Que País foi Este? Ou é Este?

Joilson Bergher

Joilson Bergher

Brasil, depois de mais de “500 anos de prisões, da prisão colonial portuguesa, penosa, das neocolonizações inglesa, francesa e estadunidense (…) e das tantas ditaduras que os nascidos no século XX sofreram (…) Na fantasmagórica sexta feira 13 de dezembro de 1968, portanto, a 45 anos, o cartunista Henfil anteviu a desgraça, o período sombrio que assolaria o país horas depois. Era a decretação do Ato Institucional número 5, a ideologia da segurança nacional assumiu por completo, as rédeas da vida nacional. Era um guia para matar. Ao Estado reservava o monopólio da coerção e o controle supremo das atividades sociais, políticas e econômicas.

Meu primeiro dia, para morar em Salvador

Paulo Ludovico

Terminado o 2º ano do Segundo Grau, lá pelo ano de 1975, eu e meu irmão, Marcos Ludovico, fomos, em companhia de outros colegas, cursar o 3º ano,em Salvador. Erao 3º ano, com Pré-Vestibular. Ele queria fazer Direito, eu, Engenharia Civil. Até hoje, pergunto-me o porquê. Desde pequeno, respondia: “quando crescer, eu quero ser Engenheiro Civil”.  O certo era que iríamos para “a civilização”, para a capital da Bahia.  Meu pai, apesar dos insistentes convites, não queria que hospedássemos em casa de parentes. Moravam lá, um tio e uns primos nossos. Dizia o velho Ludovico (meu pai) que poderíamos, num final de semana ou outro, almoçar com esse tio (irmão da minha mãe). – Mas morar, não! Dizia papai e justificava: “na primeira semana, tudo sairia perfeito, depois as coisas mudariam”.  Sempre concordei com ele, ainda que, nas oportunidades em que fomos almoçar com esse tio, éramos muito bem tratados. Nossa moradia, então, seria num pensionato, de propriedade de uma senhora de Conquista, amiga de minha mãe, das reuniões do Centro Espírita Humberto de Campos. O danado do pensionato ficava num edifício de 18 andares, localizado na Rua Areal de Baixo, no Centro de Salvador. Lembro-me como se fosse hoje, era o edifício Nossa Senhora de Lourdes, mas, pelo apelido, “Balança, Mas Não Cai”, passamos a ter noção de onde iríamos morar e de que nos esperava.