As primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foram bastante focadas na interpretação de textos, gráficos, mapas e imagens. Neste domingo (5), os alunos fizeram provas de redação, linguagens e ciências humanas. Segundo o professor de geografia Cláudio Hansen, gerente pedagógico do curso online Descomplica, nas provas de hoje, a necessidade interpretativa ficou bastante evidente. “Foi uma prova que valorizou aquele aluno que fez muitos exercícios, que conhecia o Enem, que fez os exames anteriores, que se esforçou e tinha toda essa bagagem”, disse. Um dos destaques da prova, segundo o professor, foi a cobrança sobre a estrutura política brasileira e os Três Poderes. “Mais do que nunca, foi cobrado sobre a noção de Executivo, Legislativo e Judiciário e principalmente como eles se relacionam na estrutura brasileira”, ressaltou. Uma das questões falava sobre as interferências do Poder Judiciário no Legislativo e outra, sobre o baixo número de mulheres em cargos públicos.
Alguns assuntos mais esperados para atualidade não foram cobrados, como a geopolítica atual envolvendo Síria, Venezuela, Coreia do Norte e refugiados. Mas o exame manteve a clássica cobrança sobre a geopolítica dos Estados Unidos, principalmente sua presença militar. Também foi abordado o reconhecimento da Palestina como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU). Na parte de sociologia, apareceram filósofos clássicos como Aristóteles e Kant, mas alguns como Platão e Marx não foram cobrados. O professor ficou surpreso com a baixa cobrança de questões ambientais, que é uma marca do Enem, e o fortalecimento da cobrança sobre geografia física. “Foram questões que exigiram o conhecimento de geografia física. Isso vai dar um destaque muito grande para os alunos que estudaram”. A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi abordada em uma questão interpretativa, na qual os alunos tinham que ler um gráfico e responder sobre a geração de energia e os impactos no meio ambiente. Leia a íntegra.