeiro de Oliveira é um monumento-vivo à história de Vitória da Conquista. Testemunhou e escreveu sobre fatos importantes ocorridos no Município e têm crônicas e livros publicados.
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Foto da casa de Dilson na Rua Siqueira Campos, 540 (demolida para dar
lugar ao prédio “Portal das Árvores”), onde morou entre 1956 e 1986
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Dema do Salão Bahia

“Dema” cortando cabelo no “Salão Bahia”
da Rua Zeferino Correia (anos 70). Detalhe:
a cadeira dos antigos barbeiros
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O mais elegante cabeleireiro de Conquista
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Por Luís Fernandes
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Nascido em 23 de fevereiro de 1942, o elegante e simpático Valdemar Aragão, o “Dema” do Salão Bahia, com 49 anos de profissão, diz que, na época em que começou (1969) os barbeiros e cabeleireiros eram autodidatas. Iniciou sua carreira aos 20 anos trabalhando no “Salão Primor”, de João Nesvaldo, no antigo “Beco da Tesoura” (atual Alameda Lima Guerra), onde hoje é uma das entradas da “Loja Esplanada”. Sempre alinhado para atender seus clientes “Dema” faz questão de manter sua “discíplina”.
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Dagmar Souza: ‘O 1º taxista de Vitoria da Conquista’

Dagmar era do tempo do “chofer de praça”
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Por Luís Fernandes
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Dagmar Souza, nascido no dia 28 de janeiro de 1913, é considerado o primeiro taxista de Vitória da Conquista. Ainda na década de 40 ele já possuia “carro de aluguel” na Praça Barão do Rio Branco, que seria, mais tarde, o “ponto de táxi 1”. Dagmar faleceu nesta cidade em 2 de maio de 1978.
 
                                     “Carros de aluguel” da Praça Barão do Rio Branco na época em
                                             aue Dagmar começou a sua profissão de “chofer de praça”

Dagmar não chegou a alcançar a instalação de taxímetros nos táxis de Conquista, pois o mesmo só ocorreu na gestão do prefeito Raul Ferraz, que baixou o decreto nº 912, de 15 de julho de 1977, obrigando o uso dos taxímetros nos carros de praça, antigos automóveis de aluguel.

Primeiros taxímetros instalados em Conquista

Franklin Ferraz Neto


Franklin Ferraz, no centro, em sua posse como juiz da JCJ de Conquista
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Primeiro Juiz do Trabalho da Junta de Conciliação e Julgamento de Vitória da Conquista
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Por Luís Fernandes
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Franklin Ferraz Neto nasceu na Vila de Belo Campo, então pertencente a este município, no ano de 1927. Estudou na Faculdade de Direito da Bahia, em Salvador, colocando grau em dezembro de 1955. Como professor, foi diretor do Ginásio de Conquista e, depois, docente do Instituto de Educação Euclides Dantas. Como jornalista, dirigiu e redigiu o semanário “O Conquistense”, de junho a dezembro de 1957. Depois de um concurso dificílimo foi nomeado suplente de juiz da Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho desta Comarca, sendo o primeiro juiz presidente da JCJ de Conquista. Em 1964, no entanto, os seus inimigos acusaram-no de ser partidário do Comumismo e de propagar a idéia nesta região. Com a implantação do Golpe de 31 de Março foi preso nesta cidade no dia 6 de maio de 1964, e conduzido pelo Comandante da Força do Exército para a capital, aonde continuou por cerca de 60 dias, sendo posteriormente posto em liberdade, uma vez que no inquérito procedido não foram colhidas as provas que viessem incriminá-lo. Quando foi detido estava em pleno exercício do alto cargo de Juiz da Junta de Conciliação. Depois de obter a sua liberdade, retornou a esta cidade, sendo, porém,  exonerado, continuando a exercer a sua profissão de advogado. Casou-se no dia 1º de julho de 1967 com Maria Tereza Sarno, uma ilustre filha da alta sociedade de Poções, sendo seu pai o comerciante Vicente Sarno. Infelizmente teve uma curta vida conjugal, de apenas seis meses e 22 dias, por ter falecido no dia 22 de janeiro de 1968, no Hospital Espanhol de Salvador.

Expoconquista: Um evento de quase 80 anos

 Exposição Agropecuária de Conquista nos anos 40  

Por Luís Fernandes  

A 1ª exposição agropecuária conquistense (hoje Expoconquista) foi realizada em 1933, com o nome de “Feira de Animais”. Mas, desde 1918, vindo de Fortaleza (atual município de Pedra Azul – MG) o Cel. Theopompo de Almeida, com um plantel de reprodutores zebu das raças Guzerá e Nelore, vendia seus animais a pecuaristas locais. Theopompo foi um dos grandes criadores e comerciantes de gado da região. Incentivando a pecuária local, buscou promover a Primeira Exposição Agropecuária de Conquista em 1933. Por conta disso o nome do Parque de Exposições de Conquista o homenageia.   

 O Parque de Exposições situava-se fora do perímetro urbano de Conquista  

 Justino Gusmão, Virgílio Ferraz, Deraldo Mendes, Zeferino Correia, Pompílio Nunes, Régis Pacheco, entre muitos outros, foram grandes pecuaristas do passado conquistense. Conquista tinha o maior criatório de bovino do Estado, conforme publicação do “Àlbum Artístico, Comercial e Industrial do Estado da Bahia”, em 1930. Perdeu esta posição porque muitos dos antigos distritos onde se criavam gado e era a “Bacia Leiteira” do Município se emanciparam. Virgílio Ferraz de Oliveira foi um dos primeiros a introduzir gado selecionado na região, na sua fazenda “Quilombo”. Deraldo Mendes, nos anos 30, foi o maior criador de gado desta região.  

   Dos anos 30 aos anos 80 era somente Exposição Agropecuária
Não se têm notícias das 2ª, 3ª e 4ª exposições agropecuárias de Conquista, nem quando elas foram realizadas. A 5ª, realizada em 1953, contou com a presença do então Governador Régis Pacheco. Na 6ª, que aconteceu em 1957 e promovida pela Associação Rural do Sudoeste Bahiano, foi inaugurado o “Pavilhão Nozinho Sales”, no Parque Teopompo (sem “h”) de Almeida, empreendida pelo então presidente da entidade Pedro Morais Filho. Pelo calendário da época, a “Feira de Animais” (precursora da Exposição Agropecuária Conquistense), era efetivada num espaço de quatro anos entre uma e outra. Daí a 7ª só ter ocorrido em 1961. Na época ficou determinado que o período entre um evento e outro tinha de ser reduzido , passando de quatro anos para dois. A 7ª contou com a presença do Governador Juracy Magalhães. A próxima exposição, portanto, foi em 1963. Era a 8ª, encerrada pelo Presidente da República João Goulart, que veio a Conquista inaugurar o asfaltamento da BR-116. A próxima edição do evento, em 1965, recebeu o nome de 9ª Exposição de Animais e Produtos Derivados, alargando o leque de opções à mostra. O evento contou, no ato de abertura, com a presença do Governador Lomanto Júnior. A 10ª, ocorrida em 1967, não obteve o entusiasmo das anteriores. A 11ª, que se realizou em 1969, teve, no ato de abertura, a presença do Governador Luiz Viana Filho. A 12ª, que aconteceu em 1971, teve até paraquedismo no Estádio Lomanto Júnior. A seguinte (13ª), realizada no ano de 1973, contou, inclusive, com a presença do embaixador da Índia, Mr. Prithi Sing. A 14ª (acontecida em 1975) e a 15ª (ocorrida em 1977) não tiveram a presença do Governador Roberto Santos (então aliado a ACM), mesmo porque a cidade era administrada pela oposição ao grupo carlista, que comandava o Estado. Mas, em 1979, quebrando esta barreira, o próprio Governador Roberto Santos veio prestigiar a 16ª Exposição Agropecuária de Conquista. A 17ª (1981), 18ª (1983) e 19ª (1985) também não contaram com a presença dos Governadores Antônio Carlos Magalhães e João Durval. A 20ª, acontecida em 1987, contou com a presença do Governador Waldir Pires (PMDB). No final dos anos 80 o evento começou a ser realizado todos os anos, e já era “Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial de Vitória da Conquista”.  

Iris Silveira foi o primeiro prefeito de Caatiba

Iris foi funcionário público, político e jornalista

Por Luís Fernandes

Iris Geraldo Silveira nasceu em 7 de setembro de 1912, em Fortaleza, hoje cidade de Pedra Azul, norte de Minas Gerais. Filho do Dr. Crescêncio Silveira, chegou em Conquista em 1917, depois de ter feito o curso primário no Colégio Luiz Gonzaga, em Caetité (BA), terra natal de seus pais. Em 1934 foi nomeado escrivão da 2ª Coletoria Estadual sediada em Conquista, iniciando assim sua carreira como fiscal do Estado. Criada a Coletoria da então Vila de Caatiba em 1940 foi eleito seu coletor no ano seguinte (1941). Ingressou na política e, por três legislaturas, se elegeu vereador (1950/1954/1958). Em 1956 foi nomeado Inspetor Fiscal de Rendas do Estado em Conquista. Em 1962 foi eleito o primeiro prefeito constitucional de Caatiba. Dedicou-se ao Jornalismo, mantendo nos jornais “O Conquistense”, “O Sertanejo” e “O Jornal de Conquista” colunas literárias. Foi um dos fundadores da “Casa da Cultura de Conquista” em 1977. Morreu em 20 de setembro de 1980.

Jesiel Norberto

Jesiel Norberto fundou um colégio e uma faculdade em Conquista

Por Luís Fernandes

Jesiel Norberto da Silva nasceu no dia 22 de abril de 1923, filho do pastor João Norberto da Silva. Formou-se em Odontologia na Universidade de Pernambuco em 1949. Voltando a Conquista foi vice-diretor do Instituto de Educação Euclides Dantas de 1962 a 1974, professor de matemática no Centro Integrado de Educação Navarro de Brito, no Colégio Diocesano e no Colégio Batista Conquistense que fundou e dirigiu por 10 anos. Implantou e dirigiu a 1ª Faculdade de Conquista, a “Faculdade de Formação de Professores de Vitória da Conquista”. Tomando parte na política deste município, filiou-se na antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido governista, por cuja agremiação foi eleito vereador em 1966 e reeleito em 1970 e 1976. Participou, como expedicionário, da Segunda Guerra Mundial, como sargento do Exército, passando mais de oito meses na Itália, teatro de operações bélicas da FEB (Força Expedicionária Brasileira). Dr. Jesiel casou-se com D. Helita Figueira, ex-vereadora, e tiveram quatro filhos.