Direita e esquerda

Jeremias MacárioJeremias Macário

O problema do Brasil não pode ser resumido apenas à redução da tarifa de ônibus e ao passe livre, como vem acontecendo depois das manifestações de junho. Temos questões mais crônicas e críticas que precisam ser resolvidas com maior urgência, como na área da saúde que vive há anos em estado terminal, com centenas e milhares de perdas humanas diariamente por falta de estrutura e atendimento médico nos hospitais e postos. No Brasil temos uma salada indigesta de direita e esquerda que desembocam no corporativismo. Cada categoria procura defender sua parte no quinhão. O que mais predomina é a cultura elitista e burguesa, em detrimento do coletivo e do bem-estar de todos.

Temos direita com posições de esquerda, e esquerda com comportamentos de direita. A maioria só pensa mesmo em montar a sua plataforma para o futuro. O que adianta o cidadão ganhar uma ração, se não tem um tratamento digno de saúde e uma educação eficiente que possa crescer e se tornar independente?

Não se fala mais no menino

Jeremias Macário

Jeremas Macário

O caso do menino Maicon que foi vítima de uma bala perdida numa ação desastrada da polícia militar, num bairro da periferia de Vitória da Conquista, logo mais estará completando um ano, sem o devido esclarecimento. Os pais não tiveram nem o direito de enterrar seu filho, dignamente.

No Dia dos Pais, no último domingo, Maicon não estava lá para comemorar a data. O tempo foi passando e ninguém tocou mais no assunto, principalmente a mídia, no sentido de cobrar uma satisfação. A sociedade calou-se, assinando embaixo mais um ato de injustiça e atestado de que a lei não é mesmo igual para todos.

Oh quanta lambança!

Jeremias MacárioJeremias Macário

Que país é esse que se habilita a sediar uma Copa do Mundo e as Olimpíadas, mas só nos faz passar vergonha? Como podemos ter autoestima e orgulho, se nossa imagem lá fora é alvo de chacotas e de atraso? Oh quantas atrapalhadas na visita do papa! Oh quanta lambança, Senhor Deus!

O assunto pode não ter mais interesse, mas é bom relembrar alguns fatos. Logo na chegada ao Brasil, no Rio de Janeiro, engarrafaram o papa no trânsito. Embora o sumo pontífice, com sua simplicidade, tenha dito que não sentiu medo, poderia ser vítima de um tumulto natural de pessoas querendo tocá-lo e desejosos de estar mais próximo da figura máxima da Igreja Católica.

Uma festa de arromba

Jeremias Macário

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Quis sempre cobrir uma festa de arromba, mas sempre fui eliminado da lista como persona non grata, como aqueles barrados no baile, que ficam na entrada da portaria acompanhando o movimento de fora. Teve uma festa de arromba na Ilha do Governador, se não me engano lá pelos anos 60, que deu muito que falar e até hoje é comentada.  Vez por outra, a festa, programada por reis, rainhas, duques, condes, marqueses, barões, tribunos, lordes, chefes e membros da nobreza, é contestada bravamente com manifestações de todo tipo, desde as pacíficas com palavras de ordem às mais agressivas com quebra-quebra, pichações e depredações. Dessa vez, os movimentos resolveram acompanhar os convidados em todos os lugares, fazendo barulhos e protestando contra a esbórnia que chegou a um nível intolerável de orgias.

Mais um embuste

Jeremias Macário

Jeremias Macário

Ninguém consegue enganar as pessoas por todo tempo. A União Nacional dos Estudantes (a UNE), os partidos políticos, (agrupamentos de interesses escusos), as centrais sindicais e as instituições em geral não representam mais o povo, e isto ficou evidenciado nas últimas manifestações. Esse plebiscito sobre a reforma política, que agora vai se transformar num referendo, depois dos conchavos entre eles mesmos no Congresso, não passa de mais um embuste. Traição e trapaças têm limites.

Ouvidos moucos

jeremias macário

Jeremias Macário

Há anos venho comentando que toda paciência, por mais que a pessoa seja cordeira, tem limites e um dia se esgota de tantos deboches. Não estava mais aqui disposto a falar dessa política nojenta e desavergonhada, que tem ouvidos moucos. Apesar de toda essa barulheira nas ruas, os poderosos (o executivo, o legislativo e o judiciário) continuam “surdos”, fazendo de conta que nada estão entendendo desse clamor desesperado do povo.

Mesmo sem lideranças programáticas e renegando as instituições políticas partidárias, que há anos falam de costas para a população, subestimando a nossa inteligência, o recado direto é pela moralidade e o fim dessa máfia que se tornou um monstro, deixando um rastro de destruição no país, bem pior que os quebra-quebras dos “vândalos”, “baderneiros” e “arruaceiros”, assim chamados pela nossa mídia manipuladora que maquia a verdade.

Tombamento dos carros-pipa

Jeremias Macário

Rasguei por muito tempo o sertão baiano para fazer coberturas jornalísticas sobre a seca que sempre foi o flagelo do homem do campo, especialmente do semiárido. Os carros-pipa sempre fizeram parte desse cenário desolador, e cabia uma foto de destaque na matéria.  O pior de tudo é que depois de muitos anos ainda se fala nesses carros como meio de transporte de água para angariar votos, isto é, o uso político dos novos coronéis de conversa afiada e bem engomados. Fica aqui a minha sugestão de um projeto de tombamento cultural dos carros-pipa, a ser aprovado no Congresso pelos parlamentares.

“Ministéro da indukassão”

 Jeremias Macário

Cuma tava dizeno, cumpade Mané, nós tá ficano cada vez mais burro e idiota. Os menino increve nos exame tudo errado, cuma já faz nas rede sociá, e o tá Ministero da Indukassão aprova. Agora o errado é o certo, cuma na idologia política onde tudo é permitido, menos a ética. Cala-te boca, cumpade Quelé, oi que arquem nos ouve e nos condena à prisã perpeta. Pois é gente, ganhou nota mil quem escreveu “rasoável”, “enchergar” e “trousse” nas redações do Enem 2012 (Exame Nacional de Ensino Médio).

  O Ministério da Educação (pode ser Mistério da Educação) alegou que eventuais erros de grafia não significam que o aluno não domine os padrões da língua. “Mesmo com falhas, uma redação pode ter pontuação máxima”.

O Papo do Papa

Jeremias Macário 

Sua aparição na sacada de seus aposentos na praça do Vaticano já foi motivo suficiente de regozijo para todos, principalmente os católicos. Seu primeiro papo em público de que seus colegas foram buscar um papa lá no fim do mundo, ao desejar uma boa noite e repouso para todos, foi o bastante para a mídia qualificá-lo de carismático, simples e humilde. Um sorriso leve e seus primeiros passos foram exaltados com louvor. Toda sua vida, como aconteceu nas eleições dos seus antecessores, foi levantada pelos veículos de comunicação desde os tempos de criança, mas pouco se aprofundou sobre transparência, dogmas, doutrinas e linhas disciplinares da Igreja diante das demandas dos novos tempos.

Da nota ao Papa

Jeremias Macário

Quem importa! Como já dizia o poeta, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Infelizmente, poucos sabem fazer a hora antes do acontecer. Por aqui, seguimos o roteiro imposto pelo sistema como se nada estivesse acontecendo, como no caso do menino Maicon que há três meses desapareceu numa abordagem policial, em Vitória da Conquista. O assunto do momento é o papa que, pelo que tudo indica, será mais um conservador, longe da renovação e da transparência fiel da Igreja. Engraçado é que, com tudo isso, surgiu agora na mídia o termo conservador moderado, podendo, nesse caso, ser também de direita e de esquerda. Ou se é conservador, ou não é.

Mostra sua cara

Jeremias Macário

Nem ao menos saímos de uma campanha eleitoral municipal, já estamos com outra nas ruas e praças, agora a presidencial, embora a economia do país dê sinais de cambaleio com seu “pibinho”, por falta de um plano estratégico rumo ao seu crescimento. Como num final de carnaval, os blocos já começaram a vender seus abadás, com a cara da Copa do Mundo de 2014.  Na Bahia, os candidatos a governador pelo PT já estão a postos em suas campanhas, mas o Partido Socialista Brasileiro (PSB), do saudoso Otávio Mangabeira, e um dos aliados mais tradicionais, ainda não mostrou sua cara. Como sempre, fica calado, como recentemente comentou num jornal da capital o escritor Antônio Risério.

Cada um faz o que quer

Por Jeremias Macário

Não sei se falo da blogueira cubana Yoani Sánchez que teve sucesso monumental na sua passagem pelo Brasil, graças ao grupo de esquerdas festivos da “democracia” de uma única via; se dos torcedores do Corinthians; se dos estádios de futebol que surgem como cogumelos, em maior quantidade que nos tempos da ditadura de Médici; se da médica suspeita de abreviar a morte de pacientes de uma UTI; ou do menino Maicon que desapareceu numa operação policial em Vitória da Conquista. Êta Brasil nosso de cada dia que rende tanta matéria-prima para o jornalismo! Os assuntos aparecem em montes, cada um maior que outro. Coisas cabeludas, de arrepiar lobisomens! Já imaginaram que estamos vivendo no país a dura realidade do pensamento hegemônico, do partido único?

Uma face desfigurada

Por Jeremias Macário

O tratamento dado ao caso do menino Maicon que há três meses desapareceu numa operação policial desastrada numa periferia de Vitória da Conquista é um acinte. Somente agora foi feita uma reconstituição do episódio e nada foi revelado sobre o resultado do exame de DNA, realizado num resto de sangue encontrado no chão. Como sempre dizem, tudo está sendo feito em segredo para não atrapalhar as investigações.  O que tudo isso tem a ver com o título acima que tento falar sobre a renúncia do papa Bento XVI, que surpreendeu o mundo com seu desabafo, de que as intrigas e as divisões no alto clero desfiguram a face da Igreja Católica? Nossa sociedade também está desfigurada diante de tanta hipocrisia, corporativismo e acomodação, em face dos desmandos politiqueiros.

Queria saber

Por Jeremias Macário

Depois dessa “muvuca” toda do carnaval baiano das elites e da concentração de renda, mesmo de fora, a gente fica um tanto desorientado. Aqui comigo, queria mesmo saber da conclusão final das investigações do desaparecimento do menino Maicon, em Vitória da Conquista, depois de uma malsucedida operação da polícia militar num bairro da periferia.   Três meses estão se completando e nenhuma satisfação concreta foi dada para a sociedade, se bem que ela também não se mobiliza neste sentido. Os pais e familiares sofrem e ainda têm esperança e fé de reencontrá-lo. Melhor mesmo que eles caíssem na real. Fosse filho de um rico poderoso, o caso já teria sido desvendado.

Os pestilentos

Por Jeremias Macário

Somos mesmos uns bananas! Aliás, o Renan, de “r” de rato, eleito para presidir o Senado, e o Henrique Alves, da Câmara, devem estar nos mandando umas bananas. São os pestilentos sanguessugas que agora se juntam para expurgar o Judiciário. Não sabem eles, do PMDB, que estão abrindo caminho para sacramentar o PT como o partido acima de todos os poderes, como aconteceu no franquismo e no nazismo. A presidente Dilma passou incólume nas eleições secretas do Congresso. Não era conveniente meter a mão na cumbuca. Mandou seus bajuladores e fez apenas a negociação em surdina, para não arranhar sua imagem. Os súditos engoliram tudo direitinho.

Não é o novo que muda

Por Jeremias Macário

Um ano que passa e o outro que chega são apenas processos de uma contagem numérica. São símbolos festivos num calendário religioso. Não é o novo que faz simplesmente mudar nossas vidas. Aliás, não temos nada de novo, mas apenas repetição dos erros que persistem do passado político, econômico e social anacrônicos. As chuvas continuam a desmoronar encostas e a deixar um rastro de mortes e desabrigados, porque o dinheiro público não foi aplicado como deveria, para evitar as catástrofes de sempre. As ruínas e os entulhos do passado se juntam às do presente. Na entrada do novo, os corredores dos hospitais permaneceram cheios de enfermos, com gentes morrendo nas filas por falta de atendimento médico. A justiça e as leis seguem desiguais, a violência ceifa vidas e o ensino nos envergonha. Seria bom que tudo isso fosse o contrário, e aí, então, teríamos um novo para contar e comemorar.

Itapetinga: Prefeito divulga secretariado

Foto: Blog do Anderson

O prefeito reeleito de Itapetinga, José Carlos Moura (PT), empossado no último dia 1º de janeiro, depois de uma semana de trabalho e após criar uma grande expectativa, divulgou os nomes do seu novo secretariado na manhã deste domingo: Jeremias Pereira (chefe de gabinete), Carlos Alberto Santana de Oliveira (Administração), Zoraide Cruz (Saúde), Carlos Leôncio (Meio Ambiente), Ricardo Dutra (Finanças), Jeremias Filho de Brito (Infraestrutura), José Reinam (Transporte e Serviços Públicos,interinamente) , Verônica Rodrigues (Desenvolvimento Social, interinamente), Robério Silveira/Berraus (Desenvolvimento Econômico e Agricultura), Eliene Chaves (Educação), e Reinam Gusmão (COMUTRAN).

Sem solução

Por Jeremias Macário

É Natal e tudo é festa em final de ano. Todos às compras dos seus presentes, para a noite dos comes e bebes. As ruas estão cheias com o ar de festejos e pouco espaço sobra para se refletir sobre a injustiça que ocorre ao nosso lado, numa sociedade individualista e tão desigual. Falamos muito de amor e paz, mas sem nos indignarmos contra a impunidade. Nos mandam sempre termos fé e esperança de que um dia vamos ter o prometido, ou seja, uma nação mais justa e melhor. Nos enganam com alguns trocados materiais.

Triste Brasil

Jeremias Macário

Se o “Boca do Inferno” da “Triste Bahia” vivesse nos tempos atuais e lascasse o verbo contra os políticos de má conduta e dos malfeitos, ficaria decepcionado porque eles não dariam a mínima para suas críticas e denúncias. Naquela época ficavam envergonhados e até o ameaçavam de morte. Depois de séculos de mazelas, transformaram nosso país no “Triste Brasil” do “mel na chupeta” onde trocam mensagens em códigos, como “estou enviando dois volumes, um pequeno e outro maior”; “segue o livro”; e até cópias de diplomas falsos de “Bxaréu em Administração”, numa trama criminosa de extorsão, que deixaria o nosso Gregório de Mattos aturdido e mudo.  Fico triste quando vejo o nosso Brasil assaltado por malfeitores, onde uma “rapariga” nomeia cargos de alto escalão no Governo, e vendem pareceres técnicos, enquanto os pobres, que eles apontam como classe média “C”, são humilhados e até morrem nas filas de espera de uma consulta médica. E que médicos nos temos, hem!

Filhos da COTEFAVE

Jeremias Macário

Pode ser até indesculpável, mas confesso que ainda não conhecia a Comunidade Terapêutica Fazenda Vida e Esperança – Cotefave, dirigida pelo padre Edilberto Amorim, a qual funciona em Barra do Choça, com a finalidade de recuperar dependentes químicos. Semana passada, acompanhado do meu amigo e professor, Geraldo Ferreira, lá de Feira de Santana, tive a felicidade de sentir de perto o trabalho dessa gente, que todo dia tenta se recuperar das drogas.

Chamo aqui de Filhos da Cotefave, porque como uma mãe bondosa, carinhosa e compreensiva acolhe em sua casa os seus filhos, que um dia se desgarraram do lar. São jovens de várias partes da região e até de outros estados, imbuídos de uma força de vontade de sair de uma viagem, que provoca um prazer ilusório no organismo, como se fosse uma coisa boa.