A chacina que deixou seis pessoas de uma família cigana mortas em Jequié, no Centro Sul Baiano, teria sido motivada por vingança após a apreensão de gado comprado de forma ilícita pelo mandante do crime, há oito anos. A informação foi divulgada pela delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Campos de Brito, nesta terça-feira (5). “Esse possível mandante teria tido um gado comprado de modo ilícito, que foi apreendido, e ele atribui a perda desse gado e a investigação policial que ele sofreu naquela época a esses membros dessa família cigana”, afirmou a delegada. Ainda conforme a delegada, o mandante teria cometido a vingança depois de oito anos porque havia ligação com as vítimas.
“Todos pertencem as comunidades ciganas que ficam em Inhambupe e Alagoinhas”, complementou. A delegada ainda informou que o grupo suspeito de participação na morte da família de Jequié estaria envolvido na morte de quatro pessoas da comunidade cigana, em Feira de Santana, em agosto do ano passado, bem como no assassinato de um homem, que não foi detalhado. “s investigações nos levam a constatação de que a mesma arma foi utilizada em todos esses 11 homicídios. Também conseguimos detectar que a mesma pessoa participou [dos crimes]. Conseguimos verificar também quem foi o mandante, temos mandando de prisão em desfavor dele, e estamos com equipe ainda em campo tentando dar o cumprimento”, pontuou Heloísa Brito. Três suspeitos de envolvimento no crime foram presos.
De acordo com a polícia, as equipes realizaram buscas em Alagoinhas, Maetinga, Feira de Santana e Camaçari. A produção da TV Bahia teve acesso a um vídeo que mostra suspeitos deixando o local do crime. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra os envolvidos na chacina, que ocorreu em outubro. Entre as vítimas estavam um idoso, uma mulher grávida e uma criança de 5 anos. Desde o início das investigações, cinco armas foram apreendidas no cumprimento de mandados de busca, e, conforme apurado, uma delas foi utilizada na chacina. Ainda de acordo com a Polícia, mais de 50 policiais civis participam da ação, intitulada de “Operação Hera”, deflagrada pelo Departamento de Polícia do Interior (DEPIN).