Em campanha salarial, os trabalhadores em indústrias de calçados de Itapetinga, que estão em estado de greve, enfrentam condições precárias de trabalho, em empresas que se utilizam de práticas inescrupulosas, como demitir os funcionários em massa por justa causa.
O presidente da CUT-BA, Martiniano Costa, avalia que a economia do país e em especial da Bahia aponta crescimento que não justifica a falta de avanços nas negociações. “A perspectiva de crescimento para a economia baiana é grande. O PIB 2009 do estado cresceu 7,2% no quarto trimestre, com perspectivas de continuar crescendo. Nesse contexto, é inadmissível que empresários se recusem a negociar direitos fundamentais para os trabalhadores”, diz Costa.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores em Calçados está piso salarial de R$560,00, cesta básica de 40 itens, auxílio creche e auxílio escola no valor de R$80,00 durante seis meses do ano, participação nos lucros e resultados (PLR) e redução nos descontos dos vales-transporte. Até o momento, segundo a direção do Sindicato, os empresários se mostram pouco dispostos a avançar nas negociações.
Em relação à prática de demitir funcionários por justa causa, Quadros denuncia que a Vulcabras/Azaleia demitiu apenas no ano passado 1.285 funcionários alegando justa causa. “Eles justificam que os funcionários faltam o serviço, dão suspensões e advertências e demitem por justa causa”, diz a direção da entidade.
Em relação às condições de trabalho das empresas, o Sindicato coloca que muitos profissionais estão enfrentando sérios problemas de saúde, por serem submetidos a muitas horas de trabalhos com esforços repetitivos, que geram lesões sérias à saúde. “São inúmeros os casos de problemas de tendinites e outros tipos de lesões e inflamações por conta dos esforços repetitivos e más condições de trabalho”, informa o Sindicato. As informações são da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT/BA)