A 7ª edição do Festival de Cinema de Bate-Pé, promovida na noite de sábado (12) na Escola Municipal Eurípedes Peri Rosa, provou novamente o quanto a sétima arte pode ser eficiente para fins pedagógicos. Antes de se prestar ao papel didático, no entanto, essa forma de linguagem permitiu que estudantes do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental, a partir de um trabalho coletivo, produzissem pequenos retratos audiovisuais de elementos que fazem parte de seu cotidiano. Dessa forma, os mais prosaicos acontecimentos, que talvez passassem despercebidos aos menos atentos, nas mãos dos estudantes envolvidos no projeto tornaram-se matéria-prima para roteiros, nos quais havia, também, uma série de referências às suas próprias trajetórias pessoais.
E foi isso o que eles fizeram, ao atuarem como roteiristas, produtores, cinegrafistas e atores em seus próprios filmes. Não é à toa, portanto, que, nos quase vinte filmes produzidos pelos alunos, houvesse a presença de romances fugazes, triângulos amorosos, brigas, desencontros, referências aos perigos que rondam os adolescentes, etc. E, como já se tornou uma marca do projeto, alguns recorreram aos mitos do folclore brasileiro para contar suas histórias. Foi esse o caso do premiado como melhor filme: “O sono do lobisomem”, uma bem-humorada mescla de atores mirins de verdade com efeitos especiais de animação.
A qualidade da obra valeu também as premiações de melhor direção e de melhor ator, esta última para Mateus Mota, 10 anos, do 4º ano. Além da exibição dos filmes e da entrega das premiações, o grande atrativo do festival deste ano foi a homenagem ao escritor Carlos Jehovah, autor, junto com Esechias de Araújo, do “Auto da Gamela”. Segundo o diretor da escola e idealizador do projeto, Davino Nascimento, a escolha do homenageado foi algo natural. “Carlos Jehovah é referência teatral em Vitória da Conquista. Com ele, muita coisa melhorou nessa área. E também na condição de poeta”, afirmou Davino.