Fotos: Blog do Anderson
No dizer do assessor técnico de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual, Danilo Bitencourt, a 3ª Parada do Orgulho de Ser LGBT “é uma manifestação sociopolíticocultural”. E, como tal, deve ser levada muito a sério. Foi nessa lógica que se desenvolveram as discussões no seminário realizado na noite de sexta, 18, no auditório da Agência Conquistense de Desenvolvimento, Trabalho e Renda (ADTR). Como nos anos anteriores, o seminário precedeu à realização da Parada, que acontece na tarde destesábado, 20. Antes do início das discussões mais específicas, o coordenador do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, destacou o clima frio que caracteriza as noites em Vitória da Conquista, e que, segundo ele, é amenizado “pelo forte calor humano”.
Para Natalino Perovano Filho, do grupo LGBT Sol, de Jequié, a presença da Prefeitura na realização da Parada é positiva. “O poder público tem mesmo de participar, para poder esclarecer a sociedade, dar maior visibilidade e acabar com todos esses preconceitos que existem”, observou. Convidado a compor a mesa de abertura ao lado de Marcelo Cerqueira, Danilo Bitencourt, Natalino Perovano e da presidente do Grupo de Lésbicas Safo, Rosilene Santana,o deputado estadual José Raimundo Fontes também parabenizou a presença da Prefeitura e ressaltou o que considera ser o elemento central a nortear o evento: “Em Vitória da Conquista, o poder público sempre apoiou esse movimento, por entender que o ser humano tem de ser visto em sua totalidade. E a busca da felicidade deve ser o centro de todos os governos”.
O seminário atraiu a atenção de um diversificado grupo de pessoas. O estudante Gustavo Silveira, de 17 anos, disse ter sido motivado, sobretudo, pelo interesse acadêmico. Ele participa de um grupo de discussão sobre diversidade sexual na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde cursa Direito. “Vim para assistir às palestras e ver o que o pessoal está vindo falar a respeito desse tema”, contou. “Ainda há muita coisa a ser feita em relação às minorias. Mas é importante, porque é uma constante vida de opressão, e é preciso garantir os direitos desses cidadãos”.
Sara Mendes trabalha na Secretaria de Assistência Social de sua cidade, Itambé, onde também preside o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Para ela, a presença dos jovens nas discussões é fundamental: “Temos que abrir esse debate para eles, para que comecem a disseminar mais o tema. E aí, quem sabe a gente consiga erradicar o preconceito e toda a discriminação, não só na área LGBT, mas em todas as outras áreas dos direitos humanos”.