Na minha região, aqui no sertão baiano, tínhamos o costume de quando uma mãe recém parida se encontrava em dificuldade para amamentar o seu recém-nascido, buscava alguém da sua intimidade para amamentar o pequeno rebento. A partir deste ato o pequeno assumia e era educado para isso, algumas obrigações com a sua amamentadora e uma delas era o dever divino e sagrado de tratá-la e chama-la de “mãe”. Na minha infância, na nossa fazenda em Veredinha, onde fui criado, tinha sempre que selar o cavalo e deslocar para lugares, mesmo longínquos, em determinado dias santos, só para pedir a benção aos meus padrinhos e a minha amada “mãe Fia”. Quando lá chegava encontrava alem do abraço, da sagrada benção, o bolo mais gostoso e sempre, o singelo presente.
Há alguns dias encontrei Dilson, amigo de a infância, colega de escola, que na sua adolescência sempre cercado de belas garotas, fora um momento de muita alegria e aprendizado. Narrava-me na ocasião o seu modo de vida, morava na fazenda, sem luz elétrica por opção, cultivava costumes de há muito esquecido por mim e gestos que ao revivê-los em pensamentos tocaram o meu coração. Naquele momento resolvi retomar algumas coisas perdidas em minha vida.