O não candidato

Foto: Blog do Anderson
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Jorge Maia

Outro dia comentei no Face que a julgar pelo publicam os blogs da cidade, talvez eu seja a única pessoa que não seja candidato a vereador, pois é grande a quantidade dos que anunciam a candidatura, descumprindo a lei eleitoral, divulgando fora do tempo a sua candidatura, o que pode ter  implicações jurídicas. Melhor colocar as barbas de molho. Decidi que serei o não candidato, isto é; estou lançando a minha não candidatura para vereador. Será uma campanha firme e das mais caras, porém não precisarei prestar contas para o TRE. Leia a crônica de Jorge Maia.

A rebelião dos deuses

Foto: Blog do Anderson
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Jorge Maia

Era uma manhã de domingo, a estação era outono. Um ruído pouco comum chegou aos ouvidos de Zeus. O café era servido por Afrodite. Irritado o deus mor perguntou do que se tratava. Mercúrio entrou esbaforido e comunicou a Zeus que os deuses estavam paralisados e que não iam trabalhar enquanto não tivessem uma reunião para resolver a questão salarial. Zeus irritou-se e atirou ao longe a taça em que sorvia o néctar dos deuses. Afinal, o que é isto, viraram rebeldes iguais a Prometeu?. Leia a crônica de Jorge Maia.

O cão bem amado

Foto: Blog do Anderson
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Jorge Maia

Um escritório de advocacia costuma ser um laboratório das mais diversas manifestações das paixões humanas. Tantas são as experiências vividas pelo advogado em seu escritório, que um profissional da Psicologia ou da Psiquiatria ficaria com inveja. Diante do advogado está muito mais que as paixões. Na verdade desfila naquele palco todo um conjunto de interesses, os quais  denunciam toda a grandeza e mesquinhez do ser humano. É simplesmente surpreendente. Há momentos em que não acreditamos no que ouvimos. Leia na íntegra.

A descoberta do diafragma

Foto: Blog do Anderson
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Jorge Maia

Na segunda metade da década de sessenta, assisti a um programa de calouros pela televisão. Naquela época V. da Conquista já recebia sinal da TV Tupi, o qual chegava através da Embratel. No mencionado programa apresentou-se um calouro, cujo mérito maior era, com sua voz anasalada e alguns trejeitos, tentar parecer um dos ídolos do momento. Leia na íntegra.

A cópia da ata

Foto: Blog do Anderson
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Jorge Maia

Resolvi convocar meus seis leitores para uma assembleia. Eles são seis: três milhos que leem por obrigação e três amigo,por amizade mesmo. A pauta era meu desejo de publicar uma poesia de versos livres. Eu queria a opinião deles. Aberta a discussão senti a má vontade de todos, dando a entender que eram contra, mas resolveram através de votação secreta, no que resultou empate: três a três. Comentei que eu o presidente da assembleia e poderia dar o voto de desempate. Todos foram contra, alegaram que eu era parte interessada e não poderia votar e que outra pessoa deveria desempatar. Leia o artigo na íntegra. 

E o Direito, o que é?

Foto: Blog do Anderson
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Jorge Maia

Fui convidado para assistir a uma palestra no auditório da UEBE – Universidade do Estado da Beócia. Embora estivesse muito ocupado, não pude resistir. O convite partiu do filósofo Zé Picuinha, de quem já falamos em outra ocasião. O tema da palestra era: E o Direito, o que é? Não esconde um leve sorriso, afinal, o tema é interessante, torna-se especial em razão do palestrante. Confirmei a minha presença, mas antes cobrei a promessa de que eu teria suco de gabiraba e fofão, importados de Aracatu. Fui atendido.

Ode às manhãs

Jorge Maia

Jorge Maia

As manhãs sempre exerceram um fascínio muito grande sobre mim. Quando criança procurava nos doces mistérios da vida, compreender o encanto mágico daquela parte do dia. Sempre transportando-me para um estado de renovação e esperança.

Certas manhãs eram especiais, traziam consigo um componente característico. E se uso o verbo no passado é porque me refiro a um tempo distante, quando as manhãs vinham acompanhadas dos sonhos e fantasia da infância. Aquelas manhãs nascidas do ventre de uma noite de tempestade, em que raios e trovões assustavam, fazendo a minha imaginação percorrer terras distantes, povoadas monstros e anjos, cujas presenças eram afastadas pela chegada do sono.

Em defesa da ignorância

Jorge Maia

Jorge Maia

Não é preciso ser grego, nem falar alemão para ser filósofo. A Beócia fala Beocês e tem filósofo. Não foi difícil descobrir isso; outro dia, em uma daquelas vezes em pernoitei na Beócia, aproveite para curti a noite e sai para o jantar em um dos bons restaurante da cidade. Costumeiramente fui bem recebido por alguns amigos que sentavam à mesma mesa. Fui convidado e recebido com a alegria comum aos beócios.

Cumprimentei a todos e pedi que a conversa continuasse, não queria incomodar o bate papo da turma. Assim, a conversa retornou com a palavra dominada por Zé Picuinha, filósofo local que defendia a ignorância como fórmula para trazer a paz e a serenidade à terra. Era político na Beócia e tinha uma boa oratória  e reiniciou a conversa  afirmando que a felicidade é ignorante.

Aracatu, 1927

Jorge Maia

Jorge Maia

Até parece história de pantaleão, aquele de Chico Cite que iniciava seus casos sempre dizendo: em 1927, e por aí seguia narrando seus exageros. Mas foi em um dia de 1927, próximo do meio dia. A pequena praça de Aracatu repousava em sua calma permanente quando um ruído estranho quebrou o silêncio comum e assustou a todos. Era um ruído de  máquina, estranho à maioria dos seus moradores.

Alguns gritavam, outros se persignavam e olhavam para o céu pedindo socorro. Naquela ocasião, meu pai, com quatro anos de idade, foi pegado às pressas por Alzira, que dele cuidava, e carregado na cacunda, alguém se lembra dessa palavra? O certo é que Alzira, assombrada, correu para o mato tentando fugir do monstro que invadia a nossa cidade.

Debates Beócicos

Jorge Maia

Jorge Maia

Este ano os Beócios terão eleições para o Executivo e Legislativo. Tomei conhecimento sobre os debates organizados pela grande imprensa, mas não os assisti. Não é fácil conseguir uma transmissão para o Brasil. Li algumas notícias, mas não o suficiente para assenhorar-me dos fatos ali ocorridos durante aquelas eleições.

Graças a uns bons amigos, consegui captar a imagem via internet. Fui presenteado com uma antena holográfica dual/epistêmica. O seu uso ainda não foi homologado no Brasil. As vezes tenho a impressão de estar fazendo algo ilegal. Não sei bem em que tipo penal se enquadraria tal conduta,mas  certo é que usando a tal antena pude assistir ao último debate.

O Homem de Java

Jorge Maia

Jorge Maia

No inicio do ano letivo de 1970 conheci o Padre Guilherme. Entrou na sala de aula e impressionou a todos da turma, com sua figura alta e magra, sobre tudo por sua pronuncia carregada, dando mais força do que o necessário às palavras proparoxítonas. Em especial à palavra matemática, a qual pronunciava com muita simpatia. Afinal, dedicava parte da sua vida  aos números misteriosos e atormentadores de nossas cabeças juvenis, povoadas de sonhos menos complicados.

Do Paraíso a Pequim

Jorge Maia

Jorge Maia

Uma tira de quadrinhos em um jornal chamou a minha atenção; no primeiro quadrinho a mulher diz para outra: sei que um dia as mulheres serão iguais aos homens. Com uma taça erguida conclui:  mas enquanto isso não acontece vamos brindar a nossa superioridade. A fantasia que relata a criação da mulher como resultado do trabalho divino em uma costela, pedaço de osso de um homem, não me parece convincente. Causa-me a impressão de ser uma invenção de homens, cujo objetivo foi sempre colocar a mulher em nível inferior, explicando uma origem de dependência  ao homem, o qual ao lhe emprestar um fragmento ósseo, ofereceu-lhe a vida.

Sala de aula

Jorge Maia

Jorge Maia

A sala de aula é um santuário, pelo menos deveria ser. É um lugar sagrado,pois cuida do saber. Para o professor é um trabalho, portanto a medida da liberdade, é assim que deve ser visto o trabalho. Mas é muito mais. É um retrato do mundo. Precisa ser retocado, sem fotoshop. O retoque é apenas para aparar as arestas e contornos necessários para que seja garantido o exercício da autonomia  do saber, sem perder a sua condição de território livre, onde ideais e pensamentos sejam discutidos livremente, sem censura. O saber não tem fronteiras.

Carta da Beócia – III

Jorge Maia

Jorge Maia

Sempre que eu demora de ir à Beócia, meus amigos escrevem cobrando uma visita. Fiz grandes amizades naquela terra, essa é a razão de tanta atenção e desejarem a minha presença.

É verdade que tenho espaçado as minhas viagens até a Beócia. Razões particulares têm mudado os meus rumos. Espero em breve retornar àquela terra doce e mansa, de um povo bom, verdadeiramente generoso, mas que Deus, em terrível experiência, permitiu ser administrada pelos piores políticos já produzidos em toda via láctea.  Aqui reproduzo a carta de uma amiga, Maria Joaquina do Amaral Pereira Góes:

O ano em que Lilita perdeu a razão

Jorge Maia

Jorge Maia

Eu ainda nem era menino e Lilita perdeu a razão. Quem me contou foi meu pai. A primeira vez que ele veio a Conquista foi em 1938, quando trazia gado para as pastagens desta região, ou quando usava a cidade como passagem para seguir com a tropa para Jequié, levando ou buscando mercadorias. A passagem era a Rua da Boiada, nossa conhecida João Pessoa. Desde então, aquela rota tornou-se costumeira para as suas viagens.

Meus livros, meus amores

Jorge MaiaJorge Maia

Acordar no meio da noite, sem sono, tentar dormir e não conseguir  me faz levantar e percorrer a casa em busca  de encontrar o sono. Beber água, examinar a geladeira e desistir de atacá-la, o que é sempre recomendável. Ir até a varanda, contemplar o céu e olhar as estrelas tentando encontrar morfeu escondido em uma delas, o que resulta em perda  de tempo, pois quando ele sai da sua casa, desaparece e custa a votar.

Aquelas manhãs de domingo

Jorge Maia

Jorge Maia

Eu era menino, e não faz muito tempo, e me lembro das manhãs de domingo em Vitória da Conquista. Nossas manhãs tinham uma programação diferente das nossas tardes, sobre as quais fiz referencia em outro momento. É certo que  naquelas manhãs trabalhávamos em casa realizando a faxina necessária para manter a ordem da vida durante a semana.

As tarefas domésticas era realizadas ao som da programação da rádio clube AM que iniciava a sua programação com um programa gravado em long play divulgando a pasta Kolynos, apresentado por Moacir Franco. Era a forma de estar atualizado com a cação popular. Eram manhãs especiais, cheias de encantamento, cultura e diversão.

Ah, a luz foi embora!

Jorge Maia

Jorge Maia

No princípio era a fogueira, em redor da qual todos se reunião para contar os fatos do dia, contar causos e planejar o dia seguinte. Com as últimas chamas, despediam do dia que acabara e iam para o descanso. Era causos de todos os tipos. A conversa transitava sobre a vida alheia e seguia pelos mistérios do além, e fazia muita gente tremer de medo.

Hoje, a fogueira é eletrônica. A televisão tomou conta da vida, substituiu o calor das brasas e o colorido das chamas pelas imagens em tempo real, falando do mundo inteiro, ou contando histórias de todos os tipos. Senhora da casa, enquanto ela fala ou mostra algo, ninguém fala nada. Aí de quem ousar interromper. Ouvirá uma saraivada de protestos e terá que ficar calado.

A marca da foice

Jorge MaiaJorge Maia

Eu era menino, e não faz muito tempo, quando ajudava meu pai em seu pequeno comércio de material de alumínio e ferragens em geral. Ali aprendi coisas do cotidiano, a exemplo de fazer certas contas de modo  rápido, claro que a repetição era a aliada para fixar na memória o preço de uma unidade, um dúzia, uma grosa ou uma resma. Hoje são palavras pouco ouvidas, exceção feita à palavra  dúzia.

Lembranças eleitorais

Jorge Maia

Jorge Maia

Até meados da década de 90 do século vinte, as eleições era realizadas por meio do voto em cédulas. Aqueles que iniciaram a votar  usando a urna eletrônica não podem imaginar como ocorria a apuração dos votos. Hoje basta acionar uma tecla e  temos o resultado de cada candidato, sem a possibilidade de impugnação, graças à fé que depositamos no tal dispositivo eletrônico.

A cédula, aquilo que chamávamos de chapa, para o executivo trazia um quadrículo à esquerda do nome de cada candidato. Era simples, bastava assinalar no quadro e era aquele o seu candidato. Na verdade, aí era que a coisa complicava.