A “cantada” ao professor de Biologia

Por Paulo Ludovico

Bicho danado é aluno. Sempre foi. Nos tempos de hoje, nem se fala. Sozinho, qualquer aluno é pessoa normal, como outra qualquer. Em grupo seu moço, é osso duro de roer. Pintam e bordam, demoram de entrar na sala, pedem pro professor não dar aula, mas se o professor faltar, é “um Deus nos acuda”, não há direção de escola que suporte as reclamações. Claro que Isso é em relação ao aluno mais “cobra criada”, de fazer qualquer diretora levantar os cabelos (Niêta e Ana Aquino que o digam). Claro que todas essas brincadeiras são saudáveis, fazem parte do viver da própria juventude. Quem não brincou nos tempos de escola? Quem nunca “colou” da prova de um companheiro. É difícil encontrar quem não tenha escrito na palma da mão pelo menos uma fórmula daquela prova de Física ou de Matemática. O professor que afirma: eu, tomando conta de prova, o aluno não “pesca”, é um enganado na vida. Quando o aluno quer, “pesca” mesmo. Não há quem impeça. Não vivenciar as “traquinagens” dos tempos de escola, com certeza é não ter tido uma juventude completa.

Uma cantada pouco comum

Paulo Ludovico

Dizem que conversar muito é privilégio das mulheres. Quando digo muito, não me refiro, especificamente, a conversar bem. “Muito”, nesse caso, é referência a tempo de conversa mesmo, e não à qualidade da prosa. Se o papo é no telefone, aí, meu amigo, é um “deus-nos-acuda”. Sei de uma distinta senhora que passou mais de cinco horas num papo por telefone. A que falava era daquele tipo que tinha a conversa comprida. E falou de Deus e do mundo. A que ouvia, sentou, levantou, sentou de novo, deitou, esperou, tornou a deitar, se irritou, e, em certo momento, esticou tanto o fio do telefone que o danado chegou a perder aquela aparência de mola, ficou “esticadão”. E lá vem blá blá blá. No final da conversa, a que ouviu “tava” com a orelha em brasa, assada igual a “bunda de nenê”.

Conheço um danado que é também desse tipo, quando levanta pra falar, ninguém agüenta. Numa determinada reunião, o “home” começa a prosa com um assunto, lá pelo meio emenda com outro, mais adiante vem um tema diferente, e assim, enchendo a paciência de todos (inclusive a de dois amigos, Juvêncio e Aloísio, que participam da mesma reunião), vai botando palavra em cima de palavra, sem que a prosa chegue ao fim.   

Meu primeiro dia, para morar em Salvador

Paulo Ludovico

Terminado o 2º ano do Segundo Grau, lá pelo ano de 1975, eu e meu irmão, Marcos Ludovico, fomos, em companhia de outros colegas, cursar o 3º ano,em Salvador. Erao 3º ano, com Pré-Vestibular. Ele queria fazer Direito, eu, Engenharia Civil. Até hoje, pergunto-me o porquê. Desde pequeno, respondia: “quando crescer, eu quero ser Engenheiro Civil”.  O certo era que iríamos para “a civilização”, para a capital da Bahia.  Meu pai, apesar dos insistentes convites, não queria que hospedássemos em casa de parentes. Moravam lá, um tio e uns primos nossos. Dizia o velho Ludovico (meu pai) que poderíamos, num final de semana ou outro, almoçar com esse tio (irmão da minha mãe). – Mas morar, não! Dizia papai e justificava: “na primeira semana, tudo sairia perfeito, depois as coisas mudariam”.  Sempre concordei com ele, ainda que, nas oportunidades em que fomos almoçar com esse tio, éramos muito bem tratados. Nossa moradia, então, seria num pensionato, de propriedade de uma senhora de Conquista, amiga de minha mãe, das reuniões do Centro Espírita Humberto de Campos. O danado do pensionato ficava num edifício de 18 andares, localizado na Rua Areal de Baixo, no Centro de Salvador. Lembro-me como se fosse hoje, era o edifício Nossa Senhora de Lourdes, mas, pelo apelido, “Balança, Mas Não Cai”, passamos a ter noção de onde iríamos morar e de que nos esperava.

A difícil tarefa de ser gordo

Por Paulo Ludovico

Entre os que sofrem nesse mundo, com certeza, estão os gordos. Eu sei o que é isso. Já pesei 197 quilos. Hoje, depois que me submeti, em 2003, a uma cirurgia bariátrica (aquela do estômago ou da obesidade, como queira), tenho a sensação de ter o corpo de um bailarino espanhol. Gordo, prá mim, é Ronaldo, o fenômeno (ou ex), é Adriano, do Corinthians. Qualquer outro é gordo, menos eu. E a discriminação vem de todo o lado. Uns quilos a mais, lhe tacham de GORDO. Agora, meu amigo, se você tiver (como eu tive) muitos quilos a mais, você já sobe de posto, passa a ser GORDÃO. Já o médico lhe chama de gordo de uma maneira mais elegante: OBESO. Mas, para aquele com os quilos a mais (o gordão), ainda acrescentam a palavra MÓRBIDO. Repare que coisa assustadora: o médico olha pra você e, como se desse uma notícia qualquer, diz:

Maria – A Feia

Paulo Ludovico 

Existem certas expressões que, interpretadas ao pé da letra, são de significados inimagináveis. Causariam estragos, caso fossem possíveis de concretização. Pense bem e veja se não tenho razão. Interprete ao pé da letra: “um beijo no seu coração”. Cara isso é de dar arrepios. Imagine você aberto (cortado mesmo) e alguém, tranquilamente dando um beijo, no centro do miocárdio, que, segundo os léxicos, quer dizer o próprio músculo cardíaco. É de arrepiar, alguém, ao se despedir, me lascando um “beijo no coração”. Não seria bem mais agradável e prazeroso receber (de uma mulher, óbvio) um terno beijo no rosto e, se for o caso, nos lábios, nesse caso, não tão terno (na língua, vai…). Coração bate, pulsa, bombeia, tem enfarto, para de bater e pode fazer qualquer outra coisa, menos receber um beijo. Só para ilustrar, tenho um amigo que diz que o cara que inventou a expressão “beijo no coração” merece um “beijo no cérebro”. Arg!

Governo da Bahia minimiza Vitória da Conquista

Por Wilson Santos

O atual governo do Estado continua fazendo pouco caso do nosso município. A demonstração inequívoca da afirmação está revelada nas promessas descumpridas ao longo dos dois últimos mandatos e também na recente divulgação de obras e benefícios que serão espalhados pelo interior e capital, segundo nova veiculação publicitária do governo, a qual constitui para nós conquistenses ou não, um verdadeiro acinte ao nosso município e aos seus cidadãos.

É melhor prevenir do que remediar

Por José Nunes Neto

A prefeitura de Vitória da Conquista vem nos últimos meses articulando a criação de uma fundação para gerenciar o Hospital Esaú Matos. Na verdade essa é uma forma marota que ela encontrou para privatizar o hospital. A argumentação dos defensores da privatização é muito frágil: eles alegam que a burocracia atrapalha a administração do hospital. Eles se esquecem porém que a prefeitura, o governo do estado e o governo federal são administrados pelo PT, ou seja, é o próprio PT que estaria burocratizando a administração. Esta semana durante a Conferência Municipal de Saúde realizada no Centro de Cultura o Secretário Estadual de Saúde, Jorge Solla, admitiu haver problemas insolúveis na saúde pública. Ora, se o próprio secretário diz que não consegue resolver os problemas quem vai resolvê-los? Isso na minha terra (que também é a terra da esposa dele) é assinar um atestado de incompetência. Ele deveria ter aproveitado o evento e ter pedido demissão do cargo. Poderia também aconselhar o governador Jaques Wagner a renunciar ao cargo, ele também assina um atestado de incompetência a cada investimento que deixa de vir para a Bahia e vai para Pernambuco. Sem falar no crescimento vertiginoso da violência em seu governo.

Dividir a Bahia só será possível se for em três

Por José Maria Caires

O deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA), apresentou um projeto que pretende dividir a Bahia em dois Estados – Bahia e São Francisco. Na década de 80, um movimento separatista também reivindicava o desmembramento do Estado em dois. Na época, como forma de combater o projeto,  Duda Mendonça criou um campanha chamada “A Bahia Ninguém Divide”, da qual participou a cantora Maria Bethânia. Da forma que o projeto está sendo apresentado, dificilmente ele terá sucesso no plebiscito, no entanto, se o projeto fosse dividir o Estado em três aumentaria as chances de sucesso. A proposta é a seguinte: BAHIA, SÃO FRANCISCO e VITORIA DA CONQUISTA, esta reuniria a região de que converge para esta cidade que escoa naturalmente, pra cá onde já é considerada a capital do Sudoeste e Chapada Diamantina e não têm antagonistas.

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A Tarde destaca artigo do prefeito Guilherme

O Jornal A Tarde publicou na última sexta-feira (24), um artigo do prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes (PT). No artigo, intitulado “Novo desenvolvimento e o caso de Vitória da Conquista”, o prefeito destaca o resultado de um estudo recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). O estudo do Ipea comprova que os investimentos com maior retorno para o crescimento do PIB no Brasil são aqueles feitos em educação, saúde, aumento do salário mínimo e assistência social, especialmente no Bolsa Família. Ao analisar os resultados da pesquisa, Menezes mostra que o foi comprovado cientificamente pelo estudo já era colocado em prática há 14 anos em Vitória da Conquista. Desde 97, as políticas públicas no município são construídas com base na visão de que desenvolvimento é, sobretudo, o desenvolvimento das pessoas e essa percepção tem transformado Vitória da Conquista num modelo de desenvolvimento econômico e social para todo o país.

Dia do Trabalho e o partido da contradição

           *Por Frederico Cabala

Creio que o grande dilema enfrentado pelo segundo partido de maior força no Brasil, o Partido dos Trabalhadores, seja a ausência de um diálogo com seu passado, eufemismo que pode ser traduzido em incoerência e desrespeito com o próprio trajeto histórico. O PT é filho das greves fabris e carrega no nome a causa trabalhista. Mas, como advertiu Chico Buarque, em A Banda: “para o meu desencanto o que era doce acabou”. O Partido que outrora chamava atenção pelas paralisações generalizadas e pelo movimento sindical é o mesmo que, atualmente, corta salários e proíbe reivindicações quando professores de universidades estaduais legitimamente decidem se manifestar em face das determinações do governo. Tal atitude, que contraria o preceito constitucional (artigo 37, VII, da CF/88) e combate o direito fundamental do salário, remete a tempos que a Bahia não gostaria de reprisar. Diferentemente do despersonalizado PT, o 1° de Maio de 2011 nada deve diferir do seu ponto de partida, registrado no mesmo dia do ano de 1886, ocasião em que a voz dos trabalhadores pôde ser ouvida e atendida a partir das reivindicações ocorridas no centro urbano industrial de Chicago. O 1° de Maio de agora deve ser pautado nos assalariados que, mesmo sem salários, não se rendem e não se cansam de gritar em nome da dignidade da categoria.  

 Frederico Cabala é estudante de jornalismo. [email protected]

Opinião: Além dos movimentos

Por Alberto Marlon

Um breve relato e algumas considerações. Em 2004, um grupo de estudantes, com apoio indireto de alguns professores, reuniram-se em um local fora da universidade. A pauta era: assistência estudantil, especificamente a carência de uma residência universitária no campus da Uesb de Vitória da Conquista. Deliberou-se pela ocupação de um módulo inacabado. Tal construção destinava-se às instalações da rádio e TV Uesb. Seguiram-se outras reuniões – em segredo – e, no dia combinado, uma verdadeira tropa, armada de barracas, colchonetes e comida, desembarcaram na Uesb e se instalaram no prédio abandonado. A partir daí a mobilização era diária, com assembléias dentro do campus, almoço coletivo na sala da reitoria, panfletagem e visitas às salas de aula. Os dias se passaram e  houve reações, especificamente por parte do pessoal administrativo e de uma parcela da comunidade discente.  A oposição ao movimento publicou panfletos – alguns de cunho preconceituoso e sensacionalistas -, comentava-se que na ocupação só tinha um bando de desocupados, “putas e maconheiros” segundo os mais incisivos, e houve uma tentativa de desocupação forçada, através de seguranças da Uesb, do módulo onde estavam acampados os estudantes. Descobriu-se até um “espião”, a serviço da oposição, morando entre os ocupantes.

Movimento estudantil com requintes da ditadura

Por aluna da Uesb

Funciona assim: de tempos em tempos alguns estudantes da UESB reúnem-se em nome do Movimento Estudantil. Cobram melhorias na educação, na alimentação, no transporte, na moradia… Até ai o Movimento é legítimo, comprometido com a comunidade acadêmica e digno de respeito. Dois ou três meses depois o Movimento estudantil volta a hibernar e as coisas voltam ao “normal”.

Informe sobre as mobilizaçõ​es dos alunos da UESB

Foto: Blog do Anderson

Por Movimento Estudantil da UESB

Em 09 de fevereiro deste ano, o Governo da Bahia editou o decreto 12.583/11 e, pouco tempo após, a Portaria 001 que o regulamenta. Cortando verbas para as empresas públicas, o decreto impede a contratação de professores substitutos (impedindo a saída dos professores para qualificação) e a mudança de regime de trabalho de professores para Dedicação Exclusiva (diminuindo a disponibilidade de professores para a pesquisa e extensão).

A Roda de Conversa e a política de boa governança

*Ricardo Marques

A gestão pública moderna caracteriza-se por um modelo de administração gerencial pautado pela crescente participação popular, através de mecanismos criados para garantir que os grupos sociais possam construir essas políticas públicas juntamente com os poderes executivos e legislativos. Um dos grandes gargalos desse processo é o desinteresse da população, em geral, por conta de uma mídia que insiste em nivelar por baixo as instituições políticas do país e seus representantes. Esse modelo de informação, longe de educar e conscientizar os cidadãos, faz, na verdade, com que estes se afastem ou criem resistências insuperáveis que vão do desinteresse à ojeriza do processo político. A posição de alguns cidadãos de não querer se envolver é uma posição política ou de despolitização, que faz com que pessoas cujos interesses estão longe de ser o de construir um modelo de democracia participativa.

Prefeitura e Câmara unidas por uma cidade melhor

Por Jânio Freitas 

O resultado da reunião histórica dos vereadores com o prefeito Guilherme Menezes na sexta-feira (3) é o favorecimento da cidade, a união dos poderes executivo e legislativo vai beneficiar a política do ganha-ganha. Os Vereadores e o Prefeito estabeleceram um pacto que vai permitir aos vereadores indicar emendas ao orçamento do Município, pacto esse que poderá ser transformado em lei municipal mais adiante. Portanto, é um momento único na história da política conquistense, digno de parabéns a todos os Vereadores e ao Prefeito Guilherme Menezes, garantindo pontos extras para o Presidente da Câmara, Gildásio Silveira pela perseverança na luta por um diálogo mais efetivo entre os dois poderes. Na realidade, o presidente da Câmara desde 2009, já vinha articulando essa idéia com o prefeito, culminando com essa perspectiva de prática continuada, que certamente vai favorecer a população de nossa cidade.

Tia Celina Assis Cordeiro, uma vida dedicada A SER

Paulo Ludovico é professor da Fainor

Se  aqui estivesse, a querida Professora Celina de Assis Cordeiro estaria completando 100 anos de idade. Um centenário bem vivido, permita-me, doravante, utilizar dessa licença poética. Certa vez, alguém disse (ou teria escrito) que um artista, através de suas obras, vive para sempre, nunca morre. Aqui, copiando esse dizer, afirmo que a querida Tia Celina (eu a tratava assim) ACABA de completar 100 anos, pois ela viverá, para sempre, através de suas aulas (a obra prima de sua vida) na lembrança de seus ex-alunos (entre os quais me incluo), de sua família e, também, na lembrança de seus amigos.  Ao externar esses meus dizeres, fico pensando o que é completar 100 anos de existência. 100, 96, 60 ou 30 anos, sejam quantos forem, só valem a pena se, ao olhar pra trás, valorizou-se mais o ser do que ter.  Minha mãe (Dalva |Flores), de saudosa memória, dizia que “só vale a pena viver se a vida for gasta em benefício do outro”. Um exemplo desse pensamento foi a passagem de Tia Celina nesse plano da existência humana. E ela foi esse verbo SER, no mais escondido de seu significado. Foi em cada gesto de seu viver. Foi quando falou, quando sorriu e até mesmo quando se calou. Foi e continua sendo, na vida de cada um de seus filhos (Cláudio Cordeiro, Maria Luíza, Eduardo e Maria Inês). Continua sendo, na memória de sua família, de seus alunos e de seus amigos. lgumas pessoas deixam rastos de luz por onde passam. Tia Celina foi uma dessas pessoas. Fisicamente pequenina, ela deixou essa luminosidade de tamanho, diriam os matemáticos, inversamente proporcional ao de sua estatura. São ensinamentos que direcionam a vida de muitos. Direcionam a vida de seus filhos, tenho certeza e, também, as vidas de tantos quantos tiveram o privilégio do seu convívio. Tive a extrema honra de estar entre eles. Tia Celina, em nome de muitos lhe digo:

Muito obrigado!

Que Deus lhe devolva a luminosidade do que foi a sua existência!         

Meu ouvido não é penico

Por Francisco Silva Filho

E o seu, é? – Com esse sentimento de repulsa que ora toma conta de uma imensa maioria da população brasileira, é que o eleitor tem se posicionado de maneira irrevogável a que não se possa proporcionar um segundo turno nessa conturbada eleição presidencial e de governadores. Os candidatos ou determinado candidato ajudados pela imprensa que não esconde a sua intolerância em relação ao governo brasileiro, têm, sistematicamente desrespeitado o eleitor, o ouvinte ou telespectador com chuvas de denúncias objetivamente de cunho eleitoreiros.

Neste Brasil pós-ditatorial, e de uma nova democracia, temos experimentado desde o governo Collor um abuso daquilo que entendem como exercício da democracia. O denuncismo tem sido o carro chefe de uma estrutura voltada para os palanques eleitorais daqueles que não têm qualquer projeto de governo; o desrespeito desses candidatos ou candidato passa até pela subestimação da inteligência do eleitor. Acreditam que as suas denúncias às vésperas das eleições possam mudar o conceito que o eleitor tem a respeito do seu candidato.