
Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) afirmam ter conseguido, pela primeira vez por meio de medicamentos, eliminar o HIV do organismo de um paciente soropositivo. O homem, um brasileiro de 34 anos diagnosticado com o vírus há oito, é o primeiro caso em todo o mundo de um paciente que passa a ter o vírus indetectável, e por um longo prazo, depois de tomar um coquetel intensificado de vários remédios contra a AIDS. O estudo será apresentado na 23ª Conferência Internacional de AIDS, o maior congresso do mundo sobre o assunto, que teve início nesta segunda-feira e ocorre de maneira remota por causa da pandemia de coronavírus. O infectologista Ricardo Sobhie Diaz, coordenador do estudo e diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Unifesp, explica que esse é um passo importante, mas que ainda há uma caminhada longa pela frente. “Ainda não sabemos se ele está curado”, afirmou, por telefone, ao EL PAÍS na terça-feira (7). “Vamos refazer a pesquisa, usando os medicamentos que observamos que funcionaram melhor, e com um novo grupo de pacientes”.