Juscelino Souza | A TARDE
Uma viagem que poderia durar pouc omais de 20 minutos demora mais de uma hora, num trecho de apenas 42 km.
Isso graças ao péssimo estado de conservação da estrada vicinal que liga o município de Iguaí à rodovia BR-101. Transtorno para os agricultores, cansados de amargar prejuízos no escoamento da produção. “O frete, que poderia custar R$ 50, chega a mais de R$ 100. A gente é forçada a aumentar o preço da mercadoria e transferir o prejuízo ao consumidor”, salienta o lavrador João Francisco dos Santos, do distrito de Altamira. Casas abandonadas ao longo da estrada acentuam o atraso no desenvolvimento regional.
Quem quiser chegar até a sede tem de enfrentar buracos, poeira e animais. Lotação, só quatro vezes por dia e nos finais de semana, até meio-dia. “Depois disso, ou freta um táxi, ou dorme na cidade”, explica o lavrador Etevaldo Cairo Santos.
Géssica Souza diz que não tem como se acostumar com a situação. “Durante décadas, o povo cobra essa estrada. Enquanto isso, a gente arrisca a vida para ir à escola, sem contar que nem adianta pensar em chegar limpinho, porque a poeira não deixa”.
Para tentar garantir o asfaltamento, os prefeitos de Boa Nova, Antônio Ferreira Oliveira Filho, e de Iguaí, Ronaldo Motinho dos Santos, aprovaram duas leis transferindo para o Estado a rodovia que liga os municípios à BR-101. Após a inclusão no Plano de Transportes, previsto na Lei Estadual nº 8.250, de 17 de abril de 2002, a proposta de melhoria da estrada, orçada em R$ 20 milhões, passará por avaliação do conselho gestor do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba). Caso seja aprovado, o asfaltamento deve ser efetivado em, no máximo, dois anos.