Num período de minha vida, durante o mês, tinha algumas atividades em Salvador. Quando lá estava, ficava hospedado temporariamente, no corredor da vitória. Pela manhã sempre fazia minhas corridas/caminhadas lá no Campo Grande e sempre na volta, observava um velhinho sentado na área olhando para a rua. Durante o dia quando lá passava em alternados horários, la estava ele sentadinho com sua atenção voltada para o movimentadissimo corredor da vitória, trecho do campo grande até o largo da vitória, ou seja, a famosa avenida sete de setembro.
Esta rotina se passou por muito tempo, ou seja, meses, seja em que horário que passasse lá estava ele sentado, na sua atividade cotidiana, observando a rua e sua multimovimentação. Como a grade de proteção do prédio com a rua, era próxima ao mesmo, possibilitava uma conversa. Um dia tomei essa iniciativa e o cumprimentei. Repetindo este gesto sempre, procurei ampliá-lo com perguntas e conversas triviais.Com o passar do tempo, notei que ele sempre me aguardava e quando lá demorava de ir, sempre me questionava porque demorei ou quanto tempo ia ficar.No seu cotidiano a minha presença já fazia a diferença, era notado, sentia como algo ou alguém que se importava com ele.