A primeira coincidência está no nome. Mãe Rosa Oyá é de Alagoinhas e Mãe Rosa de Oxum é de Vitória da Conquista. A segunda é uma triste coincidência. As duas sofreram agressões por sua religiosidade. Nesta terça-feira (30), elas receberam uma homenagem durante a mesa temática ‘Heroínas de ontem e hoje: legados de resistência’, realizada na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA), em referência ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.
As agressões contra Mãe Rosa de Oyá foram praticadas por um grupo de pessoas de outra religião. “Eu sofri uma violência sem tamanho. Uma turma de evangélicos chegou na minha casa às 23h45. Eles invadiram minha casa, gritando com muito ódio frases como ‘satanás tem que cair’. Eu já estava deitada e não levantei porque comecei a passar mal. Fiquei calada. Hoje eu estou aqui para agradecer, agradeço a minha mãe Oyá, a meu pai Oxóssi, e desejo muito amor, muito respeito a todas as religiões, porque todos nós temos o livre arbítrio”.
Mãe Rosa de Oxum também lembrou a agressão que sofreu. “Eu fui agredida física e verbalmente por um pastor evangélico. Por morar há 19 anos no mesmo local, nunca achei que isso ia acontecer. Foi um baque muito grande. Hoje, estar aqui, sendo homenageada, é um imenso prazer, porque o racismo dói. A Sepromi e todos os órgãos que são contra a discriminação racial estão de parabéns”, afirmou. >>>>>