A dimensão com que são divulgados certos fatos pelos telejornais hoje em dia se propaga com tanta velocidade, cuja dinâmica supera qualquer parâmetro da compreensão humana. O mundo mudou é verdade, como também as pessoas e os costumes, mas não dá para aceitar com naturalidade o que é ofertado pelos meios de comunicação como algo sublime ou modelo comportamental. Sinceramente, acho isso uma idiossincrasia fútil e absurda. Ou será que vivemos em uma época onde se verbaliza a frase do ministro e diplomata Oswaldo Aranha, (1894-1960), dita há mais de cinco décadas que “o Brasil era um deserto de homens e ideias”. Certamente nos transformamos em pessoas pós-modernas, sem ao menos entender o que isso significa; tornamo-nos twitteiros, blogueiros, cibernéticos, contudo não passamos disso. E se não tivermos o equilíbrio necessário, entraremos na onda de ficarmos alienados, uma vez que tudo isso tanto atrai como fascina.
Resultados da Busca por Carnaval Conquista Cultural
Das mortalhas aos abadás-ingresso
Por Ezequiel Sena
Lamentável. O maior espetáculo da terra não mais existe em Vitória da Conquista, ainda assim não me custa recordar que aqui já produzimos o mais belo carnaval do interior do país. É verdade, mesmo durante a rigidez da ditadura militar (1968 a 1985), a aclamada festa da carne fez história em nossa cidade. Despertou nos homens o imaginário romanesco de confetes, máscaras e serpentinas, induzindo-os a se fantasiarem de mulher, os pobres a se trajarem de ricos, brancos de negros unificando as pessoas a um único patamar social. Nesse colorido de brincadeiras aflorava o desejo de liberdade aos moldes de risos e pulos da mais autêntica alegria.