“Eu não fiz o discurso porque, depois dela, ninguém precisaria ter falado mais. Ela disse claramente para que veio o Bolsa Família”. A frase do presidente da República Brasileira Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta (2), logo após assinar a Medida Provisória que determinou a retomada do Bolsa Família em cerimônia lotada no Palácio do Planalto, referia-se à emocionante história contada pela cientista Isamara Mendes Silva na abertura do evento.
Nascida em Cândido Sales e graduada pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em Vitória da Conquista, Isamara narrou como o Bolsa Família, que retorna com um benefício mínimo de R$ 600 assegurado e R$ 150 a mais por criança de até seis anos, além de outras novidades, mudou o rumo de sua vida e de sua família. A mãe da baiana passou a receber o benefício no Ano 2006 e esse momento tornou-se emblemático.
Isamara e as irmãs mantiveram-se na escola. Ela formou-se em Ciências Biológicas com auxílio de bolsas de iniciação científica, cursou mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP), tornou-se bióloga e cientista voltada ao estudo da ecologia de insetos. “Foi a primeira vez que fomos a uma loja comprar material escolar”, disse, lembrando-se do Ano 2006. “Pela primeira vez podíamos comprar cadernos de capa dura e lápis de cor.
Graças ao Bolsa Família pude comprar meu primeiro livro de ficção e, desde então, a literatura se tornou parte importante da minha vida. Também graças ao Bolsa Família passamos a comer o pão todos os dias antes de ir para a escola. Me lembrei de ouvir painho falando: ‘Lula disse que até filho de pobre vai ser doutor!’ Hoje, posso dizer com orgulho: Painho, Lula estava certo! Eu me tornei doutora”, afirmou Isamara.