No vigésimo mês após o encerramento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quase metade das casas contratadas na primeira versão do programa Minha Casa, Minha Vida ainda não foi entregue. Trata-se de mais de 400 mil do total de um milhão de novas habitações. Essa situação é crítica, principalmente para os mais pobres. Do total de 483 mil residências prometidas para essa população que ganha até R$ 1,6 mil, apenas 208 mil estão ocupadas, ou seja, 57% ainda estão à espera dos novos moradores. Dados obtidos pelo GLOBO com os números das primeira e segunda fases nunca haviam sido divulgados em separado, ocultando a lentidão nas entregas contratadas na era Lula. A maior celeridade da segunda fase do programa acaba por tornar o desempenho geral mais positivo, levando a 856 mil o número de residências já entregues ao todo. O problema é que o governo tem metas para as contratações do programa, mas não para a entrega das casas aos moradores.
“Acho que o governo iludiu o povo, porque a maioria não consegue (a casa), e tem muita casa pronta, mas não tem como chegar até lá, cadastrar-se e ser aprovado para morar”, disse Rita de Cássia Guimarães (foto acima), que fundou a ONG Mami, no Distrito Federal, com a qual auxilia famílias da região de Riacho Fundo a preencherem os cadastros dos programas governamentais de moradia.