Jeremias Macário sobre o 2 de Julho | a Bahia de hoje e a de 200 anos nas lutas pela independência

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Quando chega o “Dois de Julho”, data da independência da Bahia livre do jugo dos portugueses, historiadores e pesquisadores escrevem muito sobre a história daquela época, os fatos, os personagens, os símbolos e as lutas travadas que contaram com a participação popular de brancos, negros, mulatos, senhores de engenhos e índios. No entanto, pouco se fala sobre a Bahia de hoje no campo socioeconômico e a de 200 anos na época das lutas pela independência. Os sociólogos, antropólogos e estudiosos precisam mais se aprofundar nesta questão e mostrar que, depois de 200 anos, continuamos um estado pobre, subjugado pelos poderosos e ainda com os mais baixos índices nos níveis da educação, da saúda, do desemprego e do saneamento básico em relação aos outros estados da federação. Continue a leitura de mais uma opinião de Jeremias Macário de Oliveira.

Jeremias Macário | o empréstimo e o São João com o descaso na Câmara Municipal de Vitória da Conquista

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

  “pegaram a nossa cultura e jogaram para debaixo do tapete como se fosse lixo”

A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou quarta-feira (31) uma sessão mista sobre o empréstimo de R$ 160 milhões  solicitado pela Prefeitura Municipal e na sequência uma solenidade em homenagem às Festas Juninas, que foi esvaziada pela grande maioria dos parlamentares e da plenária logo após a aprovação do projeto do executivo. O ato de esvaziamento foi uma falta de educação por parte dos vereadores e dos presentes à sessão, bem como uma prova incontestável de como é tratada a nossa cultura, como uma coisa sem importância, inútil e sem interesse, quando, na atualidade os equipamentos culturais [Teatro Carlos Jheová, o Cine Madrigal e a Casa Glauber Rocha] do Município se encontram fechados há anos por falta de uma reforma nas respectivas unidades. Continue a leitura na íntegra.

Jeremias Macário | a Lei do Audivisual

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Como todas leis nesse Brasil da burocracia por causa das malandragens dos nossos cidadãos, a Lei Paulo Gustavo de incentivo à cultura, ainda com sentido emergencial por causa da Covid-19, ou Lei do Audiovisual, é mais um catatau e um emaranhado de incisos, artigos e caputs que requer muita atenção para interpretá-la.  Depois de promulgada, com os critérios de distribuição, a habilitação dos entes tem o prazo de 60 dias. Pode ser até por consórcio público intermunicipal. A recomendação é que a lei seja consolidada e implementada com os sistemas de conselhos. Os projetos têm que vir com a marca do governo federal. Vou aqui tentar falar alguma coisa, mesmo sabendo que posso cair em algum equívoco. Não sou expert nessas leis porque são longas e parece que o Congresso Nacional já faz para complicar e não simplificar. Sempre no final explicita as obrigações dos agentes e proponentes para com o Ministério da Cultura que, geralmente, não são cumpridas. É preciso que haja um maior rigor no que toca as exigências. Continue a leitura.

Jeremias Macário | sem médicos para atendimento nos Postos de Saúde em Vitória da Conquista

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Quando o Governo Federal lança o programa “Mais Médicos” para atender a população carente nas Cidades e nas Zonas Rurais, em Vitória da Conquista parece que foi implantado o plano do “sem médicos”. Marquei uma consulta para um otorrino, no Posto do Bairro Felícia ou Jardim Guanabara, que já completou agora um ano de aniversário sem ser chamado. Caso fosse uma doença grave já estaria morto. Tente fazer uma mamografia ou uma tomografia. A situação aqui é tão crítica e caótica que estabeleceram o absurdo de que se duas pessoas estiverem doentes na mesma família, só um poderá ser atendido.  Entre uma criança, um jovem ou adulto, vai a criança como prioridade. Se for dois adultos, escolhe-se o mais idoso. Pode-se também fazer um sorteio, ou par ou ímpar, se as idades forem iguais. Um pode ser o defunto. Continue a leitura.

Jeremias Macário | essa sociedade falsa e hipócrita

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Convivemos diariamente com os absurdos e paradoxos nesse país onde essa nossa sociedade já tem a cara de falsa e hipócrita, que acha que se salva de suas depressões e culpas de consciência fazendo uma doação nas ocasiões de tragédias. Ela mesma cria o monstro e depois manda matá-lo. Acha que uma doação resolve tudo? Mirem-se no exemplo das catástrofes causadas pelas chuvas excessivas no litoral norte de São Paulo que mataram quase 70 pessoas e deixaram milhares de desabrigados no olho da rua. Nessa hora aparecem doações de todas as partes, exatamente dessa sociedade culpada por agredir a natureza e não aceitar que o pobre melhore de vida. Por tudo isso, o Brasil de hoje é o país das doações. Quanto mais misérias e desgraças, mais doações. Confira na íntegra.

Jeremias Macário | um Plano Diretor Urbano que há cinco anos não saiu do papel em Vitória da Conquista

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Os projetos, as reformas dos equipamentos culturais e outras demandas em benefício de Vitória da Conquista estão emperrados na Prefeitura Municipal. Um exemplo é a reformulação ou revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o PDDU, que há cinco anos começou a tramitar na Câmara de Vereadores, ainda no Governo de Hérzem Gusmão, mas ainda não saiu do papel. A última vez que o Plano recebeu uma nova roupagem foi no Governo de José Raimundo Fontes, há quase 20 anos e, de lá para cá, a cidade, a terceira maior da Bahia, com mais de 300 mil habitantes, expandiu para todos os pontos cardeais, de norte a sul, de leste a oeste, com construções e loteamentos, muitos dos quais de forma desordenada e sem o devido planejamento. Um Plano Diretor, não sou urbanista e nem arquiteto, mas sabemos que traça as diretrizes para que a cidade cresça de forma ordenada em benefício da população. Atualmente, por exemplo, temos loteamentos chamados de bairros com vários nomes, inclusive ruas que não constam nos arquivos do poder público da prefeitura e da Câmara de Vereadores. Confira a opinião de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | obra “Na espera da graça, entre engaços e bagaços” será lançada em Vitória da Conquista

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Não são textos pandêmicos, mas, em sua maioria foram inspirados durante o período da Pandemia da COVID-19 quando as pessoas estavam todas na espera de uma graça.  A obra “Na Espera da Graça – Entre Engaços e Bagaços” será lançada no próximo dia 3 de março, na Casa Memorial Regis Pacheco [Praça Presidente Tancredo Neves – Vitória da Conquista], às 19 horas, com apoio da Secretaria de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer. Trata-se de um conjunto de textos poéticos, ou versos, com uma pegada do agreste nordestino que fala desse povo sofrido, mas também aborda questões políticas, filosóficas, sociais, amor, dor, saudades e o cotidiano da vida.  O título foi exatamente inspirado numa letra musicada pelo companheiro músico, cantor e compositor Walter Lajes, em sua viola mágica e apresentada em festivais. Confira a manifestação de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | como nascem os extremismos?

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

“O extremismo não é somente de direita, mas também de esquerda. para o extremista, a “compaixão é para os fracos!”, como dizia o Prussiano Nietzsche. É uma pergunta difícil de se responder, mas a história da humanidade nos ensina que o extremismo surge a partir da decadência de um povo órfão de lideranças confiáveis. Na tempestade, o extremista se agarra no primeiro tronco ou árvore que encontra, não importa se suas raízes são podres. Lembra daquele filme “Da Terra nascem os Brutos”? Costuma-se dizer que esse rebanho desnorteado, errante, desregrado e sem respeito ao convívio social com outras pessoas é alvo fácil dos extremistas. Muitos dos extremismos nascem das religiões e desembocam no fanatismo. Extremistas saem debaixo da terra quando seus líderes fraquejam e outros surgem prometendo redenção e o reino dos céus. Confira o artigo de Jeremias Macário na íntegra.

Jeremias Macário | o mundo atual é insuportável

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Tenho ouvido por aí de alguns internautas nas redes sociais muitos pensamentos aproveitáveis sobre a vida, o amor, o nosso cotidiano, com cunho positivo e outros até de revolta e desabafo negativista contra tudo que ocorre ao nosso redor nesse bruto sistema do qual somos vítimas. Antes as pessoas olhavam olho no olho e tinham aquele papo reto de confiança um no outro. Hoje as amizades são mais virtuais e não se pode falar muita coisa porque corre o risco de se comprometer, ser mal interpretado ou se expor. Existe um monte de besteiras que podem ser jogadas na lixeira. Como dizia, tenho lido expressões de incentivo para seguir em frente, mesmo diante das adversidades, e também de ansiedade e angústia, como esta de que o mundo atual é insuportável. Não deixa de ser uma verdade diante dos absurdos que vemos, da ganância do ter sobre o ser, das injúrias, mentiras, do ódio e da intolerância. Leia a íntegra.

Jeremias Macário de Oliveira | cinismo de uma corja sinistra num Brasil sem ética e ideologia

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Até há poucos dias o presidente da Câmara dos Deputados, o Arthur Lira, era visto pela esquerda como um mero puxa saco mequetrefe do capitão-presidente psicopata que enterrou mais de cem pedidos de impeachment contra o chefe da nação. Seu nome é sujo como pau de galinheiro. Foi só terminar as eleições e o PT sair vitorioso para tudo mudar, como se troca de camisa, sem ética e ideologia, coisas raras nesse nosso país.   Basta o barco começar a afundar e a ratazana pula fora para outro mais seguro, caso do histórico centrão mamão. A direita vira esquerda e a esquerda direitona para se agarrar ao poder. É sempre assim que a banda toca. Não existe o mínimo de decência, e as palavras voam aos ventos quando o próprio eleito disse que não iria interferir na eleição do Congresso Nacional. Vivemos e nos alimentamos de mentiras todos os dias. >>>>>

Jeremias Macário | as Forças Armadas não vão entrar nessa furada golpista em destaque no Brasil

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Eles querem mesmo é provocar o caos político e social, a baderna generalizada e tumultuar a nação para pressionar as forças armadas a entrarem na deles, sob o argumento de manter a ordem constitucional, como prevê a Carta Magna. No entanto, os comandantes generais de bom senso não vão embarcar nessa canoa furada golpista extremista, com gente até de linha nazista. Engana quem ainda acha que o capitão-presidente não esteja por trás desses movimentos de malucos junto com a turma do agronegócio e outros empresários financiadores. Por que ele ficou dois dias em silêncio sem fazer um pronunciamento sobre o resultado das eleições? Claro que estava sondando a possibilidade de um golpe. Leia na íntegra.

Jeremias Macário de Oliveira | se Jesus Cristo retornasse à terra e fosse um brasileiro nordestino

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Poderia ser na Bahia, na Paraíba, Piauí, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará ou Maranhão, nessas terras áridas e secas de séculos de sofrimento, parecidas com a Palestina antiga dominada por Roma, em meio a um povo explorado pelos senhores coronéis das fortunas e do poder! Como seria sua linguagem evangélica?  Creio que seu discurso seria mais na linha política que filosófica e cristã ao condenar os fantasmas embusteiros e se levantar contra sulistas nazifascistas que desejam morte aos nordestinos. Iria correr trechos numa Kombi, numa Van ou numa moto com seus seguidores convocando as pessoas a se unirem a não baixar a cabeça para os poderosos. Faria diariamente marchas de protestos. Confira na íntegra o artido de Jerêmias Macário.

Jeremias Macário | como fazer turismo em Vitória da Conquista sem fortalecer a nossa cultura?

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Tenho dito aqui repetidas vezes que nos últimos anos a cultura em Vitória da Conquista passou a se resumir em festa junina e Natal. Podem até me chamarem de chato, mas continuarei batendo na mesma tecla até que um governante tome consciência política e implante um Plano Municipal de Cultura que sirva de base e diretrizes para nortear as atividades do setor e prestigiar os artistas em todas suas linguagens.  Recentemente a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em parceria com o Sebrae, elaborou o Plano Municipal de Turismo, mas em seu diagnóstico se percebe uma lacuna por não contemplar projetos culturais. A minha pergunta é como falar de turismo sem fortalecer a nossa cultura? Turismo é acima de tudo ter cultura para apresentar ao turista.  Confira o artigo de Jeremias Macário de Oliveira.

Jeremias Macário | é a extrema invadindo o brasil

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Não sou nenhum profeta, cientista político, sociólogo, historiador ou coisa assim, mas há anos, por mais de dez, venho dizendo que a extrema direita ia invadir o Brasil, principalmente quando começou a crescer a participação dos conservadores evangélicos em pleitos políticos.  Não somente isso, mas o cenário assim se apresentava quando o PT começou a se desviar de seus princípios e se aliar à grande elite burguesa. Outro fator foi o crescimento contínuo das bancadas conservadoras no Congresso Nacional, sem contar que o nosso povo traz em sua história cultural um DNA do atraso. Sobre o resultado das eleições, o professor de história e cientista político, Chico Carlos, fez uma previsão sombria do que vai acontecer a curto prazo no Brasil. Disse ele que em todo seu tempo de ofício nunca esperava um avanço tão acelerado da barbárie. Confira a opinião de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | a intervenção militar e a ameaça à democracia: dois cabos eleitorais

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

O ontem não é o mesmo do hoje e nem o amanhã, mas a coerência e a ética devem ser. Estou falando das movimentações da política brasileira através dos longos anos, cujas mudanças de posições registradas pela história nos deixam confusos e estarrecidos com os conluios, acordos e apoios que antes seriam imagináveis. Essas alianças poderiam ser até anormais em tempos remotos quando as pessoas tinham mais caráter e pudor. Hoje perderam a vergonha e, com a cara mais limpa, dizem simplesmente que tudo faz parte da política. A questão não está em você rever seus conceitos, o que é natural e aceitável, contanto que isso seja feito longe dos oportunismos e desvios de conduta. Confira a opinão de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | uma Constituição violentada

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

A Rede Globo vem fazendo todos os dias no Jornal Nacional uma série de matérias sobre a nossa Constituição de 1988, exatamente há 34 anos, mas, para nossa frustração, ela é violentada todos os dias, principalmente no tocante a saúde, a educação e nas questões sociais, sem falar que a Magna Carta foi remendada em vários de seus artigos.  Pouco é dito sobre o outro lado manchado e sujo da moeda. A outra versão indigesta precisa ser mais explorada. Ocorre que os ditos guardiões da nossa Constituição têm falhado quando se trata do lado mais fraco. Eles fazem de conta que são legítimos defensores e nos iludem com belas imagens, encenações e coreografias. Confira a leitura do artigo de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | eu nasci há 200 anos atrás

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Eu vi quando o príncipe imperador D. Pedro I decretou o “Dia do Fico”, em janeiro de 1822, desobedecendo a ordem do seu pai D. João VI de retornar para Lisboa por causa de suas molequeiras e gastos demasiados.  Ele tomou gosto pela coisa e foi ficando na vida boa do Rio de Janeiro, fazendo suas “artes” e dando corno na princesa, a torto e a direito.  Parafraseando o cancioneiro, poeta e visionário Raul Seixas, que tudo viu e tudo falou, eu nasci há 200 anos atrás e me chamo Brasilino da Silva Santa Cruz. Estava lá naquele mundaréu de escravos africanos, de muita gente analfabeta bem longe dos senhores barões quando o imperador soltou aquele grito de “Independência ou Morte”, no riacho Ipiranga, no dia sete de setembro de 1822. Naquele ano eram quase cinco milhões de habitantes. Confira a crônica de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | começou a corrida do ouro ou a temporada do caçador e da caça eleitoral

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

“Falar é uma necessidade, escutar é uma arte”, Van Wolfgang Goethe

Eles já vinham fazendo seus aquecimentos e investidas fora da época, burlando as anacrônicas leis eleitorais, cujo Tribunal faz de conta que segue à risca, mas agora começou para valer a corrida do ouro, ou melhor do poder, que vale mais que o metal.  Os concorrentes e as bandeiras nas ruas são praticamente os mesmos. Pouca coisa muda.  É o tempo do caçador atrás da caça, que sempre é uma presa fácil, sem falar que nunca escasseia. Tem umas mais difíceis de entrar na arapuca ou serem abatidas, mas a maioria é só moleza. Sentem o cheiro da ração e comem na mão do caçador. O papo, ou a prosa ruim e chata, não modifica. Os chavões de tudo pelo povo, pela igualdade e justiça social se repetem. Confira a manifestação de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | uma independência que não nos livrou da escravidão e da pobreza no Brasil

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

“O novo país independente nascia empanturrado de escravidão. E assim permanecia até quase o final do século XIX. Homens e mulheres escravizados perfaziam mais de um terço de toda população, estimada em quase 4,7 milhões de habitantes. Outro terço era composto por negros forro e mestiços de origem africana, uma população pobre, carente de tudo, dominada pela minoria branca e que sequer seria contada entre os cidadãos, ou seja, brasileiros aptos a votar, serem votados e decidir o futuro do novo país. Os indígenas, a esta altura já dizimados por guerras, doenças e invasão de seus territórios, sequer apareciam nas estatísticas”.  Este texto narrado pelo jornalista e escritor Laurentino Gomes, no terceiro volume de “Escravidão” registra o cenário da época da independência, em setembro de 1822. As descrições se encaixam na atual realidade de 200 anos atrás. Ele ainda fala do Calabouço, uma empresa do Estado, onde os escravos eram para lá levados e açoitados. Naquela época, os negros eram presos pelos motivos mais banais como andar na rua “fora de horas”, comportar-se como suspeito, demonstrar “atitude estranha” ou simplesmente estar parado numa esquin. Confira o artigo de Jeremias Macário.

Jeremias Macário | o atraso e o moralismo num país cristão de heranças conservadoras

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Jeremias Macário de Oliveira | jornalista e escritor

Na verdade, alimentamos diariamente nossos espíritos de mentiras, até nas juras de amor no altar, como bem disse o nosso cancioneiro do rock Raul Seixas, e nas histórias dos vencedores contra os vencidos, dos brancos com relação aos índios, enganados com presentes fajutos. Mentimos nas trapaças e ainda queremos impor nossa moral. Tentamos enrolar o meio ambiente, mas este nos dá o troco. Pouco evoluímos, se mentimos para nós mesmos.   Todo atraso e moralismo de uma sociedade cristã-judaica foi exportado de Portugal para o Brasil quando aqui aportou Cabral com suas naus. A primeira chaga se deu com a escravidão a partir do século XVI, um sistema que durou cerca de 350 anos, o último a ser “abolido” no hemisfério ocidental, mas que ainda persiste de forma estrutural e institucional por uma elite egoísta que se acha raça superior e recusa mudar seus conceitos medievais de propriedade. Confira a opinião do jornalista Jeremias Macário de Oliveira.